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Medidas elétricas:

métodos e técnicas de medição

Prof. Celso Martins de Almeida Fagioli

Prof. Délio Eduardo Barroso Fernandes


Medidas elétricas:
métodos e técnicas de medição

Material didático, em desenvolvimento,


utilizado como guia de aulas práticas no
laboratório de Medidas Elétricas da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais.

Versão 1.00 de junho de 2007


SUMÁRIO

1. A DISCIPLINA: APRESENTAÇÃO, PROCEDIMENTOS E AVALIAÇÃO

2. PARÂMETROS DE VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO DE INSTRUMENTOS

3. ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS

4. MEDIÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE COM VOLTÍMETROS E AMPERÍMETROS E


EFEITO DE CARGA DESSES INSTRUMENTOS

5. ANÁLISE DE UMA EXPERIÊNCIA RELATIVA À NATUREZA E


COMPORTAMENTO DE RESISTORES

6. MEDIÇÃO DE IMPEDÂNCIA

7. LEVANTAMENTO SIMPLIFICADO DAS CURVAS DE CORREÇÃO DE UM


AMPERÍMETRO E DE UM VOLTÍMETRO

8. AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE UM MULTÍMETRO DIGITAL E


ELABORAÇÃO DE SEU MANUAL DO USUÁRIO

9. ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DE GERADORES DE SINAIS E DE


OSCILOSCÓPIOS DE RAIOS CATÓDICOS E SUA UTILIZAÇÃO

10. ESTUDO E APLICAÇÃO DO FATOR DE FORMA DE ONDA

11. MEDIÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA COM O OSCILOSCÓPIO

12. ANÁLISE DA ISOLAÇÃO ELÉTRICA E MEDIÇÃO DA RESISTÊNCIA DE


ISOLAMENTO

13. ESTUDO E APLICAÇÃO DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS

14. MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA E DE ENERGIA NUM CIRCUITO COM UM


NÚMERO QUALQUER DE CONDUTORES

15. MEDIÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA

16. ANÁLISE E UTILIZAÇÃO DE PONTES DE CORRENTE CONTÍNUA

17. ESTUDO E UTILIZAÇÃO DE PONTES DE CORRENTE ALTERNADA

18. RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO: SUA NATUREZA, CARACTERÍSTICAS E


MEDIÇÃO

19. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1. A DISCIPLINA: APRESENTAÇÃO, PROCEDIMENTOS E AVALIAÇÃO

Objetivos

Apresentar as práticas, familiarizar com o laboratório, definir datas de prova e


entrega de relatórios.e trabalhos.

DESENVOLVIMENTO

Apresentação

O laboratório de Medidas Elétricas apresenta uma carga horária de 30 horas,


complementando, com aulas práticas, a disciplina de Medidas Elétricas. Pertence ao
núcleo de Instrumentação e Controle do Departamento de Engenharia Elétrica.
O objetivo é tornar os alunos bons usuários dos Métodos e Técnicas de Medição,
capacitando o aluno a:

1- Utilizar o equipamento e o método de medição mais adequado a uma dada situação;

2- Conferir, testar e montar circuitos de medições de grandezas elétricas, bem como


proceder à pesquisa de defeitos em circuitos simples;

3- Entender os catálogos e manuais de instruções para bem utilizar os instrumentos;

4 – Utilizar terminologia adequada e conhecer os conceitos fundamentais da Metrologia.

PROCEDIMENTOS

1) Ao executar qualquer montagem, deve-se ter a noção dos valores esperados,


selecionando os instrumentos observando os seus dados característicos (campo de
medição, natureza da corrente, classe de exatidão, eficiência, polaridade etc ) em função
da montagem. A não observação desta norma é a principal causa de danificação de
instrumentos, fontes, equipamentos, etc.

2) Não trabalhe em desordem. Um emaranhado desordenado de cabos de conexão, fios,


instrumentos e ferramentas leva-nos a dúvidas, enganos e muitas vezes ao curto-circuito,
choques e acidentes. Deixe sobre a bancada somente o essencial à realização da prática.

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ATIVIDADES DE LABORATÓRIO

FAMILIARIZAÇÃO

a) Identificação da bancada
a.1) Selecione um voltímetro para medir as tensões dos terminais da bancada
a.2) Tente interpretar as características do voltímetro selecionado. Descreva-as no verso
da folha;

b) Esboce o painel frontal da bancada e identifique, gradualmente, os componentes da


bancada:

c)Faça as seguintes medições:

Vab = _____ Vbc = ____. Vca = _____

Van = _____ Vbn = _____ Vcn = _____

Obs.: O grupo deve fazer a medição observando criteriosamente a indicação do medidor


para fazer uma leitura com a quantidade adequada de algarismos significativos.

d) Existe erro na medição? Se afirmativo, quais são eles? Você pode quantificá-los?

e) Sabendo que a tensão medida é senoidal, qual é o valor (valor médio, máximo ou
eficaz) indicado pelo voltímetro? Justifique.

3) - Procure desenvolver bons métodos de trabalho, sendo organizado e executando suas


tarefas com zelo. Aprenda a utilizar corretamente os componentes e aparelhos antes de
colocá-los em operação.

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4) - Ao executar qualquer montagem coloque os instrumentos e componentes elétricos
sobre a bancada de acordo com o diagrama de montagem, fazendo inicialmente o
circuito de corrente e depois o de potencial.

5) - Como trabalharemos em grupo, é importante dividir e fazer um rodízio do trabalho


de selecionar os componentes, equipamentos, instrumentos e cabos, de montagem, de
conferência e de tomar notas e conclusões.

6) - Nenhum aluno, nas aulas práticas, tem autorização para ligar o circuito sem a prévia
consulta ao professor.

7) - Anote os valores medidos e descreva imediatamente o que foi observado. Se os


resultados não são compatíveis com o esperado lembre-se de que a Engenharia é
solução e entendimento de problemas. Esta é uma ótima oportunidade para aprender.
Tenha paciência e persistência para localizar os defeitos e corrigi-los.

8) - Após a aula prática, guarde os instrumentos e cabos de conexão em seus devidos


lugares.

AVALIAÇÃO

A avaliação consta de trabalhos ou relatórios, prova e participação, sendo que a


distribuição dos pontos será definida pelo professor.
Os relatórios deverão ser entregues na semana posterior a realização das aulas
práticas. Como também deverão seguir orientação de normas técnicas para a sua
confecção. Como sugestão é recomendado França, Júnia Lessa - Manual para
Normalização de Publicações Técnico-científicas.

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2. PARÂMETROS DE VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO

Os alunos, após as explicações do professor e consultando as referências


bibliográficas, deverão conceituar os parâmetros de verificação (i.e. desempenho de
instrumentos) relacionados a seguir, bem como, para cada caso, discorrer sobre um
exemplo, para ilustrar as suas considerações:

01.Identificação do medidor;
02. princípio de funcionamento;
03. escala;
04. alcance;
05. classe de exatidão;
06. resolução;
07. numero de algarismos significativos;
08. consumo ou perda própria;
09. eficiência;
10. sensibilidade;
11. natureza da corrente;
12. tensão de prova;
13. posição de uso;
14. retificador;
15. blindagem magnética;
16. blindagem eletrostática;
17. núcleo de ferro;
18. circuito trifásíco equilibrado;
19. circuito trifásíco desequilibrado;
20. sensibilidade voltimétrica em ohms/volt.

A segunda parte do trabalho sob o tema corresponderá ao levantamento das


características de desempenho de cada instrumento colocado sobre a bancada,
considerando, para cada um, dos 20 parâmetros relacionados acima.

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3 - ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS TÉCNICO–CIENTÍFICOS

1. Relatórios técnico-científicos

De acordo com a ABNT um relatório técnico é um documento que relata


formalmente os resultados ou progressões obtidos em investigação de pesquisa e
desenvolvimento ou que descreve a situação de uma questão técnica ou científica. O
relatório técnico científico apresenta, sistematicamente, informação suficiente para um
leitor qualificado, traça conclusões e apresenta recomendações. É estabelecido em
função e sob a responsabilidade de um organismo ou de uma pessoa a quem será
submetido.

2. Atividade a ser desenvolvida

Pesquise e descreva cada um dos seguintes elementos que constituem um


relatório técnico-científico, segundo a ABNT:

01. Capa
02. Folha de rosto
03. Prefácio ou apresentação
04. Resumo
05. Listas
06. Ilustrações
07. Símbolos, abreviaturas ou convenções
08. Sumário
09. Texto
10. Anexos ou apêndices
11. Agradecimentos
12. Referências bibliográficas
13. Glossário
14. Índice(s)
15. Ficha de identificação

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4 MEDIÇÃO DE TENSÃO E CORRENTE COM VOLTÍMETROS E
AMPERÍMETROS E EFEITO DE CARGA DESSES INSTRUMENTOS

EFEITO DE CARGA DE AMPERÍMETROS

O amperímetro é um instrumento utilizado para a medição de corrente em um


circuito elétrico. Há amperímetros destinados às medições em CC, outros em CA, e
ainda, aqueles que podem ser usados tanto em CC quanto em CA.
Para que seja efetuada uma medição de intensidade de corrente, o amperímetro
deve ser ligado em série com o componente sob teste.
Analisemos os circuitos representados pêlos diagramas das figuras 1 e 2, abaixo.

Figura 1 Figura 2

A intensidade da corrente que se quer medir, teoricamente, é dada por

V
I=
R

Este é o valor esperado para a intensidade da corrente no circuito. Quando inserimos o


amperímetro, de resistência interna dada por RA, a corrente medida passa a ser:

V
Im =
R + RA

Para que a interferência do amperímetro com o circuito original seja a mínima


possível, é desejável que a resistência interna do amperímetro seja muito menor que a
resistência R do circuito, ou seja, RA << R. Assim, a corrente l. calculada teoricamente,
deve se aproximar da corrente medida.

EFEITO DE CARGA DE VOLTÍMETROS

O voltímetro é um instrumento utilizado para a medição de tensão ou diferença


de potencial entre dois pontos de um circuito elétrico. Há instrumentos destinados às
medições em cc, outros em ca, e ainda alguns que podem ser utilizados tanto em cc
quanto em ca. O voltímetro deve ser ligado entre os dois pontos através dos quais se
quer determinar a diferença de potencial ou tensão.

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Analisemos os circuitos representados pêlos diagramas 3 e 4, a seguir.

Figura 3 Figura 4

A tensão esperada, através de R1 é dada por, teoricamente:

R2
V =E
R1 + R2

Com o voltímetro ligado em paralelo com R2, a tensão medida pode ser calculada por

(R2 // RV )
Vmedido = E
R1 + (R2 // RV )

porque assim, o valor medido da tensão se aproxima do valor previsto teoricamente.

ATIVIDADE PRÁTICA - I

1 Avalie o intervalo de valores presumíveis para a intensidade de corrente no circuito


acima.

2 Monte o circuito e medir a corrente I nos dois pontos indicados. Compare os valores
medidos com a faixa de valores previstos para I.

Figura 5

ATIVIDADE PRÁTICA - II

1 Avalie os intervalos de valores presumíveis para I1, I2 e I.

10
2 Monte o circuito acima e meça os valores das correntes indicadas. Compare as
medidas com os valores previstos teoricamente.

Figura 6

ATIVIDADE PRÁTICA – III

Avalie os valores de I1, I2 e I. Em seguida, monte o circuito e meça as correntes


indicadas. Compare os valores calculados com os valores medidos.

Figura 7

ATIVIDADE PRÁTICA – IV

Avalie os valores de V1, V2 e V. Depois, monte o circuito e meça as tensões indicadas.


Compare os resultados previstos com os resultados obtidos.

Figura 8

11
ATIVIDADE PRÁTICA - V

Avalie os valores de V1, V2 e V. Depois, monte o circuito e meça as tensões


indicadas.

Discuta os resultados obtidos, à luz das leis de Ohm e Kirchhoff, bem como dos
efeitos dos medidores nos circuitos testados. Considere ainda, as tolerâncias dos
instrumentos e dos componentes utilizados. Faça um resumo das discussões.

Figura 9

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5. ANÁLISE DE UMA EXPERIÊNCIA RELATIVA À NATUREZA E
COMPORTAMENTO DE RESISTORES

A experiência a seguir objetiva verificar o comportamento das resistências de


um resistor R e do filamento de uma lâmpada incandescente L com a variação da
intensidade da corrente através destes resistores (resistor R e o filamento da lâmpada).
Os componentes possuem as seguintes especificações:

Resistor R: 50 ohms / tolerância de 20%.


Lâmpada: 127 V/ 100 W.

Examinemos as seguintes questões:

1. Qual o valor da resistência do filamento da lâmpada a frio?

2. As resistências da lâmpada e do resistor variam com a intensidade da corrente ou


permanecem constantes? E, caso variem, como variam?

Discuta, as possíveis respostas e anote os resultados da discussão.

Vamos agora, elaborar um experimento para verificar as respostas ás nossas questões.

ATIVIDADES PRÁTICAS

1. Meça, com um ohmímetro, as resistências do filamento da lâmpada e do resistor R a


frio. Anote os resultados.

2. Monte o circuito abaixo.

Figura 1

3. Energize o circuito e varie a tensão de alimentação de forma a preencher


o quadro abaixo.

I [mA] 100 200 300 400 500 600 700


V1 [V]
V2 [V]

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4. Calcule os valores das resistências R e do filamento da lâmpada para cada intensidade
de corrente.

5. Faça um gráfico de resistência x corrente para o resistor e o filamento da lâmpada.

6. Faça um gráfico de tensão x corrente para o resistor e o filamento da lâmpada.

7. Compare os resultados obtidos com os resultados previstos .

8. Elabore uma explicação razoável para os resultados obtidos.

9. Faça um relatório completo sobre o assunto estudado.

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6. MEDIÇÃO DE IMPEDÂNCIA

Em geral, a carga constitui um sério problema para o planejamento e a operação


dos sistemas elétricos de potência, porque é muito difícil de ser previsto o seu valor em
um instante qualquer. Tal previsão é feita através de estimativas e análises estatísticas.
Por isto, medições são feitas continuamente de forma que a carga seja, pelo menos,
estimada a qualquer instante. Desta forma a operação do sistema elétrico pode ser
adequada e um planejamento razoável pode ser realizado.

Nesta prática vamos determinar o valor de uma dada carga através de medições
de corrente, tensão e potência ativa.

AT1VIDADES PRÁTICAS

1. Examine os dados de painel do wattímetro sobre a bancada: tipo; natureza da corrente;


classe de exatidão; freqüência de operação; posição de operação; tensão do prova e
outros dados que sejam relevantes.

2. Identifique os terminais amperimétricos e os terminais voliimétricos. Além de


examinar as polaridades relativas.

3. Monte o circuito abaixo esquematizado, figura 1, selecionando a bobina de corrente


de 5 A e a de tensão de 120 V do wattímetro. A impedância Z é a bobina ( L = 0,2 mH;
11,5 Ω) em paralelo com o resistor (R = 50Ω±20%).

Figura 1

4. Ajuste a tensão da carga em 100 V

5. Meça a intensidade de corrente e a potência ativa na carga

V= ____________

I= ____________

P= ____________

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6. Inserir um núcleo de ferro na bobina e repelir as medições

V= ____________

I= ____________

P= ____________

7. Calcule o modulo de Z. o ângulo de Z. a potência reativa Q e a potência aparente S


com os dados dos itens 5 e 6 e preencha a tabela 1.

Tabela 1

Sem núcleo de ferro Com núcleo de ferro



Z [Ω]

ϕ[°]

P [W ]

S [VA]

8. Desenhe o triângulo de potências e o triângulo da impedância série equivalente para


cada caso, isto é. sem núcleo de ferro e com núcleo de ferro.

9. Discuta os resultados obtidos.

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7. LEVANTAMENTO SIMPLIFICADO DAS CURVAS DE CORREÇÃO DE UM
AMPERÍMETRO E DE UM VOLTÍMETRO

Para realizar a calibração de um instrumento são necessárias várias


considerações como condições ambientais, disponibilidade de padrões métodos e
técnicas utilizadas, índices de desempenho desejados, entre outras. Nesta prática, vamos
efetuar o levantamento das curvas de correção de um amperímetro e um voltímetro ca,
cientes de que não estão sendo considerados muitos dos fatores citados.
A curva de correção é uma coleção de pontos cujas coordenadas são o valor
indicado pelo instrumento sob teste (coordenada horizontal) e a correção indicada pelo
padrão (coordenada vertical). A escala do instrumento sob teste deve ser subdividida em
pelo menos 10 pontos. Os pontos vizinhos da curva de correção devem ser unidos por
um segmento de rela. Assim, indicações entre dois pontos, considerados no teste podem
ser avaliadas por interpolação.

ATIVIDADES PRÁTICAS

Obtenção dos dados para a curva de correção de um amperímetro

1. Monte o circuito abaixo.

Figura 1

2. Coloque o cursor do resistor variável no meio do percurso. Procure, durante a coleta


de dados, manter o cursor do reostato próximo ao 50% do percurso. Ajuste a tensão para
obter os dados e preencher a tabela abaixo.

Observação: para calcular o Erro Absoluto basta subtrair o valor indicado pelo
instrumento padrão pelo instrumento sob teste. A Correção é o simétrico do Erro
Absoluto.

Levantamento das indicações dos amperímetros


IT
IP
E
C
Onde: IT = Instrumento sob teste; IP = Instrumento padrão; E = Erro e C = correção.

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Obtenção dos dados para a curva de correção do voltímetro.

3. Monte o circuito abaixo.

Figura 2

4. Como na atividade anterior, mantenha o cursor do resistor variável no meio do


percurso. Ajuste a tensão V para obter os dados e preencher a tabela abaixo. Use o
resistor variável para obter o ajuste fino da tensão.

Levantamento das indicações dos voltímetros


IT
IP
E
C
Onde: IT = Instrumento sob teste; IP = Instrumento padrão; E = Erro e C = correção.

5. Construa as curvas de correção do amperímetro: IP x IT, E x IT, C x IT

6. Determine no gráfico IP x IT, utilizando um algoritmo de regressão linear, os


coeficientes angular e linear da reta que melhor se ajusta aos pontos obtidos

7. Construa as curvas de correção do voltímetro: IP x IT, E x IT, C x IT

8. Determine no gráfico IP x IT, utilizando um algoritmo de regressão linear, os


coeficientes angular e linear da reta que melhor se ajusta aos pontos obtidos

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8. AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE UM MULTÍMETRO DIGITAL
E A ELABORAÇÃO DE SEU MANUAL DO USUÁRIO

O aluno acompanhará o professor na avaliação das características de um


multímetro digital. Em seguida, após a leitura do extrato de informações fornecidas pelo
fabricante, sobre utilização do aparelho,elaborará um Manual do Usuário desse medidor.

O aluno deverá pesquisar sobre multímetros digitais e apresentar a especificação


de um instrumento. Deverá ainda pesquisar sobre categorias de proteção de multímetros
digitais e sobre segurança, de um modo geral, na utilização desse equipamento.

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9. ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DE GERADORES DE SINAIS E DE
OSCILOSCÓPIOS DE RAIOS CATÓDICOS E SUA UTILIZAÇÃO

Gerador de sinais

O Gerador de sinais ou de funções ó um equipamento destinado a gerar sinais de


tensões com amplitudes e freqüências ajustáveis. As formas de ondas mais comuns são
as senoidais, retangulares e triangulares. As amplitudes dos sinais gerados podem variar
de alguns milivolts até dezenas de volts. As freqüências podem variar de alguns hertz
até dezenas ou centenas de megahertz.

Osciloscópio

O osciloscópio ó um instrumento destinado a fornecer uma indicação visual das


formas de ondas de tensões existentes em diferentes partes de um circuito elétrico. A
combinação de um gerador de sinais com um osciloscópio ó uma poderosa ferramenta
para testes e reparos de circuitos e equipamentos elétricos.

ATIVIDADE PRÁTICA – I

1 – Inicialmente, vamos identificar os componentes do painel frontal do gerador de


sinais.

• botão liga - desliga


• dial de ajuste de amplitude
• terminal de saída (MAIN)
• seletor de forma de onda
• seletor de faixa de freqüências
• dial de ajuste contínuo de freqüência

2 - Identifiquemos, agora, os componentes do painel frontal do osciloscópio.

2.1 – Ajuste da tela

• liga – desliga
• intensidade
• foco

2.2 – Ajustes verticais

• seletor de canais: CH l; CH 2
• posicionador do feixe seletor de escalas de tensões
• variador de ganho (VARIABLE)
• teclas ac, dc e gnd

2.3 – Ajustes horizontais

20
• posicionador do feixe
• seletor de tempo (seg/div)
• varredura

2.4 - Ajustes de disparo (TRIGGER)

• holdoff e nível
• modos de disparo
• modos de acompanhamento
• fontes

2.5 - Na parte abaixo da tela localize os terminais para as ligações de cabos coaxiais e
de aterramento.

ATIVIDADE PRÁTICA - II

Vamos agora, obter os traços horizontais na tela do osciloscópio. Este


procedimento deve ser repetido ato que você se sinta seguro.

Ajustes Verticais

l - Selecione o canal l (CH 1)


2 - Ajuste o posicionador a metade do curso
3 - Coloque a VAR1ABLE em calibrado

Ajustes na tela

4 - Ajuste INTENSITY a 1/3 do curso e o foco á metade do curso

Ajustes horizontais

5 - Ajuste o posicionador em 50% do curso e deixe as teclas não acionadas


6 - Ligue o osciloscópio c ajuste o tempo em 0,2 ms/div.

Ajustes no TRIGGER

7 - Ajuste HOLDOFF em normal e o nível de disparo em 50%. Ajuste o modo de


disparo em automático, o acoplamento cm AC e a fonte em CH l. As teclas devem ficar
não acionadas.
8 - Combine movimentos horizontal e vertical e centralize o traço
9 - Ajuste o brilho (sem excesso) e o foco
10 - Repita o procedimento para CH 2

ATIVIDADE PRÁTICA - III

Ligue a saída do gerador de sinais ao CH l do osciloscópio. Visualize diversas


formas de onda. Meça as amplitudes, períodos e freqüências.

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10. FATOR DE FORMA DE ONDA

l. Conceito
O fator de forma da onda de um sinal periódico é a relação entre o seu valor eficaz e o seu
valor médio: Fator de Forma = valor eficaz / valor médio (de meio período)

2. Multímetros analógicos para medição de tensão e corrente em circuitos de corrente alternada


senoidal

O deslocamento/movimento do ponteiro desses instrumentos corresponde ao valor médio da


grandeza da corrente alternada senoidal medida. Entretanto a indicação na escala é do valor
eficaz da grandeza, ou seja, a escala corresponde ao valor médio multiplicado pelo fator de
forma 1,11 da onda senoidal.

3. Fator de forma (FF) para onda senoidal

FF = Valor eficaz da grandeza senoidal / Valor médio de meio período da grandeza senoidal

Valormáximo
FF = 2 = 1,11
2
valormáximo
π

4. Valor eficaz de sinal periódico

Valor eficaz de sinal periódico f(x), de período T:

1 T 2
T ∫0
valor efizaz = f (t ) dt

Valor eficaz de onda senoidal = Valor máximo / 2

5. Valor médio de sinal periódico

Valor médio do sinal periódico f(x). de período T, retificado em onda completa:

1 T /2
valor médio =
T ∫
0
f (t ) dt

2
Valor médio da onda senoidal = valor máximo
π

22
6. Tabela

Verificar se a tabela abaixo está correta e corrigi-la se não estiver. Para tal calcular cada
parâmetro, para cada tipo de onda de sinal, considerando Vmax como seu valor de pico

Onda Valor médio Valor eficaz Fator de forma


2 Vmax 1,11
Senoidal Vmax
π 2

Vmax Vmax 2
Triangular
2 3 3

Vmax Vmax 1
Quadrada

7. ATIVIDADE PRÁTICA

a. Controles de feixe eletrônico e da figura na tela

Intensidade (INTENSITY) : mínimo possível


Ponta de prova (PROBE) : X1 (não aparece x10 na tela)
Registros na tela (REDOUT) : posição média

b. controles verticais de ambos os canais

Tecla AC/DC : pressionada (para DC)


Tecla GND : não pressionada
Controle variável (VARIABLE) : posição CAL (Calibrado)
Modo (MODE) : canal 1 (CH1)
Posição (POSITION) : média

c. Controles horizontais

Segundos por divisão (SEC/DEV) : 0,5 ms


Varredura variável (SWEEP VARIABLE) : posição calibrada (CAL)
Varredura variável desabilitada (SWEEP UNCAL) : não pressionado
Velocidade de varredura vezes 10 (x10 MAG) : não pressionada
Posição (POSITION) : posição média
Operação X-Y : não pressionado.

d. Controles de disparo ( TRíGGER )

Inclinação (SLOPE) : tecla não pressionada


Tecla de SET TO 50 : pressionada

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Modo (MODE) :auto
Acoplamento (COUPLING) : posição AC
HOLDOFF : posição normal (NOM.)

e. Ajuste os controles da posição vertical e horizontal, centrando a posição de incidência do


feixe eletrônico sobre ateia.

f. Aplicar, no canal l do osciloscópio, um sinal senoidal de 60 Hz, de 20 volts de pico a pico


obtido no gerador de sinais.

g . Medir o sinal, na saída do gerador de sinais, com um multímetro digital e um multímetro


analógico.

h . Repetir as operações f e g, com um sinal de onda triangular e um sinal de onda quadrada,


respectivamente.

i. Preencher a tabela a seguir:

Sinal de onda Multímetro Multímetro digital Fator de Forma


analógico [V] [V]
Senoidal
Triangular
Quadrada

j. Analisando os resultados, responda

Utilizando um multímetro, que mede valor eficaz de onda senoidal, e considerando os


fatores de forma, como poderemos medir valor eficaz de:

j.1 onda quadrada


j.2 onda triangular

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11. MEDIÇÃO DE FATOR DE POTÊNCIA UTILIZANDO OSCILOSCÓPIO

1. Conceito

Como sabemos, fator de potência de um circuito monofásico é o cosseno do


ângulo de fase φ, entre a tensão e a corrente; entre a potência complexa e a ativa, no
triângulo das potências; entre a impedância e a resistência, no triângulo da impedância
equivalente série do circuito.

2. Métodos alternativos para determinação do ângulo de fase

É possível a utilização de um dos seguintes métodos, para determinação de φ:

2.1 Y - t com varredura não calibrada


2.2 Y - t com varredura calibrada
2.3 X-Y

3. Método Y- t com varredura não calibrada

Na saída da fonte de alimentação do circuito, haverá a tensão v1, que poderá, por
exemplo, ser aplicada ao canal 1 do osciloscópio. A tensão v2, produzida pela passagem
da corrente do circuito sobre um resistor deste, estará em fase com a corrente i do
circuito. Esta poderá ser aplicada ao canal 2. Nos controles verticais, devemos
posicionar o cursor de modo (MODE) em ambos (BOTH).
O sinal do canal 1 deve ter seu meio ciclo ocupando 9 centímetros sobre o eixo
horizontal da tela reticulada do aparelho, ajustando-se o sinal de varredura, se
necessário, na condição não calibrada. Portanto, cada centímetro corresponde a 20°, e
cada subdivisão de 2 mm equivale a 4°, sobre o eixo horizontal da tela.
Considerando os dois sinais na tela, sabemos, então, que 180° correspondem a 9 cm,
assim como o defasamento d entre os mesmos, em centímetros, corresponderá a φ graus,
por simples proporcionalidade.

9 cm correspondem a 180° e d cm correspondem a φ graus:

d
ϕ = 180 o x = 20 x d [ graus ]
9
I 470 Ω

12 V 2,2 µF
200 Hz

Figura 1

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4. Método Y – t com varredura calibrada

Como no método anterior, os sinais v1 e v2 deverão ser aplicados nos canais do


osciloscópio. Meio período T/2 de cada um dos sinais corresponderá a 180°, assim
como o intervalo de tempo ∆t, de defasamento entre ambos, corresponderá ao ângulo φ.
Portanto,

2
ϕ = 180 o x ∆t x [ graus ]
T

5. Método X – Y

Deveremos aplicar os sinais v1 e v2 no osciloscópio, e executar os seguintes passos:

l. Aplicar o sinal horizontal v1, ou do eixo X, na entrada do canal l (CH1).

2. Aplicar o sinal vertical v2, ou do eixo Y, na entrada do canal 2 (CH2).

3 Pressionar a tecla X - Y para habilitar a operação correspondente.

4. Colocar o cursor do controle do modo vertical (VERTICAL MODE) na posição canal


2 (CH2).

5. Colocar o cursor da fonte de trigger (TRIGGER SOURCE) em canal l (CHI) ou canal


2 (CH2).

6. Ajustar a posição do eixo X, através do controle de posição horizontal


(HORIZONTAL POSITION).

A figura 2 resultante, na tela, será uma elipse, que poderá se degenerar numa
circunferência, quando φ = 90° ou num segmento de reta, quando φ = 0°.
O ângulo φ de defasamento entre a tensão e a corrente do circuito, ou seja, entre v1 e v2,
respectivamente, poderá ser determinado como delineado a seguir:

b
a

Figura 2

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Considerando que a tensão produtora do deslocamento horizontal do feixe
eletrônico seja V1 = Vh = h sen wt e o sinal produtor do deslocamento vertical seja
V2 = Vv = b sen (wt + φ), significa admitirmos que, no circuito, a corrente está
adiantada φ graus da tensão. A maior ordenada da elipse corresponde a b, valor de pico
do sinal V2. No instante t = 0, Vh = 0 e Vv = b sen φ = a . A ordenada com que a elipse
corta o eixo vertical é a. Portanto, sen φ = a/b e φ = arcsen a/b.

6. Material a ser utilizado

Utilizaremos o seguinte material: l osciloscópio, l gerador de sinais, l resistor de 470Ω e


l capacitor de 2,2 µF.

7. ATIVIDADE PRÁTICA

7.1 - Aplicar uma tensão senoidal com 12 V de pico e 200 Hz, na entrada do circuito
representado na figura l. Utilizar cada um dos métodos descritos para determinação do
seu fator de potência e preencher a tabela l. O resultado da medição de φ deverá levar
em conta o erro decorrente da utilização dos controles de medição e leitura
(MEASUREMENT AND READOUT) do bloco cursor (CURSOR) e que a exatidão do
READOUT e ± (3% + 1/25 divisão).

Tabela 1

Método d [cm] ∆t [s] T [s] a [cm] b [cm] φ


Y-t com varredura
não calibrada

Y-t com varredura


calibrada

X-Y

7.2 Determinar o defasamento entre

7.2.1 – corrente e tensão no resistor


7.2.2 – corrente e tensão no capacitor
7.2.3 – tensão no capacitor e tensão no resistor

Preencher a tabela 2.

27
Tabela 2

Item Sinal adiantado defasamento


7.2.1

7.2.2

7.2.3

28
12. ANÁLISE DA ISOLAÇÃO ELÉTRICA E MEDIçÃO DA RESISTÊNCIA DE
ISOLAMENTO

I - CONSIDERAÇÕES GERAIS

São aspectos relevantes o conhecimento da função e natureza do isolação


elétrica em componentes, máquinas, equipamentos e instalações elétricas.
Por via de conseqüência, assume importância lidarmos com o mesmo de modo
correto.
O isolamento possuindo valor aquém do mínimo necessário, ou se degradando,
coloca em risco o funcionamento e mesmo a integridade física do dispositivo onde
estiver inserido. Deverá funcionar adequadamente, limitando correntes de fuga e
evitando curto-circuito.
Seu valor é afetado por determinadas condições e tende a se deteriorar ao longo
do tempo, principalmente se estiver funcionando fora de limites e condições necessárias
à sua preservação.
Tudo isso nos leva ao entendimento de que é importante sabermos se a isolação
esta ou não em condições de desempenhar suas funções. Para tal, é preciso havermos
uma apreciação quantitativa da mesma, ou seja, do seu valor que só poderá ser
estabelecido através de medição.

II - ASPECTOS RELEVANTES PARA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Devemos ter conhecimento sobre o comportamento da isolação e possuir


informações inerentes a alguns de seus parâmetros, tais como:

• natureza do material isolante


• comportamento
• função
• constituição
• representação
• resistência
• capacitância
• dependência da freqüência do circuito onde atua
• impedância
• rigidez dielétrica
• tensão disruptiva
• fatores que influenciam seu comportamento
• variabilidade
•limites mínimos
• cuidados para sua preservação
• líquidos, sólidos e gases isolantes
• megaohmímetro: fontes de alimentação quanto à natureza e tensão, influência de
resistências espúrias na medição, termina! de guarda, tempo de medição, interpretação
dos resultados
• técnicas de medição
• distinção entre isolamento e isolação
• normas técnicas

29
Faça um relatório sobres esses itens, citando a bibliografia consultada.

III - FUNCIONAMENTO DO MEGAOHMÍMETRO

IV- TÉCNIC/\S DE MEDIÇÃO COM O APARELHO

V - ATIVIDADE PRÁTICA

l. Medir as resistências de isolamento do transformador indicado para tal trabalho.

2. Explicar a influência do tempo de duração da medição.

3. Como é percebida a influência da capacitância na isolação?

4. A capacitância se manifesta mais intensamente para isolamentos com resistências


altas, baixas ou é indiferente?

5. Represente, esquematicamente cada resistência de isolamento medida, sob a


influência de resistências de isolamento espúrias a medição.

6. Fazer um desenho esquemático, representando o circuito elétrico do megaohmímetro,


tendo aos seus terminais uma resistência de isolamento e resistências espúrias.

7. Indicar impropriedades ocorridas neste texto e indicar as respectivas correções.

30
13. ESTUDO E APLICAÇÃO DOS TRANSFORADORES PARA
INSTRUMENTOS

TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS

Os transformadores para instrumentos são utilizados para reduzir tensões e


correntes para efeitos de medições, proteções e controles de equipamentos e sistemas.
Nesta aula, estamos interessados em reduzir tensões e correntes para efeitos de
medições. O transformador de potencial (TP) reduz tensões. Seus enrolamentos têm
características voltimétricas, isto é, são enrolamentos de alta impedância. Os terminais
de alta tensão (AT) são ligados ao circuito de potência e os terminais de baixa tensão
(BT) são ligados aos instrumentos. Os enrolamentos de um TP não podem conduzir
uma alta intensidade de corrente. O transformador de corrente (TC) reduz intensidades
de correntes. Seus enrolamentos são de baixa impedância. Os terminais de alta corrente
são ligados à carga e os terminais de baixa corrente são ligados aos medidores. Os
terminais de alta corrente não podem ser energizados se os terminais de baixa estiverem
em circuito aberto. As relações de transformações dos TPs e TCs são denominadas Kp e
Kc, respectivamente, informam quantas vezes as tensões ou correntes serão reduzidas.

ATIVIDADES PRÁTICAS

l. Identificação dos terminais de alta e baixa tensão de um TP e de alta e baixa corrente


de um TC: identifique, através dos dados de placa ou usando instrumentos, os terminais
de alta tensão do TP e de alta corrente do TC, ambos sobre a bancada.

2.1. Determinação das polaridades instantâneas do TP através do método do golpe


indutivo:

No circuito abaixo, quando a chave for fechada, o ponteiro da escala do


milivoltímetro defletirá para a direita ou para a esquerda. Defletindo para a direita
diremos que H1 tem a mesma polaridade instantânea de X1. Defletindo para a esquerda,
diremos que H1 tem a mesma polaridade instantânea de X2.

Figura 1

2.2. Determinação da polaridade do TC através do método do golpe indutivo: explicar


como poderá ocorrer.

3. Determinação do Kp real de um TP

31
Figura 2

Ajuste a tensão V de forma a preencher o quadro abaixo e calcule o Kp médio.

V1 [V] (AT) 40,00 60,00 80,00 100,00


V2 [V] (BT)
Kp= V1/V2

4. Determinação do Kc real do TC
Monte o circuito, a seguir.

Figura 3

Ajuste V de forma a preencher o quadro abaixo e calcule o Kc médio.

I1 [A] (AT) 0,50 1,00 1,50 2,00


I2 [A] (BT)
Kc= I1/I2

5. Medições utilizando o TP e o TC.

Monte o circuito a seguir e anote os valores indicados pelos instrumentos. A


partir destes dados e dos valores de Kp e Kc reais determine a tensão, s corrente e a
potência ativa na carga. Determine ainda, o módulo e o ângulo da impedância. Verifique
que o fator de potência pode ser determinado tanto em alta quanto em baixa tensão.

32
Figura 4

6. Para medição de cos φ, ou φ, ou var, ou kWh, o respectivo medidor poderia ser ligado,
no circuito anterior, de maneira análoga à do wattímetro? Justifique sua resposta.

33
14. MEDIÇÃO DE POTÊNCIA ATIVA E DE ENERGIA NUM CIRCUITO COM
UM NÚMERO QUALQUER DE CONDUTORES

Considerações sobre medição de potência ativa ou de energia elétrica num circuito


de N condutores

1. Introdução

A abordagem teórica do assunto pode ser feita pelo estudo do Teorema de


Blondel.

2. Aspectos relevantes do teorema de Blondel.

Considerando tal estudo, podemos estabelecer uma técnica para a medição da


potência ativa ou de energia elétrica em um circuito. O método estabelecido, não faz
restrição quanto a:

• numero de condutores ou fases do circuito


• se existe ou não condutor neutro
• freqüência da rede
• posição relativa entre fonte e carga
• utilização ou não de transformadores para instrumentos
• utilização de n-1 medidores monofásicos ou medidor polifásico de n-1 elementos
• medição de potência ativa ou de energia elétrica ativa
• natureza da carga

3. Detalhes sobre o método e a técnica de medição

• O método, que se origina no teorema de Blondel considera que o número de


condutores entre a fonte de energia e a carga é n≥2
• Portanto, aplica-se aos circuitos monofásicos ou polfásicos
• Refere-se a cada elemento de medição como sendo um medidor monofásico ou cada
um dos elementos de medição de um medidor polifásico
• São utilizados n-1 elementos de medição (n-1 medidores monofásicos ou n-1
elementos de medição de um medidor polifásico)
• Se formos medir energia elétrica.os elementos de medição poderiam ser medidores de
kWh monofásicos, mas normalmente serão elementos de um medidor polifásico de kWh
• Se formos medir potência ativa os elementos de medição serão wattímetros
monofásicos ou elementos de medição de um wattímetro polifásico
• Em cada condutor do circuito de n condutores, entre a fonte e a carga, é colocado em
série o circuito de corrente de um dos n-1 elementos de medição. Haverá um condutor
do circuito sem o circuito de corrente do elemento de medição em série.
• O circuito de tensão de cada elemento de medição é ligado entre o condutor onde está
ligado o circuito de corrente desse elemento e o condutor sem circuito de corrente de
elemento de medição em série

34
• A polaridade relativa dos circuitos de cada elemento de medição deve estar correta.
Para conferi-la, basta fazê-lo para cada elemento de medição, levando-se em conta
apenas os condutores envolvidos na ligação do elemento de medição considerado.
• Estando corretas todas as ligações, podemos ligar o circuito com a carga instalada à
fonte de energia.
• Verificamos se algum(uns) dos elementos de medição monofásicos está(ão) com
deflexão/conjugado invertida/invertido. Se for o caso, desligamos a fonte e invertemos a
ligação de um dos 2 circuitos desse(s) elemento(s) de medição monofásico(s). (Se
estivermos utilizando medidor polifásico, esta operação é desnecessária)
• Restabelecemos, a seguir, a tensão para o circuito
• Fazemos a leitura em cada elemento de medição monofásico, considerando negativa(s)
aquela(s) feita(s) no(s) elemento(s) que inicialmente apresentava(m)
deflexão/conjugado invertida/invertido. (isto não se aplica no caso do medidor
polifásico)
• Procede-se à soma algébrica das n-1 leituras nos n-1 elementos de medição
monofásicos. Esta soma é o valor final na medida do circuito de n condutores. (No caso
do medidor polifásico esta soma algébrica é feita pelo próprio medidor e, portanto, a
leitura no mesmo corresponde à medida pretendida no circuito com n condutores).

4. Exemplos de aplicação

4.1. Caso de circuitos com correntes e tensões de valores reduzidos

Figura 1 – Três versões para ligações dos dois elementos de medição em circuitos de
três condutores.

w I w I

I+Iv
U Iv Rs Iv Rs U

Figura 2 – Conexões para circuitos de dois condutores.

35
4.2. Circuitos com correntes elevadas

Figura 3 – Utilização de transformadores de corrente.

4.3. Circuitos com tensões e correntes elevadas

Figura 4 - Utilização de transformadores de corrente e de potencial.

5. Atividade a ser realizada

5.1- Nos diagramas elétricos dos circuitos apresentados anteriormente conferir cada
detalhe enumerado no item 3. Afirmar se o método de medição está corretamente
representado ou não.
5.2 – Montar o circuito correspondente à figura 2. Sendo a carga especificada pelo
professor. Fazer a medição.
5.3 – Pesquisar bibliografia sobre o teorema de Blondel. Citar as obras e artigos
encontrados sobre o assunto, conforme normas da ABNT.
5.4 – Qual é a diferença entre as duas ligações representadas na figura 2?

36
15 - MEDIÇÃO DE POTÊNCIA REATIVA

Abordaremos os seguintes aspectos da medição de potência reatíva: em circuitos


monofásicos utilizando varímetro ou wattímetro monofásico; em circuitos trifásícos de
quatro condutores, equilibrados ou desequilibrados; circuitos trifásicos de três
condutores, equilibrados ou desequilibrados. Podemos sintetizar os itens da Medição de
Potência Reativa da seguinte forma:

a - Em cargas monofásicas
a.l - utilizando varímetro
a.2- utilizando wattímetro

b - Em circuitos trifásicos de quatro condutores


b.l- equilibrados
b.2- desequilibrados

c - Em circuitos trifásicos de três condutores


c.1- equilibrados
c.2- desequilibrados

l – Medição de potência reativa com varímetros em circuitos monofásicos

Para se medir a potência reativa, neste tipo de circuito, o instrumento deve ser ligado
como em uma das figuras l, 2 ou 3.

Figura 1 Figura 2

Figura 3

37
Pela figura 4, a deflexão do ponteiro corresponderá a α = k`Iu I cos(90-φ) =
k UI sen φ = kQ
U

I
φ

90° - φ
IU
Figura 4

A ligação estará errada, se de forma representada na figura 5, pois a polaridade


relativa do varímetro estará invertida.

Figura 5

Se o circuito de tensão for conectado e o de corrente for ligado invertido com


relação ao primeiro, teremos o diagrama vetorial da figura 6 e a deflexão do ponteiro do
instrumento será invertida: α = kU I` cos(90+φ) = - k UI sen φ = - kQ

U
I
φ

180° - φ

I’
Figura 6

Se ligarmos inicialmente o circuito de corrente do medidor e o de tensão a seguir,


com a polaridade invertida, teremos o diagrama fasorial da figura 7. A deflexão do
ponteiro será invertida: α = kU` I cos(90+φ) = - k UI sen φ = - kQ
U
I
φ

180° - φ

U’

Figura 7

38
2 – Medição de potência reativa em carga monofásica utilizando wattímetro

Para medirmos a potência reativa na fase A, B, ou C, basta ligar um wattímetro


em cada posição indicada na figura 8, com circuito amperimétrico na fase A, B ou C,
respectivamente

Figura 8

Ao wattímetro com bobina de corrente na fase A, corresponderá o diagrama


vetorial da figura 9.

UA

IA

φA 90° - φA
UBC

UC UB

Figura 9

Sua indicação corresponderá a W = VBC I A cos(90 o − ϕ ) = 3 V A I A sen ϕ = 3 Q A

A potência reativa na fase A corresponderá à indicação à indicação do


wattímetro dividida por 3 :

WA
QA =
3

39
Portanto, correspondentemente aos outros dois wattímetros, com bobinas de
corrente nas fases B e C, respectivamente, teremos:

WB WC
QB = e QC =
3 3

A potência trifásica será:

W A + W B + WC
Q3ϕ = = Q A + Q B + QC
3

3 – Medição de potência reativa em circuitos trifásicos equilibrados com quatro


condutores

Bastará medir a potência reativa numa das fases e multiplicá-la por três:

Q3ϕ = 3 x Q1ϕ

4 – Medição de potência reativa em circuitos trifásicos equilibrados com quatro


condutores

Bastará medir a potência reativa em cada uma das três fases e somá-las:

Q3ϕ = Q A + Q B + QC

5 – Medição de potência reativa em circuitos trifásicos equilibrados de três condutores

Poderemos ligar dois wattímetros monofásicos ou um wattímetro trifásico de


dois elementos, como indicado na figura 10. O diagrama vetorial correspondente está na
figura 11.

Figura 10

40
UAC = -UCA

UA
IA
-IB

φ 90° - φ

UBC

UC UB
IB

UCA Figura 11

Teremos no wattímetro trifásico ou na soma das deflexões dos dois wattímetros


monofásicos:

U BC I A cos(90 o − ϕ ) + U CA I B cos(90 o − ϕ ) = 2U L I L senϕ

A potência reativa trifásica será obtida multiplicando-se tal resultado por 3 , ou seja,
2
será 3V L I L senϕ

Observamos que bastaria a leitura num dos wattímetros monofásicos multiplicada por
3:

Q3ϕ = 3V L I L cos(90 o − ϕ ) = 3 VL I L senϕ

41
6 – Medição de potência reativa em circuitos trifásicos desequilibrados de três
condutores

Consideremos a figura 12.

Figura 12

A medição pode ser feita por um wattímetro de três elementos ou por três
wattímetros monofásicos. A potência reativa trifásica corresponderá à soma das
indicações dos três elementos dividida por 3 :

W A + W B + WC
Q3ϕ = = Q A + Q B + QC
3

7 – Utilização de transformadores para instrumentos

A medição pode ser realizada utilizando-se transformadores para instrumentos,


ou seja, transformadores de potencial e transformadores de corrente, um exemplo é
representado na figura 13.

42
Figura 13

8 – Atividade a ser realizada

Medir a potência reativa de diferentes cargas trifásicas, ligadas a uma mesma


fonte trifásica, simétrica, com tensão de linha de 220 V e freqüência de 60 Hz. Para tal
considere os casos discriminados a seguir:

8.1 – Carga em triângulo equilibrada tendo. em cada fase, um resistor de 50 ohm em


série com uma bobina contendo uma resistência de 11,5 ohm e uma indutância de 0,2
henry.

8.2- Carga estrela equilibrada, contendo, em cada fase, uma resistência de 11 5 ohm em
serie com uma indutância de 0,2 henry, num circuito de quatro condutores.

8.3 - Carga estrela desequilibrada, num circuito de três condutores, possuindo na fase A
uma resistência de 11,5 ohm em série com uma indutância de 0,2 henry; na fase B, uma
resistência de 50 ohm, e na fase C, uma resistência de 100 ohm.

8.4 – A mesma carga do item 8.3, acrescentando-se o condutor neutro entre a fonte e o
centro da carga estrela.

8.5 - Anote os resultados das medições na tabela l.

Tabela 1

43
Método Potência
Circuito Leitura(s)
3 4 5 6 Reativa (VAr)
8.1
8.2
8.3
8.4

44
16. ANÁLISE E UTILIZAÇÃO DE PONTES DE CORRENTE CONTÍNUA

1. Introdução

As pontes de corrente continua são utilizadas para a medição de resistência. As


de corrente alternada são empregadas na medição de indutância, capacitância.
resistência. mútua-indutância e freqüência.

2. Método de medição

Entende-se que o método de medição utilizando pontes é o método por


comparação visto que o parâmetro a ser medido o é através de comparação com
parâmetros de alta precisão do circuito interno da ponte.

3. Pontes de corrente contínua

Estes aparelhos são utilizados, normalmente, para medição de resistências de


valores médios e baixos. Valores elevados, como é o caso daqueles encontrados nas
isolações são medidos por aparelhos específicos denominados megaohmímetros .

3.1 Ponte de Wheatstone

Usada principalmente na medição de valores médios de resistências (l ohm a l


Mohm). Seu circuito básico está representado na figura l. Vamos analisar seu principio
de funcionamento, considerando, inicialmente, como o aparelho deve sei operado:

r r2

E
D G B
PB2
E

rx r1
F

PB1 A

Figura 1

• conectamos o resistor rx aos terminais apropriados, E e F.


• ligamos a chave PB1.
• fechamos a chave PB2, observando a deflexão do.galvanômetro G (sensor /detector de
desequilíbrio da ponte).
• atuamos no cursor de r2 c de r1, com o intuito de, gradativamente, minimizar a
deflexão de G, até que esta seja nula.

45
• dizemos, então, que a ponte está em equilíbrio.
• nesta condição, é válida a seguinte equação de equilíbrio para o aparelho:

rx r 2 = r1 r

Conseqüentemente:

r1
rx = r
r2

3.1.1 – Circuitos para a ponte de wheatstone

A seguir são apresentadas 5 versões possíveis para o circuito desse aparelho.

r r r2
r2

Figura 3
r1 r1
rx rx

Figura 2

r1 r2
B

rx r

r1 O r2 rx
A C
r
L1 L2

Figura 4 r2 Figura 5

rx

r1
bat

Figura 6

46
3.2. Ponte de Kelvin

Também conhecida como Ponte Thompson. É utilizada para medição de valores


reduzidos/pequenos de resistência, como os que ocorrem em condutores, contatos
elétricos, barramentos e similares (10 micro-ohm a l ohm). Seu circuito básico está
representado na figura 7. Vamos analisar seu principio de funcionamento, considerando,
inicialmente, como o aparelho deve ser operado:

• conectamos o resistor rx aos 4 terminais apropriados a. b, c e d.


• ligamos a chave Sl.
• Fechamos a chave S2, observando a deflexão do galvanômetro G (sensor/detector de
desequilíbrio da ponte).
• atuamos nos braços da ponte fazendo r1 = r'1, r2 = r’2, ajustando ainda r, com o intuito
de, gradativamente, minimizar a deflexão de G, até que esta seja nula.
• dizemos, então, que a ponte está cm equilíbrio.
• nesta condição, é válida a seguinte equação de equilíbrio para o aparelho:

rx r 2 = r1 r

ou
r1
rx = r
r2

r1 r2

S2
I1 r1’ r2’ I1’

rx I2 I2’
r

I I’

S1

Figura 7

4. Desenvolvimento de atividades

4.1 Bibliografia

Pesquisar bibliografia versando sobre precisão, sensibilidade, componentes,


braços de relação e erros das duas pontes de corrente continua estudadas.

47
4.2. Equação de equilíbrio

Deduzir a equação de equilibrio citada no item 3.1.

4.3.Circuitos de ponte

Analisar os circuitos das versões apresentadas nas figuras 2 a 6

4.4 Equações de equilíbrio

Anotar na tabela 1 as equações para as pontes referidas cm 3.3.1. admitindo-as na


condição de equilíbrio.

Tabela 1

Figura Equação de equilíbrio

4.5 Equação de equilíbrio

Analisando o circuito e as condições apresentadas para a Ponte Kelvin


representada na figura 7, deduzir sua equação de equilíbrio.

4.6 Resistência de contato

Com ligação de rx à Ponte Kelvin através de 4 terminais (2 amperimétricos c 2


voltimétricos), por que não há influência de resistências de contato na medição do valor
de rx?

4.7 Nível de tensão das fontes

Explicar o motivo pelo qual a tensão da fonte de alimentação da Ponte Kelvin é


muito superior à da Ponte Wheatstone, assim como a intensidade de corrente através de
rx também é superior na primeira, durante o processo de medição.

48
4. 8 Fontes de tensão contínua

Justificar a utilização de fontes de tensão continua e não de tensão alternada


nessas pontes.

4.9 Medições de resistência

Medir as resistências dos resistores sobre a bancada, com os aparelhos colocados


à disposição. Preencher a tabela de resultados:

Tabela 2

Valor da resistência [Ω]


Resistor Ponte de Ponte de Kelvin Multímetro
(valor nominal) Wheatstone

4.10 Discrepância nas medições

Justificar as discrepâncias entre os valores no quadro do item 4.9

4.11 Megaohmímetro

Por quê se utiliza o megohmímetro para medição de resistência de isolação e não


se utiliza a Ponte Wheatstone, a ponte de Kelvin nem o multímetro?

49
17 - ESTUDO E UTILIZAÇÃO DE PONTES DE CORRENTE ALTERNADA

1.Equação geral de equilíbrio

Ajustando-se Z2 e Z3 até que seja detectado o equilíbrio da ponte, teremos:

Z 2 Z x = Z 1 Z 3 (1)

Sendo:

Z 1 = Z 1 | θ1 , Z2 = Z2 | θ2 , Z3 = Z3 | θ3 e Z x = Z x | θ x (2)

Substituindo (2) em (1) temos:

Z2 | θ2 Z x | θ x = Z 1 | θ1 Z3 | θ3

Z 2 Z x | θ 2 + θ x = Z 1 Z 3 | θ1 + θ 3

Z 2 Z x = Z1 Z 3

θ 2 + θ x = θ1 + θ 3

Z1 Z 3
Zx = e θ x = θ1 + θ 3 − θ 2 (3)
Z2

Portanto:
Z1 Z 3
Zx|θx = | θ1 + θ 3 − θ 2 (4)
Z2

Z1 Zx

V
DETECTOR

Z2 Z3

Figura 1

2. Trabalho a ser realizado

Demonstrar que as equações de equilíbrio das pontes apresentadas na tabela do


item 3.

50
3. Equações de equilíbrio de pontes específicas de corrente alternada

Pontes Equações de equilíbrio

R1
R2
C1

V
DETECTOR

Lx
R3

Rx

C1
R2

R1
V
DETECTOR

Lx
R3

Rx

51
Pontes Equações de equilíbrio

R1
R2
C1

V
DETECTOR

R3

C3 R4

C1
R2

R1
V
DETECTOR

Cx
C3

Rx

52
18 - RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO

Para considerarmos que um equipamento ou componente está aterrado, é


necessário que o mesmo possua conexão elétrica apropriada com o solo terrestre,
conforme se pode observar pela figura l.

Carcaça de
Para-raio motor elétrico
conector conector

condutor condutor

conector conector

Figura 1

São utilizados dispositivos de aterramento, para estabelecer essa ligação física


entre equipamento ou componente e a terra. O aterramento passa a ser constituído dos
seguintes itens: conector, eletrodo, condutor de aterramento, haste ou malha de
aterramento e o solo circunvizinho, até uma distância que pode ser determinada com
aproximação razoável.
Os aterramentos podem ser enquadrados em duas categorias: de serviço ou de
segurança. Na primeira, integram o circuito elétrico, podendo-se citar, como exemplo, o
aterramento do condutor neutro das redes de distribuição, do neutro do enrolamento
estrela de transformadores e do retomo de alguns circuitos elétricos em zona rurais. Na
segunda categoria, têm a finalidade de evitar que pessoas sejam acidentadas com
choque elétrico, no caso de partes isoladas do equipamento ou elemento serem
energizadas, por falha da sua isolação. Estão, nesta categoria de segurança, aterramentos
de carcaça de equipamentos, de máquinas e ferramentas elétricas, partes metálicas das
estruturas não energizáveis de instalações elétricas, do núcleo e/ou secundário de
transformadores para instrumentos.
A resistência do aterramento deve ter o menor valor possível para que a corrente,
ao escoar pelo mesmo possa se distribuir pelo solo sem o menor nível de impedimento.
Assim, o aterramento cumprirá sua função, normalmente. Caso contrário, ou seja, com
resistência de aterramento elevada, poderá ser impedido de fazê-lo, mantendo valor
considerável de tensão entre o dispositivo aterrado e o solo, quando passar corrente por
essa trajetória.

53
Como podemos determinar o equivalente de resistores ligados em série,
compreendemos que a resistência equivalente do aterramento é resultante, praticamente,
da soma dos valores das resistências correspondentes dos componentes situados em
série, na trajetória da corrente de escoamento para a terra. Tais componentes são o
conector no equipamento a ser aterrado, contato entre este e o cabo de aterramento, cabo
de aterramento, contato entre este e o conector situado na haste ou malha de aterramento,
este último conector, haste ou malha, superfície de contato desta última com o solo e
este, na circunvizinhança da instalação do aterramento.

Circulação de corrente entre dois eletrodos

Considerando-se dois eletrodos fincados na superfície da terra, suficientemente


distantes entre si, conforme representado na figura 2, ao circular uma corrente entre
ambos, pelo solo, esta se distribuirá em todas as direções e chegará ao segundo eletrodo,
vinda de todas as direções.

Figura 2

Distribuição da resistência no solo na trajetória de uma corrente

Os filetes de corrente se distribuirão por seções do solo cada vez maiores, como
se percebe pela figura 3. Em seguida, atingirão seções cada vez menores, até alcançarem
o segundo eletrodo. Portanto, é como se a corrente distribuída fosse procurando
resistores em série, com a resistividade ρ do solo, de seções médias variáveis. Tais
seções, serão tão maiores quanto mais afastadas de ambas as hastes e, menores, quanto
mais próximas de uma delas. A seção total, pela qual a corrente na terra se distribui,
será relativamente infinita, numa região a meio caminho entre os dois eletrodos, se as
hastes estiverem suficientemente afastadas entre si. As resistências em série percorridas
pela corrente nessa região serão relativamente nulas.

54
Figura 3

Superfícies equipotenciais

Cada filete de corrente, ao percorrer as resistências em série ao longo de sua


trajetória no solo, vai determinando potenciais elétricos cada vez menores.
Considerando a totalidade dos filetes de corrente, podemos imaginar que, unidos os
pontos do solo com um mesmo potencial, estes constituirão uma superfície
equipotencial. Teremos, então inúmeras superfícies equipotenciais entre as duas hastes
O potencial de uma superfície será tanto maior, quanto mais próxima da região
de penetração da corrente no solo estiver e, menor, quanto mais próxima da região onde
emergir da terra. Se os eletrodos forem hastes, tais superfícies, quanto mais próximas
deles, terão a forma aproximada de cilindros e, quanto mais afastadas, de calotas
esféricas como se pode verificar pelas figuras 2 e 3.

Distribuição dos potenciais entre dois eletrodos

Ao montarmos o circuito representado na figura 4 , consideremos a haste de aterramento


X, a auxiliar B e a C, esta deslocável na direção determinada pelas duas primeiras e
entre ambas.

Figura 4

À medida que a distância d aumentar, C estará sobre uma superfície


equipotencial no solo de menor potencial. Portanto, a tensão entre X e C aumentará com
a distancia d. Dividindo essa tensão cela corrente que percorre o solo e é indicada pelo

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amperímetro, teremos a resistência do aterramento para essa distancia do solo
envolvendo a haste A. Se a distância XB for suficiente, na região do solo onde a seção S
da terra percorrida pela corrente for praticamente infinita, o solo não mais oferecerá
resistência à passagem da corrente, pois R = ρ L/S = 0.
A haste C ao se aproximar da B, fará com que o decrescimento de potencial,
com relação à haste X, seja retomado e, portanto, a tensão entre X e C, retome seu
aumento progressivo, com o aumento de d, como se pode constatar através da figura 5.

Figura 5

Variação da tensão entre as superfícies equipotenciais

A partir da haste X, até a haste B, aumentando a distância d, a variação de tensão


corresponderá à curva apresentada na figura 5. A região do patamar D' F' corresponde à
distribuição da corrente pelo solo, numa seção relativamente infinita e, portanto, de
resistência nula à sua passagem.

Variação da resistência oferecida pelo solo ao aterramento

O valor da corrente não se modifica com a posição da haste C. Se dividirmos o


valor encontrado para a tensão, para uma dada distância d, entre X e C, pela corrente,
determinaremos o valor da resistência oferecida pelo aterramento da haste X à
circulação da corrente, até essa distância d através do solo. A curva de variação de
tensão entre os eletrodos X e C, em função da distância AC = d, vista na figura 5, pode
ser transformada na curva de variação de resistência oferecida pelo aterramento até a
distância AC = d. Basta dividir as ordenadas da primeira curva pela corrente I,
respectivamente.

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Medição da resistência de aterramento

Considera-se que a resistência de aterramento de X corresponde ao limite de


resistência que a distância d acrescenta ao aterramento, ou seja, corresponde à ordenada
do patamar de D' a F'. Observa-se que, a partir da distância XF' até XG, à resistência do
aterramento de X acrescentam-se valores de resistência do aterramento da haste auxiliar
B. Isto não é de nenhum interesse prático.

Deformação da curva de distribuição de potenciais entre dois eletrodos

Na figura 3, percebe-se que, no solo, entre as posições D' e F', a densidade de


corrente é desprezível e a seção do solo percorrida pela corrente é enorme. Portanto,
nessa região a resistência do solo percorrida pela corrente é desprezível, ou seja,
praticamente nula. A diferença de potencial entre dois pontos nessa região é nula. Dai
decorrer o patamar paralelo ao eixo das abscissas na figura 5. Entretanto, C
aproximando-se de X, a região compreendida entre D' e F' diminui. A curva da figura 5
modifica-se conforme a distância AC, tomando formas correspondentes mostradas na
figura 6.

Figura 6

Quando a curva apresentar um patamar, os eletrodos X e B podem ser


considerados eletricamente distintos. Suas respectivas regiões de influência não se
superpõem, ou seja, se escoar corrente para terra através deles, os potenciais criados no
solo a partir de um deles não interferem nos potenciais criados a partir do outro eletrodo.
Caso contrário, os eletrodos não serão independentes. Seus aterramentos serão mútua e
eletricamente interdependentes.

Valor limite

O limite máximo aceitável para a resistência de aterramento dependerá da norma


técnica aplicável ao tipo de equipamento ou instalação utilizando este recurso. Poderá
ser condicionado por limite de corrente de curto-circuito, ou pêlos níveis máximos
admissíveis para a tensão de passo ou de toque.

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Tensão de passo

Tensão de passo é a diferença de potencial que pode ocorrer entre 2 pontos do


solo, separados por uma distância de um passo de um ser humano, ao circular corrente
por um aterramento situado nas proximidades. Isto podemos observar na figura 7

Figura 7

Tensão de toque

Tensão de toque pode ocorrer entre um corpo metálico aterrado, por onde flui
corrente para a terra, e um ponto da superfície do solo, a uma distância horizontal entre
si correspondente ao comprimento do braço de um ser humano, conforme representado
na figura 8.

Figura 8

Tensão de transferência

Ocorre quando uma estrutura metálica aterrada está num local onde escoa
corrente pela a terra e alguém toca nessa estrutura por meio de um condutor, estando
distante da mesma e com o corpo sobre o solo. Essa tensão surgirá entre os pontos do
corpo, um em contato com o condutor e, o outro, apoiado sobre o solo devido à

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diferença de potencial entre as superfícies equipotenciais correspondentes. Observemos
os detalhes na figura 9.

Figura 9

Redução da resistência de aterramento

Para se tomar menor a resistência de um aterramento, constituído de uma única


haste ou de uma malha mais elaborada, conforme detalhado na fira 10, pode-se recorrer
a uma, ou mais, das seguintes providências:

• aprofundar as hastes de aterramento;


• aumentar a distância entre as hastes, aumentando a área da malha;
• aumentar o número de hastes;
• tratar o solo por processo físico envolvendo os eletrodos por material condutor,
conforme se vê na figura 11;
• tratar quimicamente o solo circunvizinho às hastes, conforme é mostrado na figura 12,
melhorando sua condutividade com sais bons condutores diluídos em água e colocados
em perfurações no solo próximas aos eletrodos: Com o tempo, este tratamento, além de
provocar corrosão da malha, vai perdendo seu efeito de redução da resistência de
aterramento.

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Figura 11 Figura 12

Medidor de resistência de aterramento

Identificar as seguintes partes constituintes do medidor de resistência de aterramento


que será utilizado na execução do trabalho:

a. escala;
b. ponteiro;
c. potenciômetros para calibrações do aparelho;
d. chave seletora do fator de multiplicação de escala;
e. dispositivo para ajuste mecânico indicação zero pelo ponteiro;
f. chave seletora para operação calibrar ou operação medir;
g. terminal E para ligação do aparelho ao eletrodo ou malha de aterramento;
h. terminal U para ligação à haste auxiliar de potencial;
i. terminal H para ligação à haste auxiliar de corrente;
j. manivela para acionamento do gerador manual do medidor.

60
Ligações do medidor para a medição

Os terminais E, U e H do medidor são ligados ao eletrodo ou malha de


aterramento X, eletrodo auxiliar de potencial C, eletrodo de corrente B, respectivamente,
como apresentado na figura 13.

E U H

Figura 13

Funcionamento do aparelho

Ligado corretamente e acionada sua manivela, o aparelho tem deflexão α


proporcional ao quociente da tensão VXC, que ocorre entre X e C, pela corrente IXB, de
X para B, no solo. Portanto α = VXC / IXB = k RXC.
RXC é a resistência de aterramento de X, considerada a influência do solo para até a
distância XC em volta da haste ou malha X.

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Atividade prática

Levantamento da curva de variação da resistência de aterramento com relação à


distância da terra em volta do aterramento da haste ou malha.

A resistência de aterramento a ser medida será determinada ao início da


atividade. Ligado o aparelho corretamente, calibrado e zerado mecanicamente, procede-
se a cada medição da resistência de aterramento em função da distância XC da haste
auxiliar C. Os resultados devem ser lançados em gráfico análogo ao da figura 5, com
valores de RXC em ordenadas e a distancia d = XC em abscissas. O valor da resistência
de aterramento, corresponderá à ordenada do patamar da curva traçada. Lançar as
anotações correspondentes na tabela 1.

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Tabela 1

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Laboratório de Medidas Elétricas

Medição de resistência de aterramento


Local: parte externa adjacente à direita do prédio 15

Endereço: Av. Dom José Gaspar, 500 – Coração Eucarístico - BH

Umidade relativa do ar: Temperatura ambiente:


Instrumento
Marca/tipo: Profundidade dos eletrodos Umidade média do solo:
de prova:

Fabricante: Data das medições: Data da ultima chuva:

Número: Hora das medições: Responsável pelas anotações:

Curva RXC [Ω] x distância XC = d [m]

Medições de RXC [Ω]


Distancia XB [m]:

Distância
XC [m]
Resistência
RXC [Ω]
Responsáveis pelas medições:

Observações:

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19 Referências Bibliográficas

[01] FRANÇA, JÚNIA LESSA, et al. - Manual para Normalização de Publicações


Técnico-científicas, terceira edição, Belo Horizonte: editora UFMG, 1996, 191p.

[02] POPOV, V., “Electrical Measurements“, Mir Publishers, Moscou, 1982, 454p.

[03] INMETRO, “Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de


Metrologia“, Segunda edição, Brasilia, 2000, 75p.

[04] BIPM, IEC, IFCC, ISSO, IUPAC, IUPAP, OIML, “Guia para Expressão da
Incerteza de Medição“, ABNT, INMETRO, SBM, Rio de Janeiro, Brasil, 1998.

[05] MEDEIROS FILHO, S., “Fundamentos de Medidas Elétricas“, Editora Guanabara,


Rio de Janeiro, 1981, 307p.

[06] MEDEIROS FILHO, S., “Medição de Energia Elétrica“, Editora Guanabara,


Terceira Edição, 1976, 483p.

[07] HELFRICK, A.D., COOPER, W.D., “Instrumentação Eletrônica Moderna e


Técnicas de Medição“, Prentice-Hall do Brasil, Rio de Janeiro, 1994, 324p.

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