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»Os jovens informam na sua linguagem«

Tem 26 anos. É natural de São Tomé e Príncipe. Frequenta a Universidade Nova de


Lisboa (UNL). Na Amadora, onde reside, lidera um grupo de voluntários que promove
a inclusão social e sensibiliza os jovens para as infecções sexuais e a sua prevenção, nos
bairros desfavorecidos de Lisboa.

Audácia: Dedicas o teu tempo a uma causa: salvar vidas, prevenindo e informando.
Queres apresentar-te?
Dynka Amorim dos Santos: Nasci em São Tomé e Príncipe. Resido na Amadora.
Estudo Ciências Políticas e Relações Internacionais na UNL. Coordeno o projecto de
Acesso aos Direitos Sociais em parceira com a ONGD Cidadãos do Muno e a
Associação de Jovens-Bué-Fixe. Tem como objectivo promover o conhecimento e o
exercício dos direitos sociais dos jovens residentes em bairros mais desfavorecidos da
Área Metropolitana de Lisboa. Sou presidente da Associação Jovem Bué Fixe. Fundei a
revista Bué Fixe. Apresento um programa na Rádio Jovem Bué Fixe, que é transmitido
na RDP-África. Do projecto faz parte igualmente o blogue grupobuefixe e chegamos
aos nossos destinatários também por SMS. Sou, ainda, vice-presidente da ONGD
Cidadãos do Mundo.

Qual é a temática da revista, do blogue e da rádio Bué Fixe?


Estes meios de comunicação são feitos pelos jovens e destinados aos jovens,
nomeadamente os migrantes africanos. É muito importante apoiar estes jovens, porque
eles informam os outros jovens na sua linguagem. Tem informações sobre HIV/sida e
também damos destaque à música, ao desporto, às tecnologias, e mobilizamos os jovens
para eventos destinados à sua idade. Procuramos responder a todo o tipo de perguntas.
Temos um discurso simples e directo. Por exemplo, informamos sobre como e onde
fazer o teste do HIV; esclarecemos como prevenir o contágio, alertando para os
comportamentos de risco, como os que acontecem nas noites de discoteca, ou
explicando como usar o preservativo.

Como é divulgada a revista?


A Bué Fixe é distribuída por voluntários nos bairros: nos cabeleireiros, nas associações
de migrantes, em lugares de concentração de jovens, nas escolas e está também na
Internet.

O projecto tem boa aceitação?


Sim. Nas nossas acções, sensibilizamos os jovens para os riscos das infecções
sexualmente transmissíveis, e para as consequências da exclusão social: o desemprego,
o abandono escolar, a violência doméstica, o consumo de drogas… Os jovens falam dos
seus problemas e procuramos esclarecê-los. Temos visto como a exclusão leva crianças
e jovens a não conhecerem os seus direitos sociais, tais como o acesso à saúde, à
educação, à participação na sociedade…

Como nasceu a tua sensibilidade por estas questões?


Vem dos tempos em que, ainda eu era estudante lá em São Tomé, me envolvi em acções
de sensibilização dos jovens. Um dia conheci Ana Filgueiras, actual presidente da
ONGD Cidadãos do Mundo, quando ela estava em São Tomé como consultora do
Banco Mundial a auxiliar o Governo a montar o Programa Estratégico de Luta contra a
Sida. Em 2003, pedi-lhe ajuda para lançar a revista.
Em 2005, quando vim estudar para cá, voltei a solicitar o apoio da Ana para trazer a
publicação para Portugal. É que existe nos bairros portugueses mais carenciados o
mesmo tipo de desconhecimento sobre risco de contágio da sida e acerca das formas de
protecção que encontrei nos jovens são-tomenses. Inclusive entre os mais crescidos e
estudantes universitários há muita gente mal esclarecida sobre os riscos de contraírem a
doença.

Tens viajado pela Europa…


Estive em 17 países europeus e participei em conferências, intercâmbios, seminários e
cursos de formação para os jovens sobre vários temas desta etapa da vida.

E acabas de receber um prémio.


Vou receber o prémio europeu Aids & Mobility Young Social Entrepreneur 2010, da
Aids and Mobility

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