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Data: 02/09/08
Aula 01 – Parte 02
...após o intervalo.......
DECLARATÓRIA
CONSTITUTIVA
HIBRIDA
Há quem defenda, acho que essa não é uma posição que ganhe
repercussão no direito processual, porque na verdade essa discussão aqui ela
2 Módulo de Direito Civil – Fabrício Carvalho
tem natureza processual, mas há quem defenda que a sentença tem natureza
híbrida. Ela seria híbrida, ela seria heterogênea porque na verdade essa sentença
ela seria declaratória em relação a ausência de discernimento e constitutiva em
relação ao estado de incapaz.
O Leoni, por exemplo, defende essa posição que talvez não agrade os
processualistas porque, como nós ressaltamos, toda sentença constitutiva
pressupõe uma carga de declaração.
Só que ao mesmo tempo uma semana antes é claro que o sujeito era
ausente, desprovido de discernimento.
Resp 255271 / GO
RECURSO ESPECIAL 2000/0036843-1
Querem ver uma questão tormentosa que tem a ver com isso? Tem uma
regra do Código que a gente vai ver com calma mais adiante que é o artigo 15
que diz: ninguém pode ser constrangido a submeter-se com risco de vida, a
tratamento médico ou intervenção cirúrgica.
Art. 497 do CC: Sob pena de nulidade, não podem ser comprados,
ainda que em hasta pública:
IV - os pródigos.
Segunda: pode ser testemunha, art. 228, I e ainda pode testar, art. 1858
combinado com o art. 1860,§ único.
Vale a pena fazer algum tipo de referencia para o artigo 180 do Código
Civil, é uma peculiaridade envolvendo maior de 16 e menor de 18.
Art. 180 do CC: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode,
para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a
ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se,
declarou-se maior.
Isso não tem a ver com exceção de contrato não cumprido, por exemplo?
Enquanto não cumpro minha prestação não posso exigir o cumprimento da
prestação oposta. Isso não tem a ver com o dolo recíproco do artigo 150? Se
ambas as partes agem dolosamente, nenhuma delas pode alegar o dolo em face
da outra.
Quer dizer, o código ali no artigo 180 foi feliz ao restringir essa
sistemática entre o 16 e 18 anos porque antes dos 16 o sujeito é absolutamente
incapaz. A hipótese é de nulidade absoluta, ou seja, interesse público. Vamos ver
com calma que não de aplica tu quoc em detrimento de interesse público.
Aqui, o inciso II do artigo 4º, traz para o Código situações que antes eram
previstas por leis extravagantes. O Código fala em ébrio, habitual, viciados em
tóxicos e os que por deficiência mental tenham o discernimento reduzido.
claro que ele vai ser absolutamente incapaz. É uma mera presunção relativa de
que o ébrio habitual é relativamente incapaz.
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua
vontade.
pelos atos dos filhos menores? O Curador também responde pelos atos do
curatelado, está lá no artigo 932, II.
O
atribuir legitimação ao MP para requerer a interdição do pródigo.
V - os pródigos.
Art. 4º, §único do CC: A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial.
no Direito brasileiro
Outra questão aqui é a seguinte:
Emancipação
Só para não precisarmos decorar, por que o Código atual passou a exigir
explicitamente instrumento público quando toda a tendência do direito civil vem
cada vez mais no sentido de flexibilizar a forma e, aqui, o Código acabou
aumentando o rigor formal?
Teria uma regra especial aqui que aniquilaria esse direito de regresso
que era próprio do regime de solidariedade passiva como veremos mais adiante.
Não haveria aquelas relações internas do regime de solidariedade passiva.
Essa questão da pena criminal parece ter sido revogada pelo Código
Penal, porque não há aqui mais aquela excludente de inimputabilidade, mas
subsiste a possibilidade do casamento antes dos 16 no caso de gravidez.
Contra essa posição: José Acir Lessa Giordani. Ele invoca como
argumento aqui a redação do artigo 1560, §1º: extingue-se em 180 dias o direito
de anular o casamento dos menores de 16 anos contado o prazo para o menor
do dia em que perfez essa idade, quer dizer, o prazo para anular o casamento
pelo menor de 16 só começa a fluir quando ele atinge os 16, por quê? Porque o
código entendeu que só a partir dos 16 ele tenha discernimento suficiente para
isso.
Aí o José Acir diz que haveria uma incompatibilidade, porque se ele não
tem discernimento para provocar a própria anulação do casamento ele não pode
ter discernimento para os atos em geral da vida civil. Em uma interpretação
sistemática o José Acir discorda da posição majoritária.
OUTRA QUESTAO....
O inciso III do artigo 5º, § único, traz uma regra em total desuso, prevê
emancipação aqui pelo exercício de emprego público efetivo.
Pergunta do aluno.
Resposta: em tese sim, tem até uma inter facie interessante que é a
seguinte: economia própria, salário mínimo é economia própria? O garoto ganha
um salário mínimo, será que ele emancipou? Pela Constituição sim.
Por isso, até o Pablo Stolze diz que dificilmente essa regra vai ser
aplicada no caso de aprendiz e no caso de jornada a tempo parcial. Nessas
hipóteses se admite a percepção de salário inferior ao mínimo legal, quer dizer,
no caso de aprendiz, no caso de jornada a tempo parcial.
Por exemplo, o artigo 439 da CLT diz que o menor de 18 tem que estar
devidamente assistido para lavratura lá do tempo de rescisão.
Art. 439 da CLT: É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos
salários. Tratando-se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é
vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus
responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da
indenização que lhe for devida.
O Pablo Stolze diz que não faz nenhum sentido o sujeito ter sido
emancipado pela própria relação de emprego e ter que ser assistido para a
lavratura do termo de rescisão. Quer dizer que essa emancipação do Direito Civil
projetaria para as relações de Direito de Trabalho.
Fim da aula.