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REMESSA "EX OFFICIO" EM AC Nº 2003.71.01.004752-3/RS Publicado


no D.J.U. de
RELATOR : Des. Federal EDGARD LIPPMANN JR 30/08/2006

PARTE AUTORA : ROBERTO GUARDIOLA VELLOSO


ADVOGADO : Valdir de Carvalho Barroco
FUNDACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE -
PARTE RE' :
FURG
ADVOGADO : Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão
REMETENTE : JUÍZO SUBSTITUTO DA 02a VF e JEF CRIMINAL DE RIO
GRANDE

EMENTA

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL APOSENTADO.


TEMPO DE SERVIÇO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE EM CONDIÇÕES INSALUBRES.
CLT. DIREITO ADQUIRIDO.
O servidor, quando abarcado pelo regime celetista, antes de sua transposição ao
regime estatutário, por ter exercido atividade laborativa em condições insalubres, tem direito à
certidão de tempo de serviço, com a conversão do tempo de serviço especial em comum, com a
devida majoração, já que a mudança de regime - de celetista para estatutário - não afeta a órbita
do direito adquirido. Precedentes das 5ª e 6ª Turmas do STJ e da 4ª Turma deste TRF da 4ª
Região.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento
à remessa oficial, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 26 de julho de 2006.

Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN JR


Relator

Documento eletrônico assinado digitalmente pelo(a) Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN


JR, Relator, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves
Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e Portaria do TRF4R nº 195 de 16 de dezembro de 2004 (DJU de
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REMESSA "EX OFFICIO" EM AC Nº 2003.71.01.004752-3/RS


RELATOR : Des. Federal EDGARD LIPPMANN JR
PARTE AUTORA : ROBERTO GUARDIOLA VELLOSO
ADVOGADO : Valdir de Carvalho Barroco
PARTE RE' : FUNDACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG
ADVOGADO : Antonio Marcos Guerreiro Salmeirão
REMETENTE : JUÍZO SUBSTITUTO DA 02a VF e JEF CRIMINAL DE RIO GRANDE

RELATÓRIO

Trata-se de ação ordinária, impetrado por Roberto Guardiola Velloso, servidor


público, contra a Fundação Universidade Federal do Rio Grande/RS (FURG), visando a
expedição de certidão de tempo de serviço prestado em condições nocivas à saúde (com a devida
conversão, acrescendo 40%), no período em que esteve contratado sob a égide da CLT, de
21/01/1980 a 11/12/1990. Alega que a negativa da Ré em fornecer CTS, com a devida conversão
prevista em lei, obstaculiza a requisição de averbação de tempo real de serviço junto à Secretária
da administração do INSS (fl.09).

Em contestação, (fls. 23/29) a FURG sustentou que não há previsão para a


contagem especial, porque a Lei Complementar exigida pelo texto constitucional, até hoje não foi
editada. Que a Lei nº 6.226/75 proíbe que se transporte qualquer contagem privilegiada de tempo
para servidor público.

Ao final, o MM. Juízo Federal, em sentença, de fls. 53/61, julgou procedente o


pedido para, determinar ao INSS que proceda à conversão do tempo de serviço prestado pela
Autora em atividade especial, no período de 21.01.1980 a 11.12.1990 aplicando-se o fator de
conversão de 1.40, e a Fundação Universidade Federal do Rio Grande a averbar o tempo de
serviço registrado na aludida certidão nos assentos funcionais do autor. Condenou o autor e os
réus ao pagamento, respectivamente, de metade dos honorários advocatícios, os quais fixo, na
totalidade, em 10% sobre o valor atualizado da causa, compensando-se reciprocamente. Ainda
condenou os réus ao ressarcimento de metade das custas processuais recolhidas pelo autor à fl.
15.

Subiram os autos por força da remessa oficial.


É o relatório.

Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN JR


Relator

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JR, Relator, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves
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VOTO

Discute-se, no presente processo, a possibilidade de expedição pelo INSS de


certidão de tempo de serviço prestado pela Impetrante em condições insalubres, sob o regime
celetista, convertendo-se, com a devida majoração, o tempo de serviço especial em comum. O
fundamento de tal pretensão reside no fato de ter o autor trabalhado sob regime celetista nos
quadros da FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (FURG), de
21 de janeiro de 1980 a 11 de dezembro de 1990.

De início, note-se que o tempo de serviço em que o Autor exerceu atividades em


condições especiais acha-se certificado fls.30, pelo próprio empregador.

Logo, tendo o Autor laborado sob a exposição de agentes nocivos à saúde, tal
situação foi amparada por legislação que lhe reconheceu a peculiaridade das atividades
desempenhadas, haja vista a legislação geral de previdência social, a qual regulou o caso do
Autor.

Adianto que a mudança de regime não constitui óbice à averbação do tempo de


serviço anterior.

Inobstante careça de regulamentação o art. 40, § 4º, da Constituição da República,


não vislumbro obstáculo à certidão requerida, já que se trata de hipótese de direito adquirido,
como reconhecido no art. 5º, inciso XXXVI, do mesmo Diploma Maior. Houve, na verdade,
efetiva prestação laboral em condições insalubres, que já se incorporou ao patrimônio jurídico do
autor e nenhuma lei posterior poderá reputar insubsistente.

Como muito bem preleciona o mestre Clóvis Bevilácqua, em sua obra "Código
Civil", v. I, pág. 99:

"Direito adquirido é um bem jurídico criado por um fato capaz de produzi-lo,


segundo as prescrições da lei então vigente, e que, de acordo com os preceitos da mesma lei,
entrou para o patrimônio do titular."

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Muito oportuno é trazer à colação, ainda, lição do renomado doutrinador José


Afonso da Silva, in "Curso de Direito Constitucional Positivo" (18ª ed., Malheiros, 2000, pp.
435-437), que, ao debater a temática da sucessão de leis no tempo e a necessidade de assegurar
o valor da segurança jurídica, especialmente quanto à estabilidade dos direitos subjetivos,
ensina-nos que a segurança jurídica consiste no "conjunto de condições que tornam possível às
pessoas o conhecimento antecipado e reflexivo das conseqüências diretas de seus atos e de
seus fatos à luz da liberdade reconhecida".

Especifica, ainda, o direito subjetivo como "um direito exercitável segundo a


vontade do titular e exigível na via jurisdicional quando seu exercício é obstado pelo sujeito
obrigado à prestação correspondente. Se tal direito é exercido, foi devidamente prestado,
tornou-se situação jurídica consumada (direito consumado, direito satisfeito, extinguiu-se a
relação jurídica que o fundamentava)".

E continua: "Se o direito subjetivo não foi exercido, vindo a lei nova, transforma-se
em direito adquirido, porque era direito exercitável e exigível à vontade de seu titular.
Incorporou-se no seu patrimônio, para ser exercido quando convier. A lei nova não pode
prejudicá-lo, só pelo fato de o titular não o ter exercido antes" (grifei!).

Em virtude disso, o Autor tem o direito a obter certidão de tempo de serviço em que
o tempo prestado sob condições especiais seja convertido em comum, com a majoração de 40%
prevista pela legislação então vigente.

Nesse sentido, aliás, vem decidindo esta Turma, in verbis:

"ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. QUESTÕES PRELIMINARES. TEMPO DE


SERVIÇO INSALUBRE. REGIME CLT. TRANSFORMAÇÃO PARA O REGIME JURÍDICO
ÚNICO. AVERBAÇÃO. (...)
Exercendo o impetrante atividade insalubre como odontólogo, operando direta e habitualmente
raio X ou substâncias radiativas, enquanto regido pela CLT, possuía o direito de computar o
tempo de serviço com incidência do multiplicador 1.4, a reduzir o tempo necessário a
aposentadoria.
Submetido ao RJU, mediante conversão de regime, assegurada a contagem do tempo de serviço
anterior, nos termos do art-7 da Lei-8162/91, é evidente que não perdeu o tempo anterior, por já
integrado ao seu patrimônio jurídico.
Negativa da administração de proceder à averbação pretendida afastada, porque o serviço já foi
prestado, a condição insalubre existiu e nenhuma lei pode alterá-la.
Violação do direito adquirido pelo servidor que a ele sempre fará jus, a despeito de qualquer lei
contrária superveniente. (...)" (AMS nº 97.04.68193-3/SC, TRF 4ª Região, 4ª Turma, Rel. Desa.
Federal Sílvia Goraieb, DJ 01-07-98, pág. 707).

Levada a matéria à Segunda Seção desta Corte, o entendimento desta Turma foi
reafirmado, sendo pacífico que, tendo o servidor exercido atividade laborativa em condições
insalubres enquanto submetido à Consolidação das Leis do Trabalho, adquiriu direito à contagem
diferenciada do tempo de serviço, situação que levou-o a incorporar-se ao seu patrimônio
jurídico. Neste sentido Embargos infringentes em AC nº 2000.04.01.029557-4/RS (Segunda
Seção, Rel. Des. Federal Edgard Lippmann Junior, decisão 29-08-01, maioria, com voto de
desempate do Des. Federal Nylson Paim de Abreu).

Em idêntico sentido, vêm decidindo as Quinta e Sexta Turmas da Egrégia Corte


Superior:

"SERVIDOR PÚBLICO EX-CELETISTA. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO


SOB CONDIÇÕES INSALUBRES. DIREITO ADQUIRIDO ENQUANTO CELETISTA. RECURSO

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ESPECIAL (...). 3. Ao servidor público que, quando celetista, teve incorporado ao seu patrimônio
o direito à contagem de tempo de serviço com acréscimo legal pelo fato de exercer atividade
insalubre, se reconhece o direito à Certidão de Tempo de Serviço da qual conste o tempo integral
que perfez sob o pálio da lei da época. (...)." (REsp nº 307670/PB, Quinta Turma, Rel. Min. Edson
Vidigal, unânime, DJ 18-06-01, pág. 180).

"SERVIDOR. EX-CELETISTA. ATIVIDADE INSALUBRE. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO


EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. POSSIBILIDADE. APOSENTADORIA ESTATUTÁRIA.
- O servidor que se encontrava sob a égide do regime celetista quando da implantação do Regime
Jurídico Único tem direito adquirido a averbação do tempo de serviço prestado em condições de
insalubridade, na forma da legislação anterior.
- O recorrente, com a contagem ponderada do tempo de serviço prestado sob condições penosas,
contava ao tempo da requisição da aposentadoria com o lapso necessário à sua concessão. (...)."
(REsp nº 321108/PR, Sexta Turma, Rel. Min. Vicente Leal, unânime, DJ 13-08-01, pág. 322).

Ademais, recentemente, a Corte Superior, no REsp nº 295.283/SC, (6ª Turma, Rel.


Min. Fernando Gonçalves, decisão 30-07-02, unânime) manteve decisão anterior desta 4ª Turma,
em processo versando sobre a mesma matéria.

Por fim, cumpre afastarmos o argumento de que a obrigação de expedir Certidão


de Tempo de Serviço computando a contagem majorada do período insalubre seria do órgão
competente para a concessão da aposentadoria, in casu a União. Na verdade, tal tarefa é
atribuição do INSS, nesse sentido:

"ADMINISTRATIVO E PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. REGIME


CELETISTA. CONVERSÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. POSSIBILIDADE. ATIVIDADE
INSALUBRE. PRECEDENTES DO STJ E STF.
1. As Turmas que integram a Egrégia Terceira Seção têm entendimento consolidado no sentido de
que o servidor público, ex-celetista, que exerceu atividade perigosa, insalubre ou penosa, assim
considerada em lei vigente à época, tem direito adquirido à contagem de tempo de serviço com o
devido acréscimo legal.
2. O servidor, por conseguinte, faz jus à expedição de Certidão de Tempo de Serviço pela
Autarquia Previdenciária, da qual conste o tempo integral, já computada a contagem ficta, e à
averbação deste período no serviço público, para fins de aposentadoria estatutária.
3. Recurso especial provido" (STJ, 5a Turma, REsp n°413503/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, decisão
em 18.11.2003, unânime, DJ 15.2.2003, p. 355).

Assim, no período em que o Autor estava regido pela CLT, cabe o cômputo do
período com o multiplicador 1,40 (um vírgula quarenta), para cada parcela de tempo de serviço,
devendo ser expedida a certidão respectiva e registrar nos assentos funcionais do autor.

Logo, acompanho o entendimento do Juízo a quo, mantendo a r. sentença por estar


configurado o direito do autor à obtenção do reconhecimento do tempo especial exercido pelo
autor no regime celetista para fins de contagem recíproca, e condenar o INSS a averbar o tempo
convertido e a emitir a certidão respectiva e a FURG a averbar o tempo de serviço registrado na
aludida certidão nos assentos funcionais do autor.

Os próprios fundamentos desta decisão, bem como a análise da legislação


pertinente à espécie, já são suficientes para o prequestionamento da matéria junto às Instâncias
Superiores, evitando-se a necessidade de oposição de embargos de declaração tão-somente para
este fim, o que nitidamente evidenciaria a finalidade procrastinatória do recurso, passível de
cominação de multa, nos moldes do contido no parágrafo único do art. 538 do CPC.
Diante do exposto, nego provimento à remessa oficial, tida como interposta.

É como voto.

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Inteiro Teor (911277) http://gedpro.trf4.gov.br/visualizarDocumentosInternet.asp?numeroProc...

Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN JR


Relator

Documento eletrônico assinado digitalmente pelo(a) Desembargador Federal EDGARD LIPPMANN


JR, Relator, conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves
Públicas Brasileira - ICP-Brasil, e Portaria do TRF4R nº 195 de 16 de dezembro de 2004 (DJU de
24/12/2004 pg. 25). A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://www.trf4.gov.br
/trf4/processos/verifica.php informando o código verificador 911276v6 e, se solicitado, o código CRC
FBB2EBD.
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Signatário (a): EDGARD ANTONIO LIPPMANN JUNIOR
Nº de Série do Certificado: 32303035303430353138333835333032
Data e Hora: 28/07/2006 18:11:39

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