Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
CONVERGÊNCIAS E TENSÕES
RESUMO
O presente trabalho investiga as práticas de leitura e sua importância no processo
ensino-aprendizagem na educação básica e no ensino superior. A partir de
conceitos sociointeracionistas e da abordagem discursiva, evidencia-se que ler não
é apenas decodificar, mas, sobretudo, compreender. Professores e alunos
interagem com o texto em todos os níveis de ensino. Em “Práticas de Letramento
em Sala de Aula: Gêneros Discursivos em Circulação nas Disciplinas Curriculares”
Gomes & Castanheria analisam as oportunidades de aprendizagem construídas por
professores e alunos nas aulas de leitura de uma turma de 8ª série do Ensino
Fundamental. Os resultados revelaram que apesar do predomínio do uso do livro
didático nas práticas de leitura, diferentes gêneros circularam na sala de aula e
criaram oportunidades de aprendizagem na leitura. Já o trabalho de Costa & Paiva,
“Literatura premiada nas escolas da Rede Municipal de Belo Horizonte” investigou a
presença da produção literária nas bibliotecas escolares. A análise mostrou que a
prática de leitura literária, em geral, não acontece no espaço da biblioteca escolar,
pelo contrário, a sala de aula foi considerada espaço privilegiado para o letramento
literário. Por fim, Vieira apresenta um estudo de caso desenvolvido no curso de
Pedagogia, por ser este o espaço de formação de professores, responsáveis, por
sua vez, pela formação de leitores. Os resultados ressaltaram o texto como
elemento fundamental no processo ensino-aprendizagem, e que é por meio dele e
com ele que alunos e professores interagem e constroem novos sentidos e novas
leituras. Os trabalhos sugerem a mediação do professor na formação de leitores
proficientes.
RESUMO
INTRODUÇÃO
A leitura é um dos meios de o indivíduo manter-se informado e aprender em
todas as esferas do interesse humano. O texto escrito é muitas vezes a chave
mestra, condição por excelência, do processo ensino e aprendizagem. A leitura de
um texto é instrumento básico para o professor, pois tem a consistência de
documento e pode ser examinado, sempre que necessário, possibilitando a
aquisição de informações, novos conceitos, análise e reflexão, em qualquer grau de
ensino. Quaisquer que sejam as estratégias de ensino, sua base repousa, na maior
parte das vezes, na capacidade do aluno de compreender o texto.
O professor, independentemente da disciplina e do nível em que lecione, é
co-responsável pelo ensino da leitura, cabendo-lhe conscientizar o aluno de que ler
1. LEITURA
O que é ler? Para que ler? Como ler? Essas perguntas poderão ser
respondidas de diferentes modos e revelar determinadas concepções de leitura, a
partir da concepção de sujeito, de língua, de texto e de sentido que se considere.
Para Koch & Elias (2006 p.10 a 11) se o foco for o autor temos a língua como
representação do pensamento, ou seja, um sujeito autor é visto como um ego que
constrói uma representação mental e deseja que esta seja captada pelo interlocutor
leitor da maneira como foi “mentalizada”. Neste enfoque o texto é visto como um
produto, lógico, do pensamento do autor, cabendo ao leitor captar essa
representação mental, exercendo, assim, um papel passivo. A leitura é entendida
como uma atividade de captação das idéias do autor ou de reconhecimento das
intenções do autor sem levar em conta as experiências e conhecimentos do leitor.
Se o foco for o texto temos a língua como estrutura, isto é, todo e qualquer
fenômeno, assim como todo e qualquer comportamento individual repousa sobre a
consideração do sistema, quer lingüístico quer social. Nessa concepção a língua é
entendida como código, mero instrumento de comunicação, e o sujeito autor é pré-
determinado pelo sistema. O texto é visto como simples produto da codificação de
um emissor autor a ser decodificado pelo leitor bastando para este leitor o
conhecimento do código utilizado. A leitura é uma atividade que exige do leitor focar
2. TEXTO
Com o desenvolvimento dos estudos psicolingüísticos, houve grande
interesse pelo contexto lingüístico onde ocorrem as orações, procurando quais
elementos do contexto dão pistas ao leitor para realizar predições e resolver
ambigüidades. A unidade básica é o texto, que passa a ser visto, não mais como
uma seqüência isolada de frases, mas como um conjunto encadeado das mesmas,
situadas em blocos contextuais: condições em que a comunicação se efetua.
O texto caracteriza-se pelos fatores de textualidade: contextualização
(FÁVERO E KOCH, 1984), coesão, coerência, intencionalidade, informatividade,
aceitabilidade, situacionalidade e intertextualidade (BEAUGRANDE E DRESSLER,
1981). São funções que o texto vai cumprindo como entidade atual, concreta e
situacional, não como um sistema abstrato. Com isto a lingüística de texto é uma
lingüística dos sentidos e processos cognitivos e não da organização pura e simples
dos constituintes da frase. Os fatores de textualidade são funcionais, não “modelos”
descritivos ou explicativos para cada fato. No entanto, apresentam, de algum modo,
um sistema abstrato de relações ou funções observáveis e concretas.
Ainda não há, em lingüistica textual, propostas claras de formalização
categorial. Mesmo as propostas de Van Dijk, Petöfi, Beaugrande e outros são ainda
intuitivas.
Entre os diferentes fatores de textualidade, selecionamos os
contextualizadores e os fatores de conexão-cognitiva (coerência). Os primeiros por
ancorarem o texto numa situação comunicativa; os segundos, por se referirem aos
componentes do universo textual (conceitos, modelos cognitivos globais,
superestrutura), unem-se numa configuração acessível e relevante aos usuários do
texto, no caso, os professores e alunos na situação de ensino e aprendizagem .
2.2.3. Conceitos
São estruturas de natureza operacional, para obtenção de coerência. Os
conceitos ativados num texto não possuem componentes fixos, pré-existentes, mas
resultam de um jogo de relações entre as expressões dispostas gramaticalmente, as
informações prévias do leitor e o contexto em que está sendo utilizado.
Beaugrande e Dressler (!981:95) propõem uma tipologia com conceitos
primários, e secundários. Os primários funcionam como controles centrais, pontos de
apoio para o processamento textual e os secundários são ativados a partir das
relações com os conceitos primários. Tais conceitos são estruturas cognitivas
operacionais que funcionam como mediadores entre os conhecimentos estabilizados
no texto por expressões lingüísticas e os conhecimentos prévios do leitor.
3. ESTRATÉGIAS
Em que consiste uma estratégia? Qual o papel que ela desempenha na
leitura? O que é procedimento?
Segundo Houaiss (2007) numa derivação por extensão de sentido pode-se
entender estratégia como a arte de aplicar com eficácia os recursos de que se
dispõe ou de explorar as condições favoráveis de que porventura se desfrute,
visando ao alcance de determinados objetivos. É um ardil engenhoso, estratagema,
subterfúgio. Já o termo procedimento, segundo o mesmo autor é um substantivo
masculino que diz respeito ao ato ou efeito de proceder. Maneira de agir, modo de
proceder; de portar-se; conduta, comportamento. Modo de fazer algo; técnica,
processo, método.
4. MÉTODO
Pareceu-nos necessário captar a realidade em sua dinamicidade e
complexidade. O contato pessoal e estreito, durante um determinado período de
tempo, entre o pesquisador e o fenômeno a ser pesquisado, fez com que se
captassem as perspectivas dos sujeitos envolvidos. Realizamos um estudo de um
particular curso de formação de professores, o de Pedagogia, de uma universidade
de referência na cidade de São Paulo. Optamos pelo curso de Pedagogia, por serem
estes alunos os profissionais formadores, entre outras coisas, de leitores.
Os sujeitos do estudo, além dos alunos, em número de onze, foram também
três professores que em suas disciplinas trabalhavam constantemente com textos
escritos no processo de ensino e aprendizagem.
O aprofundamento de nosso estudo deu-se através de técnicas de
triangulação de dados (TRIVIÑOS, 1987). Foram feitas observações cursivas nas
três disciplinas durante um semestre e entrevistas semi-estruturadas com os
professores e com os alunos da classe. O objetivo deste procedimento foi abranger
ao máximo a amplitude na descrição, explicação e compreensão das práticas de
leitura adotadas, de forma a atender aos objetivos da pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo o processo de aprendizagem passa pela leitura de textos, pequenos ou
grandes, de livros ou revistas, jornais ou internet. Conhecimentos, informações,
experiências e idéias aí estão à espera de quem os compreenda, assimile e
transforme em conhecimentos pessoais, úteis para a vida social e profissional.
Entendemos que cabe ao professor a mediação no processo de tornar o
aluno leitor competente por meio de estratégias adequadas, dinâmicas e variadas,
que despertem o gosto pela leitura, o prazer pela descoberta dos sentidos explícitos
e implícitos do texto, como desafio para a reflexão, formulação de hipóteses,
aplicação à realidade e contexto do aluno.
Sugerimos a necessidade de o professor estabelecer objetivos, finalidades
claras para a leitura, ativar os conhecimentos prévios dos alunos para interpretar as
REFERÊNCIAS
FÁVERO, L.L.; KOCH, I.G.V. (1984) Critérios de textualidade. Veredas. São Paulo:
Nº 104. pág.17 – 34.
KOCH,I V & ELIAS,V M. (2006) Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto.
RESUMO
1 Introdução
A história da literatura infantil nasceu comprometida com a educação e é
nessa instituição que a maioria das crianças tem seu primeiro contato com os livros
infantis. Conforme Soares (1999), não é possível ter escola sem escolarização de
conhecimentos, saberes, artes, etc. Afinal, o surgimento da escola está
indissociavelmente ligado à constituição de “saberes escolares” e é fundamental que
nós, professores, desde o início da escolarização, incorporemos em nossa prática
de formação de leitores duas perspectivas de análise, quando abordamos as
relações entre o processo de escolarização e a Literatura Infantil.
A escolha do prêmio concedido pela FNLIJ justifica-se por ser este o prêmio
mais representativo, entre os concedidos às publicações destinadas à infância no
Brasil. A Fundação, como seção do IBBY, tem como um dos seus ideais divulgar
livros de qualidade para crianças e jovens e promover a leitura como direito básico
para a formação da cidadania. Em um país onde as oportunidades de conhecer e
entender o mundo, por meio das expressões artísticas, ainda são um privilégio,
completar 40 anos de trabalho em prol da formação de leitores confirma a
importância do nosso objeto de pesquisa.
4 – Considerações finais
Com base na análise apresentada, podemos afirmar que as obras premiadas
estão presentes nas bibliotecas escolares da RMBH mesmo que de forma bastante
desigual. Entretanto, para se estimular a leitura na escola, além da presença do livro
é preciso planejar os lugares e atividades que serão convenientes para proporcionar
o encontro entre crianças e livros. A biblioteca passou a ser um local de referência
para criar o hábito de leitura e a sua promoção. Contudo, a rotina de uma biblioteca
escolar não está direcionada apenas para ações no sentido de subsidiar os leitores
em seus processos de formação. Vários fatores levam a biblioteca a mudar o
enfoque da sua atuação como: a presença dos livros didáticos, a exiguidade do
espaço, a utilização do local como espaço alternativo, o limitado número de
profissionais que ali atuam, a imagem negativa associada a esse espaço (espaço
estático, monótono, inanimado), a falta de vínculo com o projeto pedagógico, entre
outros. (Morais, 2009)
Apesar dos fatores apontados, encontramos, nas visitas às bibliotecas, a
realização de atividades com a literatura que demonstram uma preocupação de
muitos dos profissionais em mediar a leitura, de forma a propiciar a formação de
leitores literários. No entanto, percebemos que essas iniciativas ainda estão ligadas
a interesses e valorizações muito particulares, dependendo dos profissionais que
estão no momento na biblioteca, na coordenação escolar, ou de determinados
professores. São ainda iniciativas pouco ligadas a projetos mais abrangentes que
façam parte dos ideais e políticas pedagógicas da escola, fator que prejudica a
continuidade desses projetos quando aqueles profissionais não fazem mais parte
daquela instituição. Esta percepção foi também ressaltada por Paulino (2004):
Aproxima-se desta a constatação de Aracy Alves Martins, ao fim de
sua pesquisa sobre os auxiliares de biblioteca da Rede Municipal de
Belo Horizonte. Embora muitos deles tenham formação superior, não
são chamados a participar ativamente dos projetos pedagógicos
interdisciplinares. Tratados como subalternos pelos professores,
esses profissionais muitas vezes se sentem desrespeitados, não só
dentro da escola onde trabalham, como também pelas autoridades
educacionais que pouca atenção têm dado à sua formação
Visita programada 92
Pesquisa 75
Contação de histórias 65
Consulta a internet 15
Projeção de filmes 7
Cumprimento de penalidades 5
Referências
Sites:
Prefeitura de Belo Horizonte - www.pbh.gov.br – acesso: 08/02/2008
Ministério da Educação - www.fnde.gov.br – acesso: 10/04/2009
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – www.fnlij.org.br – acesso:
12/01/2009
RESUMO
1. Introdução
4. Considerações Finais
Referências
Espaço Interacional
Disciplina Profess
Gênero Individua Seminári
Dupla or e
l o
aluno
Geografia
Carta
Inglês
Figura tridimensional Artes
Gravura Português
Geografia
Livro-texto
Português
Letra de música Historia
Noticias Português
Pesquisa Geografia
Resumo Ciências
Problemas
Matemática
matemáticos
Legenda: EI: espaço interacional; P - TI, professor se dirige à turma inteira; S,
Seminário; P – AE, professor interage com um aluno específico; TD, trabalho
em dupla; TI, trabalho individual