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ESTUDO BÍBLICO:
ALTERNATIVAS CRIATIVAS PARA FALAR DA VERDADE QUE
LIBERTA
Obrigado Deus
Faz muito tempo que me pedem para escrever sobre este assunto. E eu sempre quis faze-
lo, que havia já muita coisa em meu coração, resultado da caminhada na ABU e na Igreja,
de leituras e experiências que andei fazendo... Que bom que estou tendo este tempo e esta
oportunidade de partilhar o que o Pai me deu de tão bom grado... Graças a Ele.
Introdução
Quando a gente fala em estudo bíblico, muita gente torce logo a cara: uns porque não
gostam da Bíblia mesmo, sentem-se ameaçados e inseguros, ainda não se sentem à
vontade, ainda não se acostumaram com as coisas de Deus, falta-lhes intimidade, não
conseguem desnudar-se diante do Pai; outros porque associam a experiência do estudo
bíblico a uma exposição monótona e incômoda, que trata de questões completamente
estranhas às suas experiências quotidianas e às suas necessidades humanas e espirituais.
A proposta que eu vou apresentar aqui é uma discussão de formas “alternativas” de fazer
estudos bíblicos como estratégia para devolver o interesse pela Bíblia ao segundo grupo
(quanto ao primeiro grupo, a questão é mais profunda...).
A forma como levamos a Palavra de Deus às pessoas é muito importante (embora não
seja a mais importante) e pode contribuir para que alguém se disponha a ouvir um pouco
mais ou para que se aborreça e não queira mais ouvir falar no assunto. Uma mensagem tão
maravilhosa como o Evangelho merece ser compartilhada de maneira viva, inteligente e
criativa, como são as pessoas que estudam a Bíblia. O problema é que às vezes a gente se
esquece deste detalhe. Alguns elementos me parecem úteis para ativar a memória da gente
na hora de partilhar da Verdade que liberta com outras pessoas. Minha sugestão é que a
gente os discuta conceitualmente a princípio, para depois aplicá-los de alguma maneira em
exemplos.
1. Criatividade
Deus criou o homem cheio de criatividade e inteligência. Tenho certeza de que Ele fez
isso de propósito, tanto que um dos primeiros “trabalhos” dados ao homem por Deus foi dar
nome aos animais – o que exige, ninguém duvida, uma certa criatividade, não? Ele também
criou a gente inteligente, capaz de dar continuidade ao Seu projeto criador, Ele concedeu à
humanidade o honroso privilégio de ser co-participante da criação! E a gente joga tudo isso
fora não poucas vezes! Seja quando usa a capacidade de criar para fazer o mal, seja
quando simplesmente se nega a usar essa capacidade.
Isto também me parece ser verdade quando se trata de estudo bíblico e a gente pensa
que é heresia, pecado ou sacrilégio usar as habilidades naturais dadas pelo Eterno. Pois eu
digo que é essencial usar a criatividade no estudo da bíblia. Não tenha medo de fazer
isto. Crie, recrie, recreie. Criar é atividade que dá vida ao homem porque resgata/relembra
nele a semelhança como o Criador de todas as coisas. Daí que atividades criativas
geralmente são atividades recreativas também, onde a gente pode rir e divertir-se – parece
que é justamente neste momento que a gente teme, pois a cultura religiosa farisaica diz que
o Deus é sério, zangado e sisudo: as coisas que Lhe dizem respeito devem sê-lo de igual
modo, nada de diversão... Mentira cultural. Se o Eterno deu talentos para a gente, não foi
para ficarem enterrados. Mas como é que a gente desenvolve a criatividade?
vinda do coração do Eterno para conhecer os limites. A gente não pode temer, pois Cristo
não temeu em ser criativo e libertador diante dos fariseus; mas a gente também não pode
menosprezar aquele que está ao lado da gente no Reino só porque ele tem outra
perspectiva de criatividade.
Um outro cuidado que a gente precisa ter nesta fase é com a confiança. Quando as coisas
funcionam direitinho a gente tende a pôr demasiada confiança na forma e no modelo como
elas foram feitas. Se tudo correr bem, é por causa do Deus que criou tudo, só por causa
dEle, pois se a gente usou de criatividade, essa foi uma habilidade dada por Ele. Glórias
sejam, pois, a Ele. Sempre a Ele. Amém.
Esta deve ser a principal motivação do nosso trabalho, deve permeá-lo por inteiro. Parece
estranho falar disso num texto sobre criatividade, mas a gente não pode esquecer que o
contexto é de compartilhamento da Boa Nova do Senhor, uma Boa Nova de amor. É
inadmissível, portanto, partilhá-la fora de uma relação de amor profundo para com aqueles
com quem se partilha. Criatividade sem amor é mecânica oca, infértil; é técnica seca, vazia
e impessoal. A criatividade de Deus é expressão do seu amor, porquanto expressão de seu
próprio ser (Deus é amor); a criatividade de Cristo no anúncio do Evangelho se dá dentro da
relação pessoal de amor que Ele tem com cada um – e é assim também que a gente é
transformado, regenerado, recriado pelo Pai: num ato de amor. Se você não sente amor
pelas pessoas com quem pretende compartilhar a Verdade, está na hora de repensar sua
prática evangelística.
Se a criatividade sem amor é mecânica oca, sem oração e direção de Deus ela não é
nada. É impossível compartilhar da Boa Nova, sem intimidade com seu autor e consumador.
Quando a gente compartilhar os exemplos práticos, vocês vão ver que, a princípio, qualquer
pessoa pode tomar de um texto bíblico e fazer um estudo nos moldes aqui propostos.
Parece que esta é uma tentação que a gente enfrenta a todo o momento: achar que a
técnica pela técnica torna a gente independente de Deus para compartilhar a Bíblia com
outras pessoas; a gente esquece que o Eterno é o autor da Bíblia. É fundamental separar
tempo para orar e preparar os estudos – muito mais tempo para orar que para preparar, eu
diria –, é preciso rogar a misericórdia do Pai sobre a vida da gente e daqueles com que a
gente vai estar compartilhando a Palavra. Pessoalmente, já tive várias experiências em que
o estudo estava tão tecnicamente bem feito, eu estava tão entusiasmado pelo texto, pelas
pessoas, pelo trabalho que iria ser feito, que esqueci do “Patrão”, do Dono da tarefa,
dAquele para quem ela é feita. Dito e feito: foi uma experiência frustrante para mim, eu me
senti péssimo, não houve edificação...
4. Exemplos práticos.
Agora a gente vai discutir um pouco alguns exemplos práticos da aplicação do que
discutimos acima.
Neste modelo a gente transforma o texto bíblico num drama, enche de vida e sentimentos
o fato narrado na Bíblia. O objetivo é trazer o texto para dentro da vida das pessoas,
trazendo as pessoas para dentro do texto através da identificação com os
personagens, seus problemas e seus sentimentos. O que a gente faz é oferecer às
Pernambuco, fevereiro de 2001.
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pessoas a oportunidade de viver o texto bíblico para descobrir que aquilo não é faz-de-
conta, mas que é o que eles vivem no quotidiano. As pessoas vão descobrir que a Bíblia é a
biografia delas, o diário do relacionamento delas consigo mesmas, com Deus e com o
próximo.
É um modelo preferencialmente recomendado para textos narrativos, o que não impede
que sejam usados às vezes também para textos poéticos. O primeiro passo é identificar no
texto a trama, os personagens e as ações desenvolvidas por eles, o que não é difícil
particularmente nos textos do evangelho, onde geralmente a estrutura é:
• Situação inicial/problema
• Intervenção de Cristo/Solução
• Situação final/resultados da ação de Cristo.
Nas demais narrativas bíblicas a estrutura não é muito diferente, sempre haverá uma
situação inicial, um problema, a ação de Deus ou decisão humana e uma situação final. Este
passo pressupõe que a leitura e compreensão do texto tenham sido efetuadas com êxito,
não restando questões quanto à estrutura do texto, vocabulário, contexto imediato e geral
em que ele está inserido etc.
O segundo passo é identificar os sentimentos, as motivações, o contexto emocional que
cerca a trama. Neste momento, a ajuda de leituras sobre o contexto sócio-cultural em que a
história aconteceu é muito importante, a gente precisa cercar-se de todas as informações
possíveis para subsidiar nosso desenho do drama. Vai haver muitas lacunas de informação,
e é exatamente aí que a gente entra com a nossa imaginação e criatividade, supondo,
sugerindo, inferindo, deduzindo, ou simplesmente “brincando” de faz-de-conta.
O terceiro passo é montar uma tabela com todos os dados obtidos sobre os personagens
e as ações, extraindo daí um perfil de cada personagem e as lições a serem aprendidas
(aplicação). A partir daí é que a gente monta o roteiro de trabalho.
O quarto passo é montar o roteiro de trabalho. Aqui a gente tem que decidir como vai ser
aplicado o estudo. Há várias maneiras de se usar o drama em grupo: pode-se encenar o
texto; pode-se fazer uma entrevista em que cada pessoa do grupo (pode-se fazer em duplas
também) vai representar determinado personagem e responder a perguntas como se fosse
tal personagem; pode-se solicitar ao grupo que elabore perguntas para algum personagem
escolhido (aí a gente tem que estar preparado para responder...)
Tomemos como exemplo o texto de João 8.1-11, o famoso caso da mulher adúltera.
Comecemos:
1 – PERSONAGENS:
2 – ENREDO:
3 – CONTEXTO
Vários textos da Bíblia, por sua característica simbólica e dramática, se prestam a uma
adaptação para representação com, pelo ou para o grupo de estudo, sempre com o objetivo
de trazer as pessoas para dentro do drama proposto pela Palavra. Às vezes a
representação não se resume ao texto verbal, mas inclui elementos simbólicos cênicos que
a Bíblia propõe. Lembra-me, por exemplo, o texto de João 13.1-17, em que há o relato de
Jesus lavando os pés dos discípulos. Para esta passagem, teríamos a seguinte atividade,
aplicável a pequenos grupos (até 8 ou 10 pessoas):
a) O impacto inicial está em você trazer para a reunião de estudo bíblico uma vasilha
com água e uma toalha (dobre-a bem, para gerar suspense).
b) Após cumprimentar todos e iniciar a reunião, peça para que todos tirem os sapatos –
tente não relacionar isto, de imediato, com o fato de você ter trazido a vasilha com água e
a toalha, proponha tirar os sapatos como um ato de relaxamento (como de fato é), mas
não force nem discrimine ninguém que não o queira fazer.
c) Peça para que todos se sentem (o ideal é que estejam numa sala com cadeiras) e se
ponham em silêncio, prestando atenção no que você vai fazer.
d) Solenemente desdobre a toalha, prenda-a na cintura, tome da vasilha com água e vá
lavando os pés das pessoas e enxugando-os com a toalha.
e) Após o “ritual”, pergunte o como eles se sentiram, converse um pouco sobre o que
eles acham que significa o ato etc (elabore perguntas que façam as pessoas refletirem
sobre o que foi representado de forma a deixá-las interessadas e preparadas para a
leitura do texto bíblico.
f) Proceda a leitura do texto de Jo 13.1-17. Escolha uma tradução da bíblia de fácil
entendimento, cuja leitura possa ser fluente e bem compreendida. Daí em diante, poder-
se-ia seguir o estudo como um EBI, mas podemos fazê-lo de maneira diferente:
g) Proponha uma brincadeira de faz-de-conta com o grupo: eles vão fazer de conta que
encontraram uma máquina do tempo e de dentro saiu Pedro, com quem eles agora têm a
oportunidade de conversar sobre o episódio;
h) Interprete Pedro, apresente-se, cumprimente as pessoas do grupo como alguém que
acabou de chegar, comece a contar um pouco do episódio em primeira pessoa. Ponha em
evidência: como Pedro se via perante Cristo e os discípulos, o que estava por trás de sua
atitude extremista de “ou tudo, ou nada”. Discuta como grupo temas como: liderança,
poder, serviço, comunhão (ou união), humildade, baixa estima, orgulho, compromisso.
i) Como estudo evangelístico, enfatize e procure fazer as pessoas refletirem sobre
como elas têm reagido à atitude de Cristo de querer lavar-lhes os pés, ou seja, fazer-lhes
participantes de seu círculo de intimidade. Elas têm rejeitado, por quê? Acham-se
indignas? Têm pecados demais? Não querem ser iguais [aos outros cristãos] como Pedro
não queria ser? Não se acham merecedores de tamanha honra? Acham que precisam
mudar antes, que Deus não os aceitaria assim?
j) Como estudo devocional para Cristãos, enfatize o serviço e o compromisso. Fale
sobre a proposta e o modelo de Reino que Jesus Cristo representou neste episódio do
Evangelho, um modelo em que as pessoas são importantes e se integram ao Corpo à
medida em que servem.
4.4 Jogo
Antes de qualquer coisa, é bom definir a palavra jogo, que aqui não se trata de jogo de
azar, mas de brincadeira – sobretudo brincadeira de criança – em que as pessoas se
divertem e ao mesmo tempo aprendem e assimilam valores – é por isso que brincamos
tanto quando crianças. Jogos representam a realidade concreta e quotidiana e, geralmente,
reagimos no jogo como reagiríamos em situações reais. Baseado nisso podemos apreender
muito.
Não nos vamos (nem podemos) aprofundar muito no tema, inclusive nossa proposta de
uso aqui é um tanto quanto inocente – como as crianças fazem – pois há riscos numa
abordagem que queira ir além sem o necessário suporte técnico. Para os interessados, há
bons títulos na área de psicodrama que podem ajudar bastante.
Segue abaixo um exemplo com o jogo “Boca de Forno” usado como aquecimento/pretexto
para a leitura/estudo da Bíblia (nós o aplicamos em uma classe de terceira idade, foi uma
experiência extraordinária!)
Nesta conhecida brincadeira, todo o grupo escuta um suposto porta-voz real que transmite
as ordens do Rei. Trava-se o diálogo como jogral, iniciado sempre pelo mandatário do rei,
ao qual respondem os súditos:
Pernambuco, fevereiro de 2001.
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- Boca de forno
- Forno!
- Tirando bolo...
- Bolo
- Abacaxi...
- Xi.
- Maracujá...
- Já.
- Quando eu mandar...
- Vou
- (...)
- Seu Rei mandou dizer que...
E vem a ordem real à quais todos devem obedecer, caso contrário pagarão uma “prenda”
(ou cumprirão uma “pena”?) ou então estão fora do jogo.
Três rodadas são suficientes para revelar medo, rivalidade, submissão, entusiasmo,
apatia, vergonha... Conteúdos bem interessantes... Mas tão difíceis de trabalhar, se o
facilitador da reunião não tiver muita segurança e controle sobre o grupo, que nossa
sugestão é apenas comenta-los de passagem e enfatizar o tema obediência que
certamente merece destaque aqui. A discussão sobre obedecer ou não a ordem do Rei é
uma excelente introdução para um texto como João 15.10-15, num estudo cuja mensagem
central seja a obediência a Cristo como condição sine qua non à pertinência ao Reino de
Deus. Devem ser realçadas as conseqüências da obediência (a amizade com Cristo: “vós
sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando”) e da desobediência contumaz (“O que
não permanece em mim será lançado fora...”), não deixando de relacioná-las com a
brincadeira que intruduziu o estudo.
A música faz parte do quotidiano litúrgico cristão desde sua origem – e geralmente os
cristãos são conhecidos como bons músicos. Quanto ao uso da música (inclusive, e
sobretudo, de músicas de compositores não cristãos) como pretexto para estudos criativos,
já existe uma tradição na ABU e estudos que podem ser consultados, adaptados e utilizados
como referência.
Está na poesia, portanto, minha ênfase aqui. Consideremos que a Bíblia está cheia de
poesia – além dos livros chamados poéticos, há trechos de poesia espalhados por toda a
Bíblia, de Gênesis a Apocalipse. Para aproveitar isto de maneira a divulgar a leitura da
Bíblia na escola/universidade, é bom ter em mente que:
• A maioria das pessoas tem interesse em poesia, sobretudo se bem
declamada/interpretada, num contexto preparado para tal;
• Poucas pessoas conhecem a poesia hebraica – como ela se organiza, quais as suas
características principais etc
Baseado nisto, propomos duas atividades que podem ser realizadas:
• Um recital de poesia Bíblica – composto de salmos, trechos do Cântico dos Cânticos,
Eclasiastes, Lamentações de Jeremias etc. O evento deve ser acompanhado de música
erudita (se possível, ao vivo, um piano ou um grupo de cordas).
• Uma palestra sobre poesia Bíblica, seguido de recital (este é um evento que requer um
cuidado técnico maior, na organização dos temas e na seleção dos convidados, sendo
recomendável para o pessoal da área de Educação, Artes, Letras ou História).
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Ambas as atividades devem ser planejadas e organizadas com muito cuidado nos
detalhes – as pessoas que amam a poesia são exigentes quanto à estética... De preferência
devem ser realizadas com o apoio do Centro ou Diretório Acadêmico além de Professores,
Diretores e/ou Coordenadores de Curso ou Área. É importante envolver o máximo de gente
possível em torno de um projeto cujo centro principal seja – que saibam ou não, quer
queiram ou não – a Palavra de Deus.
4.6 Folclore
A discussão sobre a relação entre folclore e Evangelho estão atreladas à discussão geral
sobre cultura. Neste sentido é há dois conceitos importantes que precisam ser trazidos:
a) Não existe cultura totalmente imaculada, que não tenha sofrido a influência e
a corrupção do pecado;
b) Não existe cultura totalmente corrompida, uma vez que a cultura é uma
construção histórica humana e o homem guarda em si aspectos inerentes à sua condição
de criado à imagem e semelhança de Deus.
Ao abordar manifestações folclóricas populares é fundamental perguntar quais de seus
elementos são nocivos/corrompidos pelo pecado e quais são apenas uma inocente
celebração da vida que pode ser lida ou dirigida para uma celebração do Autor da vida.
O trabalho não é fácil e exigem de nós muito discernimento e unção vinda do Bom Deus.
Há algum tempo fizemos uma adaptação do folguedo “bumba-meu-boi”, muito popular
aqui em Pernambuco, decompondo seus elementos e transformando-o num auto
cristocêntrico que fala das várias tentativas do homem de resgatar a sua vida (salvar-se),
sem sucesso, até encontrar Cristo e sua Boa Nova de salvação.
Dentre as várias versões do folguedo que circulam, a que nos pareceu melhor adaptável
foi aquela em que a história gira em torno do Boi de um grande fazendeiro que foi morto por
um dos empregados da fazenda. Vários personagens entram e saem de cena na tentativa
de trazer o bicho de volta à vida, até que por fim a solução é encontrada. O grande trabalho
(e este nós ainda não conseguimos levar a termo) é após as adaptações, organizar uma
equipe disposta a “brincar” o folguedo adaptado, envolvendo não cristãos numa celebração
contextualizada do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Não é de se esperar que um trabalho como este tenha uma conclusão, não pretendo que
seja concluído, mas que continue a ser escrito, re-escrito, construído historicamente... É um
trabalho coletivo e o que foi aqui posto não passa de propostas a respeito de caminhos a
serem seguidos nesta construção.
Assim, a palavra que mais cabe é “Até logo”, pois muito nos encontraremos no Caminho
em que esta obra está sendo construída.
Que Deus abençoe a todos.