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O ENSINO DA GEOGRAFIA NA ESCOLA PÓLO MUNICIPAL RURAL SÃO

MANOEL NO MUNICÍPIO DE ANASTÁCIO/MS


Edmar Falcão Santana – UFMS/CPAQ – edjipe@hotmail.com
Vicentina Socorro da Anunciação Andrade – UFMS/CPAQ – vique56@hotmail.com

1 INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos principalmente nos setores da telecomunicação e
transporte, têm promovido à massificação da sociedade, uma vez que influencia com
um volume de informações sucessivas e que também esvaecem com muita rapidez,
gerando viva sensação de impossibilidade de compreensão das transformações em cena.
Assim observa-se que importantes modificações políticas e econômicas têm atingido
direta ou indiretamente todos os espaços, influenciando fundamentalmente os aspectos
culturais e econômicos, tanto no meio rural, quanto no meio urbano.
Pensando nessa realidade complexa para o espaço rural do município de
Anastácio-MS, especificamente na Escola Pólo Municipal Rural São Manoel é que
nasceu esse estudo, buscando se o ensino na localidade corresponde às recomendações
da Secretaria Estadual e Municipal de Educação bem como do MST e se as
metodologias utilizadas consideram as singularidades da clientela rural promovendo sua
permanência no campo. Além disso, identificar as dificuldades no processo de ensino e
aprendizagem pelos professores e alunos especificamente com a disciplina de Geografia
e se o ensino desta disciplina contribui para a fixação do aluno no campo
potencializando seu empoderamento.
Escola Pólo Municipal Rural estudada localiza-se no Assentamento São Manoel,
fruto do movimento MST no município de Anastácio-MS. E oriunda da necessidade de
dar uma educação para as crianças, por ocasião em que a área foi ocupada pelos
militantes na década de 1990, sendo distante do centro urbano, a dificuldade era
inerente. Atualmente possui o ensino fundamental gerenciado pelo sistema municipal de
ensino e o ensino médio pelo sistema estadual, tendo como mantenedora a Escola
Estadual Carlos Drummond de Andrade, localizada na área urbana, no município de
Anastácio/MS.

2 DESENVOLVIMENTO DA TEMÁTICA
A metodologia utilizada para esta pesquisa envolveu leituras relacionadas ao
ensino e aprendizagem, pesquisas buscando informações sobre o processo de ensino e
aprendizagem na escola em questão, através de entrevistas com os professores
responsáveis pela disciplina de Geografia e com os alunos através de questionário
impresso, com questões abertas e fechadas (totalizando 74 entrevistados). A história de
fundação do Assentamento São Manoel foi em entrevistas gravadas utilizando como
metodologia a História Oral. Diante dos dados coletados foi empregado um conjunto de
fases na investigação, as quais permitiram formular um problema, observar os fatos
constatados, registrar observações procurando responder os problemas e os
questionamentos e sistematizar as informações.
A escola possui três professores graduados em Geografia pela UFMS/CPAQ,
dois pertencem à rede municipal de educação (ensino fundamental) e um está inserido
na rede estadual de ensino (nível médio), sendo que estes buscam cursos oferecidos e
ministrados pelas secretarias estadual e municipal de ensino para aproximar seu nível de
conhecimento.
Os procedimentos de ensino utilizados pelos professores referem-se à aula
expositiva/dialogada, com apenas aulas práticas em sala de aula, pois para levar os
alunos à aula a campo, necessitam autorização da secretaria de ensino (municipal e
estadual), que somado às dificuldades de transporte existente, alegam ser inviável a sua
realização.
As dificuldades de aprendizagem dos discentes relacionam-se a abordagem à
geografia humana, onde se evidencia o desinteresse dos alunos nos conteúdos
relacionados à Geopolítica, Religião e População. A forma de avaliar os alunos nesta
escola restringe-se à prova escrita, realização das tarefas escolares, participação,
trabalhos escolares, comportamento e prova oral. Os alunos gostam de aulas a campo, as
reivindica e mesmo não as possuindo, citaram como preferidas. As metodologias de
ensino mais aplicadas pelos professores, são os resumos e questionários, mas no ensino
fundamental, algumas vezes utilizam mapas, cartazes, globo terrestre ou maquetes.
O conceito atribuído ao ensino de Geografia varia entre péssimo e médio (ensino
fundamental), ótimo (6º e 9º anos), no 7º o conceito de bom prevalece e no 8º o de
péssimo ficou em destaque. No ensino fundamental os professores ainda utilizam mais
de um recurso didático, fato esse que elevou o conceito da disciplina a ótimo.
Questionando os alunos sobre a temática “gostar da sua escola”, a resposta SIM ficou
em primeiro plano, percebe-se que o desejo deles, não é uma escola diferente da que
possuem e sim dinamismo nas aulas. São unânimes ao ressaltar futuro interesse em
morar na cidade, observa-se cada vez mais uma realidade na perpetuação da migração
campo/cidade,
Contudo o processo de ensino e aprendizagem da Geografia nesta escola anuncia
a necessidade de uma revolução. Dentre os desafios mais prementes ressaltados tanto
pelos professores como pelos alunos é possível destacar: auto-estima e motivação de
educadores e educandos, formação de valores, respeito às diferenças, metodologia de
ensino dinâmica, avaliação, indisciplina, aspectos humanos e sociais de abordagem
geográfica. Podendo ser destacados migração e geopolítica.
Ao tratar do Ensino de Geografia, não pode deixar de lado o processo
ensino/aprendizagem, ou seja, não há ensino sem aprendizagem e nem aprendizagem
sem ensino. Essas duas etapas caminham sempre lado a lado. Tal como cita
PONTUSKA E OLIVEIRA (2006,p.217): “O binômio ensino/aprendizagem apresenta
duas fases de uma mesma moeda. É inseparável. Ensina-se aprendendo e aprende-se
ensinando”.
Assim acredita-se que o professor, através de estudo sobre os conteúdos
abordados, pode promover debates deixando os alunos a cargo da organização e
execução do mesmo sempre sob sua orientação. Além disso, os profissionais da
educação, tanto na área de geografia ou afins participam anualmente, de vasta
programação de capacitação enfatizando principalmente o ensino e a aprendizagem,
dando novos parâmetros para um ensino diferenciado.
Associado a isso, sugere-se como proposição metodológica no intuito de auxiliar
professores e alunos no contorno das questões básicas observadas na pesquisa a
utilização de jornais e revistas para incrementar o ensino e aprendizagem sendo recurso
de baixos custos e que muitas vezes é possível conseguir doação e que supri as
necessidades de materiais existentes, ou trabalhos a campo. Com as informações
processadas, deve-se montar um mural que ficará exposto colocando a comunidade
escolar em contato com as informações levantadas e sistematizdas de forma didática.
Para os alunos “indisciplinados” sugere-se trabalhar a música de Samuel Rosa e Chico
Amaral “Pacato Cidadão” (grupo Skank) e o filme das peripécias realizadas nos
ambientes escolares antes, durante e depois da permanência do aluno no recinto,
levando os mesmos a refletirem e desenhar sua percepção da escola, montando um
mural, onde serão comparadas as mudanças e a partir daí o professor poderá estabelecer
com os mesmos ações que contribua para melhoria e manutenção da qualidade de vida
na escola. Com relação a temática Geopolítica pode ser trabalhada no contexto do
surgimento da ONU (Organização das Nações Unidas), utilizando-se de Mapa Mundi
ressaltando os países integrantes da ONU, explorando as características comuns destes
países, problemas e potencialidades bem como relação de poder produzindo assim um
Jornal da Turma e mural. Além disso, estabelecer parceria com empresas de
telecomunicação, visando disponibilizar o acesso à internet no local, permitindo assim a
criação de um blog voltado para os aspectos do ensino em geral e da Geografia no
Campo, visando uma maior interação com outras escolas do campo, tanto em nível
local, nacional e mundial, buscando novas idéias e inovações para a própria escola. Para
enfocar o conteúdo Migração, tomar como exemplo o tema migração Nordestina por ser
uma realidade local. O estudo pode putar se desde na utilização de materiais didáticos
como paradidáticos como realização de entrevistas com a população local. Com as
informações processadas, montar um mural que ficará exposto colocando a comunidade
escolar em contato com as causas da migração no país
Buscando conscientizar o aluno rural bem como os professores, de suas
existências e funções no campo, sugerimos que o professor de Geografia como também
através de interações com outras disciplinas trabalhasse a música “Obrigado ao Homem
do Campo” do cantor e compositor, Dom e Ravel, enfatizando que o meio rural,
especificamente o camponês é quem mantém a cidade, sem o campo a cidade não
sobreviveria. Para convidar os alunos e professores a refletir sobre seu compromisso
com a aprendizagem e o ensino e com a instituição de ensino a música “Aquarela”
tendo como compositores Toquinho, Vinícius de Moraes, M. Fabrizio e G. Morra e
interpretada por Toquinho. Torna-se um recurso interessante para traçar uma reflexão
sobre quais as ações que tem sido realizadas para manter suas passarelas coloridas ou
descoloridas. Dessa forma, anunciar um ano letivo muito diferente do que já tem
acontecido na realidade escolar.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados da pesquisa permitiram constatar que o ensino da geografia na
referida escola não corresponde em sua totalidade aos princípios evocados pelas
secretarias estadual e municipal de Educação, pois também do plano teórico ao real,
estes se encontram desarticulados da realidade local do aluno.
Por ser a escola localizada em um assentamento rural, oriundo do MST, o ensino
da geografia não reproduz o ideário de educação do Movimento e no quesito das
metodologias de ensino ocorre uma planificação entre a realidade do aluno rural e do
aluno urbano. Além disso, o ensino no local não tem proporcionado à permanência do
aluno no campo.
Sugerimos que sejam estabelecidas parcerias através das secretarias de
Educação, poder público municipal, estadual e a escola com instituições como, por
exemplo: AGRAER (Agência de Desenvolvimento e Extensão Rural), o INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o CEPA (Centro Educacional e Profissionalizante
de Aquidauana), com a Universidade Estadual (UEMS) e Federal (UFMS) para que
possam ser desenvolvidos cursos técnicos capacitando os alunos do campo, a tornarem-
se empreendedores rurais, estimulá-los a buscar formação escolar em cursos que
venham aprimorar seus conhecimentos na área rural visando retornar às suas origens.
Ressalta-se que a diversificação de atividades sugeridas, envolvendo as
temáticas enfatizadas nos resultados pelos professores e alunos no ensino da Geografia
na Escola Pólo Municipal Rural São Manoel, poderá despertar nos alunos desta escola,
além do conhecimento um maior interesse na disciplina, proporcionando melhoras no
local e até uma conscientização sobre o valor da educação no campo em suas vidas.
Espera-se que as idéias apresentadas neste trabalho possam servir de matéria-
prima para uma reflexão crítica por todos aqueles que estão envolvidos com o processo
do ensino e da aprendizagem de uma forma geral e particularmente da educação no
campo.

4 REFERENCIAS

BATISTA, Luiz C. Uma contribuição a formação do professor de geografia e a sua


atuação em zona rural. UFMS. Campo Grande: 1995.

PONTUSKA, Nídia N., OLIVEIRA, Ariovaldo U. Geografia em perspectiva: ensino e


pesquisa. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e


Diversidade. Referencias para uma política nacional de educação no campo.
Cadernos de subsídios/coordenação: Marise Nogueira Ramos, Telma Maria Moreira,
Clarice Aparecida dos Santos. 2ª edição Brasília: MEC, SECAD, 2005.

SECAD. Educação do campo: diferenças mudando paradigmas. Ministério da


Educação. Brasília-DF: 2007.

__________. Princípios de educação do MST. Cadernos de educação nº8 São Paulo:


Secretaria Nacional do MST, 1996.

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