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11 MINI ONU
Guia de Estudos
Diretores
Daniel Amadeu de Melo Pedersoli
Gabriel Fernandes Pimenta
Guilherme Stolle Paixão e Casarões
Priscila Gomes
"Nós ainda acreditávamos em um socialismo que
não poderia ser divorciado da democracia,
porque sua razão essencial é a justiça social."
Alexander Dubcek, ex-Primeiro Secretário do
Partido Comunista Tchecoslovaco
1 INTRODUÇÃO………………………………..…………….………….……….…..... ….6
4 POSIÇÕES POLÍTICAS.……………………………………………………………...13
4.1 Atores aptos a votar em tópicos substantivos e procedimentais.................................13
4.2 Atores aptos a votar somente em tópicos procedimentais.……………………......…24
5 A AGENDA……….……………………………………………………………................25
6 QUESTÕES RELEVANTES……………………………………………………............26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...………………………..…………………….…..28
MAPAS…….…………………………………………………………………………....…..31
ILLUSTRAÇÕES……………………………………………………………………...…..33
1 INTRODUÇÃO
1
A libertação tchecoslovaca foi um dos tópicos discutidos na Conferência de Yalta em 1944. Foi decidido que as
tropas soviéticas libertariam todo o país, assim como a Europa Oriental como um todo.
ministros não comunistas deixaram seus cargos, encurralados pelo crescente apoio à URSS e
ao KSC (o Partido Comunista da Tchecoslováquia). O Ministério do Interior, controlado pelos
comunistas, começou a angariar apoio político e militar para um golpe de estado, o qual foi
abertamente colocado em marcha após a renúncia do presidente Benes, em 25 de fevereiro de
1947. A posterior morte de Jan Masaryk, o moderado ministro das relações exteriores, em 10
de Março de 1948, veio como o último golpe ao governo.
Os comunistas, agora oficialmente apoderados no novo governo, iniciaram o processo
de reforma do Estado ainda nos movimentos iniciais. Como primeiro passo em direção ao
socialismo e comunismo, o país foi declarado como uma democracia popular (1948),
enquanto princípios ideológicos Marxistas-Leninistas começaram a tornar-se presentes no
cotidiano cultural e político. A propriedade privada foi abolida, a economia passou à
planificação estatal e o sistema escolar foi reformado dentro de parâmetros soviéticos. A
Tchecoslováquia tornou-se progressivamente mais um Estado satélite da União Soviética,
entrando para o Conselho para Ajuda Econômica Mútua (COMECON) em 1949 e se tornando
signatário do Pacto de Varsóvia em 1955 2. O país finalmente se tornou uma república
socialista em 1960, quando a nova Constituição mudou o nome oficial do país, agora
República Socialista da Tchecoslováquia. Era a glória do socialismo.
2
In: Library of Congress Country Studies. Web 2010. Disponível em < http://lcweb2.loc.gov/cgi-
bin/query/r?frd/cstdy:@field(DOCID+cs0054)> Acesso em 30 Maio 2010.
A idéia inicial, como colocam estudiosos, nunca foi abandonar o socialismo - como o
líder soviético Leonid Brezhnev disse uma vez - mas reformá-lo, adcionando mais
transparência e prestação de contas à sociedade para o governo e instituições políticas.
Liberalização tornou-se a palavra de ordem, defendida por uma variedade de pensadores
livres e acadêmicos. Como identifica Kieran Williams, “Ainda que firmemente
comprometidos com uma perspectiva (e estilo de prosa) Marxista, estes pensadores romperam
com ortodoxias e validaram a noção revolucionária de que os seres humanos devem ser livres
para questionar e agir” (WILLIAMS, 1997, p.9, tradução nossa). Além do mais,
“[…] 1968 não foi uma confrontação com o passado, mas uma tentativa de
casar a democracia e o socialismo 'não somente nova na história
tchecoslovaca como também sem réplica em qualquer lugar do mundo' (apud
SKIILING). Liberalizadores estavam admitindo que a vigência do
comunismo tinha falhado em resolver muitos dos problemas da sociedade, e
havia criado novos no processo; a solução proposta, porém, não era reviver
instituições familiares, do passado nacional ou ocidental, mas construir
através de um empréstimo eclético duma face nova e verdadeiramente mais
humana" (WILLIAMS, 1997, p. 13, tradução nossa)
Mesmo que inspirado por um vivaz desejo de cultivar o pensamento livre dentro dum
escopo socialista, o movimento liderado por Dubcek sofria duma certa falta de coerência, daí
a variedade de opiniões diferentes amarradas pela bandeira da liberalização. Nas palavras de
William,
3
In: Foreign Affairs, Summer 1988; Volume 66, Number 5.
Europa Oriental é possível sem uma mudança correspondente na própria
Rússia.” (SHUB, 1969, p. 273, tradução nossa).
4 POSIÇÕES POLÍTICAS
CHINA
REPÚBLICA DA CHINA
FRANÇA
Durante algum tempo na Guerra Fria, a França foi aliada dos Estados Unidos, até que
discordâncias entre os países surgiram quanto à política estadunidense, principalmente quando
ao Vietnã. Foi o governo francês que decidiu não necessariamente ir contra o bloco
capitalista, representado principalmente pelo ex-aliado, mas também não ir a favor, decidindo
que seria melhor seguir uma agenda própria. A França deixou a OTAN após a invasão
americana do Vietnã.
No final dos anos 1960 os Estados Unidos se encontravam no meio de uma enorme
disputa de poder com a União Soviética, ainda motivada pelo ambiente da Guerra Fria. Os
estadunidenses reprovariam a grande maioria das atitudes tomadas pelos comunistas,
especialmente aquelas relacionadas a invasões e tomadas. Os EUA acusavam ações deste tipo
como um atentado ao princípio da soberania estatal.
Ainda que críticos das intervenções comunistas, desde o início dos anos 1960 o
governo do país estava envolvido numa intervenção no Vietnã, tentando evitar o avanço de
forças vistas como deletérias no Sudeste Asiático. Não houve qualquer envolvimento direto e
material dos Estados Unidos nas ações ocorridas na Europa, motivadoras deste debate - o
mesmo não sendo válido quanto ao já citado caso vietnamita, assim como em interferência na
América Central e Caribe. Cerca de um mês antes, o país havia assinado o Tratado de Não-
Proliferação Nuclear, na tentativa de evitar a guerra e destruição geradas pelo crescente
arsenal atômico.
TCHECOSLOVÁQUIA
EUROPA OCIDENTAL
EUROPA ORIENTAL
A Iugoslávia apoiou a União Soviética em muitas ocasiões, tendo inclusive esta última
desempenhado papel fundamental de apoio aos milicianos iugoslavos que repeliram as tropas
de Hitler do país. O início da Guerra Fria trouxe consigo um alinhamento bastante próximo
entre os países, apesar da distância econômica. Porém desde a Conferência de Bandung em
1955, da qual o presidente iugoslavo Gerenal Tito Broz foi um dos artífices, houve certo
distanciamento, provocado pela posição independente da Iugoslávia.
ÁSIA OCIDENTAL
Contudo, era sabido que os Estados Unidos - aliados mais próximos da Arábia Saudita
- mantinham um relacionamento próximo com Israel. Portanto, após os incidentes envolvendo
tanto sauditas como israelenses em 1967, a Arábia Saudita passou a nutrir uma suspeição de
que Israel procurava enfraquecer seus laços com os EUA. Não ajudou o fato de líderes do
congresso dos Estados Unidos terem se oposto à venda de armas à Arábia Saudita, alegando
que elas poderiam ser usadas contra Israel.
A Síria conquistou sus independência graças a ações francesas em 1946, e em 1958 se
juntou ao Egito para formar a República Árabe Unida, união pouco duradoura, tendo a Síria
reobtido sua independência novamente em 1961.
ÁSIA ORIENTAL
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o Japão teve como preocupações principais
a saúde e crescimento de sua economia e o apoio às políticas dos Estados Unidos. Ainda que
o país fosse um sólido aliado dos EUA, ele nunca aderiu completamente aos pressupostos
liberais-capitalistas, oferencendo frequentemente resistência ao mercado-livre absoluto, por
exemplo. Contudo, as imensas quantias de recursos liberadas ao país pelos EUA no final dos
anos 1940 e por todos os anos de 1950 garantiram aos estadunidenses uma obediência
confiável do governo japonês.
A Mongólia tornou-se um Estado independente em 1921 com apoio soviético, tendo
instaurado um governo comunista em 1924. O Estado mongol estava fortemente ligado a
Moscou e usou essas ligações para alcançar o desenvolvimento econômico e tecnológico.
Mais, a URSS era vista como uma ponte que a conectava com outros países, como a Coreia
do Norte, além de ter auxiliado em sua entrada na ONU.
As relações exteriores norte-coreanas durante o período da Guerra Fria revelam que
seu comportamento nunca se encaixou propriamente no paradigma da ordem bipolar
internacional (ARMSTRONG, 2009). Apesar de uma relação razoavelmente sadia com a
URSS – o que inclusive assegurou medidas favoráveis dentro do âmbito do Conselho de
Segurança das Nações Unidas, como o veto das resoluções relacionadas a assuntos entre o
país e os Estados Unidos4 – sua política foi essencialmente isolacionista.
A Coréia do Sul sofreu pesadamente com a bipolarização do globo, especialmente
quando a divisão artificial da península foi aplicada. Durante a Guerra da Coréia (1950) os
EUA lutaram sob a autorização da ONU, tendo as tropas sul-coreanas como aliadas, enquanto
a China continental apoiava os norte-coreanos em prol da propagação dos ideais comunistas.
É discutida a possibilidade de considerar o conflito uma "guerra proxy", na qual os EUA e a
URSS lutaram por meio de outros participantes 5. Foi o primeiro de outros conflitos comuns à
Guerra Fria, na qual os dois superpoderes não entraram em conflito aberto e direto, mas
estavam por trás dos conflitos em outros países.
4
Exemplo: 31 de janeiro de 1968 - A União Soviética garantiu à Coréia do Norte o uso de veto, caso necessário,
no caso da captura do navio-espião Pueblo, dos Estados Unidos.
5
A primeira fase do conflito, antes da participação de atores de fora, aproxima-se bastante desta definição. As
fases posteriores, com a entrada direta de tropas dos EUA e o apoio da China maoísta - um terceiro vértice -
estão em menor acordo com tal conceito.
Após a metade do século XX, o Irã repetidamente sinalizou apoio a causas nacioalistas
próximas da ideologia comunista. Porém, ao mesmo tempo, era um dos grandes aliados dos
EUA na região no tocante à atuação externa.
O Paquistão era um dos aliados mais próximos dos EUA no continente, permitindo
inclusive o uso de seu espaço aéreo e terrestre como base para os vôos estadunidenses de
reconhecimento do território soviético.
AMÉRICAS
ÁFRICA
O Egito era uma nação levemente não-alinhada durante a Guerra Fria. O governo
egípcio evitava fazer parte de qualquer disputa que envolvesse em lados opostos nações
comunistas e capitalistas, para não agravar seu próprio envolvimento no contencioso do Canal
de Suez, que colocou os soviéticos ao lado do Egito.
A África do Sul segregacionista manteve laços diplomáticos formais com os Estados
Unidos durante a Guerra Fria, e tinha no país seu maior parceiro comercial. Porém, a principal
característica de sua política externa era o isolacionismo.
INDONÉSIA
AUSTRÁLIA
Seguindo o que depois viria a ser conhecido como a Doutrina Brezhnev, o Pacto de
Varsóvia foi a instituição internacional responsável pela intervenção multi-estatal na
Tchecoslováquia. Cinco de seus membros - União Soviética, Bulgária, Alemanha Oriental,
Hungria e Polônia - enviaram quase meio milhão de soldados para a operação (WILLIANS,
1997). A política oficial da organização visava frear a velocidade das reformas ocorridas no
país, que arriscavam a unidade do bloco.
5 A AGENDA
6 QUESTÕES RELEVANTES
Tendo então conhecido a natureza do encontro da AGNU como um todo, assim como
as tarefas principais nas mãos dos cinquenta delegados representando os quarenta e sete países
- além dos representantes da OTAN, Pacto de Varsóvia e CSNU - as questões principais que
deverão ser respondidas são as seguintes.
Qual contribuição poderia ser dada pela ONU à estabilidade política global e regional,
tendo em vista a invasão da Tchecoslováquia?
Como fomentar o comprometimento às deliberações do encontro da AGNU, uma vez
que sua resolução final não é mandatória, nem mesmo para os Estados-membros da
ONU?
De qual maneira os eventos da Primavera de Praga podem agir como exemplo para os
encontros futuros da ONU, relativamente aos assuntos de brecha no princípio de
soberania?
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