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Escola Secundár ia
Dr. ManuelGomesdeAlmeida
401559
FICHA DE TRABALHO
Entrevista
Defende que os pais estão inseguros e precisam de ajuda. Todos os sábados toma o pequeno-
almoço com o irmão
Sandra Rocha/
Trinta minutos. Na Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, em
Lisboa, o psiquiatra Daniel Sampaio, 63 anos, recebe o i com o atraso da
praxe. Em troca oferece todo o tempo de que necessitarmos. "Não tenho
pressa", assegura, de cara lavada, enquanto tira uma caixa de bombons
da secretária para a fotografia. "Não pode aparecer assim. Sou muito
arrumado."
(…)
Mais de metade a escrever livros sobre adolescentes, família e escola. Desde que editou "Droga, Pais e
Filhos", em 1978, os jovens mudaram muito?
A socialização é muito diferente. Antes tínhamos uma concepção da adolescência ligada à família e à escola. A
internet mudou completamente a maneira como o adolescente se relaciona com os amigos. Ainda não sabemos
que repercussão vai ter. Depois há outro problema: a insegurança dos pais. Dos anos 60 aos 90, os pais reagiram
ao modelo dos seus próprios pais e tornaram-se muito permissivos. Houve uma perda de autoridade. Foi bom,
porque pais e filhos se aproximaram muito. Só que os pais, que eu acho que são os melhores de sempre, passaram
a ter muitas dúvidas e inseguranças. E agora têm de mudar a forma como se relacionam com os filhos.
Nos EUA, nove jovens estão a ser investigados no caso de uma adolescente que se suicidou por ser vítima de
bullying.
Isso nunca é bem assim. A pessoa nunca se suicida só porque é vítima de bullying. Há múltiplas causas que num
determinado momento se somam. Por exemplo, temos a escola de Fitares e o professor que se suicidou, vítima -
escreveram indecentemente os seus colegas do "Público" - da turma do 9.º B. Não se pode escrever isto. Primeiro
porque houve pessoas da turma do 9.ºB que não tiveram nada a ver com isso. Depois, o professor - que de certeza
que sofria muita pressão dos alunos, ao ponto de escrever isso no computador - era doente psiquiátrico, estava em
depressão, tinha 50 e tal anos e vivia com os pais.
Em "Vozes e Ruídos" defende que temos de usar a linguagem dos jovens e um capítulo chama-se "Bute
Falar".
Sim... Isso em 93. Já não uso esse tipo de linguagem. Em 94, quando escrevi "Inventem-se Novos Pais", era
importante dizer aos pais "oiçam os adolescentes". Em 2010, os adolescentes já têm a sua voz. O essencial é dizer
"atenção, os pais precisam de ajuda e estão inseguros". Há situações preocupantes, em que os adolescentes
comandam a vida familiar. Houve muita permissividade.
in http://www.ionline.pt/conteudo/54730-daniel-sampaio-ninguem-se-suicida-so-ser-vitima-bullying, consultado
em 18 de Novembro de 2010
Responde agora às seguintes questões:
4. De acordo com as suas afirmações, consideras que Daniel Sampaio partilha da opinião de que as
pessoas que são vítimas de Bullying se podem tornar adultos psicologicamente mais fortes?
5. Daniel Sampaio não concorda que o Bullying por si só possa levar alguém ao suicídio.
6. A jornalista, a dada altura, consegue denunciar uma aparente contradição do autor. Indica-a.
7.1. Que consequências é que este erro pode ter para os filhos?
II
a) “Os pais, que eu acho que são os melhores de sempre, passaram a ter muitas dúvidas e inseguranças.”
c) “O grande problema das famílias é que os jovens não sabem se estão a transgredir, porque não há regras.”
d) “Aprendi isso com os meus pais, que não admitiam que faltássemos à escola, a não ser que estivéssemos
mesmo doentes.”
e) “Uma criança de um ano não pode decidir a sua vida, mas pode arrumar os brinquedos.”