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GOIÂNIA – GOIÁS
Conselho Editorial: Alice de Almeida Freire
Altamir Rodrigues Vieira Júnior
Fabíola Marquez Teixeira
Flávio Cardoso Pereira
João Porto Silvério Júnior
Marcelo Henrique dos Santos
Paulo Henrique Otoni
Reuder Cavalcante Motta
Spiridon Nicofotis Anyfantis
Trimestral
ISSN 1809-5917
CDU 34 (051)
T.G.G. CRB 1842
A responsabilidade dos trabalhos publicados é exclusivamente de seus autores.
ARTIGOS
Emerson Garcia*
Resumo:
O ato de improbidade administrativa, enquanto prática deletéria ao
patrimônio público, pode ensejar a configuração de um dano não
patrimonial de natureza objetiva, que alcançará tanto a pessoa jurídica de
direito público, mediata ou imediatamente lesada, como a própria
coletividade. O objetivo dessas breves linhas é identificar em que
intensidade tais pessoas jurídicas podem ser vítimas de danos dessa
natureza e se é possível pleitear a sua reparação, juntamente com a do
dano moral coletivo, na própria relação processual voltada ao
sancionamento do ímprobo.
*
Membro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Doutorando e
Mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Universidade de Lisboa.
Especialista em Education Law and Policy pela European Association for
Education Law and Policy (Antuérpia – Bélgica) e em Ciências Políticas e
Internacionais pela Universidade de Lisboa. Ex-Consultor Jurídico da
Procuradoria Geral de Justiça (2005-2009). Assessor Jurídico da Associação
Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP). Membro da
International Association of Prosecutors (The Hague – Holanda).
1
POTHIER, A. Oeuvres de Pothier, Traité des Obligations. Tome Premier.
Paris: Chez L’Éditeur, 1821. p. 180-181.
2
Cf. SOURDAT, M. A. Traité Général de la Responsabilité ou de L’Action en
Dommages-Intérêts en Dehors des Contrats. Tome 1, 5. ed. Paris: Marchal et
Billard, 1902. p. 1.
3
Cf. SAVIGNY, M. F. C. de. Traité de Droit Romain. Tome Premier. Paris:
Firmin Didot Frères Libraires, 1840. p. 107.
4
Cf. WALINE, M. Droit Administratif. 9. ed. Paris: Éditions Sirey, 1963. p. 826
e ss.; BASSI, F. Lezioni di Diritto Amministrativo. 7. ed. Milano: A. Giuffrè
Editore, 2003. p. 301 e ss.
5
Cf. ALEXY, R. Theorie der Grundrechte. Baden-Baden: Surhkamp Taschenbuch
Verlag, 1994. p. 72; DWORKIN, R. Taking rights seriously. Massachussets:
Harvard University Press, 1999. p. 22 e ss.; ZAGREBELSKY, G. Manuale di
Diritto Costituzionale. Volume Primo - Il Sistema delle Fonti del Diritto. Torino:
Unione Tipográfico-Editrice Torinese, 1987. p. 107; MIRANDA, J. Manual de
Direito Constitucional. Tomo II. Coimbra: Coimbra Editora, 2003. p. 250; e
GARCIA, E. Conflito entre normas constitucionais. Esboço de uma teoria geral.
Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008. p. 177 e ss.
6
Cf. GARCÍA DE ENTERRÍA, E.; FERNÁNDEZ, T.-R. Curso de Derecho
Administrativo. v. I, 2. ed. Madrid: Civitas Edicionaes, 1977. p. 251.
7
Para maior desenvolvimento do tema, vide, de nossa autoria, a primeira parte
da obra, intitulada “Improbidade Administrativa” (2008, p. 99-104), sendo a
segunda parte da lavra de Rogério Pacheco Alves.
13
Lei n. 8.429/1992, art. 17, § 2º.
14
Lei n. 8.429/1992, art. 17, § 3º.
15
CR/1988, art. 5º, XXXVI.
16
Código Civil, art. 942. Em harmonia com o sistema, o TJRS decidiu que
“responde pelos prejuízos causados ao erário, solidariamente, tanto o
servidor, beneficiado pela irregularidade, como o prefeito municipal, na
qualidade de gestor dos gastos públicos, tendo conhecimento do ato ilegal,
causador do dano sujeito à reparação” (3ª CC, AP n. 598331445, rel. Des. Luiz
Ari Azambuja Ramos, j. em 11/3/1999).
17
Cf. ROSADO IGLESIAS, G. La titularidad de derechos fundamentales por
la persona jurídica. Valencia: Tirant lo Blanch, 2004. p. 197.
18
Cf. CORTESE, W. La responsabilità per danno all’immagine della pubblica
amministrazione. Padova: CEDAM, 2004. p. 105 e ss.
19
Nesse sentido: BALAGUER CALLEJÓN, M. L. El derecho fundamental al
honor. Madrid: Editorial Tecnos, 1992. p. 142; e COSSIO, M. de. Derecho al
honor. Técnicas de protección y limites. Valencia: Tirant lo Blanch, 1993. p. 181.
20
Constituição portuguesa de 1976, art. 12, 2: “As pessoas colectivas gozam dos
direitos e estão sujeitas aos deveres compatíveis com a sua natureza”.
21
Grundgesetz alemã de 1949, art. 19, 3: “Os direitos fundamentais, na medida
em que sejam compatíveis com sua natureza, também protegem as pessoas
jurídicas nacionais”.
22
Sentença n. 32/1989, de 13/02/1989. No mesmo sentido: Sentença n.
241/1992, de 21/12/1992.
28
CR/1988, art. 5º, V: “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
CR/1988, art. 5º, X: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação”.
29
“Responsabilidade civil. Dano moral. Pessoa jurídica. A honra objetiva da
pessoa jurídica pode ser ofendida pelo protesto indevido de título cambial,
cabendo indenização pelo dano extrapatrimonial daí decorrente. Recurso
conhecido, pela divergência, mas improvido” (STJ, 4ª Turma, REsp. n. 60.033-
2-MG, rel. Min. Ruy Rosado, j. em 9/8/1995, RJSTJ 85/269). “Protesto
indevido. Danos morais. Pessoa jurídica. Responde o banco pelos prejuízos
decorrentes do protesto indevido de título já pago. Pacificou-se o entendimento
desta Corte no sentido de que as pessoas jurídicas podem sofrer danos morais”
(STJ, 3ª Turma, REsp. n. 251.078-RJ, rel. Min. Eduardo Ribeiro, j. em
18/5/2000, DJ de 14/8/2000). No mesmo sentido: 4ª Turma, REsp. n. 112.236-
RJ, rel. Min. Ruy Rosado, j. em 28/4/1997, RJSTJ 102/370, e 3ª Turma, REsp. n.
58.660-7-MG, rel. Min Waldemar Zveiter, j. em 3/6/1997, RSTJ 103/175.
30
Súmula n. 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
31
2ª T., AGREG n. 244.072/SP, rel. Min. Néri da Silveira, j. em 02/04/2002, DJ
de 17/05/2002.
32
O art. 219 do Código Penal Militar pune a conduta do militar que venha a
propalar fatos que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar
o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem do público.
33
KIRCHHOF, P. Der Staat als Garant und Gegner der Freiheit – Von Privileg und
Überfluss zu einer Kultur des Masses. München: Ferdinand Schöningh, 2004.
34
Cf. ROSADO IGLESIAS, op. cit., p. 251-253.
35
Sentença n. 91/1995, de 19/06/1995.
36
MIRANDA, J.; MEDEIROS, R. Constituição Portuguesa anotada. Tomo I.
Coimbra: Coimbra Editora, 2005. p. 114.
37
Sentença n. 19/1983, de 14/03/1983.
38
Constituição espanhola de 1978, art. 20: “1. Se reconocen y protegen los
derechos: a) A expresar y difundir libremente los pensamientos, ideas y
opiniones mediante la palabra, el escrito o cualquier otro medio de
reproducción. b) A la producción y creación literaria, artística, científica y
técnica. c) A la libertad de cátedra. d) A comunicar o recibir libremente
información veraz por cualquier medio de difusión. La ley regulará el derecho
a la cláusula de conciencia y al secreto profesional en el ejercicio de estas
libertades. 2. El ejercicio de estos derechos no puede restringirse mediante
ningún tipo de censura previa. 3. La ley regulará la organización y el control
parlamentario de los medios de comunicación social dependientes del Estado
o de cualquier ente público y garantizará el acceso a dichos medios de los
grupos sociales y políticos significativos, respetando el pluralismo de la
sociedad y de las diversas lenguas de España. 4. Estas libertades tienen su
límite en el respeto a los derechos reconocidos en este Título, en los preceptos
de las leyes que lo desarrollen y, especialmente, en el derecho al honor, a la
intimidad, a la propia imagen y a la protección de la juventud y de la infancia.
5. Sólo podrá acordarse el secuestro de publicaciones, grabaciones y otros
medios de información en virtud de resolución judicial”.
39
Também admitindo a reparação do dano moral: FAZZIO JÚNIOR, W.
Improbidade administrativa e crimes de Prefeitos. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2001. p. 304; MATTOS NETO, A. J. de. Responsabilidade civil por
improbidade administrativa. Revista dos Tribunais n. 752/40, jun. 1998;
TOURINHO, R. A. R. A. “O Estado como sujeito passivo de danos morais
decorrentes de ato de improbidade administrativa”. Revista Fórum
Administrativo, p. 39, jan. 2002; ______. Discricionariedade administrativa,
ação de improbidade & controle principiológico. Curitiba: Editora Juruá,
2004. p. 210-211; e GOMES, J. J. Apontamentos sobre a improbidade
administrativa. In: ______. Improbidade administrativa. 10 anos da Lei n.
8.429/92. Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2002. p. 264-265.
40
Juarez Freitas entende que a multa cominada no art. 12 da Lei n. 8.429/1992
tem a função de reparar o dano moral (FREITAS, J. Do princípio da
probidade administrativa e de sua máxima efetivação. Revista de Informação
Legislativa, n. 129/55). Em nosso entender, inexiste similitude entre a multa
civil e o dano moral. Aquela tem natureza punitiva, sendo estabelecida com
observância dos valores relativos estabelecidos na Lei n. 8.429/1992. O dano
moral, por sua vez, tem natureza indenizatória, sendo mensurado de acordo
com a dimensão da mácula causada.
41
Lei n. 8.429/1992, art. 18.
44
Esse direito é decorrência lógica das regras e dos princípios instituídos pelo
art. 37 da CR/1988 e da própria disciplina dispensada à ação popular pelo art.
5º, LXXIII, da CR/1988.
Epílogo
Referências
KIRCHHOF, P. Der Staat als Garant und Gegner der Freiheit – Von
Privileg und Überfluss zu einer Kultur des Masses. München: Ferdinand
Schöningh, 2004.
Resumo:
O presente texto busca apresentar as relações que se firmam entre o
direito e a educação, com a consequente intervenção do Poder Judiciário,
do Ministério Público e do Conselho Tutelar no cotidiano escolar, e os
reflexos que apresenta essa relação.
Introdução
*
Professor Titular da UFMG (aposentado); Professor Adjunto da PUC Minas.
**
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo. Mestre em
educação pela UNESP. Autor do livro O Estatuto da Criança e do Adolescente
e o Professor: reflexos na sua formação e atuação. (Cortez, 2008).
1
FERREIRA, L. A. M. O Estatuto da Criança e do Adolescente e o professor:
reflexos na sua formação e atuação. São Paulo: Cortez, 2008. p. 37.
2
E “se há um direito público subjetivo à educação, o Estado pode e tem de
entregar a prestação educacional” (José Cretella Júnior apud MUNIZ, R. M. F.
O direito à Educação. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. p. 99).
?
gratuidade do ensino oficial em todos os níveis;
?
garantia do direito aos que não se escolarizaram na idade ideal;
?
perspectiva da obrigatoriedade do ensino médio, substituída pela
perspectiva de sua universalização com a EC. 14;
?
atendimento especializado aos portadores de deficiência;
?
atendimento, em creche e pré-escola, às crianças de até cinco anos de
idade (redação de acordo com a Emenda Constitucional n. 53/06);
?
oferta do ensino noturno regular;
?
previsão dos programas suplementares de material didático-escolar;
?
prioridade de atendimento à criança e ao adolescente.
3
OLIVEIRA, R. P. de. A educação na Assembléia Constituinte de 1946. In:
FÁVERO, O. (Org.). A educação nas constituintes brasileiras – 1823-1988. 2.
ed. Campinas: Autores Associados, 2001. p. 41.
4
KONZEN, A. A. O direito a educação escolar. In: BRANCHER, L. N.;
RODRIGUES, M. M.; VIEIRA, A. G. (Orgs.). O direito é aprender. Brasília:
FUNDESCOLA/MEC, 1999. p. 659.
5
CHRISPINO, Á.; CHRISPINO, R. S. P. A Judicialização das relações
escolares e a responsabilidade civil dos educadores. Ensaio: Avaliação e
políticas públicas em educação, Rio de Janeiro, v. 16, n. 58, jan./mar. 2008.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S0104-403620080001
00002&script=sci_arttext&tlng=pt.
7
MUNIZ, R. M. F. O direito à Educação. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. p. 122.
8
E até mesmo a responsabilidade penal, posto que poucas são as informações
que mostram a aplicação do art. 246 do Código Penal, que estabelece o crime
de abandono intelectual, prevendo: Art. 246 – Deixar sem justa causa de
prover à instrução primária de filho em idade escolar – Pena: Detenção de
quinze dias a um mês e multa.
?
Universalização do acesso e da permanência da criança e do
adolescente;
?
Gratuidade e obrigatoriedade do ensino fundamental;
?
Atendimento especializado aos portadores de deficiência;
?
Atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 5 anos de
idade;
?
Oferta de ensino noturno regular e adequado às condições do
adolescente trabalhador;
?
Atendimento no ensino fundamental por meio de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde;
?
Direito de ser respeitado pelos educadores;
?
Direito de contestar os critérios avaliativos, podendo recorrer às
instâncias escolares superiores;
?
Direito de organização e participação em entidades estudantis;
?
Acesso à escola próximo da residência;
?
Ciência dos pais e ou responsáveis do processo pedagógico e
participação na definição da proposta educacional;
?
Pleno desenvolvimento do educando;
?
Preparo para o exercício da cidadania e para o trabalho;
?
Qualidade da educação;
9
MUNIZ, op. cit., p. 211.
10
Podem-se obter mais informações a respeito dessas instituições através dos
sites: www.tj.sp.gov.br, www.mp.sp.gov.br, www.mj.gov.br/defensoria,
www.stj.gov.br.
11
Nos tópicos seguintes são citadas ementas (súmulas - resumos) de decisões
dos Tribunais, bem como de ações promovidas pelo Ministério Público (ação
civil pública ou inquéritos civis) relacionadas à educação.
16
AgRg no Ag 646.240/RS, Rel. Ministro José Delgado, 1ª turma, julgado em
05/05/2005, DJ 13.06.2005, p. 178.
17
Apelação cível n. 149.237-0/9-00 - São Paulo - TJSP - Câmara Especial - voto
n. 3.636.
18
Apelação cível n. 564.314.5/5-00-00 - Comarca de São Paulo. Apelante: Juízo
ex officio. Apelado: Victor Martucelli (menor representado por genitora).
19
Apelação cível n. 279.484-5/7-00. Comarca: Araçatuba. Apelante: Secretário
Municipal da Fazenda de Araçatuba e Outro. Recorrente: Juízo ex-officio.
Apelada: Maria Luiza Domingues Cardoso (menor representada por sua mãe).
20
Apelação n. 752.718.5/4-00 - Comarca: Campinas (Paulinia). Apte: Prefeitura
Municipal de Paulinea. Apdos: Paulo Eduardo Rodrigues da Silva (rep. p/
genitora) e outro.
21
Apelação cível n. 231.136-5/9-00, da Comarca de Ribeirão Preto. Apelante:
Ministério Público. Apelada: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto.
22
Apelação cível n. 244.235-5/0-00, da comarca de Ribeirão Preto. Apelante:
Ministério Público. Apelado: Fazenda Pública Estadual.
23
Apelação cível n. 275.964-5/9-00, da comarca de Ribeirão Preto. Apelante:
Fazenda Pública Estadual. Apelado: Ministério Público.
24
Várias decisões referem-se à pré-escola para crianças até 6 anos de idade. Contudo,
a alteração da Constituição Federal promovida pela Emenda Constitucional n. 53,
de 2006 ao artigo 208, IV, estabeleceu como dever do estado a educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade.
25
Recurso extraordinário 541.281-4 São Paulo- relator: min. Celso de Mello -
recorrente: município de São Paulo - advogado: Luiz Henrique Marquez -
recorrido: Ministério Público do Estado de São Paulo.
26
Apelação Cível 1641620600 - Relator: Eduardo Pereira - Comarca: F.D.
Paulínia/Campinas. Órgão julgador: Câmara Especial - Data do julgamento:
30/06/2008 - Data de registro: 17/07/2008.
27
Apelação com revisão 7356475500 - Relator: Luiz Burza Neto - Comarca: São
José do Rio Preto. Órgão julgador: 12ª Câmara de Direito Público. Data do
julgamento: 25/06/2008 . Data de registro: 14/07/2008.
Problemas disciplinares:
Criação de cursos:
Ação Civil Pública. Criação de vagas em curso
de ensino médio - Princípio da Inafastabilidade da
jurisdição. Ingerência do Judiciário na
Administração Pública inocorrente. Possibilidade/
necessidade para garantia de direito constitucional.
Repercussão orçamentária que não afasta a
imposição constitucional. Obrigação de fazer
regularmente imposta por preceito
constitucional.34
28
Apelação cível 1639550800 - Relator: Viana Santos. Comarca: Campinas.
Órgão julgador: Câmara Especial. Data do julgamento: 23/06/2008. Data de
registro: 04/07/2008.
29
Apelação n. 63.969.0/2-00. Recorrente: Município de Assis. Recorrido:
Promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude de Assis.
30
Apelação cível n. 252 557 5/3-00 - Votuporanga - Apelante Valdonir da Silva -
Apelado Diretor da Escola Estadual Cecília Meireles e Conselho da Escola
Estadual Cecília Meireles.
Cancelamento de matrículas:
31
Apel. n. 148.524-5/0. Comarca: Garça. Apte: Juízo Ex-Officio. Apelado:
Marcus Vinícius Marques Ogeda - menor representado por sua mãe Ana Luiza
César Marques Cavalcante.
32
AC n. 382.260.5/1-00 - Serra Negra - 2a Vara Cível - Voto n. 13.715 - Apte.
Juliano Matrandrea de Barros Silveira (AJ). Apd°. Diretora da Escola Estadual
Jovino Silveira.
33
Apelação cível n. 115.743.5/2-00, da Comarca de Palestina, em que é
recorrente o Juízo. Ex Officio e recorrida Ana Rosa Araújo Gavião Silva.
Licença gestante:
Progressão continuada:
34
Tribunal de Justiça de São Paulo - Apelação Cível n. 335.913.5/3-00. Comarca
de Sumaré. Recorrente: Fazenda Pública do Estado de São Paulo. Apelado:
Ministério Público.
35
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação Cível 427.364-5/2-00.
Comarca de Pacaembu. Apelante: Fazenda do Estado de São Paulo. Apelado:
Ministério Público.
36
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Recurso ex officio n. 60.258-0/6-
00. Fazenda Pública do Estado de São Paulo e Ministério Público.
37
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação n. 465.757-5/4.
Apelante: Fazenda do Estado de São Paulo. Comarca de Araçatuba.
38
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Apelação cível n. 161.501-0/02 –
Presidente Prudente. Apelante: Fazenda do Estado de São Paulo. Apelado:
Ministério Público.
39
Apelação cível n. 1117339-0/2, Santo André, TJSP, Relatora: Des. Lino
Machado.
40
Apelação cível n. 1160767-0/2, Ituverava, TJSP, Relator: Des. João Omar
Marçura.
41
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Recurso n. 1.075.234.0/1. São Paulo.
Ato infracional
42
Apelação cível n. 930565-0/9, São Jose do Rio Preto,TJSP, Relator: Des.
Eduardo Sá Pinto Sandeville.
43
Apelação cível n. 1050329-0/4, São Paulo, Relator: Des. Gomes Varjão.
44
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Comarca de Bebedouro. Recurso
n. 010107.
45
Apelação cível n. 118.878-5 - São Paulo - 2ª Câmara de Direito Público -
Relator: Alves Bevilacqua – 20/06/00 - V.U.
46
Apelação cível n. 76.640-0/1 - São Paulo - Câmara Especial - Relator: Alvaro
Lazzarini – 12/07/01 - U.V.
47
Estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente que se considera criança a
pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18
anos de idade (art. 2º).
Evasão escolar
?
Escola: não atrativa, autoritária, professores despreparados, em
número insuficiente, ausência de motivação, etc.;
Qualidade da educação
?
desenvolvimento pleno da criança e do adolescente;
?
preparo para o exercício da cidadania;
?
qualificação para o trabalho.
48
LA TAILLE, Y. A indisciplina e o sentimento de vergonha. In: AQUINO, J. G.
(Org.). Indisciplina da escola: alternativas teóricas e práticas. 4. ed. São Paulo:
Summus Editorial, 1996. p. 10.
?
Tamanho: considera-se que as escolas não
devem nem ser muito grandes (o que dificulta as
práticas de socialização e aumenta a
indisciplina), mas, ao mesmo tempo, devem ter
um número de alunos que permita à maioria dos
professores lecionar em apenas uma escola;
?
Instalações: assegurando-se salas ambientes
(bibliotecas, laboratórios, etc.), espaços de
alimentação, lazer e de prática desportiva, com
dotação orçamentária para uma manutenção
adequada;
?
Recursos didáticos em qualidade e quantidade,
aqui incluídas as tecnologias de comunicação e
informação, garantidos os recursos para a
manutenção dos equipamentos;
?
Razão alunos/turma que garanta uma relação
mais próxima entre os professores e seus alunos;
?
Remuneração do pessoal: assegurar um piso
salarial nacionalmente unificado, associado ao
grau de formação dos trabalhadores da educação
52
CURY, C. R. J. Qualidade em Educação. Belo Horizonte: [s.n.], 2007. [não
paginado]
53
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB); Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM); Avaliação Nacional do Rendimento Escolar
(ANRESC) e a Avaliação da Educação Básica (ANEB). Em nível
internacional, tem-se o Programa Internacional de Avaliação de Alunos
(PISA).
54
CURY, op. cit.
55
PINTO, J. M. de R. Da vinculação constitucional de recursos para a
educação, passando pelos fundos, ao custo-aluno qualidade. [São Paulo]:
[s.n.], 2006. [não paginado]
56
CABRAL, op. cit., p. 150.
Sistema de educação
57
OLIVEIRA, R. P. de. A educação na Assembléia Constituinte de 1946. In:
FÁVERO, O. (Org.). A educação nas constituintes brasileiras – 1823-1988. 2.
ed. Campinas: Autores Associados, 2001. p. 55.
58
CURY, op. cit.
Sistema de proteção
59
BATISTA, J. B. Formação de educadores: desafios e possibilidades. Revista
Ciências e Letras, Porto Alegre, n. 26, p. 231-241, jul./dez.1999. p. 233.
60
BATISTA, op. cit., p. 237.
61
ALMEIDA, M. I. O sindicato como instância formadora de professores: novas
contribuições ao desenvolvimento profissional. Tese (doutorado em educação) –
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, USP, São Paulo, 1999. p. 12.
62
ALMEIDA, op. cit., p. 11.
63
ESTEVES, op. cit., p. 104.
Considerações finais
64
SCHÖN, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA,
A. (Org.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1997. p. 79.
Referências
Resumo:
O Decreto n. 5015, de 12 de março de 2004, que ratificou a Convenção das
Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional, também chamada
de Convenção de Palermo, sustentou recente determinação do Conselho
Nacional de Justiça que, através da Recomendação n. 3, de 30 de maio de
2006, orienta e recomenda ao Conselho de Justiça Federal, aos Tribunais
Regionais Federais e aos Tribunais de Justiça dos Estados, a criação de varas
especializadas para o combate ao crime organizado, “com apoio na
necessidade de resposta judicial ágil e pronta, em relação às medidas especiais
de investigação aplicáveis no combate ao crime organizado, nos termos da
Lei nº 9.034/95 e da Convenção de Palermo”1. No entanto, as normas que
criam ou ampliam o jus puniendi do Estado Brasileiro, por força do princípio
da reserva legal, se originam na lei formal, fruto do poder que representa a
soberania popular, com autoridade única e exclusiva para limitar o direito à
liberdade. Trata-se de conquista oriunda da evolução que marcou os modelos
de Estado de Direito, desde a vitoriosa derrocada do Estado Absolutista, com
o objetivo de restringir e limitar o poder punitivo do Estado. O atual e
moderno Estado de Direito Constitucional e Transnacional tem como
característica a incorporação, na ordem interna, do direito internacional de
direitos humanos, e justamente pelo conteúdo voltado à preservação da
dignidade da pessoa humana é que os Tratados e Convenções Internacionais
de Direitos Humanos têm aplicação imediata, tão logo ratificados por Decreto
Presidencial. Todavia, num ordenamento jurídico penal garantista, amparado
por uma Constituição Democrática e Cidadã, não se admite o mesmo
tratamento quando o conteúdo do Tratado Internacional é voltado para o
direito penal incriminador, tendo em vista a restrição e a limitação que impõe
*
Promotora de Justiça do Estado de Goiás em Quirinópolis. Professora de
Direito Penal na Faculdade de Direito de Quirinópolis.
1
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Ata da 20ª sessão ordinária, de 30
de maio de 2006. Disponível em: <https:// www.cnj.jus.br/siteantigocnj/
index.php?option=com_content&task=view&id=84&Itemid=158&font
style=f-default)>. Acesso em: 24 abr. 2009.
Introdução
2
JUNIOR, J. N. M. Estado Constitucional de Direito: Breves considerações sobre o
Estado de Direito. 2007. Disponível em: http://www2.uel.br/revistas/direitopub/
pdfs/VOLUME_2/num_3/joao% 20nunes.pdf.
3
GOMES, L. F. Definição de crime organizado e a Convenção de Palermo. p.
18. Disponível em: http://www.lfg.com.br. Acesso em: 06 mai. 2009.
4
ACKERMAN, B. A nova separação dos poderes. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2009. p. VII.
5
FERRAJOLI apud GOMES, op. cit., p. 28.
6
PIOVESAN, F. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional.
São Paulo: Saraiva, 2009. p. 48.
T R ATA D O S I N T E R N A C I O N A I S D E
DIREITOS HUMANOS: AS SUAS RELAÇÕES
COM O DIREITO INTERNO BRASILEIRO E A
QUESTÃO DE SUA POSIÇÃO
HIERÁRQUICA. - A Convenção Americana sobre
Direitos Humanos (Art. 7º, n. 7). Caráter
subordinante dos tratados internacionais em
matéria de direitos humanos e o sistema de
proteção dos direitos básicos da pessoa humana. -
Relações entre o direito interno brasileiro e as
convenções internacionais de direitos humanos
(CF, art. 5º e §§ 2º e 3º). Precedentes. - Posição
hierárquica dos tratados internacionais de direitos
7
HC 90.450/MG, Rel. Min. Celso de Mello.
8
Convenção Americana dos Direitos Humanos, Decreto 678/1992.
9
GOMES, L. F. Estado Constitucional de Direito e a Nova Pirâmide Jurídica.
São Paulo: Premier, 2008. p. 41.
10
GOMES, 2009, internet.
11
SILVA, J. A. Comentários contextuais à Constituição. 6. ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2009. p. 138.
Conclusão
12
GRECO, R. Curso de Direito Penal. Parte geral. Rio de Janeiro: Impetus,
2008. p. 98-99.
Referências
Resumo:
O presente artigo científico versa sobre a grande celeuma instaurada no
cenário jurídico-científico acerca da definição do início da vida humana,
a partir da Lei da Biossegurança, cuja constitucionalidade foi
confirmada pela Suprema Corte na Ação Direta de Inconstitucionalidade
3510. Após elencar os argumentos empregados no voto líder, de lavra do
eminente Min. Carlos Brito, relator da referida ação, o texto aponta a
viabilidade científica e terapêutica na utilização de embriões sem
potencialidade reprodutiva para a pesquisa com células-tronco,
verdadeira mutação bioética de cariz evolutivo-social, sem qualquer
vulneração à dignidade da pessoa humana.
1
DISTRITO FEDERAL. Ação Direita de Inconstitucionalidade 3.510-0.
Dispnível em: http://www.stf.gov.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/
adi3510relator.pdf.
2
SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico. 28. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2009. p. 942.
3
VIEIRA, T. R. et al. Células-tronco embrionárias e os direitos do nascituro -
parte I. Revista Jurídica Consulex, ano X, n. 223, p. 14, 30 de abril de 2006.
Referências
Resumo:
O sistema processual penal brasileiro consubstanciado no Código de
Processo Penal de 1941 foi elaborado partindo-se da premissa de um
juízo de antecipação da culpabilidade. Cabe, portanto, ao operador do
Direito, interpretar o Título IX do CPP, “Da Prisão e da Liberdade
Provisória”, à luz da Constituição da República de 1988, bem como
sobre a batuta dos princípios constitucionais implícitos da
proporcionalidade e da razoabilidade. É diante desse alerta que se
analisará a constitucionalidade do inciso IV, do art. 313 do Código de
Processo Penal, frente à nova jurisprudência dos Tribunais Superiores
acerca da prisão preventiva e o princípio da não culpabilidade ou
presunção de inocência.
*
Promotora de Justiça do Estado de Goiás, pós-graduada em Direito Penal pela
Universidade Federal de Goiás, Especialista em Direito Penal pela Universidade
de Brasília.
1
Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24/05/1977.
2
Incluído pela Lei n. 11.340, de 2006.
3
GUIMARÃES, I. S.; MOREIRA, R. de A. A Lei Maria da Penha – aspectos
criminológicos, de política criminal e do procedimento penal. Salvador:
JusPodivm, 2008. p. 157.
7
BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato 2004-2006/2006/Lei/L11340.htm> Acesso em: 30
mai. 2009.
8
NUCCI, op. cit., p. 1141-1142.
Referências
Resumo:
O custo econômico, político e social da falta de investimento humano,
estrutural e responsável na infância e na juventude impede a efetivação
dos direitos fundamentais afetos às pessoas que se encontram na peculiar
condição de desenvolvimento, isto é, crianças e adolescentes. A
promoção e a defesa dos direitos fundamentais afetos à criança e ao
adolescente se consolidam na implementação da dotação orçamentária
destinada às políticas sociais públicas formuladas em prol da infância e
da juventude, com absoluta prioridade.
*
Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná. Mestre (CPGD-
UFSC) e Doutor em Direito (PPGD-UFPR). Professor da UniCuritiba.
4
PEREIRA, T. da S. (Coord.). O melhor interesse da criança: um debate
interdisciplinar. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
5
RAMIDOFF, M. L. Repúdio à responsabilização penal de adolescentes
infratores. Disponível em: http://www.ibccrim.org.br/. Acesso em: 11 out.
2007. Vale dizer, “é certo que tais medidas legislativas de caráter meramente
repressivo-punitivo não reduzirão, como nunca reduziram, sequer,
minimamente, a violência estrutural – isto é, a miséria, o desemprego, a falta
de apoio institucional às famílias, a corrupção (“mensalões”, “sanguessugas”,
“apagões aéreos”, “operação furacão”, etc.) –, na qual se encontra histórico e
culturalmente mergulhada a família, a sociedade e o Estado brasileiro”.
6
BAUER, G. G. T. Origens e teorias sobre a violência. Curitiba, 2007. Texto
inédito. O autor destaca o aspecto político do conteúdo da violência, a qual, por
vezes, “é decorrente de relacionamentos sociais” vinculados a questões
estruturais, como, por exemplo, a “situação de autoridade”, que produz faltas e
desvios de poder. A violência necessita de instrumental “para se efetivar,
obedecendo a uma lógica de realização, utilizando-se dos meios mais
apropriados para atingir os objetivos almejados [...] passando-se a fazer uso de
meios administrativo-burocráticos estatais e de conhecimentos científicos
para a eliminação ou extermínio de grupos e povos inteiros, como meta e ação
fundamental da política”.
7
CUNNINGHAM, W. (Coord.). Jovens em situação de risco no Brasil. v. I.
(Achados relevantes para as políticas públicas – Policy Briefing). v. II
(Relatório Técnico). Brasília: Unidade de Gerenciamento do Brasil, do Banco
Mundial, 2007.
8
VENERI, T. Orçamento público do Paraná. Curitiba: Assembléia Legislativa
do Paraná, 2007.
9
CUNNINGHAM, op. cit.
10
CADEMARTORI, S. U. de. Estado de direito e legitimidade: uma abordagem
garantista. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999.
11
DIMENSTEIN, G. Quanto custa Renan Calheiros. Jornal Folha de São
Paulo, Cotidiano, p. C11, Domingo 16 de setembro de 2007.
12
Segundo o autor (op. cit.), “não há fórmula matemática para calcular o custo da
desconfiança, mas, certamente, a falta de confiança nas instituições explica
uma boa parte da miséria brasileira”.
Resumo:
O presente trabalho tem por objetivo investigar a efetividade das Ações
Coletivas na Comarca de Itumbiara/Goiás, no período compreendido entre
1999 a 2008. Para tanto, além da pesquisa doutrinária e jurisprudencial
sobre a temática, realizou-se também uma pesquisa de campo que
investigou arquivos do Ministério Público local, bem como do Fórum
local. O levantamento dos dados possibilitou responder as problemáticas
colocadas no início do trabalho, quais sejam: se houve iniciativas, nesta
última década, pela busca da tutela jurisdicional coletiva; se os legitimados
legais têm cumprido seu papel, agindo na defesa dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos; se o judiciário tem correspondido
positivamente no que tange às ações coletivas processadas em âmbito
local; se há efetividade das iniciativas jurisdicionais, resultando nos
benefícios almejados. Os resultados colocam em xeque a questão da
acessibilidade à justiça e da efetividade da tutela jurisdicional.
Introdução
*
Advogada. Professora do Curso de Direito do Iles/Ulbra Itumbiara/GO.
Mestranda do programa de Mestrado em Direito da UNAERP/SP.
**
Pós-doutor em Direito Constitucional pela Universidade de Coimbra. Mestre
em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997), Doutor em
Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(2001). Atualmente é professor adjunto da Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Goiás, professor titular da Universidade de Ribeirão
Preto, do Mestrado em Direito da UNAERP/SP e do Mestrado em
Desenvolvimento Regional das Faculdades ALFA, em Goiânia/GO.
1
CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à Justiça. Trad. de Ellen Grace
Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1998. p. 31.
2
CAPELLETTI; GARTH, op. cit., p. 31.
3
DINAMARCO, C. R. A instrumentalidade do processo. 12. ed. São Paulo:
Malheiros, 2005. p. 375.
4
BEDAQUE, J. R. dos S. Efetividade do processo e técnica processual. 2. ed.
São Paulo: Malheiros, 2007. p. 51.
5
Precedentes do STJ:REsp 890552/MG, Relator Ministro José Delgado, DJ de
22.03.2007 e REsp 406.545/SP, Relator Ministro Luiz Fux, DJ 09/12/2002. [...]
(STJ – Resp No. 727.131-SP, REL. Luiz Fux, j. 11.3.2008 – DJU 23.04.2008).
6
TRF 1a. região. Processo: AG 2000.01.00.046939-7/DF; Agravo de Instrumento
Relator: Des. Federal I’talo Fioravanti Sabo Mendes. Convocado: Juiz Federal
Glaucio Maciel Gonçalves. Órgão Julgador: Quarta Turma Pub.: 07/02/2006.
DJ, p.37, Decisão: 12/12/2005.
7
TRF 1a. região - Processo: AG 2000.01.00.046922-/DF; Agravo de Instrumento,
Relator: Juiz Federal Carlos Augusto Pires Brandão. Órgão Julgador: Segunda
Turma Suplementar. Pub: 23/09/2005 DJ p. 151 Decisão: 31/08/2005.
8
BASTOS, A. W. Conflitos sociais e limites do Poder Judiciário. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2001. p. 240.
p2008
p2007 5
Ano de propositura da ação coletiva
p2006 11
p2005 1
p2004 1
p2003 TJ
p2002 STJ
p2001 1
p2000 1
p1999 1
0 2 4 6 8 10 12
Considerações finais
Referências
Resumo:
O presente artigo discorre sobre um tema que atormenta a comunidade
jurídica: Trata-se da possibilidade de antecipar o parto em casos de
anencefalia do feto. Outras hipóteses definidas, genericamente, pela
doutrina pátria como aborto eugenésico não serão aqui debatidas,
porquanto a anencefalia possui peculiaridades em relação às
mencionadas hipóteses.
Introdução
Conclusão
Referências
133
134 Revista do MP-GO, Goiânia, ano XII, n. 18, Outubro/2009
UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR PARA O DIREITO:
A CONTRIBUIÇÃO DA ANTROPOLOGIA
Fernanda Brian*
Resumo:
Este artigo discute a interdisciplinaridade como instrumento de
compreensão das questões jurídicas no campo da bioética. Inicia-se
destacando importantes contribuições da Antropologia, tratando-se de uma
ciência sobre a diferença cultural das sociedades, cuja missão é
compreender os fenômenos socioculturais para além do senso comum, do
etnocentrismo, do estereótipo, da homogeneidade dos olhares, que tem
sempre como objeto o comportamento humano em sua singularidade
cultural. Esse olhar propõe uma releitura do alcance da norma e das
decisões sobre os acontecimentos humanos jurisdicionados, porquanto
diante de cada caso concreto existe um acervo de singularidades. Adentra-
se no tema da anencefalia e da união homoafetiva, em que se infere
constantes tendências de julgamentos pré-formados, confessionais, morais
e até religiosos. Diante disso, torna-se relevante a análise do que representa
a laicidade no ordenamento jurídico brasileiro e qual é a razão pública para
um julgamento, o que culmina no entendimento de que seja qual for o liame
proposto no caso concreto, deverá sempre perseguir o que é razoável para
tutelar o princípio da dignidade humana, cuja acepção tem caráter subjetivo
para cada ser humano, sempre nos parâmetros da autonomia privada.
1
ROCHA, E. P. G. O que é etnocentrismo. 11. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
2
ROCHA, op. cit.
3
BARROSO, L. R. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo Direito
Constitucional brasileiro. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 59, out. 2002.
Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina>. Acesso em: 09 nov. 2008.
4
LÉVI-STRAUSS, C. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis:
Vozes, 1982.
5
LOREA, R. A. Acesso ao casamento no Brasil: uma questão de cidadania
sexual. Ver. Estud. Fem., v. 14, n. 2, p. 488-496, set. 2006.
6
DINIZ, D.; PENALVA, J. Anencefalia e Tortura. Boletim IBCCRIM. No prelo.
Novembro 2008.
7
Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental proposta pelo Conselho
Nacional dos Trabalhadores da Saúde, em abril de 2004, perante o Supremo
Tribunal Federal. O pleito constitucional ainda está pendente de julgamento e
tem como argumento principal o fato de que, por ser a anencefalia uma
malformação incompatível com a vida, a interrupção da gestação, nesse caso,
não deveria ser tipificada como crime, mas como um procedimento médico
amparado em princípios constitucionais como o direito à saúde, à dignidade, à
liberdade e a de estar livre de tortura.
8
Minicurso de extensão proferido no Ministério Público do Estado de Goiás no
dia 31/10/2008, sobre o tema “Bioética:Desafios”.
12
BORGES, R. C. B. Disponibilidade dos direitos de personalidade e
autonomia privada. São Paulo: Saraiva, 2005.
13
BORGES, op. cit., p. 21.
14
BOBBIO, N. Teoria do ordenamento jurídico. 10. ed. Brasília: Editora da UNB,
1999. p. 76. Chama-se “interpretação sistemática” aquela forma de interpretação
que tira os seus argumentos do pressuposto de que as normas de um
ordenamento, ou, mais exatamente, de uma parte do ordenamento (como Direito
privado, Direito penal) constituam uma totalidade ordenada (mesmo que depois
se deixe um pouco no vazio o que se deva entender com essa expressão), e,
portanto, seja lícito esclarecer uma norma obscura ou diretamente integrar uma
norma deficiente recorrendo ao chamado “espírito do sistema”, mesmo indo
contra aquilo que resultaria de uma interpretação meramente literal.
15
BORGES, op. cit., p. 89.
16
MIRANDA, R. R. de. Ensaio sobre a tutela da autonomia privada na
Convenção Americana de Direitos Humanos. In: BORGES, R. C. B.
Disponibilidade dos direitos de personalidade e autonomia privada. São
Paulo: Saraiva, 2005. p. 138.
17
BORGES, op. cit., p. 112.
18
Ibidem., p. 146.
*
Promotor de Justiça em Goiás.
É o relatório.
1.4 Com efeito, o termo gênero não pode ser confundido com sexo.
“Este (sexo), na maioria das vezes, descreve características e