ALAGOANO. CARLOS ALBERTO LUNA DOS SANTOS – Ten. Cel. QOC PM, e SECRETÁRIA ADMINISTRATIVA DO GABINETE. VALQUÍRIA DA SILVA MELO
CC: CNMP/MPE-AL/PGE/OAB-AL
Senhor Intendente e demais autoridades, Os servidores Públicos
na função de agentes penitenciários, lotados neste órgão, conforme qualificados a seguir: ARMANDO DE CASTRO SOBRINHO, MAT. 530018, ARTUR CESAR VALOIS LOBO DE CASTRO, MAT.53.2568, LUIZ CARLOS FERREIRA DO NASCIMENTO, MAT. 50.9612, GUIDO DA SILVA SOUZA, MAT.53005-0, JOSÉ IVAN SARMENTO DE AZEVEDO, MAT.20298840, MARCELO SIMÕES DE OLIVEIRA, MAT.50586/010, e CLOVES THIAGO DIAS FREIRE, MAT.531804, vem à presença de V.Exa. para expor e requerer o que segue:
DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÕES JURIDICAS
Antes de iniciar propriamente dito, cumpre ressaltar que fizemos concurso
para 40(horas) semanais, conforme edital anexo, e estamos sujeito ao Regime Jurídico Único do Servidor Público Civil do Estado de Alagoas. Ocorre que o mês comercial é de 30 (trinta) dias, sendo possuidor de quatro semanas e meia, perfazendo um total de 160 horas trabalhada ao mês. Se a relação de trabalho exceder, às 160 horas mês do contrato, caberá o pagamento do serviço extraordinário. Interprete que a resolução nº 16/2009, de 17 de dezembro de 2009, editada pelo Conselho Estadual de Segurança Pública de Alagoas, é uma falácia Jurídica. É portaria nº 034/IGESP/11, Publicada no DOE em 17 de marços de 2011. Esta ao arrepio da Lei , no sentido de LESAR os direitos adquiridos consolidados pelas garantias sociais constitucionais Federal e Estadual. Diante dos direitos e garantias sociais estabelecidos na constituição federal de 1988, constituição Estadual de Alagoas, regime jurídico único do Servidor Público Civil Alagoano, e demais orientações do Direito do Trabalho, como Doutrina, sumulas do TST,conforme os termos da Lei vigente positivada no ordenamento. Expõem aqui os Fundamentos Jurídicos que asseguram o recebimento (pagamento em folha) do Serviço Extraordinário e demais direitos, a seguir : Constituição Federal de 1988
DIREITO SOCIAIS
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
outros que visem à melhoria de sua condição social:
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime
sua retenção dolosa;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no
mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE ALAGOAS
Titulo I DOS PRINCÍPOS FUNDAMENTAIS
Art. 2º - É finalidade do estado de Alagoas, guardadas as diretrizes
estabelecidas na Constituição Federal, promover o bem-estar social, calcado nos princípios de liberdade democrática, igualdade jurídica, solidariedade e justiça, cumprindo-lhe, especificamente:
I - assegurar a dignidade da pessoa humana, mediante a
preservação dos direitos invioláveis a ela inerentes;
Art. 3º - Rege-se o Estado de Alagoas pelas normas estabelecidas
nesta Constituição e pelas leis que adotar, observados os princípios prescritos na Constituição da República.
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS
Art. 53 - Os vencimentos, proventos, pensões, gratificações e
vantagens de quaisquer natureza, pagos fora dos prazos previstos nesta Constituição, serão, obrigatoriamente, corrigidos monetariamente de acordo com os índices oficiais.
Art. 55 - São direitos especificamente assegurados aos servidores
públicos civis:
II - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução de jornada mediante acordo entre a Administração e o órgão representativo da categoria funcional; IV - remuneração, por serviços extraordinários e noturnos, em valor, no mínimo,superior em cinquenta por cento, a devida pelo trabalho normal e diurno; XI - criação, modificação e extinção de direitos exclusivamente através de lei complementar ou ordinária;
Regime Jurídico Único – Lei nº 5247 de 1991.
Art. 4º É vedado a prestação de serviços gratuitos, salvo nos
casos expressamente previstos na lei.
Do Adicional por Serviço Extraordinário
Art. 78. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo
de 50%(cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.
● O art. 3º da Lei Estadual nº 5.251, de 10 de setembro de 1991,
dispõe: “A convocação de servidores públicos civis para a prestação de serviços extraordinários, na conformidade do que prevêem os artigos 78 e seguintes, da Lei nº 5.247, de 26 de julho de 1991, sujeitar-se-á ao que for estabelecido em regulamento a ser expedido pelo Chefe do Executivo Estadual, dentro do prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da publicação.
● Este artigo foi regulamentado pelo Decreto Estadual nº 35.126, de
02 de julho de 1998; Decreto Estadual nº 508, de 13 de dezembro de 2001; e Decreto Estadual nº 3.332, de 04 de agosto de 2006.
DA POSSE (Lei nº 5247/1991)
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
Do Direito de Petição (Lei 5247/91)
Art. 106. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
Art. 116. A administração deverá rever seus atos, a qualquer
tempo, quando eivados de ilegalidade, revogando-os quando inoportunos ou inconvenientes ao interesse público.
Dos Deveres
Art. 118. São deveres do Servidor:
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: b) à expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso do poder.
SÚMULAS DO TST
TST Enunciado nº 85 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978 - Nova redação -
Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 - Incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 182, 220 e 223 da SBDI-1 - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Regime de Compensação de Horário Semanal - Pagamento das Horas Excedentes
IV - A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de
compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
TST Enunciado nº 110 - RA 101/1980, DJ 25.09.1980 - Mantida -
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Regime de Revezamento - Jornada de Trabalho - Intervalo - Horas Trabalhadas em Seguida ao Repouso Semanal - Remuneração do Empregado No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 (vinte e quatro) horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Remuneração do Serviço Suplementar - Composição A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa.
Após publicação da portaria nº 034/IGESP/11, Publicada no DOE em
17 de marços de 2011, em que alterou a escala de plantão de 24h por 96h descanso, para escala de 24h por 72h descanso. Vossa excelência aumentou o numero de plantões que era de 06 (seis) para 08 (oito) plantões, perfazendo um numero de 48 horas extras a mais, devendo estas horas excedentes serem pagas conforme legislação positivada. Convém tecermos uma breve consideração a respeitos das garantias fundamentais dos trabalhadores citadas anteriormente, Já pacificada na jurisprudência Brasileira. Este direitos supra citado anteriormente são INDISPONÍVEIS E IRRENUNCIÁVEIS, para o direito do trabalho.Vossa excelência não poderá violá-los, sob pena da Lei. Discorreremos a despeito da IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, caso vossa excelência não cumpra o que esta positivado. Certamente incorrerá nesta hipótese de ilegalidade administrativa ? Interessante nota, que conceituando a Improbidade administrativa: é qualquer ato praticado por administrador público contrário à moral e à lei; ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições , que se manifesta:
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele
que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são
obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade
administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
Portanto, de acordo com a lei de improbidade administrativa exposta
acima em síntese, Vsa. Exc. Deverá retificar o erro da mudança de escala sem auferir renda ao serviço extraordinário. Ocorre, que a Boa doutrina aduz que serviço extraordinário, só pode ser de 2(duas) horas apenas. NÃO é o nosso caso duas escalas a mais de 24 horas. Assim V.Exc. deve demonstrar a necessidade é urgência do serviço a ser feito, e só após autorização ( MPE/AL) e aprovação da convenção coletiva. poderá V. Exc. Exigir que se realize o serviço extraordinário.Ao certo será imposto pelo MPE e sindicato, um novo concurso para suprir as vacâncias da função que até hoje somam 463 (quatrocentos e sessenta e três) vagas em aberto ,aproximadamente. Caso contrário, todos os seus atos serão todos nulos perante o judiciário.
DOS PEDIDOS
1 ) Requer a vossa excelência que aplique a legislação vigente, tocante a
matéria em tela, nos moldes da Súmula 473 do STF :
A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS,
QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ- LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.
2) Requer a ratificação em diário oficial da portaria nº 034/IGESP/11, Publicada
no DOE em 17 de marços de 2011.No sentido de não lesar os direitos adquiridos pelas garantias constitucionais.
3) Ainda, requer juntada das provas a saber : edital Nº
004/2006/SEARHP/SER,pagina nº 8 . Portaria nº 034/igesp/11, copia da resolução nº 16/2009 do conselho de segurança publica de Alagoas, Princípios do Direito do Trabalho (anexo).
4 ) Por demais, REQUER a vossa excelência, que oficialize ao Recursos
Humanos deste órgão e demais da Gestão Publica Alagoana. A COMPUTAÇÃO EM FOLHA DE PAGAMENTO DO SERVIÇO EXTRAORDINARIA, CONFORME LIVRO DE FREQUÊNCIA DA RESPECTIVA UNIDADE PRISIONAL QUE ESTÃO LOTADOS OS SERVIDORES, qualificados neste requer.
5) Por fim, requer diante do princípio do acesso a informação (LEI Nº 9.507,
DE 12 DE NOVEMBRO DE 1997.), resposta em 15 dias, a contar do recebimento desta, para as devidas providências judiciais legais.
Nestes termos, Pede deferimento.
Maceió –AL , 22 de Março de 2011.
ARMANDO DE CASTRO SOBRINHO, ( tel: 8852-9801)
ARTUR CESAR VALOIS LOBO DE CASTRO, (tel :8838-8545)
CLOVES THIAGO DIAS FREIRE, (tel: 8823-7768)
GUIDO DA SILVA SOUZA, ( tel: 9941- 4381)
JOSÉ IVAN SARMENTO DE AZEVEDO, (tel :8703-6344)
LUIZ CARLOS FERREIRA DO NASCIMENTO, ( tel : 8887-8185)
MARCELO SIMÕES DE OLIVEIRA, (tel : 9918-9973)
ANEXO
Intendência Geral do Sistema do Penitenciário - IGESP
PORTARIA Nº 034/IGESP/11
Considerando o Ofício n° 037/2011 de 08 de fevereiro de
2011, oriundo do Conselho Estadual de Segurança Pública, referente ao Processo de Reclamação por Providências n° 038/2009 - Que Disciplina as Escalas de Serviço nos órgãos da Defesa Social;
Considerando o teor da Resolução n° 16/2009 do Conselho
Estadual de Segurança Pública minudenciado pelo Acórdão n° 106/2009 que determina a Intendência Geral do Sistema Penitenciário, sob pena de responsabilidade do Gestor, de adequar às escalas de serviço de 24 horas trabalhadas por 96 horas de folga para 24 horas trabalhadas por 72 horas de folga; Destarte, este Intendente Geral do Sistema Penitenciário, no uso de suas atribuições, com base nas disposições contidas nos artigos 2º, 3º e 51, da Lei Delegada nº 43, de 28 de junho de 2007, alterada pela Lei n.º 6.952, de 21 de julho de 2008, e na conformidade do artigo 151 da Lei n.º 5.247, de 26 de julho de 1991, RESOLVE:
1. Determinar ao Diretor das Unidades Prisionais, aos Gerentes
Administrativos das Unidades Prisionais e do Grupo de Ações Penitenciárias à confecção das escalas de serviço dos agentes penitenciários em 24 horas trabalhadas por 72 horas de folga a ser aplicada a partir de 01 de Abril de 2011, devendo esta escala ser entregue no Setor de Pessoal/IGESP em 22 de Março de 2011; 2. Determinar aos Gerentes Gerais das Unidades Prisionais a fiscalização e o fiel cumprimento da referida determinação do Conselho Estadual de Segurança Pública; 3. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
INTENDÊNCIA GERAL DO SISTEMA PENITENCIÁ-
RIO, em Maceió-AL, 14 de Março de 2011. CARLOS ALBERTO LUNA DOS SANTOS Ten Cel QOC PM Intendente Geral do Sistema Penitenciário VALQUÍRIA DA SILVA MELO Secretária Administrativa do Gabinete Responsável pela Resenha
Publicado no DOE, 17 de março de 2011,na página 28.
PRINCIPIOS DO DIREITO DO TRABALHO
Princípio da proteção
Pode ser desmembrado em três: o in dubio pro operário; aplicação da norma
mais favorável ao trabalhador; aplicação da condição mais benéfica ao trabalhador. Em se tratando de aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, pode-se dizer que as novas leis devem dispor de maneira mais benéfica ao trabalhador, tratar de criar regras visando à melhoria na condição social deste. A hierarquia das normas jurídicas, havendo várias normas a serem aplicadas numa escala hierárquica, deve ser aplicada a que for mais benéfica ao trabalhador. Temos como exemplo o art. 620 CLT, que diz "as condições estabelecidas em convenção, quando mais favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em acordo". A condição mais benéfica ao trabalhador deve entender-se por direito adquirido, ou seja, vantagens já conquistadas, não podem ser modificadas para pior. De acordo com a Súmula 51 do TST, "as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamente". Quer dizer que, uma cláusula menos favorável aos trabalhadores só tem validade em relação aos novos obreiros admitidos na empresa e não aos antigos, aos quais essa cláusula não se aplica.
Princípio da Irrenunciabilidade de direitos
Temos como regra que os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo
trabalhador. Poderá, entretanto, o trabalhador renunciar a seus direitos se estiver em juízo, diante do juiz do trabalho, pois nesse caso não se pode dizer que o empregado esteja forçado a fazê-lo. Feita transação em juízo, haverá validade de tal ato de vontade. O Princípio da Irrenunciabilidade dos direitos consiste na impossibilidade jurídica de o trabalhador privar-se voluntariamente de vantagens a ele conferidas pela lei trabalhista. De fato, se tal Princípio não existisse, os direitos dos trabalhadores poderiam ser facilmente reduzidos, dada a sua situação econômica e social menos privilegiada, presente na grande maioria dos casos. Seria muito fácil para o empregador eximir-se de cumprir suas obrigações legais, pois, para tanto, bastar-lhe- ia obter um documento por meio do qual o trabalhador renunciasse a determinados direitos, para não precisar satisfazê-los, fazendo com que o empregado, na grande maioria das vezes pela necessidade do emprego, renunciasse aos seus direitos.
Princípio da primazia da realidade
A primazia da realidade nos transmite a idéia que no caso de desacordo
entre a realidade fática e o que nos transmite os documentos, deve-se privilegiar a verdade real. No Direito do trabalho, os fatos são mais importantes que os documentos, sendo assim, o que deve ser observado realmente são as condições que de fato demonstrem a existência do contrato de trabalho. "São privilegiados, portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma e a estrutura empregada". Esse princípio é de grande relevância no Direito do trabalho.