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Antes de tudo...

Academicamente não muito se fala de RPG e quando se fala parece um


assunto de guetos. Pouco do que é apresentado sobre este campo do conhecimento
vai além de um panorama histórico e demasiados exemplos interessantes,
normalmente, apenas para os expositores do estudo

Pretendo abordar aqui alguns passos mais a frente disso, vendo as relações
do RPG com o imaginário e, por conseguinte, a construção literária do individuo,
podendo pensar em sua infância e seus primeiros contatos com os livros e até
extrapolar aos tardios leitores, estes que embarcam no imaginário literário já
maduros e descobrem as maravilhas da escrita.

Do RPG em si, para que não fique por repetir o que tantos colegas já
publicaram, apenas algumas informações devam ser necessárias para localizar o
leitor do que falo. Role-Playing Game ou “Jogo de interpretar papéis” é uma
transformação dos jogos de tabuleiro situação-problema do final do sec. XIX para
guerra. Buscando do lúdico as regras de interação, do teatro o fator interpretativo e
da literatura as ambientações e idéias de roteiros gerais.. O RPG se constrói como
uma sinergia de tais fontes e cria algo novo que recria pode recriar a própria
literatura, teatro e ludos. Daqui trataremos de sua (re)criação literária no que tange o
imaginário.

Entendamos por Aventura uma missão simples dentro de um enredo maior,


como a Guerra de Tróia pra Odisseu, e por Campanha a contigüidade de Aventuras
dentro de uma mesma narrativa

Já o Imaginário pode ter construções diferenciadas e para que não


tenhamos complicações no decorrer do trabalho, gostaria de defini-lo como um
acúmulo de imagens mitológicas-históricas-culturais partilhadas por uma
comunidade, não dissociando o real do fictício.

Aplico ainda a idéia de o imaginário hoje ser alterado e ampliado


sucessivamente não só pelos contos, cantigas e histórias como também pelo
cinema, quadrinhos e tantos outros multimeios. O Batman do filme é o mesmo do
HQ e do menino correndo fantasiado pela casa.
RPG e Imaginário: Criação

Como vimos, o imaginário, principalmente literário, tem papel fundamental


na criação do RPG que conhecemos hoje. Ele que, junto com a idéia de narrativa,
dá ao ludos já aplicado em jogos de situação-estratégia o um tempo-espaço para
que se desenvolva. Ou seja, agora seus cavalos do xadrez estão a serviço de um rei
cruel, deve você matar seus inimigos de oposta cor ou juntar-se a eles em um
motim?

De forma dialógica, cabe ao RPG criar imagens que serão absorvidas pelo
imaginário de certas comunidades. Vemos como um exemplo um Anime (animação
japonesa) de nome Record Of Lodoss War (SAKAI, 1990) é feita tendo por base
uma aventura de um grupo de RPG. Os jogadores construíram a história e
ambientação e depois transformaram o que viveram em desenho e logo após
mangas (histórias em quadrinhos japonesas). Cria-se assim um lócus no imaginário
com personas e fatos que tem como origem o RPG.

Vemos assim com o RPG pode criar o imaginário. Pela frente temos ainda
as alterações, o diálogo entre as artes e o transporte de uma a outra.

RPG e Imaginário: Alteração

Pegando por base um ambiente imaginário já existente, o RPG pode alterá-


lo tanto em sua constituição quanto em sua absorção.

Na absorção, vemos – digo isso como jogador – muitas vezes acontecer nas
ambientações medievais. O imaginário medieval básico muitas vezes (pelo que
vemos em alguns filmes e livros), com elementos ou não de ficção, tem como
imagens o heróis, a princesa indefesa, os vilões e as feras. O que ele também tem e
esquecemos muita vez é a sujeira, as doenças e a precariedade. Enquanto a
literatura e o cinema nos mostra este lado, os cenário de RPG o constituem de outra
forma. Os mundos medievais de RPG são limpos, com cidadãos saudáveis e ruas
de paralelepípedo. Ou seja, nada de uma aldeão desdentado e fedido dando em
cima de sua personagem!

Já na constituição, o temos muitos cenário de RPG que são alterados devido


a ação de jogadores e acabam por ser englobados na cronologia oficial de eventos.
Não que estas ações já não fizessem parte do imaginário do grupo que a jogava –
vendo-os então como uma comunidade que partilha de um imaginário.

RPG e Imaginário: Transporte

Podemos ver essa relação como recíproca.

O leitor-jogador, por meio do RPG, consegue tanto transportar para si muito


do imaginário com o qual se relaciona – seja jogando uma aventura futurista
cyperpunk ou lendo mais sobre um cenário Vitoriano. A relação inversa também é
verdadeira, do leitor-jogador flui para o imaginário novas idéias, relações e
acontecimentos.

RPG e Imaginário: Diálogo

Como já retratamos, o imaginário se constrói por multimeios e se relaciona


diversamente com o RPG, criamos assim um diálogo constante entre ambos e uma
relação de aceitação ou transformação do imaginário colocado por um multimeio.

Determinada comunidade pode defender que seus vampiros não brilham no


sol, independente de que o cenário com o qual se relaciona defenda e construa esta
idéia, e então os vampiros não mais parecerão arvores enfeitadas em noites
natalinas.

Temos também situações nas quais os leitores-jogadores aceitam as


alterações colocadas neste ou naquele universo e os aplicam em suas próprias
aventuras, fazendo com que as criações do cinema, por exemplo, alterem
diretamente a continuidade da campanha. – Vamos ter que reviver o Batman, de
novo!

Possibilidades

Desejo incitar assim a pensar não no percurso percorrido pelo RPG, não só
no que já foi feito, mas sim no que pode ser.

O RPG pode ser a porta de entrada para a literatura no mundo infantil. A


criança pode, motivada pela diversão do jogo, buscar saber mais sobre o poderoso
dragão que assusta o castelo, quais suas fraquezas? Qual melhor arma para usar?
Dragões podem ser amigos?

Pralem disso, a própria interpretação no RPG incuti na criança noções de


percurso narrativo, proporciona vivências e experiências. Ensina a trabalhar em
equipe, a buscar soluções para os problemas, a encontrar no conhecimento
caminhos.

Utilizemos pois este meio como acessório e talvez base do acesso literário,
levemos estas crianças ao tão rico imaginário e as vejamos brilhar, afinal uma
mente que se abre pra uma nova idéia nunca volta ao seu estado normal (Albert
Einstein).
Bibliografia

Livros e Atigos

BLANKENSHIP, Loyd. GURPS Cyberpunk: Um Roleplaying de Alta


Tecnologia. Trad Jonas D'Abronzo. São Paulo: Devir, 1993

COOK, Monte. Dungeons & Dragons: Livro do Jogador. Trad. Fabiano


Castro e Castro. São Paulo, Devir: 2001

________. Dungeons & Dragons: Livro dos Monstros. Trad. Bruno Cobbi,
Cláudio R. Fernandes, Henrique Amigo e Clarice Yusa Yamasaki. São Paulo: Devir,
2001.

CUPERTINO, Edson Ribeiro. Vamos jogar RPG?: diálogos com a literatura,


o leitor e a autoria. Tese de Mestrado. São Paulo:USP, 2008.

DELEUZE, Gilles. Dúvidas sobre o imaginário in Conversações. Rio de


Janeiro: Ed. 34, 1992

JACKSON, Steve. GURPS: Generic Universe Rolepaying System, Módulo


Básico. Trad. Dougras Quinta Reis. São Paulo: Devir, 1991

Sites

Role-Playing Game - http://pt.wikipedia.org/wiki/Role-playing_game - Acesso


em 27/11/2010.

Videos

Record of Lodoss War aka Lodoss to Senki. Akio SENKI. JAP. Kadokawa
Shoten Publishing Co. 1990

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