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0- Introdução Este trabalho tem o objectivo de responder a um momento de avaliação das O

rientações Tutórias da disciplina de Enfermagem: Cuidado à Pessoa Submetida a Intervenção C


rúrgica, do 3º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem da Escola Superior do Vale
do Sousa.
Foi-nos proposto realizar um trabalho dentro de um grande tema “Drenos e Ostomias”,
sendo que a Turma B foi escolhida para tratar do subtema “Ileostomias e Colostomia
s”.
Como metodologia de trabalho foi feita pesquisa bibliográfica em livros e em revis
tas de Enfermagem. Este trabalho tem como objectivos adquirir conhecimento sobre
ostomias de eliminação, dar a conhecer os tipos de ostomias de eliminação que existem,
bem como as suas indicações, as suas complicações e os cuidados de enfermagem inerentes.
Numa primeira parte abordar-se-á os tipos de ostomias que existem. Numa segunda pa
rte iremos falar de diferentes tipos de ileostomias e colostomias, bem como das
suas indicações e complicações. Numa terceira parte falar-se-á dos cuidados de enfermagem
a ter com as ostomias, bem como o ensino ao doente ostomizado. É imprescindível a um
enfermeiro saber que tipos de ostomias de eliminação existem e quais são as indicações pa
ra que se fazer este tipo de ostomia. Tem também que saber as complicações que podem a
dvir de uma ileostomia ou de uma colostomia. Para poder tratar estas ostomias te
rá que saber quais os cuidados de enfermagem inerentes a estas.
Com este trabalho espera-se que ajude os enfermeiros a lidar com este tipo de os
tomias e saber o que fazer, no caso de se deparar com algum doente ostomizado du
rante o seu exercício profissional.
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2 1-Fisiologia dos Intestinos O intestino delgado tem cerca de 2,5 centímetros de
largura e 6 metros de comprimento. É constituído por três partes - o duodeno, que se l
iga ao estômago; o jejuno, ou parte média, e o íleon, que se liga ao intestino grosso.
O intestino grosso tem cerca de 6 centímetros de largura e 1,5 metros de comprime
nto (Phipps, Sands & Marek, 2003).
Também é constituído por três partes – o cego, que se liga ao intestino delgado; o cólon; e
o recto. A válvula íleocecal evita o movimento retrógrado do conteúdo fecal do intestino
grosso para o intestino delgado. O apêndice vermiforme, que não tem uma função conhecid
a, é um apêndice próximo da válvula íleocecal. O cólon é subdividido em quatro partes – o c
cendente, o transverso, o descendente e o sigmóide. Os locais onde o cólon muda de d
irecção são designados pelo nome dos órgãos adjacentes - o fígado (ângulo hepático) e o baç
esplénico). O recto tem 17 a 20 centímetros de comprimento terminando no canal anal
de 2 a 3 centímetros. A abertura do ânus é controlada pelo esfíncter interno de músculo l
iso e pelo esfíncter externo de músculo estriado (Phipps, Sands & Marek, 2003).
As principais funções do intestino delgado são a digestão dos alimentos e a absorção dos nu
rientes. Estes processos ocorrem no jejuno e no íleon. O conteúdo do intestino delga
do (quimo) é propulsionado para o ânus através dos movimentos peristálticos. Estes movim
entos aumentam após as refeições (Phipps, Sands & Marek, 2003).
As principais funções do intestino grosso são a absorção de água e de electrólitos a partir
quimo e depósito de resíduos alimentares até à defecação. Diariamente cerca de 450 mililit
os de quimo atinge o cego. O tempo de passagem no intestino grosso é lento, demora
ndo cerca de 12 horas a atingir o recto (Phipps, Sands & Marek, 2003).
3 4 2 - Ostomias Segundo Simões (2002), “um estoma é um termo grego que significa “boca” o
u “abertura” e que denomina qualquer abertura cirúrgica de uma víscera ao meio exterior”.
Em alguns indivíduos os resíduos não são excretados através do mato urinário ou do ânus, ma
esviados por uma saída cirurgicamente criada, denominada por ostomia. Uma ostomia é
criada por meio da sutura de uma parte do tracto urinário ou intestinal à parede abd
ominal, originando, assim uma abertura para o exterior do organismo. A abertura é
denominada de estoma (Arkinson & Murray, 1989).
As cirurgias que dão origem às ostomias são entre outras por laparoscopia e por cirurg
ia de Hartmann (Phipps, Sands & Marek, 2003). As ostomias podem ser temporárias ou
permanentes. Quando temporárias são constituídas para permitirem que uma porção inferior
do tracto cicatrize após uma cirurgia, lesão ou doença inflamatória. As permanentes são cr
iadas quando há remoção da porção inferior do tracto ou quando esta se mostra lesada defin
itivamente (Arkinson & Murray, 1989).
Os estomas tomam diferentes nomes, consoante a víscera que é exteriorizada e tem dif
erentes funções. Existem três tipos de ostomias: de respiração, de alimentação e de elimina
ntro dos de eliminação existem os de eliminação urinária e os de eliminação intestinal (Sim
2002).
As ostomias de respiração são as traqueostomias, que consistem numa abertura cirúrgica n
a parede anterior da traqueia. O estoma cicatricial permanente obtido com a fixação
da traqueia à pele. Podem ser temporárias e com cânula, ou então permanentes com ou sem
cânula (Simões, 2002).
As ostomias de alimentação são a jejunostomia e a gastrostomia. A jejunostomia consist
e na colocação de um cateter no jejuno, com a finalidade de alimentação, quando há impedim
ento de utilização das partes altas do tubo digestivo, como no caso de operações, de tum
ores, entre outros. A gastrostomia consiste num procedimento cirúrgico para a fixação
de uma5
sonda alimentar. O orifício artificial é criado na altura do estômago e é realizada em d
oentes que perderam a capacidade temporária ou permanente de deglutir os alimentos
, tanto em consequência de lesões cerebrais graves ou por transtornos do tracto gast
rointestinal superior (Simões, 2002).
Nas ostomias de eliminação, como já foi referido anteriormente temos dois tipos (Phipp
s, Sands & Marek, 2003): o Eliminação urinária - em que temos a ureterostomia, que con
siste na colocação em comunicação de duas partes diferentes do mesmo uréter, de forma a re
stabelecer a sua permeabilidade comprometida por um aperto ou por uma obstrução; tem
os também a cistostomia, em que se faz uma anastomose da bexiga à parede abdominal,
entre a sínfise púbica e o umbigo, a fim de permitir a saída da urina da bexiga, quand
o existe um obstáculo ao nível da uretra (cancro, estenose); temos ainda a nefrostom
ia, que é uma intervenção cirúrgica que consiste em efectuar uma abertura num rim com o
objectivo de o drenar. Este permite a resolução da obstrução uretral e recuperação da funçã
al em pacientes com uropatia obstrutiva e tem também um papel importante na obstrução
das vias urinárias por neoplasias abdominais avançadas.
o Eliminação intestinal – em que temos a colostomia, que designa a união à parede abdomina
l anterior de uma porção do cólon, com o fim de permitir a evacuação de fezes e gases; tem
os também a ileostomia, que consiste na união à parede abdominal anterior da porção do íleo
com o fim de permitir a eliminação de fezes e gases.
6 3 – Ileostomia Uma ileostomia surge quando é feito um estoma a partir do íleo e em g
eral é permanente (Arkinson & Murray, 1989). Qualquer técnica de Ileostomia elimina
a capacidade do cólon reabsorver líquidos e electrólitos e a drenagem é profusa e aquosa
(Phipps, Sands & Marek, 2003).
Existem diferentes tipos de ileostomias (Phipps, Sands & Marek, 2003): • Ileostomi
a de Brook; • Ileostomia Continente; • Reservatório Íleoanal. A Ileostomia de Brook é a ma
is antiga técnica de colectomia. Envolve a remoção do cólon, recto e ânus, com encerrament
o definitivo do ânus. A porção terminal do íleo dilata-se com o decorrer do tempo e assu
me algumas das funções do cego. O volume de fezes diminui, mas uma quantidade mínima d
e 300 a 800 ml de líquido, é ainda, perdida diariamente nas fezes, juntamente com qu
antidades substanciais de electrólitos, particularmente de sódio. A pessoa sofre de
défice crónico de líquidos, dado que o intestino delgado é incapaz de fazer ajustamentos
adequados ao défice de líquidos e qualquer aumento na ingestão de líquidos simplesmente
aumenta o volume de drenagem pela ileostomia (Phipps, Sands & Marek, 2003).
O estoma é localizado no quadrante inferior direito, e geralmente é protuso (Swearin
gen & Howard, 2001). A Ileostomia Continente foi desenvolvida no final da década d
e 1960 pelo Doutor Nils Kock, para poupar aos doentes alguns dos problemas da il
eostomia tradicional. Esta técnica envolve a criação de um reservatório abdominal para a
rmazenar as fezes, utilizando uma porção do íleo terminal. Uma parte do íleo terminal é in
vaginada para formar um mamilo valvular que fica colocado ao mesmo nível da parede
abdominal (Phipps, Sands & Marek, 2003).
7 O Reservatório Íleoanal envolve a criação de uma bolsa a partir do íleo terminal, que é s
turada directamente ao ânus. Deixa-se intacto o esfíncter anal, que preserva a conti
nência, adicionado a aproximadamente 2,5 cm de recto que é desnudado da sua mucosa (
Phipps, Sands & Marek, 2003).
Isto faz-se em dois tempos operatórios: o primeiro que segue a colectomia total e
a remoção do revestimento anal (com a preservação do esfíncter anal), envolve a construção
um reservatório íleal no intestino delgado A abertura do reservatório íleal é direccionada
para baixo através de uma bainha de tecido muscular rectal e suturada ou anastomo
sada ao canal anal. O reservatório armazena as fezes. Uma ileostomia temporária é real
izada para possibilitar a cicatrização da anastomose. No segundo momento operatório, d
epois de 3 a 4 meses, a ileostomia temporária é fechada e a continência fecal é restabel
ecida (Swearingen & Howard, 2001).
3.1 – Indicações A Ileostomia de Brook está indicada para doentes que tenham (Swearingen
& Howard, 2001; Phipps, Sands & Marek, 2003): →Colite ulcerosa;
→Doença de Crohn;
→Cancro;
→Trauma;
→Polipose familiar; →Pacientes entre a adolescência e a meia-idade, tendo em média a ida
de de 40 anos. 8 A Ileostomia Continente está indicada para (Swearingen & Howard,
2001; Phipps, Sands & Marek, 2003): Colite ulcerosa; Polipose familiar; Pacientes e
ntre a adolescência e a meia-idade, tendo em média a idade de 40 anos. O Reservatório Íl
eoanal está indicado para doentes que tenham (Swearingen & Howard, 2001; Phipps, S
ands, & Marek, 2003): Colite ulcerosa; Polipose familiar; O doente ideal para este
procedimento é o de 20 a 40 anos de idade e que tenha um bom controlo do esfíncter; G
eralmente não é usada em pessoas com idade superior a 55 anos, que podem sofrer de d
eterioração do esfíncter anal, relacionada com a idade. 3.2 – Complicações As complicações
qualquer tipo de ileostomia são tanto físicas como psíquicas (Phipps, Sands & Marek, 2
003). Complicações Físicas (Phipps, Sands & Marek, 2003; Hallouët, Eggers & Malaquin-Pav
an, 2006): Complicações precoces: hemorragia, necrose, retracção, evisceração, oclusão. C
tardias: oclusão, estenose, eventração, prolapso, irritação da pele peristomial, reintegr
ação do estoma, hérnias paraestomais, 9 úlceras, infecções, incrustações de cristais de fos
metaplasia escamosa, que pode provocar estenoses. Complicações peri-estomais: irritações
cutânea de contacto ou mecânica, infecções da pele por bactérias ou candidíase, processos
lérgicos ou de hipersensibilidade, incrustações de cristais de fosfato, granulomas, va
rizes peri-estomais, hiperplasia epitelial, que pode levar à estenose.
Ileostomia de Brook: mau funcionamento do estoma devido a alimentos mal digeridos
, que facilmente provocam obstrução. Ileostomia Continente: os problemas com o mamilo
valvular são comuns e frequentemente necessitam de laparotomia aberta para reparação.
Isto, adicionado à incidência de inflamação crónica na bolsa, limita a utilidade desta téc
ica e raramente é recomendada como primeira intervenção.
Reservatório Íleoanal: “bolsite” é uma inflamação aguda dentro do reservatório e é um prob
o frequente. Esta provoca desconforto, hemorragia e aumento do débito. Complicações Psíq
uicas (Phipps, Sands & Marek, 2003): Receio de perdas;
Embaraço devido ao ruído e odor;
Efeitos negativos sobre a auto-estima;
Efeito negativo sobre a imagem corporal;
Efeito negativo sobre a sexualidade.
10 4 – Colostomia Uma colostomia surge quando é feito um estoma a partir do cólon e po
de ser temporária ou permanente (Arkinson & Murray, 1989). Existem diferentes tipo
s de colostomias (Phipps, Sands & Marek, 2003; Swearingen & Howard, 2001): →Colost
omia Ascendente; →Colostomia do Transverso;
→Colostomia do Transverso com Barril Duplo;
→Colostomia da Ansa do Transverso;
→Colostomia Descendente; →Colostomia Sigmóideia. A Colostomia Ascendente é o tipo menos
comum de colostomia. Está localizada no quadrante superior direito, ou na área lomba
r direita do abdómen, e é geralmente protuso. Por estar muito perto da porção terminal d
o íleo, deverá eliminar fezes liquefeitas ou pastosas, que fluem quase continuamente
(Swearingen & Howard, 2001).
A Colostomia do Transverso é mais indicada que a colostomia ascendente. É geralmente
temporária e é mais frequentemente realizada para derivação fecal nos casos de alívio de
obstrução intestinal e perfuração do abdómen como consequente de trama. A localização do es
a geralmente é alta sobre o abdómen, ao nível da cintura e próximo da linha média do corpo
. As fezes são semi-sólidas. Em casos em que o recto não é removido, o paciente pode oca
sionalmente eliminar fezes por via rectal (Swearingen & Howard, 2001).
Na Colostomia do Transverso com Barril Duplo faz-se uma dupla abertura, para pro
porcionar o descanso do cólon para posterior anastomose. O paciente possui dois es
tomas: um estoma proximal que é activo e drena fezes e um estoma distal que é inacti
vo e drena muco (Swearingen & Howard, 2001).
11 Na Colostomia da Ansa do Transverso, um segmento intacto do cólon é suturado no a
bdómen, sem que seja seccionado completamente. O laço é feito na porção externa do corpo e
fixado com uma haste de sustentação de plástico ou vidro por 7 a 10 dias de período pós-o
peratório (Swearingen & Howard, 2001).
A Colostomia Descendente é o tipo de derivação fecal mais comummente realizado. O esto
ma está localizado no quadrante superior esquerdo e poderá ser plano ou protuso. As
fezes são pastosas ou semi-sólidas (Swearingen & Howard, 2001).
A Colostomia Sigmóideia é muito idêntica à colostomia descendente. É o outro tipo de deriv
ação fecal mais comum a ser realizada. O estoma está localizado no quadrante inferior
esquerdo e poderá ser plano ou protuso. As fezes neste caso são sólidas, pois estão muit
o perto do recto (Swearingen & Howard, 2001).
4.1 – Indicações A Colostomia Ascendente está indicada para doentes que tenham (Swearing
en & Howard, 2001; Hallouët, Eggers & Malaquin-Pavan, 2006): Diverticulose; Doença de
Hirschsprung; Obstrução do cólon;
Trauma;
Fístula rectovaginal;
Tumores inoperáveis do cólon;
Polipose familiar; Pode ser realizada em doentes de qualquer idade. 12 A Colostomi
a do Transverso está indicada para (Hallouët, Eggers & Malaquin- Pavan, 2006; Sweari
ngen & Howard, 2001): • Diverticulose; • Doença de Hirschsprung; • Obstrução do cólon; • Tr
• Fístula rectovaginal; • Tumores inoperáveis do cólon; • Polipose familiar; • Pode ser re
zada em doentes de todas as idades. A Colostomia do Transverso com Barril Duplo
está indicada para (Hallouët, Eggers & Malaquin-Pavan, 2006; Swearingen & Howard, 20
01): −Descanso do cólon para posterior anastomose. − Situações de urgência, como a obstruçã
perfuração intestinal. A Colostomia da Ansa do Transverso está indicada para (Swearing
en & Howard, 2001): Situações de emergência. A Colostomia Descendente está indicada para
doentes que apresentem (Hallouët, Eggers & Malaquin Pavan, 2006; Swearingen & Howa
rd, 2001): Cancro do cólon sigmóide ou recto; Diverticulose; 13 Anomalias congénitas; T
ma; Polipose familiar; Pode ser realizada em doentes de todas as idades, mas a mai
oria é feita em doentes com idade igual ou superior a 40 anos. A Colostomia Sigmóide
ia está indicada para doentes que tenham (Hallouët, Eggers & Malaquin Pavan, 2006; S
wearingen & Howard, 2001): Cancro do cólon sigmóide ou recto;
Diverticulose;
Anomalias congénitas;
Trauma;
Polipose familiar; Pode ser realizada em doentes de todas as idades, mas a maioria
é feita em doentes com idade igual ou superior a 40 anos. 4.2 – Complicações As complic
ações para qualquer tipo de colostomia são tanto físicas como psíquicas (Phipps, Sands & M
arek, 2003). Complicações Físicas (Phipps, Sands & Marek, 2003), (Hallouët, Eggers & Mal
aquin Pavan, 2006), (Swearingen & Howard, 2001): Complicações precoces: hemorragia, n
ecrose, retracção, evisceração, oclusão. Complicações tardias: oclusão, estenose, eventraç
o, irritação da pele peristomial, reintegração do estoma, hérnias paraestomais, 14 úlceras,
infecções, incrustações de cristais de fosfato, metaplasia escamosa, que pode provocar e
stenoses. Complicações peri estomais: irritações cutânea de contacto ou mecânica, infecçõe
le por bactérias ou candidíase, processos alérgicos ou de hipersensibilidade, incrustações
de cristais de fosfato, granulomas, varizes peri estomais, hiperplasia epitelia
l, que pode levar à estenose.
Colostomia Ascendente: o conteúdo fecal contém enzimas digestivas que são lesivas à pele.
Colostomia do Transverso: o conteúdo enzimático das fezes liquefeitas pode causar ir
ritação da pele peristomial. Colostomia do Transverso com Barril Duplo: o conteúdo enzi
mático das fezes liquefeitas pode causar irritação da pele peristomial. Colostomia da A
nsa do Transverso: como é geralmente realizado em situação de emergência, o doente frequ
entemente está mal preparado, quer física, quer psicologicamente para este procedime
nto. Colostomia Descendente: dependendo do tipo de alimentos digeridos, alguns po
dem provocar diarreia, gases, odores ou mesmo obstrução. Colostomia Sigmóideia: depende
ndo do tipo de alimentos digeridos, alguns podem provocar diarreia, gases, odore
s ou mesmo obstrução. Complicações Psíquicas (Phipps, Sands & Marek, 2003): Receio de perd
s;
Embaraço devido ao ruído e odor;
Efeitos negativos sobre a auto estima;
Efeito negativo sobre a imagem corporal;
Efeito negativo sobre a sexualidade.
15 16 5 – Cuidados de Enfermagem Desde o pré operatório, que são fundamentais os cuidado
s ao doente, incluindo o ensino sobre o que vai mudar na sua vida. É então a função do e
nfermeiro prestar estes cuidados e fazer este ensino ao doente sobre esta sua no
va etapa na sua vida, podendo este obter uma melhor qualidade de vida possível.
5.1 Cuidados de Enfermagem no Pré Operatório Os Cuidados Pré Operatórios ao doente sub
metido a ostomia centralizam se no ensino ao doente (Phipps, Sands & Marek, 2003
). Na Preparação Psicológica, sendo a ostomia uma técnica que provoca alteração da imagem c
rporal e função intestinal, o enfermeiro deve avaliar os conhecimentos e a compreensão
do doente em relação à proposta cirúrgica e aos seus resultados finais. O enfermeiro de
ve também informar o doente sobre o que o espera no pós operatório. Para além do medo e
ansiedade inerentes à própria cirurgia, pode também surgir medo da reacção da família e ami
os perante a sua ostomia. Sentimentos de choque, raiva, inferioridade, depressão o
u dependência poderão surgir. Para além destes, pela alteração da imagem corporal, em que
a saída de fezes passa a ser feita por abertura não natural no abdómen; o doente poderá
sentir vergonha, repugnância e refugiar se num isolamento social. O enfermeiro dev
erá esclarecer o doente e família de dúvidas em relação à cirurgia e à ostomia, desmistific
o medos, receios e muitas vezes conceitos errados. É fundamental que o enfermeiro
demonstre disponibilidade e desenvolva com o doente uma relação de empatia e confiança
, tendo sempre como principal objectivo a autonomia e a reabilitação
17 do doente o mais precoce possível, promovendo o auto cuidado e a aceitação da nova
imagem corporal (Serrano & Pires, 2007). A Preparação Física inclui a preparação intestina
l, onde a limpeza é efectuada de acordo com a prescrição médica e, dependendo do estado
geral do doente, poderá ser efectuada com (Serrano & Pires, 2007):
• Manitol a 10% 1500cc, por via oral; • Preparados industriais para limpeza intestin
al de administração oral (Ex: “Selg”, “X prep” ou “Klean prep”); • Enemas de limpeza ou out
parados de administração rectal (Ex: Clyss Go). Normalmente é também efectuada cobertura
profiláctica de antibioterapia, com metrodinazol 750 mg e neomicina 1gr; 3 tomas
por via oral na véspera da cirurgia. Faz se tricotomia da região púbica, abdominal e p
erineal (quando o doente vai ser submetido a amputação abdomino perineal), punção de uma
veia periférica e administração de soro polielectrolítico com dextrose, na véspera da cir
urgia, para compensar perdas originadas pela limpeza intestinal e ter em atenção a h
igienização da pele (Serrano & Pires, 2007).
Faz se também a marcação do local do estoma, onde a forma e o contorno da prega cutânea
do abdómen do doente são tomadas em consideração, não só na posição de sentado mas também d
ocal deve ser visível ao doente quando estiver sentado ou de pé, estar situado no músc
ulo recto e estar afastada de cicatrizes, proeminências ósseas ou pregas cutâneas. A c
intura do doente também deve ser evitada. Frequentemente, o local do estoma é o fact
or mais significativo que influencia a capacidade de o doente manter uma bolsa b
em vedada e tratar a ostomia sozinho, após a cirurgia (Phipps, Sands & Marek, 2003
).
O ensino ao doente antes da cirurgia devem incluir (Phipps, Sands & Marek, 2003)
: Que deve fazer uma consulta de estomaterapia com o Enfermeiro Estomaterapeuta,
antes da cirurgia, em que este lhe vai mostrar o 18 material que existe, para qu
e o doente fique familiarizado com o material que vai ter que passar a usar; Que
vai ser feita tricotomia ao abdómen (no caso de o doente possuir muita pilosidade)
; Que tem que estar em jejum antes da cirurgia;
Se o doente tem algum tipo de alergias;
Explicar ao doente, que poderá ter drenos,algália e sonda naso gástrica;
Que vai ter que estar em jejum após a cirurgia, para evitar distensão ou
pressão nas linhas de sutura; Que poderá ter dor e que lhe será administrada analgesia;
Ensinar o doente como proceer na respiração e tosse após a cirurgia, de maneira a que
não tenha dor; Mostrar material, no caso de não ter ido à consulta de estomaterapia; Exp
licar em que consiste a cirurgia, explicando a fisiologia dos intestinos. 5.2
Cuidados de Enfermagem no Pós Operatório Nos Cuidados de Enfermagem no Pós Operatório, o
enfermeiro deverá, como em qualquer período pós operatório, observar correctamente o do
ente e controlar as suas funções vitais. O enfermeiro deverá encorajar o levante após 24
horas e se for possível a deambulação (Phipps, Sands & Marek, 2003).
Deverá pois, ter em atenção a vigilância de (Serrano & Pires, 2007; Phipps, Sands & Mare
k, 2003): −Soros e outras perfusões; −Drenagem gástrica; 19 −Drenos abdominais e perineais
(quando existentes);
−Penso abdominal e perineal (quando existentes);
−Drenagem vesical;
− Drenagem do estoma e início do seu funcionamento (a drenagem é inicialmente de líquido
serohemático e muco, reiniciando se a função intestinal normalmente de 3 a 7 dias do
pós operatório);
− Limpeza do Estoma: Durante o internamento hospitalar a limpeza do estoma deve se
r feita com compressas esterilizadas e soro fisiológico, para evitar infecções. Deve s
e lavar suavemente a pele peri estomal e o estoma em movimentos circulares e sec
ar bem sem friccionar o estoma e a pele peri estomal e manter a pele que está deba
ixo do saco sempre limpa e seca;
− Manutenção do equilíbrio hidro electrolítico: Na pessoa com ileostomia, é fundamental pre
tar atenção ao equilíbrio hidro electrolítico. Após a cirurgia, a drenagem fecal pela ileo
stomia é líquida e pode ser permanente. O doente pode ter débitos fecais que variam en
tre 1000 e 1500 ml em cada 24 horas. Esta quantidade deve começar a diminuir ligei
ramente dentro de 10 a 15 dias, à medida que o íleo terminal comece a reabsorver água
e as fezes se tornem mais espessas. Contudo, as perdas ainda são mais significativ
as e é essencial o registo cuidadoso do balanço hídrico. O doente com ileostomia facil
mente se desidrata. As fezes podem não se tornarem espessas, se o doente fez prévias
ressecções do intestino delgado devido a doença de Crohn. Quanto mais intestino tiver
sido ressecado, maior a probabilidade de um elevado volume de fezes líquidas. Alg
uns doentes necessitam de medicação para ajudar a diminuir o volume e controlar a pe
rda de líquidos. A bolsa pode necessitar de ser esvaziada em cada 1 a 2 horas. Vol
umes superiores a 1500 ml, por cada 24 horas, são considerados excessivos. Os prob
lemas hidro electrolíticos geralmente não são uma
20 grande preocupação após a colostomia cirúrgica, embora o possam ser por um momento, p
ara restabelecer um padrão normal de eliminação. − Avaliação do Estoma: O doente que tenha
ido submetido a ostomia cirúrgica geralmente vem da cirurgia com um saco de ostomi
a colocado. A enfermeira observa regularmente o estoma relativamente à hiperemia e
ao edema. A coloração reflecte a perfusão e um estoma escuro ou acastanhado preto ind
ica isquémia e necrose. As alterações da coloração devem ser comunicadas de imediato. O ed
ema inicial, do estoma, é uma resposta esperada da manipulação cirúrgica. A forma do est
oma continua a alterar se ligeiramente em resposta à peristalse e a abertura da bo
lsa precisa de ser ajustada para se adaptar às alterações do tamanho do estoma. O edem
a geralmente desaparece nos 5 a 7 dias seguintes. Uma pequena hemorragia signifi
cativa deve ser comunicada imediatamente ao cirurgião. A incisão abdominal e as sutu
ras que fixam o estoma, são examinadas relativamente às suas alterações. Alguma da mucos
a do estoma pode exteriorizar se na parede abdominal antes de a cicatrização estar c
oncluída. Os fragmentos superficiais cicatrizam por granulação, mas os mais profundos
podem necessitar de reposicionamento ou de ser novamente suturados. A drenagem d
o estoma é constituída, inicialmente, de muco e secreção sero hemática. À medida que a peri
talse reaparece, geralmente em 2 a 4 dias, começam os flatos e a drenagem fecal. O
saco deve ser esvaziado quando tem, um terço ou metade da sua capacidade, com fez
es ou mais frequentemente se há excesso de gases.
− Manuseamento da Ferida Operatória Perianal: A ferida operatória perianal pode necess
itar de mais de 6 meses para uma cicatrização completa, sendo por isso necessário ter
cuidado com esta ferida, como lavagens e pensos absorventes até que a ferida se en
cerre. A ferida perianal dificulta que o doente se sente ou encontre uma posição con
fortável. Almofadas moles ou de espuma podem aumentar o conforto, enquanto o doent
e está sentado. O enfermeiro ensina o doente a evitar almofadas que lhe façam afasta
r as nádegas e que dificultam a
21 cicatrização da ferida. Geralmente os doentes preferem a posição de decúbito lateral. I
nicialmente a drenagem da ferida é abundante e sero hemática e deve ser removida ef
icazmente para evitar a infecção e a formação de abcesso. Inicialmente as lavagens da fe
rida são feitas, geralmente com soro fisiológico, mas o doente gradualmente pode evo
luir para uma massagem manual com o chuveiro. Os pensos devem ser mudados sempre
que necessário.
Os cuidados de enfermagem a serem prestados quando surgem complicações são (Loureiro &
Fernandes, 2007): Irritação Cutânea/Dermatite Periestomal: as causas mais comuns são a c
orrosibilidade das descargas, sensibilidade ao dispositivo, hiperplasia epitelia
l, dermatite alcalina e infecção. Como cuidados devemos realizar os cuidados de higi
ene ao estoma; despistar a causa e actuar em conformidade; aumentar a protecção cutâne
a; mudar de dispositivo; e em caso de persistência deve se orientar para o Enferme
iro Estomaterapeuta.
Estenose: em que há um estreitamento do estoma provocado pelo tecido de cicatrização. C
omo cuidados, deve se realizar os cuidados de higiene ao estoma; vigiar as dimen
sões do estoma; promover a dilatação do estoma; aplicar se necessário uma placa convexa
ou anel complementar e encaminhar para o cirurgião.
Hérnia Periestomal: em que há uma protusão do cólon ou íleo nas camadas subcutâneas. Como
dados deve se realizar os cuidados de higiene ao estoma; aplicar, se necessário um
cinto de suporte sem apertar demasiado; alertar, se necessário para as mudanças de
vestuário; mudança de dispositivo; encaminhar para o cirurgião; cirurgia.
Prolapso: Há uma exteriorização acentuada do intestino para fora do próprio estoma. Como
cuidados deve se realizar os cuidados de higiene ao estoma; diminuir a ansiedade
do ostomizado; pedir ao ostomizado para se deitar em decúbito dorsal; verificar c
oloração do estoma e sinais
22 de necrose, hemorragia e ulceração; envolver o coto com compressas embebidas em s
oro glicosado a 30%, quando existe edema ou com soro fisiológico se não há edema. Agua
rdar uns minutos e com o auxílio dos dedos médios e indicador, segurar o coto intest
inal e reduzir com o polegar. Após a redução, o ostomizado deve permanece deitado dura
nte 30 minutos; ensinar o ostomizado a amparar/comprimir o abdómen quando tossir,
espirrar ou fizer esforços; aparelhar com sistema de duas peças, atendendo à dimensão pe
la possibilidade de exteriorização do coto; ensinar o ostomizado a fazer redução manual;
encaminhar para o cirurgião.
Retracção: é quando há aprofundamento do estoma. Nos cuidados deve se realizar os cuidado
s de higiene ao estoma; utilizar um dispositivo convexo/moldável; encaminhar para
o cirurgião. Hemorragia do estoma: quando há sangramento do estoma. Nos cuidados deve
mos realizar os cuidados de higiene ao estoma; procede se normalmente se for um
a hemorragia ligeira; encaminhar para o cirurgião, se for uma hemorragia contínua.
5.3 – Ensino ao Doente Ostomizado Os ensinos ao doente ostomizado começam logo no pré
operatório, com a percepção do doente sobre o que este sabe da cirurgia, o porquê de est
a ser realizada e como ficará após a mesma, não podendo esquecer de esclarecer qualque
r dúvida que a pessoa tenha (Correia, 2007).
Nem sempre este processo de mudança, se faz de uma forma tranquila, e tendo isto e
m conta, os ensinos pós operatórios devem ser iniciados quando a pessoa se encontra
mais receptiva aos mesmos, de modo que possa aprende los, utilizando os para um
a maior autonomia nos cuidados, atingindo uma melhor qualidade de vida possível (C
orreia, 2007).
23 O ensino para a alta do doente é feita pelo enfermeiro, sendo este o técnico com
maior responsabilidade no ensino sobre o cuidar do estoma. O ensino facilita o p
rocesso de aceitação da ostomia, como fazendo parte do próprio doente. Este ensino dev
e ser iniciado o mais precocemente possível, envolvendo sempre o doente, família ou
pessoas que o doente considere importantes. Deve ser contínuo e ser avaliada a sua
eficácia: avaliar conhecimentos do doente e saber se está autónomo e apto a cuidar do
seu estoma em casa (Serrano & Pires, 2007).
Para além de todo o ensino verbal e de demonstração prática dos cuidados o enfermeiro de
verá também fornecer material e literatura suplementar ao doente e informá lo sobre os
serviços de apoio existentes na comunidade (Associação Portuguesa de Ostomizados), as
sim como comparticipações e outros benefícios que tem direito de usufruir (Serrano & P
ires, 2007).
O doente deve, após ter alta do hospital, ir às consultas de follow up e aí será feito u
ma avaliação do seu estoma, ser lhe ão feitos ensinos e poderá tirar dúvidas (Serrano & Pi
res, 2007).
Os ensinos pós operatórios a serem realizados ao doente são (Correia, 2007; Loureiro &
Fernandes, 2007; Phipps, Sands & Marek, 2003): 1.Escolha do dispositivo De acord
o com a localização anatómica do estoma a nível intestinal, as características das fezes sã
diferentes. Deste modo, a escolha do dispositivo deve ter em conta estas caract
erísticas. O enfermeiro deve explicar novamente ao doente a fisiologia dos intesti
nos.
Também deve ter em conta a idade do doente, se é portador de defeitos físicos, estado m
ental, pessoa que vive só, se é reformado ou activo e o tempo que dispõe para si próprio
. O material escolhido deve preencher determinadas características, tais como mante
r se fechada pelo menos 24 horas, proporcionando segurança de dia e de noite; ser
de fácil manuseamento; confortável e 24 permitir liberdade de movimentos; deve ser p
equeno permitindo o uso de roupa elegante e mesmo de fato de banho; isolar ruídos
e cheiros; não irritar a pele nem o estoma; de fácil obtenção em vários tamanhos.
O enfermeiro deve informar o doente quanto aos tipos e modelos de saco disponíveis
no mercado, permitindo que este os experimente, de modo a que possa escolher qua
l o que será mais eficaz no seu caso; deve informar o doente que existe dois tipos
de sistemas de sacos descartáveis com barreira cutânea: o sistema com uma peça, em qu
e o saco está adaptado a uma base do protector cutâneo, aderindo o próprio à pele, tendo
que se remover todo o conjunto quando necessário; o sistema de duas peças em que o
saco está separado da placa, tendo a vantagem de se mudar apenas o saco quando nec
essário, podendo manter se a placa enquanto estiver bem adaptada, o que acaba por
não ser tão agressivo para a pele peri estomal a mudança frequente da placa. Existe a
inda sacos reutilizáveis que são limpos e utilizados novamente e sacos drenáveis que são
mais fáceis de se manterem limpos; ambos estão disponíveis em sistemas de uma e duas
peças.
É importante para o doente medir correctamente o estoma em cada mudança de saco nas p
rimeiras semanas após a cirurgia. Partes exteriores, para cortar, de vários diâmetros
estão incluídas na caixa dos sacos. As barreiras cutâneas são cortadas aproximadamente c
om mais 3 milímetros do que o estoma para adaptar ao estoma edemaciado. Mais tarde
, no primeiro ano, o tamanho do estoma, é reavaliado ocasionalmente para se assegu
rar de uma adaptação perfeita.
Quanto ao controlo do odor, os sacos normalmente possuem um filtro de carvão na par
te superior, que liberta e desodoriza os gases; se não possuir o doente pode optar
por colocar soluções ou pastilhas desodorizantes para eliminar odores.
25 Deve também informar que não necessita de comprar o material, pois com a receita méd
ica pode dirigir se ao centro de saúde ou à farmácia, requisitar o material que precis
a e eles dar lho ão gratuitamente. No entanto, esta opção deve ser tomada pelo próprio do
ente de acordo com as suas necessidades. 2.Mudança do dispositivo →O ensino começa com
a primeira substituição do saco. O doente pode estar ou não preparado para ver o esto
ma, mas o enfermeiro deve encorajar lentamente o doente a olhar para a ostomia e
a tocar lhe. O enfermeiro deve explicar resumidamente e objectivamente cada pas
so do procedimento. Deve também relembrar o doente que o estoma não possui sensibili
dade ao toque, mas o resto do abdómen ainda está sensível e doloroso devido à cirurgia.
A dor deve ser cuidadosamente controlada antes de cada sessão de ensino.
→Antes de iniciar a mudança do saco de ostomia, a pessoa deve preparar todo o materi
al, que vai necessitar durante os cuidados de higiene ao estoma e pele. Recortar
a placa/saco de acordo com o diâmetro do estoma é importante, de forma a evitar um
contacto contínuo das fezes com a pele peri estomal.
→Retirar o saco com fezes deve ser realizado de cima para baixo. →Colocar um papel s
obre o estoma, enquanto se realiza outra actividade, evitando se a saída das fezes
. →A limpeza da pele deve ser feita com papel higiénico suave e água tépida, podendo se
utilizar um sabão de pH neutro, para retirar fezes que possam ter ficado na zona. →S
ecar bem a pele com movimentos suaves, e sem friccionar, utilizando papel ou toa
lha suave. Avaliar cuidadosamente a pele que circunda o 26 estoma e o estoma em
relação a sinais de irritação ou infecção. Se necessária a tricotomia da zona peri estomal,
alizá la com tesoura de pontas redondas, evitando o uso de lâminas de barbear, pelas
lesões que possam causar e pelo aumento da vulnerabilidade para foliculites.
→Pode se utilizar uma barreira cutânea, quando a pele peri estomal se encontra macer
ada, com lesões ou com pregas, que protegem a pele. Embora sem estudos científicos q
ue provem a sua eficácia, a aplicação da clara de ovo, ligeiramente batida tem dado bo
ns resultados. A sua justificação poderá estar relacionada com a conhecida função das prot
eínas, na reparação dos tecidos. A utilização de uma barreira cutânea é um importante meio
protecção da pele peri estomal. Como barreiras cutâneas podemos ter: o pó, em que se for
aplicado na pele deverá ser selado, pois não permite a fixação do saco à pele; a pasta, q
ue serve para preencher as rugas ou pregas à volta do estoma e para suplementar as
barreiras cutâneas para uma selagem mais duradoura; barreira cutânea em discos: pod
em ser utilizados numa variedade de sacos e proteger a pele de fezes, sendo que
a abertura no disco é cuidadosamente medida de maneira a que se adapte à base do est
oma sem provocar atrito para dentro ou para cima do estoma; selantes cutâneos: exi
stem em forma de vaporizadores, líquidos, gel e loção líquida; estes produtos selam e re
vestem a pele com uma película fina, sendo úteis debaixo dos adesivos dos sacos e qu
ando o adesivo é removido da pele a película fina também é retirada.
→Retirar o papel de protecção do dispositivo (placa/saco) a aplicar, e fixar de baixo
para cima, comprimindo os músculos abdominais para tornar mais fácil a aplicação e massa
jando o para obter uma boa aderência. →Para verificar se o saco ficou bem fixo, o do
ente deve puxar ligeiramente o saco e se este não sair é porque está bem colocado. → O s
aco deve ser esvaziado quando tem, um terço ou metade da sua capacidade, com fezes
ou mais frequentemente se há excesso de gases.
27 3. Alimentação O ostomizado não necessita de ter uma dieta especial, deverá manter a
que tinha anteriormente à cirurgia, no entanto deverá ter alguns cuidados gerais:
É aconselhável que o mesmo vá experimentando um alimento novo diferente de cada vez,
para assim saber o seu efeito; Mastigar bem os alimentos, pois facilita a dig
estão e diminui a flatulência;
Comer regularmente;
Ter uma alimentação variada;
Reforço hídrico (em especial nos ileostomizados, pois 90% do peso das fezes é água);
De acordo com a sua própria situação, controlar a ingestão de alimentos que: • Causam obs
tipação, como arroz, banana, batata, frutos secos, compota de maçã; • Causam diarreia, tai
s como leite, feijão, melancia, figo, kiwi, morangos, vegetais, laranja, cerveja,
ameixas; • Aumentam o cheiro das fezes, como bebidas alcoólicas, espargos, cebola, a
lho, peixe, queijo, couves, ovos, café, pêra, feijão;
• Diminuem o cheiro das fezes, como espinafres, salsa, vegetais verdes, alface, io
gurte, manteiga; • Causam flatulência, como por exemplo, bebidas gaseificadas, feijão,
ervilhas, batata doce, couve flor e brócolos, melão, cogumelos, chocolate e bolos,
cebola.
28 4. Vestuário Se o estoma estiver bem localizado (ou for bem marcado no pré opera
tório), não há necessidade da mudança de vestuário. No caso de durante a cirurgia, não se c
nseguir evitar a linha da cintura, dever se á aconselhar os homens a que em vez de
cinto, que pode traumatizar o estoma, usem suspensórios. A pessoa pode utilizar c
inta, se se sentir mais confortável, desde que não seja muito apertada.
5. Viagens Quando a pessoa com colostomia vai de férias, deve levar uma quantidade
superior de sacos ao que costuma utilizar no mesmo período de tempo, pois com a m
udança de local, pode levar à alteração dos hábitos intestinais. Se a viagem for de avião o
utente deve levar sacos na mala de mão, pois pode ocorrer o extravio da mala que s
e encontra no porão. Em relação ao uso do cinto de segurança este deve ser usado debaixo
do estoma ou superior ao mesmo, para evitar o roçar ou compressão que podem danificá
lo.
6. Vida Sexual A pessoa com ostomia pode ter uma vida sexual normal. No entanto
se houver lesão nos nervos pélvicos pode surgir na mulher dispareunia e no homem um
certo grau de impotência. Este grau de impotência está relacionado com a magnitude da
lesão, causando diferentes manifestações. O utente pode mudar o saco antes das relações se
xuais, optar por trocar para um mini saco ou cobrir o saco durante a relação sexual.
O casal deve explorar posições para as relações sexuais, que minimizem a tensão e a pressã
sobre o saco. Não deve ter relações sexuais pelo estoma. Em caso de gravidez, o facto
de possuir um estoma não prejudica o bebé nem a própria, devendo ter acompanhamento p
or profissionais desde a preconcepção. Deverá haver compreensão e um bom relacionamento
entre os dois parceiros, tentando ultrapassar dificuldades, receios e insegurança.
29 7. Desporto O ostomizado pode praticar exercício físico, no entanto se praticar d
esportos de contacto violento (como boxe, rugby…), deverá utilizar uma protecção rija so
bre o estoma. Na prática de actividades físicas, a pessoa pode utilizar estratégias co
mo as referidas anteriormente (mudança do saco, utilização de mini saco).
8. Benefícios Fiscais Os ostomizados têm vários benefícios, os quais se encontram legisl
ados, e em vigor em Portugal, como na: 
Aquisição de automóveis (Decreto lei n . 103 A/90 de 22 Março);
Estruturação de Pensões (Decreto lei n . 92/2000 de 19 Maio);
Aquisição de Habitação (Decreto
 lei n . 230/90 de 16 Julho);
Arrendamento (Decreto lei n . 321 B/90 de 15 Outubro);
Isenção
 de taxas moderadoras e comparticipação na aquisição de próteses/órtoteses
 (Decret
n . 54/92 de 11 Abril); Flexibilidade do horário de trabalho (Decreto lei n .159/96
de 04 Setembro). 9. Complicações O ensino acerca das complicações também é importante, por
ue apenas conhecendo as alterações, poderá recorrer às entidades adequadas em caso de ne
cessidade. Algumas das complicações mais frequentes são: dermatites alérgicas ou mecânicas
, foliculites, granulomas, prolapso, retracção do estoma, estenose, hérnia peri estom
al, hemorragia, infecção.
30 10. Apoio à Auto Estima Positiva A formação de um estoma é visto como uma mutilação e a
aioria dos doentes precisa de tempo e de ajuda de outros para lidar por intermédio
dos seus sentimentos. A remoção de qualquer parte do corpo envolve um sentimento de
perda e de sofrimento profundo. O enfermeiro deve encorajar o doente a expressa
r esses sentimentos de perda e não os reprimir ou minimizar. A resolução do sofrimento
não é um processo rápido nem fácil e não será conseguido durante a hospitalização. Tanto o
te como a família precisam de ser avisados que a resolução pode demorar tanto como um
ano ou mais e pode dificultar o retorno à independência nos auto cuidados. O enferme
iro encoraja o doente a observar o estoma e a cuidar dele de uma forma natural.
Este dá apoio emocional em todas as sessões de auto cuidado, ajudando o doente a exp
rimir se. Incentiva também o doente a retomar as suas actividades diárias, sem qualq
uer tipo de restrição.
11. Irrigação da Ostomia Uma irrigação da ostomia é um enema administrado através do estoma
para estimular o esvaziamento intestinal, com intervalos de tempo regulares e ad
equados. O procedimento já não é recomendado por rotina e é apenas utilizado nas colosto
mias sigmóideia, que expulsam fezes moldadas. A irrigação nunca é parte dos cuidados de
rotina de uma ileostomia, porque a drenagem é contínua e semi líquida. Um doente que e
fectue irrigações com sucesso, pode ser capaz de dispensar um saco de ostomia e util
izar uma capa do estoma, uma pequena bolsa adesiva com um penso absorvente. Dado
que a ostomia continua a segregar muco e a libertar gases é desejável um filtro de
gases.
Se forem planeadas irrigações, estas iniciam se cerca de 5 a 7 dias após a cirurgia, m
as também podem ser só explicadas e realizadas numa fase mais avançada, nas consultas
de follow up. Estão disponíveis vários
31 34 7 Bibliografia Atkinson, L. D., & Murray, M. E. (1989). Fundamentos de En
fermagem. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan. Correia, R. F. (Novembro de 2
007). A Pessoa
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