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Particularidades da Igreja Ortodoxa

(adaptado de texto do Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I)

As Igrejas Ortodoxas são iguais entre si e não se admite a supremacia


de nenhuma, muito menos que uma tenha autoridade sobre as outras. Dentre
os líderes das Igrejas Ortodoxas (Patriarcas, Metropolitas e Arcebispos das
Igrejas autônomas) concede-se o primado de honra (não de jurisdição) ao
Patriarca de Constantinopla, pelo que o mesmo é considerado “primeiro entre
os iguais” (“primus inter pares”).

Considera-se infalível a Igreja como um todo, principalmente quando


reunida em Concílio Ecumênico, pela assistência do Espírito Santo.

Há, ainda, outras particularidades, relacionadas nos seguintes grupos básicos:

a) particularidades gerais

b) particularidades especiais

Particularidades gerais (são dogmáticas, litúrgicas e disciplinares):

o A Igreja Ortodoxa admite sete Concílios Ecumênicos: Nicéia, no


ano 325; Constantinopola, no ano 381; Éfeso, no ano 421;
Calcedônia, no ano 451; Constantinopola, no ano 553;
Constantinopola, no ano 680-681; Nicéia, no ano 787;
o A Igreja Ortodoxa admite a procedência do Espírito Santo
somente do Pai, e não do Pai e do Filho (“filioque”).
o A Sagrada Escritura e a Santa Tradição têm igual valor como
fontes de revelação divina.
o A transformação (consagração) do pão e do vinho no Corpo e
Sangue de Cristo se dá, na celebração da Divina Liturgia (Santa
Missa), pelo Prefácio, Palavra do Senhor e Epíclese, e não pelas
expressões proferidas por Cristo na Última Ceia, como ensina a
Igreja Romana.
o Em nenhuma circunstância, a Igreja Ortodoxa admite a
infalibilidade do Bispo de Roma. Considera a infalibilidade uma
prerrogativa de toda a Igreja e não de uma só pessoa.
o A Igreja Ortodoxa entende que as decisões de um Concílio
Ecuménico são superiores às decisões do Papa de Roma ou de
quaisquer hierarcas eclesiásticos.
o A Igreja Ortodoxa não concorda com a supremacia universal do
direito do Bispo de Roma sobre toda a Igreja Cristã, pois
considera todos os bispos iguais. Somente reconhece uma
primazia de honra ou uma supremacia de facto (primus inter
pares).
o A Virgem Maria, igual às demais criaturas, foi concebida em
estado de pecado original. A Igreja Romana, por definição do

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papa Pio IX, no ano de 1854, proclamou como "dogma" de fé a
Imaculada Concepção.
o A Igreja Ortodoxa rejeita a agregação do "Filioque," aprovado
pela Igreja de Roma, no Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
o A Igreja Ortodoxa nega a existência do limbo e do purgatório.
o A Igreja Ortodoxa não admite a existência de um Juízo Particular
para apreciar o destino das almas, logo após a morte, mas um só
Juízo Universal.
o O Sacramento da Santa Unção pode ser ministrado várias vezes
aos fiéis em caso de enfermidade corporal ou espiritual, e não
somente nos momentos de agonia ou perigo de morte, como é
praticado na Igreja Romana.
o Na Igreja Ortodoxa, o ministro habitual do Sacramento do Crisma
é o Padre; na Igreja Romana, o Bispo, e só extraordinariamente,
o Padre.
o A Igreja Ortodoxa não admite a existência de indulgências.
o No Sacramento do Matrimónio, o Ministro é o Padre e não os
contraentes.
o Em casos excepcionais, ou por graves razões, a Igreja Ortodoxa
acolhe a solução do divórcio admitindo um segundo ou terceiro
casamento penitencial.
o São distintas as concepções teológicas sobre religião, Igreja,
Encarnação, Graça, imagens, escatologia, Sacramentos, culto
dos Santos, infalibilidade, Estado religioso...

Diferenças especiais:

Além disso, subsistem algumas diferenças disciplinares ou litúrgicas que não


transferem dogma à doutrina. São, nomeadamente, as seguintes:

o 1-Nos templos da Igreja Ortodoxa só se permitem ícones.


o 2-Os sacerdotes ortodoxos podem optar livremente entre o
celibato e o casamento.
o 3-O baptismo é por imersão.
o 4-No Sacrifício Eucarístico, na Igreja Ortodoxa, usa-se pão com
levedura; na Romana, sem levedura.
o 5-Os calendários ortodoxo e romano são diferentes,
especialmente, quanto à Páscoa da Ressurreição.
o 6-A comunhão dos fiéis é efectuada com pão e vinho; na
Romana, somente com pão.
o 7-Na Igreja Ortodoxa, não existem as devoções ao Sagrado
Coração de Jesus, Corpus Christi, Via Crucis, Rosário, Cristo-Rei,
Imaculado Coração de Maria e outras comemorações análogas.
o 8-O processo da canonização de um santo é diferente na Igreja
Ortodoxa; nele, a maior parte do povo participa no
reconhecimento do seu estado de santidade.
o 9-Existem, três ordens menores na Igreja Ortodoxa: leitor, acólito
e sub-diácono; na Romana : ostiário, leitor e acólito.
o 10-O Santo Mirão e a Comunhão na Igreja Ortodoxa efectuam-se
imediatamente após o Baptismo.

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o 11-Na fórmula da absolvição dos pecados no Sacramento da
Confissão, o sacerdote ortodoxo absolve não em seu próprio
nome, mas em nome de Deus - "Deus te absolve de teus
pecados"; na Romana, o sacerdote absolve em seu próprio nome,
como representante de Deus - "Ego absolvo a peccatis tuis...."
o 12-A Ortodoxia não admite o poder temporal da Igreja; na
Romana, é um dogma de fé tal doutrina.

Os Dez Mandamentos

A Santa Igreja Católica Apostólica Ortodoxa conservou os dez mandamentos


da Lei de Deus na sua forma original, sem a menor alteração. O mesmo não
sucedeu com o texto adoptado pela Igreja Católica Apostólica Romana, no qual
os dez mandamentos foram arbitrariamente alterados, tendo sido totalmente
eliminado o segundo mandamento e o último dividido em duas partes,
formando dois mandamentos distintos. Esta alteração da Verdade constitui um
dos maiores erros teológicos desde que a Igreja Romana cindiu a união da
Santa Igreja Ortodoxa no século XI. Esta modificação nos dez mandamentos,
introduzidos pelos papas romanos, foi motivada pelo Renascimento das artes.
Os célebres escultores daquela época tiveram um amplo leque de actividades
artísticas, originando obras de grande valor. Não obstante, as esculturas
representando Deus, a Santíssima Virgem Maria, os santos e os anjos estavam
em completo desacordo com o segundo mandamento de Deus. Havia, pois,
duas alternativas, ou impedir a criação de estátuas ou suprimir o segundo
mandamento. Os papas escolheram esta última solução, caindo em grave erro.

O que significa ser Ortodoxo

o É ortodoxo quem pertence à sociedade dos fiéis cristãos que,


unidos pela fé ortodoxa, seguem os ensinamentos e a doutrina da
Igreja Ortodoxa e obedecem aos seus Pastores em tudo o que é
concernente à Glória de Deus e à Salvação da alma.
o É ortodoxo quem vive a fé e pratica as virtudes pregadas pela
Igreja Ortodoxa, à qual passou a pertencer por meio do Baptismo
ministrado por seus sacerdotes; quem assiste nas Igrejas
Ortodoxas a todas as cerimónias, recebe os sacramentos, escuta
a voz de Deus através dos pastores e empenha-se em viver do
culto e da Graça derramada sobre todos os crentes.
o É ortodoxo quem ama o Verdadeiro Deus e ama a Jesus Cristo e
a Sua doutrina, conforme o ensina a Santa Igreja Católica
Apostólica Ortodoxa.
o Em outra ordem de considerações, é chamado ortodoxo aquele
que crê rectamente (a palavra grega "ortodoxia" significa Doutrina
Recta).

A fundação

da Igreja Ortodoxa

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Fundada por Cristo sobre a fé de seus doze Apóstolos, a Igreja Ortodoxa
nasceu no ano 33 da era cristã, dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo
apareceu aos Apóstolos reunidos no Cenáculo como línguas de fogo. A Igreja
Cristã Ortodoxa nasceu com Cristo e seus Apóstolos e não com Fócio no ano
858, nem com Miguel Cerulário, em 1054, como equivocada e erroneamente
alguns propagam.

A Igreja Ortodoxa surgiu na Palestina com Jesus Cristo, expandiu-se com os


Apóstolos e edificou-se sobre o sangue dos mártires. Não teve a sua origem na
Grécia ou noutra região ou país que não seja a Palestina. Ela não morre,
porque vive e descansa em Cristo e tem a promessa divina de que existirá até
o fim dos séculos. Em vão os seus inimigos e todos os corifeus da impiedade
tentaram destruí-la, negá-la, perseguí-la. À semelhança de seu Divino Mestre e
fundador Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja Ortodoxa, desde o seu
nascimento, tem padecido e sofrido terríveis perseguições debaixo do jugo do
Império romano, passando pelo muçulmano e turco, até nossos dias. O sangue
de uma infinidade de mártires tem selado e provado ao mundo a sublimidade
do seu amor, a perfeição e a veracidade da sua doutrina divina. Apesar de
todas as campanhas, sempre subsistiu e triunfou. Vive e viverá eternamente
em Cristo e, confiante, seguirá com Suas palavras: "Eu estarei convosco até a
consumação dos séculos, e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela."

Foi na cidade de Antioquia onde os primeiros crentes em Jesus Cristo


começaram a chamar-se, pela primeira vez, Cristãos, denominação que
usamos até hoje (At XI,26). Logo após, a prédica cristã chegou até Roma,
capital do Império Romano, onde o Apóstolo São Paulo formou a primeira
comunidade cristã, constituída por várias famílias que ele enumera e saúda na
sua Epístola aos Romanos, Capítulo XVI. Da cidade de Roma, o Evangelho foi
propagado por todo o Ocidente e outras partes do mundo.

Os bispos exerciam a administração dos cristãos; aquele que mais autoridade


tinha na sua região usava o título de Patriarca. Eram cinco os Patriarcas que o
mundo cristão tinha nos primeiros séculos: o de Roma, o de Constantinopla, o
de Alexandria, o de Antioquia e Jerusalém. Todos eles, com iguais direitos,
eram independentes na administração das suas respectivas regiões e, iguais
entre si, considerando-se o

primeiro entre iguais "primus inter pares," o Patriarca de Roma, pela condição
de ser a capital do Império (I Concílio Ecuménico, art. 6; II Concílio Ecuménico,
art. 3; IV Concílio Ecuménico, art. 28; VI Concílio Ecuménico, art.36). A mais
alta autoridade da Igreja Cristã era, e ainda continua a sê-lo, o Concílio
Ecuménico, cujas decisões são obrigatórias para toda a Igreja.

O triunfo do Cristianismo teve lugar no terceiro século após a morte de Cristo,


motivado pela paz decretada por Constantino, Imperador de Roma. Até então,
o Cristianismo vivia nas catacumbas, locais onde eram celebrados todos os
actos religiosos e se aprendia a religião de Cristo (Actos dos Apóstolos). Desde
aquela era, a Igreja segue o seu caminho através do mundo, pregando a
doutrina de Jesus Cristo.

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A separação das Igrejas

Ortodoxa e Romana

Em primeiro lugar devemos realçar que a Igreja Ortodoxa nunca se separou de


nenhuma outra Igreja. Ela permanece em linha recta desde Nosso Senhor
Jesus Cristo e seus Apóstolos. Jamais se afastou, através dos séculos, da
autêntica e verdadeira doutrina ensinada pelo Divino Mestre. Dela separaram-
se outras Igrejas, mas ela não se afastou nunca de ninguém ou da linha recta
traçada por Jesus Cristo. A Igreja Ortodoxa é una, ontem, hoje e amanhã - é
sempre a mesma. Cristo assinalou-lhe o caminho a seguir, e ela observou-o e
cumpriu-o sem se afastar nunca do mandato de Cristo.

Triste e doloroso acontecimento na Igreja de Cristo foi a separação das Igrejas


Ortodoxa e Romana, que por mil anos permaneceram unidas. São múltiplas e
complexas as causas; psicológicas, políticas, culturais, disciplinares, litúrgicas
e, até dogmáticas. Todavia, é bem certo e historicamente demonstrado que a
separação definitiva não se processou com o Patriarca Fócio, no século IX,
nem com o Patriarca Miguel Celurário, no século XI (1054). Apesar das
divergências havidas entre ambas as Igrejas, principalmente a questão do
Filioque e dos Búlgaros, a unidade foi mantida. Os Patriarcas Orientais e
Ocidental permaneceram em comunhão, pelo menos parcial e, mesmo em
Constantinopla, as Igrejas e mosteiros latinos continuaram a existir.

A divisão foi efectuada durante vários séculos. A origem desse facto histórico
teve como verdadeira causa a pretensão de Carlos Magno (século VIII - ano
792) de contrair casamento com a Princesa Irene de Bizâncio e não conseguir
seu objectivo. Ressentindo-se com a recusa, atacou os orientais, atribuindo-
lhes erros que não tinham, nos livros chamados Carolinos, apoiado pelos
teólogos da corte de Aix-la-Chapelle. Essa atitude prejudicou profundamente a
vida entre ambas as Igrejas, não obstante haver o próprio Papa desaprovado a
ocorrência.

A ruptura definitiva e verdadeira produziu-se na época das Cruzadas, que


foram totalmente nefastas para as relações entre as duas partes da
Cristandade. Os bispos orientais foram substituídos por latinos. O golpe de
graça nos vestígios de unidade que ainda existiam foi dado, principalmente,
pela famosa Quarta Cruzada, em 1198. A armada veneziana, que transportava
os Cruzados para a Terra Santa, desviou-se até Constantinopla, e cercou a
"Cidade Guardada por Deus." Relíquias, museus, obras de arte, e tesouros
bizantinos, saqueados pelos Cruzados para a Terra Santa, enriqueceram,
inteiramente, todo o Ocidente. Até um patriarca veneziano, Tomás Marosini, se
apossou do assento de Fócio, de acordo com o Papa Inocêncio III.

A mentalidade do século XX, mesmo no Ocidente, não pode deixar de


recordar-se com profunda revolta e indignação, dos actos dos cruzados contra
os fiéis da Ortodoxia neste infeliz Oriente, mormente em Constantinopla, no
ano de 1204, quando lançaram o Imperador Alexe V do cume do Monte
Touros, matando-o. Destituíram o Patriarca legalmente escolhido, João e, no
seu lugar, colocaram um cidadão de nome Tomás Marosini. Em Antioquia, no

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ano de 1098, despojaram o Patriarca legítimo, João e, no seu lugar, colocaram
um de nome Bernard. Em Jerusalém, compeliram o Patriarca legal, Simão, a
afastar-se da Sé e substituíram-no por um chamado Dimper.

Os abusos dos cruzados devem ser considerados, no mínimo, actos de


inimizade, além de violação do direito. Vieram ao Oriente, alegando a
"salvação dos lugares santos das mãos dos muçulmanos árabes," mas o
objectivo era bem outro. Quando passaram por Constantinopla e a ocuparam
na terça-feira, 13 de abril de 1204, depois de um cerco mortífero que durou
sete meses, ficaram deslumbrados com sua civilização e riquezas, atacaram os
seus habitantes, assaltaram os seus museus e lojas, roubaram os seus
palácios e igrejas, destruíram a nobre cidade do Bósforo e incendiaram-na,
depois de praticarem actos de rapina e pilhagem, não deixando nenhum
objecto de valor ou utensílio de utilidade doméstica.

Os cruzados permaneceram em Constantinopla de 1204 a 1261, quando foram


obrigados a evacuá-la, no dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa
Senhora, pelo General Alexe Estratigopolos, sob o governo do Imperador
Miguel Paleólogos, que reconquistou a Capital. Depois, os cruzados foram
definitivamente aniquilados na Palestina em 1291.

O cisma estava consumado e, apesar dos desejos e dos esforços conjugados


nesse sentido, não houve nenhuma possibilidade de sanar a ruptura até ao dia
de hoje. A esperança de união não conseguiu converter-se em feliz realidade,
como todos apelavam. Essa ânsia motivou três concílios: de Bai, Apúlia, em
1098; de Leão, em 1274; e de Florença, entre 1438 e 1439. Infelizmente,
porém, não se conseguiu, em nenhum deles, a ansiada união de todos os
cristãos numa única Igreja, debaixo de uma só autoridade: Cristo. Somente
Deus e as orações farão possível a união de ambas as Igrejas. Todos os
esforços que se realizam actualmente em todo o mundo serão em vão e
condenados ao fracasso se não se apoiarem na oração e no sacrifício. É
necessário, inicialmente, que se eliminem e desapareçam totalmente os
ataques, as pregações condenatórias e o tratamento de hereges e cismáticos
prodigalizados, abundantemente, pela Igreja de Roma contra a Igreja Ortodoxa.
(Após o último Concílio Ecuménico de Roma, cessaram os ataques contra a
Igreja Ortodoxa e aos demais cristãos). É absolutamente imprescindível
reconhecer que a Igreja Ortodoxa não é uma ovelha desgarrada que vive no
erro e nas trevas. Pedimos a Deus para que as palavras de Cristo, "um só
rebanho guiado por um só pastor," sejam um dia, uma feliz realidade.

A Fidelidade Ortodoxa

A Igreja Ortodoxa manteve sem acréscimos nem reduções a Lei que lhe foi
confiada. Em três ocasiões, São Paulo recomendou ao discípulo Timóteo
que mantivesse a fé, incólume e imaculada, tal como a recebera, dizendo-
lhe:

"Eu te exorto diante de Deus... que guardes este mandamento sem mácula
nem repreensão até a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo" (I: VI-13 e 14).

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"Timóteo! Guarda o que te foi confiado, evitando conversas vãs e profanas e
objecções da falsa ciência, a qual tendo alguns professado, se desviaram da
fé" (I: VI-20 e 21).
"Conserva o modelo de sãs palavras que de mim ouviste na fé e no amor que
há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito com o auxílio do Espírito Santo
que habita em nós" (II: I-13 e 14).

Um comentador das Epístolas apresentou o seguinte conceito:

Quem recebe um depósito, cumpre restituí-lo à pessoa que lho confiou. Um


depósito não é propriedade do depositário; este deve repô-lo, completo, sem
reduções nem modificações. O depósito, que é a fé, é muito precioso por
constituir o direito de Deus, revelado à humanidade. Cabe a todo crente e,
especialmente, aos mestres, que sejam fiéis na guarda desse depósito e
transmiti-lo incólume e sem alterações àqueles que lhes sucederão.

Timóteo, o discípulo dilecto do Apóstolo São Paulo que o sagrou Bispo de


Éfeso, cidade situada no coração fervilhante da Anatólia, era igual aos
primazes orientais, guardiães dos conselhos dos mestres, que os transmitiram
aos sucessores sem nenhuma alteração. Os estudiosos da história do Oriente
e os pesquisadores da verdade reconhecem que os homens do Oriente zelam
com todo o rigor pelo que se lhes confia, mormente quando o objecto confiado
é uma questão de fé, relacionada com o que representa as contas a serem
prestadas no Dia do Julgamento.

Éfeso, que teve em Timóteo o seu primeiro bispo, permaneceu durante longo
tempo como a vanguarda do cristianismo. Nela se realizou o VI Concílio
Ecuménico. Os seus numerosos bispos contribuíram para a grandeza da Igreja,
que deles se orgulha através dos séculos. O Bispo Marcos, um dos seus
sábios prelados, de atitudes nobres e corajosas na defesa do cristianismo,
compareceu ao Concílio de Florença, em 1439, batendo-se quase sozinho,
sem medo e sem vacilação, com a maioria constituída de antagonistas, em
defesa da fé confiada pelos seus antecessores.

O bispo Marcos não era, no Oriente, o único prelado íntegro e leal, zeloso pela
pureza da fé; Como ele existiram numerosas e nobres personalidades. Assim,
todas as deliberações dos Concílios Ecuménicos, arquivadas pela Igreja
Ortodoxa, sem acréscimos ou reduções, foram a maior prova e o mais santo
testemunho da conservação da fé, sã e intacta, na Igreja do Oriente.

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