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Dados de identificação

Título: Padronização das descrições de materiais – PDM

Nome: Aristides Julio da Silva Gomes

Resenha biográfica:

Data de nascimento: 25 de Novembro de 1942

Situação profissional: Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental

Graus acadêmicos:

Licenciado em Pedagogia, com Especialização em Supervisão Pedagógica.


Pós-graduado em Planejamento Educacional.

Experiências profissionais:

Iniciou como Professor de Matemática do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos


– INEP/MEC, Seção Bahia.
Durante mais de 20 anos, trabalhou como gestor das áreas de compras e de
materiais, em empresas privadas, como Usina Siderúrgica da Bahia (atual Gerdau),
Silinor Petroquímica S/A e Pronor Petroquímica S/A .
No Estado de Sergipe, foi Assessor da Secretaria de Estado da Educação,
Coordenador Pedagógico e Diretor de Escola.
No Estado da Bahia, trabalhou na Secretaria da Educação como responsável pela
regularização dos imóveis no Estado.
Atualmente, na Secretaria da Administração, é Coordenador do Catálogo de
Materiais e do Banco de Preços.

Atividades de consultoria:

Mais de 30 anos de experiência em consultorias na área de gestão de materiais e


compras, bem como instrutor de cursos para órgãos públicos e empresas privadas.
Implantação de sistemas na área de materiais, como LEC e Magnus, em diversas
empresas.

Trabalhos realizados:

Desenho do Sistema LEC-Logística de Estoques e Compras, em parceria, cujos


direitos foram vendidos à empresa Ampulheta Informática Ltda.
Co-autoria do livro Suprimentos-Métodos & Técnicas, citado em várias bibliografias
na Internet.
Autor da planilha eletrônica “Gestão de Estoques com Restrição de Recursos
Financeiros”.

Filiação institucional: Secretaria da Administração do Estado da Bahia.

Endereço eletrônico: aristides.gomes@saeb.ba.gov.br

Telefone do autor: (71) 3115-1792/1455 , (71) 9128-8250.


Autor que fará a apresentação: Aristides Julio da Silva Gomes.

Número do painel/trabalho: 08/031.


RESUMO

Durante anos, as Unidades operacionais da administração pública do Estado


da Bahia enfrentaram vários problemas que, em última análise, eram provenientes
de um Catálogo de Materiais com especificações inadequadas e sem critérios de
padronização. Conseqüentemente, passou a ser frequente a ocorrência de vários
problemas repetitivos, não somente para as diversas comissões de licitações
existentes no Estado, para os mais de trezentos almoxarifados que recebem e
conferem os materiais adquiridos, mas, também, para o órgão central que se via
diante de fatos repetitivos e de procedimentos que, em realidade, não resolviam os
problemas na fonte.
A análise das causas das dificuldades e dos problemas enfrentados pela
administração levou à necessidade de se implantar novos procedimentos, em busca
da melhoria da qualidade dos serviços prestados às unidades gestoras e à
sociedade.
Na área de compras, verificou-se que grande parte dos problemas resultavam
da dificuldade em se traduzir as necessidades das unidades para o mercado
fornecedor, devido à falta de qualidade das especificações dos itens.
Um catálogo de materiais problemático e que não garante a qualidade da
compra, nasce e se desenvolve pela falta de padrões que obriguem o registro dos
atributos imprescindíveis para a caracterização de cada tipo de material. Em
contraposição a esse cenário, um catálogo padronizado pode garantir maior
qualidade, agilidade e precisão no processo de suprimento de materiais, resultando
em eficiência e eficácia.
Com a estratégia de melhoria do gasto público, do atual governo, tornou-se
necessário implementar medidas que resolvessem as causas primárias dos
problemas, visto que continuar operando em um círculo vicioso era uma evidente
situação de aumento de custos desnecessários. Seria, portanto, improdutivo pensar
em melhorias processando materiais com descrições erradas, incompletas, confusas
ou duplicadas.
Como conseqüência, foi elaborado o Projeto PDM (Padronização das
Descrições de Materiais) que, ao longo de 24 meses, tem por principais objetivos
reduzir o tempo e os custos dos processos de compras, reduzir compras erradas e
devoluções de materiais, bem como alinhar a comunicação entre os órgãos do
Estado e os fornecedores.
Entende-se por PDM, no Projeto, o documento impresso ou eletrônico que
contem os atributos necessários e indispensáveis para se descrever,
satisfatoriamente, determinados materiais, agrupados segundo o seu nome básico e
modificador. Por nome básico entende-se a nomenclatura mais elementar de um
material e que o individualiza, de forma clara e objetiva, sem restar dúvidas. Por
nome modificador entende-se a complementação do nome básico, destinada a
estabelecer uma diferenciação entre itens de materiais de mesmo nome básico.
O método de análise que deu sustentação para a elaboração do Projeto foi a
metodologia de gestão por processos, especificamente, para se identificar os
processos críticos dentro do macroprocesso logístico de materiais do Estado. Com
isso, identificou-se que o Catálogo de Materiais não se relaciona apenas com o
processo de compras, mas é um fator crítico para outros processos, sendo que a
falta de padronização das especificações dos materiais interferem, diretamente, na
qualidade daqueles processos, ao longo da cadeia, como segue:

- Gera duplicidade/multiplicidade de um mesmo item com códigos diferentes;


- Dificulta as consultas dos usuários no sistema informatizado;
- Aumenta o tempo de processamento das compras;
- Gera compras erradas e devoluções a fornecedores;
- Gera, no mercado fornecedor, falta de entendimento do objeto da licitação,
provocando impugnações;
- Gera itens com descrições genéricas, impossibilitando sua identificação;
- Cria problemas de relacionamento entre governo e fornecedores pela falta
de
informações precisas sobre os materiais requeridos;
- Cria problemas para os usuários quando do recebimento, conferência e
inspeção
dos materiais.

Como metodologia para a elaboração do Projeto, analisou-se todas as etapas


do processo logístico de materiais, suas distorções, limitações, as principais causas
dos problemas, as potencialidades do atual sistema informatizado e as capacidades
das partes interessadas.
De imediato, concluiu-se ser absolutamente indispensável o treinamento de
todo o pessoal do Estado, diretamente, envolvido na composição das descrições de
materiais e na inspeção do recebimento dos produtos, pois não seria possível
garantir a melhoria dos processos sem a verificação da conformidade dos materiais
recebidos. Nesse sentido, o programa do Curso não somente incluiu o conhecimento
técnico dos materiais básicos na cadeia de suprimentos, mas, também, o
conhecimento técnico da realização das inspeções por amostragem e a aquisição de
competências pessoais não somente para executar o Projeto, mas, também, para se
trabalhar com catalogação de materiais.
Em complementação, ficou evidente a necessidade de considerar o Catálogo
de Materiais não apenas como uma ferramenta auxiliar para as unidades gestoras
do Estado adquirirem materiais no mercado, mas como um processo com variados
relacionamentos com outros processos e com forte demanda de gestão. Tal
mudança de postura veio ao encontro da própria missão da Secretaria de
Administração, qual seja a de “Prover a administração estadual de soluções
integradas e otimizadas em gestão pública, contribuindo para a excelência na
prestação de serviços à sociedade”.
Neste contexto, verificou-se ser indispensável inserir no escopo do Projeto uma
reavaliação total dos critérios de identificação, classificação, atribuição de unidades
de medidas e procedimentos para a avaliação e a substituição de materiais que
causam grande impacto no meio ambiente, durante sua utilização e descarte.
O investimento no Projeto PDM mostrou-se muito pequeno, em termos
financeiros, e representará apenas uma fração da economia que seus resultados
poderão proporcionar e o seu retorno será imediato. Em verdade, o Projeto
demanda muita vontade, determinação e apoio da alta administração.
TEXTO FINAL

INTRODUÇÃO

Padronizar é um meio de assegurar qualidade e, normalmente, resulta,


também, em redução de custos. Nesse sentido, a padronização das descrições dos
materiais conduz à redução da variedade de materiais utilizados na administração
pública. Por conseqüência, resulta em simplificação do controle dos estoques, em
diminuição do espaço dos almoxarifados e em diminuição dos custos de estocagem,
tais como o custo do armazenamento físico (área ocupada, instalações, etc.), do
manuseio e da distribuição (equipamentos, utensílios, etc.) e da obsolescência
(perdas).
Um aspecto importante da padronização de materiais é o de basear-se em
padrões técnicos (ABNT, ISO, DIN, SAE, etc.) que permitam adquirir produtos com
maior segurança, principalmente, quando os padrões são exigidos pela legislação.
Outro fator da padronização é o mercado, isto é, deve-se dar preferência a
materiais que sejam facilmente encontrados no mercado fornecedor sem, entretanto,
ferir a vedação legal de direcionamento para marcas, de itens sem similaridade ou
com características e especificações exclusivas.
Em síntese, sem critérios de padronização bem definidos, é impraticável
obter-se uma boa catalogação dos materiais. A catalogação em uma organização é
de primordial importância, apesar dessa atividade nem sempre ser cuidada da forma
como deveria ser. Sem uma boa catalogação, é muito difícil realizar compras com
qualidade, existir um controle eficiente dos estoques e uma operacionalização
correta dos almoxarifados. Dentre as muitas vantagens da catalogação criteriosa,
encontra-se a possibilidade de reduzir a diversidade de itens, desde que as
especificações dos materiais possibilitem o melhor entendimento entre os usuários e
os fornecedores quanto aos produtos que realmente desejam obter.
Os sistemas de catalogação de materiais que estamos acostumados a ver na
área pública resumem-se na elaboração de descrições de materiais para atenderem,
exclusivamente, as compras públicas. Equivale dizer que, uma vez concluído, com
êxito, o processo licitatório, considera-se concluído o processo de aquisição. Em
alguns órgãos, essa visão é tão radical que o próprio órgão de compras passa a
elaborar as descrições de materiais que ele mesmo haverá de adquirir, o que, para o
Projeto, não é a melhor alternativa.
Na realidade, o processo licitatório é apenas um passo indispensável e
importante para atender um objetivo maior que é a necessidade dos usuários
internos das organizações. Importa pouco que se tenha especificações de materiais
consideradas muito bem elaboradas, com o objetivo de atender as necessidades
dos licitantes, que se consiga concluir um processo licitatório com sucesso, se, no
final da linha, o produto não é entregue no tempo certo, na quantidade certa, no local
devido e na qualidade requerida. Se um catálogo de materiais no âmbito da
administração pública segue esta linha de pensamento, está fadado a criar mais
problemas do que resolvê-los de forma preventiva.
Sendo a composição de itens no catálogo de materiais o primeiro passo a ser
dado para atender as necessidades dos usuários, é necessário, então, pensar o
catálogo não apenas como uma ferramenta de compras, mas como a porta de
entrada de todos os processos logísticos de materiais, cujas inconsistências e
problemas irão desaguar no processo de recebimento dos materiais. Em última
análise, significa dizer que é preciso fazer gestão de catálogo e produzir saídas de
boa qualidade ou conforme, segundo as necessidades dos processos subseqüentes.
Assim sendo, o catálogo não deve ser considerado como uma ferramenta
exclusiva para o processo de compra, mas passar a ser visto sob os critérios de
abrangência, flexibilidade e praticidade.
Quanto à abrangência, o catálogo de materiais deve tratar da maior gama
possível de atributos úteis que otimize as ações de todos os usuários ao longo do
macroprocesso de gestão de materiais.
Com a flexibilidade, pretende-se criar procedimentos e informações técnicas
conforme as novas necessidades, em substituição à visão weberiana de que uma
vez otimizado um processo, ele está ótimo para sempre. Do ponto de vista da
praticidade, a visão é de que o bom catálogo não é, necessariamente, aquele com
longas especificações, com atributos extremamente detalhados, como pressuposto
de que se obterá produtos de boa qualidade.
O catálogo deve ser prático, ou seja, deve conter descrições diretas e
simples, com os atributos suficientes para o entendimento do mercado fornecedor,
para a realização da compra com sucesso e que permita, objetivamente, decidir pela
aceitação ou rejeição do produto, de forma objetiva, no ato do recebimento, da
conferência ou da inspeção.
A legislação brasileira, concernente ao processo licitatório, é absolutamente
precisa quanto a esses três critérios abordados.
A Lei do Estado da Bahia nº 9.433, de 01 de março de 2005, no artigo 10 § 1º,
não direcionando as especificações dos materiais, exclusivamente, para atender às
compras, mas estendendo o conceito de especificação para atender, também, os
almoxarifados, diz:

“O catálogo disponibilizará as especificações e códigos para efeito de


solicitação de material e de serviço e controle de estoque.”

Tratando sobre a identificação do objeto licitado, o artigo 79 inciso I da Lei


determina:

“O edital conterá,..., obrigatoriamente, o seguinte:


I – descrição clara e precisa do objeto licitado, que permita seu total e
completo conhecimento;”.

Referindo-se ao pregão, o inciso II do artigo 113, da mesma Lei, detalha a


exigência de uma forma ainda mais objetiva, ao exigir:

“Na fase interna ou preparatória do pregão, o servidor responsável pela


formalização do processo licitatório deverá adotar, sem prejuízo de outras, as
seguintes providências:

II – definir o objeto a ser contratado, de forma precisa, suficiente e clara,


vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias,
limitem ou frustrem a competição ou a realização do contrato;”.

A clareza e objetividade das descrições dos materiais catalogados, conforme


diz a súmula nº 177 do Tribunal de Contas da União, publicada no Diário Oficial de
09/11/82, página 2088 é “regra indispensável da competição, até mesmo como
proposta do postulado de igualdade”.
A fim de caminhar nessa linha de pensamento, o Projeto PDM tem como
diretrizes a padronização da nomenclatura dos materiais e o correto detalhamento
dos seus atributos, isto é, das suas características necessárias e suficientes para
sua caracterização.

1. SITUAÇÃO ATUAL DO CATÁLOGO DE MATERIAIS

O Catálogo de Materiais do Estado, com base no mês de dezembro de 2009,


apresentou 25.839 itens ativos, sendo 15.327 (59%) de uso comum e 10.512 (41%)
de uso específico.
A média anual do último período foi de 22.300 itens ativos, sendo 13.200
(59%) de uso comum e 9.100 (41%) de uso específico.
A cada mês, em média, são feitas pelas unidades gestoras do Estado cerca
de 1.200 novas solicitações de composições de itens, sendo que 700 itens (58%)
são, efetivamente, cadastrados. Isso demonstra que quase metade das solicitações
de cadastramento de novos itens não são, realmente, necessárias. Verificou-se que
a falta de padronização das descrições é a causa principal desse retrabalho que,
além de gerar desperdícios, causa demora na liberação dos itens no cadastro e,
comumente, é o motor das insatisfações das unidades gestoras.

2. OBJETIVOS DO PROJETO

Além dos propósitos já evidenciados, o Projeto PDM fixou como objetivo


principal, padronizar as especificações dos materiais catalogados com critérios que
eliminem ou reduzam, significativamente, os riscos de impugnações de licitações, os
questionamentos, a demora no andamento dos processos de compras, a
multiplicidade de itens cadastrados, as dificuldades de inspeção dos materiais por
ocasião do recebimento e o alinhamento da comunicação entre os órgãos usuários
do Estado com os fornecedores e com o próprio órgão central.
Nesse sentido, o Projeto deve ser executado com a indispensável
participação das unidades gestoras do Estado e, em especial, quando se tratar da
catalogação de itens de materiais de uso específico daquelas.

3. METODOLOGIA UTILIZADA NO GERENCIAMENTO DO PROJETO

O Projeto PDM adotou a própria Metodologia de Elaboração e Gerenciamento


de Projetos, de forma a ter validação corporativa, consistência e padronização.
Desse modo, para que o Projeto fosse gerenciado de forma criteriosa e eficiente,
acordou-se levar em consideração alguns princípios, como:

a) Ter um líder de Projeto designado formalmente, tendo sido indicado o


Coordenador do Catálogo de Materiais e Banco de Preços;
b) Trabalhar com planejamento e acompanhamento. Nesse sentido, o
planejamento incluiu um cronograma do Projeto, tendo cada uma das suas
etapas datas de início e de fim;
c) Envolver todas as partes interessadas. Nenhum PDM deve ser homologado
sem a devida participação de todas as áreas que serão por ele afetadas. Em
especial, quando se tratar de itens de materiais de uso específico de uma
área (saúde, segurança, etc.), preferencialmente, os PDM serão elaborados
com a participação mínima de um representante da área e um do órgão
central da administração.

4. ETAPAS DA EXECUÇÃO DO PROJETO

Espera-se que a execução do Projeto PDM contemple as fases esboçadas na


figura que segue.

Espera-se, ainda, que esse seja


Normatização
o momento crítico do processo,
Cadastramento Treinamento pois imprevistos sempre podem
surgir quando chega o momento
Elaboração
de colocar em prática o que foi
Padronização
dos Projeto nomenclatura planejado. A fim de se ter uma
PDM PDM
garantia mínima de que a
Padronização
execução não será
Glossário
técnico
Unidades
medida
descontinuada, foi solicitada a
alocação de um Especialista em
Multi- Codificação Políticas Públicas e Gestão
classificação
Governamental para, juntamente
com a equipe que trabalha com
catálogo, trabalhar com o Projeto
em tempo integral, a fim de
cumprir o cronograma.
Impõe-se ao líder do Projeto, dentre outras responsabilidades, identificar as
atividades críticas e tomar providências para que não haja atraso no cronograma e
identificar e monitorar as atividades que dependem de outros setores, tais como as
que envolvem melhorias no sistema informatizado.
Cumpre, semanalmente, realizar reuniões de acompanhamento do projeto ou,
extraordinariamente, se for identificado algum ponto de risco no decorrer do projeto
que demande uma medida corretiva ou tomada de decisão.

São etapas do Projeto PDM:

1) O treinamento de todo o pessoal envolvido (partes interessadas) no


processo de gestão dos materiais, desde o subprocesso de composição de itens,
passando pelo processamento das compras até o recebimento, a conferência e a
inspeção dos produtos, subprocesso este que, para o Projeto, encerra a cadeia de
suprimento de materiais para o Estado.

2) A padronização das informações emanadas do catálogo de materiais,


compreendendo:
- Padronização dos nomes básicos e dos nomes modificadores dos
materiais;
- Padronização das unidades de medida;
- Reavaliação e definição do sistema de codificação dos materiais;
- Criação de um sistema de classificação em substituição ao Federal
Supply Classification;
- Criação de um sistema de multiclassificação (taxonomia).
3) Criação de Glossário Técnico para o PDM.

4) Criação de tabela com orientações para descarte de materiais utilizados e


de embalagens e acondicionamentos no meio ambiente.

5) Padronização das descrições dos materiais com a criação de PDM para


cada conjunto nome básico + nome modificador;

6) Novo cadastramento dos itens de materiais.

7) Elaboração e divulgação de normas de catalogação de materiais.

4.1 TREINAMENTO DO PESSOAL ENVOLVIDO

O treinamento do pessoal envolvido foi iniciado em novembro e dezembro de


2009 com duas turmas formadas pelo pessoal da Diretoria de Material e pelos
servidores das Secretarias com maior volume de composição de itens no sistema.
Com turmas de 30 pessoas e carga horária de 16 horas, deve-se oferecer o
Curso, entre março e agosto de 2010, para os servidores que trabalham com a
composição de descrição de itens, pessoal de compras e de recebimento,
conferência e inspeção dos almoxarifados, sendo que o convite poderá ser
estendido à Procuradoria do Estado, se assim for julgado necessário, bem como
para o pessoal envolvido com licitações e elaboração de editais, inspeções e
auditorias.
Com a visão de que o processo de compras só encerra com o efetivo
recebimento, conferência e inspeção dos materiais, o conteúdo do Curso engloba
não apenas a elaboração dos próprios PDM, mas, também, os procedimentos
relativos aos almoxarifados quando da entrega das mercadorias por parte dos
fornecedores.
Foi definido como por objetivo principal do Curso desenvolver, junto com os
participantes, os conteúdos relativos às técnicas de inspeção dos materiais
recebidos e a metodologia de elaboração de descrições de materiais básicos, com
qualidade.

Com o treinamento, espera-se que o Estado obtenha os seguintes benefícios:

• Reduzir erros de recebimento. Diminuir gastos com perdas e obsolescência,


faltas e excesso de estoques.
• Agregar valor ao processo do Catálogo de Materiais.
• Reduzir erros de especificações, retrabalhos, reclamações e conflitos com as
Unidades.
• Identificar oportunidades de melhorias.

Foi, também, explicitado alguns benefícios para os participantes como:

• Aumentar sua capacitação com conhecimentos técnicos de materiais,


indispensáveis ao seu melhor desempenho na sua área específica.
• Adotar procedimentos lógicos e práticos para inspeção dos materiais e ser
capaz de diagnosticar problemas de qualidade.
Com o objetivo de alertar para o fato de que a administração de materiais
deve ser vista como um processo e que a sua gestão deve ser participativa,
envolvendo todas as partes interessadas, o conteúdo da primeira parte do Curso foi
assim estruturada:

1 - Contextualização inicial

 Visão holística e enfoque sistêmico. Gestão por processos e PDCA


(ferramenta da qualidade cuja abreviatura corresponde à plan, do, check,
action). O processo de gestão de materiais e as funções do processo
logístico de materiais.

2 - Inspeção dos materiais recebidos

 Quando materiais de baixa qualidade não são um problema gerado


apenas pelos fornecedores.
 Visão geral do Controle Estatístico de Processo (CEP) e seus efeitos
no recebimento.
 Inspeção quantitativa e qualitativa dos materiais catalogados e adquiridos.
 Recebimento provisório e definitivo.
 A responsabilidade dos governos em relação aos “fabricantes de fundo
de quintal”.
 Visão geral da norma da ABNT específica de inspeção de materiais.
Nível de qualidade aceitável.
 Conceitos de atributos, lote, amostragem e amostra; como escolher
uma amostra; classificação dos defeitos; tipos de inspeção; inspeção 100%
e inspeção por amostragem; sistemas de inspeção; planos de inspeção;
plano de amostragem simples para materiais recebidos no almoxarifado.
 Quando aceitar ou rejeitar lotes de materiais adquiridos.

A segunda parte do programa, trata, especificamente, da elaboração dos PDM e


tem por objetivo divulgar alguns conhecimento básicos indispensáveis para quem
trabalha em catalogação de materiais e as suas conseqüências nas compras e no
recebimento. Nessa parte, os participantes são muito estimulados a continuarem o
aprofundamento nos estudos sobre a área de especificações de materiais,
compreendendo sua vastidão e necessidade de atualização permanente.
Apesar do conteúdo está estruturado conforme abaixo, em realidade, o instrutor
apresenta aos participantes uma lista de assuntos que são básicos para quem
trabalha com materiais, ocasião em que eles selecionam, em sala de aula, os temas
que consideram ser mais relevantes:

- Descrições de materiais e PDM

 As conseqüências das especificações ruins para compras, almoxarifado,


unidades usuárias, procuradorias, auditorias e demais áreas.
 Regras de padronização: estrangeirismos e glossário de termos;
padronização de nomes básicos, modificadores e de unidades de
fornecimento.
 O PDM como ferramenta de controle no direcionamento de marcas.
Saneamento de duplicidades em catálogos de materiais.
 Conhecimentos básicos sobre:
• Sistemas de cores; padrões mais utilizados;
• Tipos e aplicações de madeiras naturais; madeiras industriais;
• Materiais de transformação metálicos: aços, latão, alumínio, bronze,
cobre, barra, chapa, perfis;
• Principais tipos de extremidades de tubos e conexões;
• Principais tipos de roscas e schedule.

 Elaboração de Padrões de Descrição (PDM) para os principais


itens abaixo, com exercícios práticos em sala de aula:

a) Móveis: armários, balcões, mesas, cadeiras, estantes, sofás;


b) Ferragens: parafusos, porcas, arruelas e pregos;
c) Tubulação: tubos e conexões; flanges, tês, curvas, joelhos, luvas,
reduções, buchas, tampões. Válvulas, partes de válvulas;
d) Materiais elétricos: fusíveis; cabos e fios elétricos; eletrodutos,
conexões e caixas de passagem. Lâmpadas e tipos de bases;
e) Elementos de máquinas: engrenagens, correias, polias e correntes.
Rolamentos e mancais. Acoplamentos. Elementos de vedação: juntas,
anéis, gaxetas e retentores;
f) Materiais administrativos: papéis, propriedades gerais, como calcular a
gramatura de papéis.

Além do conhecimento técnico que se deseja que os participantes obtenham, o


treinamento, também, enfatiza bastante a necessidade de planejamento e de
monitoramento das ações operacionais. Juntamente com o foco em gestão dos
processos e em melhorias contínuas, enfatiza, ainda, que os servidores, ao longo da
execução e após a finalização do Projeto, precisam:

 Continuar investindo nas suas competências pessoais e no conhecimento


técnico;
 Executar atividades que agreguem valor aos serviços e eliminar aquelas,
que não sendo exigências legais, apenas aumentam custos e provocam
retrabalhos;
 Orientar-se para processos, pessoas e resultados;
 Desenvolver o espírito de inovação e de melhoria contínua.

4.2 PADRONIZAÇÃO DE NOMES BÁSICOS E MODIFICADORES

Sendo o nome básico a primeira definição na descrição de um item, a sua falta


de padronização é a porta de entrada para todos os erros que podem ocorrer no
processo de catalogação. Ele não pode ser genérico e deve identificar, de imediato,
a que material se refere.
Dentro dessa concepção, por exemplo, o termo “veículo”, por ser genérico, não
seria o nome básico correto a ser utilizado, sendo “caminhão” o nome básico mais
adequado, caso se tratasse desse tipo de veículo. No exemplo dado, “carreta”, “baú”
e “tanque” seriam nomes modificadores apropriados para identificar a que tipo de
caminhão estamos nos referindo.
Padronizar nomes básicos e seus modificadores é uma tarefa muito delicada
para o sucesso do Projeto e ela deve ser exercida com muito cuidado, sempre
levando em consideração o entendimento por parte dos compradores, dos usuários
e do mercado fornecedor.
O Projeto PDM do Estado tem como meta padronizar 4.784 nomes básicos
existentes no cadastro (base janeiro de 2010). Para se ter uma idéia do que isso
representa, se considerarmos que 10% desse total estiverem fora de padrão, cerca
de 500 nomenclaturas deverão estar erradas ou em duplicidade. Dependendo do
número de itens arrolados a cada nome básico mais seu modificador
correspondente, a quantidade de itens com descrição fora de padrão, apenas
considerando essas duas nomenclaturas, poderá chegar a centenas.

4.3 PADRONIZAÇÃO DAS UNIDADES DE MEDIDA

Em geral, os sistemas de administração de materiais permitem que cada item


tenha apenas uma unidade de medida. Isso nem sempre é desejável, visto que, em
algumas situações, a administração tem dificuldades de compatibilizar a unidade de
medida, normalmente, utilizada no mercado com a unidade interna da organização.
Para sanar tal dificuldade, alguns sistemas permitem o cadastramento de mais de
uma unidade para cada item. Quando isso acontece, os sistemas possuem uma
função de conversão de uma unidade em outra com o cálculo adequado para ajustar
as quantidades.
Tal facilidade, entretanto, não está disponível no atual sistema de materiais do
Estado, razão pela qual na execução do Projeto PDM está previsto a análise
cuidadosa sobre que unidades de medida deverão ser utilizadas, a fim de
compatibilizar a realidade do mercado com as embalagens comumente oferecidas,
as necessidades de compras para ressuprimento de estoques e as necessidades
dos almoxarifados do Estado no que se refere à distribuição interna para os
usuários.
Entretanto, claro está que serão eliminadas diversas unidades hoje utilizadas,
não somente por não se configurarem como unidades, mas também por gerarem
problemas operacionais para os almoxarifados. Dentre estas, citam-se caixa, fardo,
pacote, rolo, tubo, etc., que deverão ser revistas e substituídas pelas unidades legais
de medida do Sistema Internacional de Unidades (SI), seus múltiplos e submúltiplos,
adotado pelo Brasil em 1962 e ratificado pela Resolução nº 12 de 1988 do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro , tornando-
se de uso obrigatório em todo o território Nacional.

4.4 CODIFICAÇÃO DOS ITENS DE MATERIAIS

Existem, basicamente, três sistemas de codificação de materiais: o sistema


alfabético, o sistema alfanumérico e o sistema decimal. No sistema alfabético, o
material é codificado com as letras do alfabeto, estando esse sistema em desuso
pelas limitações em termos de quantidade de itens. O sistema alfanumérico combina
letras com algarismos e permite a codificação de uma quantidade maior de itens. O
sistema decimal é o mais utilizado e, normalmente, os códigos atribuídos aos itens
são do tipo estruturado em grupos, classes ou famílias, um número seqüencial e,
muitas vezes, acrescidos de um dígito verificador ou de controle. Alguns ainda
acrescentam a essa estrutura outros números para representarem o órgão que
primeiro requisitou no item de material, a classificação contábil – financeira, etc.
Esse é o sistema adotado pelo Federal Supply Classification, amplamente adotado
na administração pública.
Espera-se que como produto dessa etapa, o Projeto ratifique a idéia, já
predominante na equipe que trabalha com o Catálogo do Estado, de que o código
dos itens não deve ser estruturado, isto é, contemplando grupos, famílias, etc., mas
que seja um número seqüencial, puro e simples, para identificar cada item.

4.5 MULTICLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

Na área de administração de materiais, comumente, utiliza-se um único


critério para a classificação, qual seja, o de agrupar itens semelhantes por sua
natureza, função ou aplicação. Alguns sistemas de classificação, ao utilizarem uma
classificação única, normalmente, estruturam suas classes ou famílias de modo
inadequado, resultando em duplicidades de classes ou famílias ou mesmo a
possibilidade de se enquadrar o mesmo item em mais de um agrupamento. Esse
procedimento causa vários problemas análise e consultas e propicia a duplicidade
de itens no catálogo.
A multiclassificação tem por objetivo, adotar tantas classificações quanto
necessárias, cada uma delas contemplando um critério específico.
Trabalhando nessa diretriz, deve-se adotar, durante a execução do Projeto,
quatro critérios independentes para a classificação dos itens, o que não esgota
outras possibilidades futuras, como segue:

I) Classificação dos materiais pela sua natureza;


II) Classificação dos materiais pela sua função;
III) Classificação pelas aplicações dos materiais no Estado;
IV) Classificação pela periculosidade dos materiais.

4.5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS POR NATUREZA OU FUNÇÃO

Há cerca de dez anos, o Estado da Bahia vem adotando como metodologia de


classificação de materiais o Federal Supply Classification, com base na Portaria nº
2050, de 18/05/92, da Secretaria da Administração Federal do então Ministério do
Trabalho e da Administração. Denominada naquela norma como Matriz de
Classificação de Materiais, pretendia-se otimizar os processos de aquisição de bens
e serviços para o setor público, uniformizar procedimentos para se obter uma melhor
gestão das compras governamentais e adotar uma linguagem uniformizada na área
de Administração de Materiais, possibilitando a elevação do grau de confiabilidade
das informações e viabilizando programas de racionalização e controle de estoques.
O Federal Supply Classification (FSC), desenvolvido pelo Departamento de
Defesa dos Estados Unidos, em 1945, possibilitou um sistema de catalogação de
suprimentos para as forças armadas daquele país, mas não voltado para as
empresas ou outras instituições da administração pública. No Brasil, foi adotado pela
Petrobrás, visto não existir outra alternativa, na época. Posteriormente, as empresas
seguiram na mesma linha da Petrobrás. Em seguida, os órgãos públicos federais
incorporaram aquele modelo de classificação.
Ao longo do tempo, porém, o FSC mostrou-se insatisfatório para atingir os
objetivos esperados, gerando, em realidade, vários problemas no gerenciamento
dos catálogos e dificuldades nas consultas, tornando-se incompatível com a
realidade do Estado. A própria Petrobrás, a partir de 1999, adotou um programa de
melhoria das especificações de cerca de 150.000 itens de materiais, abandonando o
FSC e adotando como modelo de classificação a UNSPSC, abaixo citada.
Tomando-se, por exemplo, o cadastramento de um item de material químico
para limpeza, o FSC nos oferece várias opções para a catalogação, em diferentes
grupos e famílias de materiais, como segue:

Família de material Título da catalogação


6810 Produtos químicos (solventes à base de nafta,
etc.)
6840 Pesticidas e desinfetantes (desinfetantes, produtos
de higienização, etc.)
6850 Especialidades químicas diversas (solventes para
limpeza a seco, etc.)
7930 Compostos e preparados para limpeza e polimento
(água sanitária, detergentes, tintas para calçados,
etc.)
8010 Tintas, vernizes e produtos correlatos (diluentes e
removedores para tintas, solventes, tintas para
tecido, etc.)

Observa-se no quadro anterior como o FSC traz três critérios diferentes


de classificação, podendo o item selecionado ser enquadrado em qualquer das cinco
famílias de materiais. As famílias 6810 e 8010 classificam o item pela sua natureza,
isto é, a de ser um produto químico ou um removedor de tinta. As famílias 6840 e
6850 classifica-o segundo a sua função, ou seja, a de poder atuar como um
desinfetante ou um solvente, apesar de ser um produto químico. E, por último, o item
pode ser enquadrado na família 7930 pela sua aplicação, quer dizer, a de ser um
preparado para limpeza, apesar de ser, também, um produto químico ou um
removedor ou um solvente, etc.
Essa forma de classificar os itens cria muitos problemas para a consulta, a
emissão de relatórios e é uma causa potencial para a geração de duplicidade de
itens no catálogo de materiais.
Existem outros modelos de classificação muito citados na literatura que trata
sobre a administração de materiais, quais sejam:

I) Classificação UNSPSC (Universal Standard Products and Services


Classification), classifica os itens dentro de certas ramificações, de acordo
com uma hierarquia de importância baseada na natureza dos materiais.
II) Classificação NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), criada pelo
Ministério das Relações Exteriores e elaborada para facilitar as transações
entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, estabelecendo tarifas comuns,
sendo que no Brasil, está relacionada com a tabela de incidência de IPI.
III) Sistema OTAN de catalogação (SOC), criado com a finalidade de facilitar
o apoio logístico entre as Forças Armadas da Organização do Tratado do
Atlântico Norte, evitar diferentes identificações dos mesmos materiais e
sinalizar que itens são intercambiáveis.
IV) Sistema Militar de Catalogação (SISMICAT), criado para dar suporte às
atividades de catalogação de materiais e de serviços de uso das Forças
Armadas Brasileiras e suas empresas fornecedoras, tendo por principais
objetivos aumentar a eficiência dos sistemas logísticos, minimizar seus custos
e aumentar a capacidade operacional nas operações combinadas.
V) Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que é um
instrumento de classificação, em âmbito nacional, que padroniza os códigos
de atividades econômicas e serve de critério de enquadramento pelos
diversos órgãos da Administração Tributária do país. Na Secretaria da
Receita Federal, o código é informado na Ficha Cadastral de Pessoa Jurídica
(FCPJ) que alimenta o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica/CNPJ. Desse
modo, a CNAE é aplicada a todos os agentes econômicos envolvidos na
produção de bens e de serviços, compreendendo empresas privadas e
públicas, estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados e
pessoas físicas autônomas. A Tabela CNAE tem como estrutura vinte e uma
Seções, subdivididas em Classes e Subclasses, detalhando todas as
atividades econômicas, nas quais os fornecedores são enquadrados, como
segue:

o Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura


o Indústrias extrativas
o Indústrias de transformação
o Eletricidade e gás
o Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação
o Construção
o Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas
o Transporte, armazenagem e correio
o Alojamento e alimentação
o Informação e comunicação
o Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados
o Atividades imobiliárias
o Atividades profissionais, científicas e técnicas
o Atividades administrativas e serviços complementares
o Administração pública, defesa e seguridade social
o Educação
o Saúde humana e serviços sociais
o Artes, cultura, esporte e recreação
o Outras atividades de serviços
o Serviços domésticos
o Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais.

VI) Sistema Ecl@ss, que iniciou como um padrão dentro da indústria alemã de
energia, sendo uma estrutura hierárquica de quatro níveis, agrupando os materiais
de acordo com Segmentos, Grupos Principais, Grupos e Classes de Artigos e que,
em última análise, é uma classificação para a troca de informações entre clientes e
fornecedores.

Após análise das opções existentes, definiu-se que o Projeto deverá criar um
sistema de classificação específico para o Estado da Bahia, que agrupe os
materiais, unicamente, por sua natureza ou função e de modo que um item tenha
apenas uma única possibilidade de ser classificado no sistema. A classificação
deverá atender não somente as necessidades da Secretaria da Administração,
quanto à gestão do Catálogo, mas, também, que venha resolver as dificuldades
enfrentadas pelo órgão que, no sistema informatizado, relaciona as famílias de
materiais com os fornecedores cadastrados no Estado.
Dentro dessa diretriz, a nova tabela de classificação de materiais, dentro do
possível, será gerada em consonância com a classificação CNAE, mais
especificamente em função das Classes de Indústrias Extrativas, Indústrias de
Transformação e de Comércio. Assim, a classificação resultante deverá:
a) facilitar as aquisições mediante o cruzamento de informações do catálogo
com o cadastro de fornecedores;
b) facilitar a análise gerencial e o planejamento dos níveis de estoques dos
almoxarifados e possibilitar estudos mais precisos de redução de estoques;
c) facilitar a identificação dos materiais nas consultas feitas no sistema;
d) a critério de cada almoxarifado, servir de base para a organização das áreas
de estocagem.

Atualmente, com a utilização do FSC, existem 73 Grupos e 537 Famílias de


materiais. Após a execução do Projeto espera-se uma grande simplificação do
sistema de classificação e uma significativa redução do número de grupos e
famílias, conforme quadro abaixo.

FSC Previsão novo sistema Diferença Redução


Grupos 73 20 -53 72,6%
Família 537 210 -327 61,0%
s

4.5.2 CLASSIFICAÇÃO POR APLICAÇÕES E POR PERICULOSIDADE

Em complementação à multiclassificação, o Projeto tem como proposta


classificar os materiais quanto às suas Aplicações e quanto à Periculosidade.
A classificação quanto às Aplicações, terá como objetivo identificar as
destinações de cada item de material, em função de máquinas, equipamentos,
instrumentos, sistemas, instalações, áreas, unidades, projetos, processos e outras
vinculações que se fizerem necessárias, fornecendo condições de se obter
consultas ou relatórios gerenciais.
Para as áreas de gestão dos estoques e de manutenção, por exemplo, o
código de aplicação dos itens, poderá permitir a análise de sobressalentes de
determinado equipamento. Permitirá, também, quando for o caso, excluir itens de
equipamentos desativados pelas unidades ou que não serão mais fabricados e
oferecidos pelo mercado. Ou ainda, poderá indicar quais os materiais
intercambiáveis existentes no catálogo.
Ainda para as áreas de manutenção, os códigos de Aplicações poderão
permitir:
a) O planejamento de manutenções preventivas, aumentando a
produtividade e reduzindo as ocorrências de falta de materiais;
b) A obtenção de relatórios com histórico de consertos;
c) Relatórios de consumos e de custos com o consumo de materiais pelas
diversas aplicações;
d) Relatório de itens disponíveis, cuja máquina, equipamento, área,
instalação, etc., de aplicação será submetido a um serviço contratado ou
não.

A classificação quanto à Periculosidade, terá por objetivo sinalizar que itens de


materiais oferecem riscos às seguranças física, patrimonial e ao meio ambiente.
Para os almoxarifados do Estado, essa classificação terá muita utilidade na
armazenagem, movimentação e manuseio dos materiais perigosos.
O Projeto deverá contemplar a classificação conforme a norma NBR-7502 da
ABNT permitindo à administração identificar onde se localiza, qual o volume de
estoque e como estão sendo gerenciados produtos explosivos, inflamáveis, tóxicos,
infectantes, corrosivos, radioativos, cancerígenos, alérgicos e outros que vierem a
ser de interesse ao longo da execução do Projeto ou após ela.
Futuramente, com base nesse critério de classificação, poderá o Estado elaborar
um manual de alerta e de orientação quanto à estocagem e a proteção individual
dos servidores, não apenas para os almoxarifados, mas, também, para os gestores
do catálogo de materiais e de compras verificarem se existem, no mercado, outras
opções de materiais não perigosos. Também, permitirá análises de adequação de
embalagens ou acondicionamentos que minimizem os riscos.
Devido à importância do setor público na questão dos materiais agressivos ao
meio ambiente e por conta do volume de compras realizado pelo Estado, a
classificação de materiais perigosos conduz o Projeto a sinalizar para a
administração que itens de materiais são passíveis de monitoramento e,
conseqüentemente, de se identificar produtos alternativos centrados na promoção
do consumo e produção sustentáveis e orientar e fiscalizar o descarte dos materiais
utilizados, suas embalagens ou acondicionamentos.
Nesse sentido, espera-se que o Projeto venha incentivar a tomada de ações e
elaboração de procedimentos de compras públicas sustentáveis, provocar
discussões quanto aos hábitos de consumo, etc., levando à preferência
institucionalizada por produtos certificados ou por produtos que causem menor
agressão à natureza. Acredita-se que a simples indicação informativa no catálogo
geral de materiais do Estado possa conduzir os servidores a trabalhar de forma
integrada, com troca de informações técnicas importantes, fazendo estudos de
redução de consumo de produtos não sustentáveis, levando os cidadãos e a
sociedade a verem que o Estado, como um grande consumidor de produtos, está
atuante na questão ambiental.
De um modo geral, uma vez que se identifique no catálogo os materiais
perigosos, a qualquer tempo, poderão ser avaliados por quaisquer órgãos do Estado
os seguintes aspectos:

 Vida útil prolongada de um item e sua resistência a fatores climáticos;


 Menor consumo energético para sua produção, uso e manutenção
(atualmente, antes de um item de material ser cadastrado no sistema, já é
feita uma análise de eficiência energética quanto ao consumo, mediante
convênio com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia);
 Existência de substâncias tóxicas ou que possam causar danos à saúde
humana e ao meio ambiente;
 Possibilidade de reciclagem;
 Atendimento às normas de qualidade.

Atualmente, já existe um movimento importante na Secretaria da Saúde do


Estado, no sentido de identificar e divulgar uma lista de produtos cadastrados no
sistema de materiais que possam ser classificados como Consumo Consciente
(papel reciclado, papel reflorestado, equipamentos com Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia – ENCE, impressoras que imprimem frente e verso, etc.)
com o objetivo de serem consultados por todos os órgãos de Saúde.

4.6 GLOSSÁRIO TÉCNICO PARA OS PDM


À proporção que for padronizada a nomenclatura dos nomes básicos e
modificadores dos materiais e definidos os atributos de cada tipo de item, deve-se
inserir em uma tabela de glossário os termos técnicos utilizados, inclusive os de
língua estrangeira em uso comum no mercado, quando for o caso.
Essas informações técnicas serão, extremamente, úteis e estarão disponíveis
para todos os usuários que tiverem acesso às descrições dos materiais.

4.7 ESTRUTURAÇÃO DOS PDM

Os PDM deverão ser estruturados com as


características técnicas dos materiais,
identificando as obrigatórias e as
complementares optativas.
Em relação ao processo licitatório, as
características obrigatórias deverão ser aquelas
indispensáveis para a identificação dos itens,
necessárias para descrever precisamente os
itens de forma precisa, suficiente e clara, sem
especificações excessivas, irrelevantes e
desnecessárias que possam limitar ou frustrar a
competição ou a realização do contrato.
Na prática, as requisições de compras e as
autorizações de fornecimento a serem entregues
aos fornecedores serão emitidas com a
descrição completa, isto é, a obrigatória e a
complementar.
Concomitantemente, do ponto de vista dos
almoxarifados, as características obrigatórias
deverão, em princípio, ser aquelas passíveis de
conferência e inspeção, sem o que não é
possível emitir parecer circunstanciado sobre o
recebimento, nem identificar, corretamente, falhas ou incorreções. Sendo
indispensável o cadastramento de atributo que não seja passível de conferência ou
inspeção nos almoxarifados, os PDM deverão fazer constar como obrigatória a
apresentação de certificados ou laudos, ou ainda, a realização de ensaios, testes ou
outras provas exigidas por normas técnicas, para a boa execução do objeto do
contrato. No caso da legislação do Estado da Bahia, tais exigências feitas pela
administração correm por conta dos contratados.
Em síntese, os PDM deverão ser, assim estruturados:

 Nome básico padrão


 Nomes modificadores padrão (para seleção daquele desejado pelo usuário)
 Descrição técnica obrigatória (com os atributos obrigatórios)
 Descrição técnica complementar (não obrigatória)
 Unidade de medida padrão
 Código do item de material
 Multiclassificação: Classe/família do material por natureza ou função
Classes de aplicações do material
Classe de periculosidade do material
 Indicações para o transporte, estocagem, preservação e manuseio do
material
 Instruções para o recebimento, conferência e inspeção do material

4.8 CADASTRAMENTO DOS ITENS DE MATERIAIS

Uma vez criado o PDM para cada tipo de material, torna-se possível cadastrar
os itens relacionados com a nova formatação. Nesse sentido, deve-se definir com a
área de sistemas qual a melhor estratégia de cadastramento, se criar,
imediatamente, novos itens no catálogo ou gerar uma massa de dados a ser tratada
de uma só vez.

4.9 ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE NORMAS DE CATALOGAÇÃO

As novas normas deverão revisar as existentes e definir novos conceitos,


políticas e procedimentos relacionados com a manutenção do cadastro de materiais
no Estado. Elas deverão nivelar o conhecimento entre os servidores envolvidos nos
processos, demonstrar os aspectos relevantes da catalogação, alertar para a
identificação de duplicidades de itens, para o saneamento dos estoques e para os
processo de controle.
Também, deverão estabelecer procedimentos para revisões periódicas e
atualização do catálogo, considerando que as mudanças tecnológicas são cada vez
mais rápidas, tornando obrigatório que as atividades sejam realizadas de modo
contínuo.

5. CONCLUSÕES

Todas as análises realizadas para a elaboração do Projeto PDM, levaram à


conclusão de que nenhuma instituição pública pode fazer gestão de materiais ou
pretender introduzir melhorias ou inovações sem padronizar e estruturar o seu
catálogo de modo a atender às necessidades de todas as partes interessadas.
Caso um sistema de catálogo não seja contemplado com as diversas
informações a serem geradas pelo Projeto, não haverá possibilidade de criar
indicadores para efeito de se comparar com os resultados esperados.
Nesse caso, somente após a execução do Projeto será possível, de forma
abrangente, avaliar os seguintes resultados:

a) Todo o pessoal do Estado envolvido com a composição das descrições de


materiais, devidamente treinado na elaboração dos PDM e no conhecimento
básico das técnicas de inspeção de materiais;
b) Todos os nomes básicos dos materiais padronizados e, como subproduto,
uma tabela de nomes padronizados e sinônimos ou os nomes
correspondentes mais utilizados no mercado e pelas pessoas que lidam com
materiais no dia-a-dia;
c) Todos os nomes modificadores dos materiais padronizados e, como
subproduto, uma tabela de nomes padronizados e sinônimos ou nomes
correspondentes mais utilizados no mercado e pelas pessoas que lidam com
materiais no dia-a-dia;
d) Uma tabela de unidades de medidas padronizadas, priorizando as unidades
do Sistema Internacional de Unidades (SI), seus múltiplos e submúltiplos;
e) Um glossário dos termos técnicos utilizados nas especificações dos materiais
catalogados, disponível para consulta;
f) Um novo sistema de classificação dos materiais, por sua natureza ou função,
em substituição ao Federal Supply Classification ou outro sistema de
classificação inadequado;
g) Um sistema de multiclassificação dos materiais para propiciar informações
gerenciais para as suas aplicações nas unidades usuárias, para os critérios
de armazenamento nos almoxarifados, para a periculosidade no manuseio ou
movimentação, para o seu monitoramento voltado para a identificação de
produtos alternativos centrados na promoção do consumo e produção
sustentáveis e para o descarte dos materiais utilizados e suas embalagens ou
acondicionamentos;
h) Uma coletânea de PDM elaborados para cada conjunto de nome básico mais
nome modificador;
i) Itens, efetivamente, catalogados conforme seus respectivos PDM;
j) Participação do Catálogo na redução do tempo de processamento das
compras;
k) Redução de compras erradas e de devoluções aos fornecedores;
l) Redução de multiplicidade de itens no catálogo;
m) Facilidade na composição de itens para as unidades gestoras;
n) Melhoria da qualidade das consultas e dos relatórios;
o) Melhoria da qualidade da comunicação entre todas as partes interessadas.

REFERÊNCIAS

BAHIA. Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia.


Conceituações e Base Teórica da Metodologia de Gerenciamento de
Projetos.Salvador, 2ª versão.PRODEB, 2004.
_______. Companhia de Processamento de Dados do Estado da Bahia.

NOGUEIRA, Elton; GOMES, Aristides. Suprimento - Métodos & Técnicas-


Classificação de Materiais. 1 ed. Salvador: Estrutural, 1985.

DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de Materiais: Princípios, Conceitos e


Gestão. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

GONÇALVES, Paulo Sérgio. Administração de Materiais.2 ed. São Paulo: Campus,


2007.

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