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• art. 4º, CPP – é o conjunto de diligências realizadas pela policia judiciária para a apuração
de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal posa ingressar em
juízo.
• É procedimento persecutório de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial e
destinado imediatamente ao Ministério Público, titular exclusivo da ação penal pública e ao
ofendido, titular da ação penal privada.
POLÍCIA JUDICIÁRIA
COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÃO
FINALIDADE
• A finalidade do IPL é apurar fato que configure infração penal e sua respectiva autoria, para
servir de base à ação penal ou às providências cautelares.
INQUÉRITOS EXTRAPOLICIAIS
• Art. 4º, parágrafo único, CPP – o IPL realizado pela polícia judiciária não é a única forma de
investigação criminal. Ex: IPM, CPI, etc.
• Quando surgirem indícios de prática de infração penal por parte de membro da Magistratura
ou do MP no curso das investigações, no caso de Magistrado, os autos devem ser
remetidos ao tribunal ou órgão competente, e no caso de membro do MP ao PGJ, para que
seja dado prosseguimento ao feito. Se o suspeito for membro do MPU, os autos do IPL
devem ser remetidos ao PGR.
• Com a nova lei de falências, não existe mais inquérito judicial falimentar.
CARACTERÍSTICAS
VALOR PROBATÓRIO
• O IPL tem conteúdo informativo, tendo como finalidade fornecer ao MP ou ao ofendido os
elementos necessários para a propositura da ação penal. Possui valor probatório relativo.
Sendo assim, a confissão extrajudicial terá validade como elemento de convicção do juiz
apenas se confirmada por outros elementos colhidos durante a instrução processual.
VÍCIOS
• Por ser apenas procedimento informativo, os vícios existentes nessa fase não acarretam
nulidades processuais, não atingem a fase seguinte da persecução penal. A irregularidade
poderá gerar a invalidade e a ineficácia do ato corrompido.
DISPENSABILIDADE
• O IPL não é fase obrigatória na persecução penal, podendo ser dispensado caso o MP ou o
ofendido já disponha de elementos suficientes para a propositura da ação penal.
• O titular da AP pode dispensar o IPL, mas terá que demonstrar a justa causa da imputação,
sob pena de rejeição da inicial.
INCOMUNICABILIDADE
“NOTITIA CRIMINIS”
INÍCIO DO IPL
CRIME DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – Art. 5º, I e II, §§ 1º, 2º e 3º CPP
DE OFÍCIO
• a autoridade tem obrigação de instaurar o IPL, independente de provocação, sempre que
tomar conhecimento imediato e direto do fato, por meio de delação verbal ou por escrito de
qualquer um do povo (delatio criminis simples), notícia anônima (delatio criminis
inqualificada), por meio de sua atividade rotineira (cognição imediata) ou em caso de prisão
em flagrante.
• O ato de instauração é a portaria, que deve conter o esclarecimento das circunstâncias
conehcidas, local, dia hora, autor, vítima testemnhas, e a capitulação legal do crime.
• A autoridade policial não pode instaurar IPL sem justa causa. Se o fizer, será impugnável
por habeas corpus – ex: fato não configurar crime, nem em teses, se estiver extinta a
punibilidade, ou quando não houver indícios da existência do fato.
• O desconhecimento da autoria o o fato do sujeito ter agido sob alguma excludente de
ilicitude não afastam a instauração do IPL..
DELATIO CRIMINIS
• a doutrina a distingue em simples, sendo um mero aviso sem qualquer solicitação e a
delação postulatória, onde se dá a notícia do crime e se pede a instauração do IPL – ex:
representação do ofendido na ação penal pública condicionada.
• A denúncia deve conter o máximo de elementos possíveis. Caso a autoridade policial
indefira a instauração do IPL, caberá recurso.
• No caso de APPCondicionada, o requerimento assume forma de de autorização para o
início da persecução penal, chamando-se representação.
• Na APPrivada, o IPL não pode ser iniciado sem a solicitação de quem tenha qualidade para
tal.
• A delação anônima não deve ser rejeitada de plano, deve ser examinada cuidadosamente.
Entretanto, existe entendimento de que é inconstitucional IPL instaurado a partir de denúncia
anônima, haja visa que a CF veda o anonimato na manifestação do pensamento.
• Em regra, a comunicação de crime é faculdade do cidadão, mas existem aqueles que são
obrigados a comunicar qualquer fato ilícito.
MEDIANTE REQUISIÇÃO DO MJ
• em caso de crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil, em caso de
crime contra a hora praticado contra chefe de governo estrangeiro, em caso de crime contra
a honra em que o ofendido for o Presidente da República.
• A requisição deve ser encaminhada ao chefe do MP, que poderá desde logo oferecer a
denúncia ou requisitar diligências à polícia.
PROVIDÊNCIAS
• Art. 6º CPP
• A autoridade policial deverá dirigir-se ao local do crime e preservar o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos. Art. 169 CPP.
• Em caso de acidente de transito, há uma exceção à regra. A autoridade ou agente policial
que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independente de exame do local,
a imediata remoção das pessoas lesionadas, bem como dos veículos envolvidos que
estejam prejudicando o tráfego.
• Deverá recolher todos os objetos relacionados ao fato, fazendo-os acompanhar os autos do
IPL e colher todas as provas necessárias e possíveis.
• A busca e apreensão pode ser feitas:
- no local do crime;
- na própria pessoa – independerá de mandado em caso de prisão ou fundada suspeita de que a
pessoa esteja na posse de aram proibida, ou de instrumento que guarde qualquer relação com o
crime, ou quando efetuada por ocasião de busca domiciliar.
- no domicílio – só poderá ser feita observando-se:
• período noturno – com o consentimento do morador, em flagrante delito, em caso de
desastre ou para prestar socorro.
• Durante o dia – nos casos acima ou por ordem judicial. Fora os casos acima, a
busca será sempre precedida de mandado judicial, salvo se a autoridade policial, e
somente esta, estiver presente.
• A busca em escritório de advocacia deverá ser acompanhada por representante da OAB.
• O ofendido e as testemunhas podem ser conduzidos coercitivamente sempre que
injustificadamente não atenderem a intimações da autoridade policial.
• Quanto ao ofendido, o ordenamento autoriza sua busca e apreensão.
• A testemunha faltosa pode responder por crime de desobediência.
• Sendo o ofendido ou a testemunha membro do MP ou da Magistratura, deverão ser ouvidos
em dia, hora e local previamente ajustados.
• Podem ser realizadas acareações e reconhecimento de pessoas e coisas. O
reconhecimento fotográfico tem valor probatório, embora relativo. Admite-se acareação por
carta precatória.
• Deve ser determinado exame de corpo de delito sempre que a infração tiver deixado
vestígios.
• Os peritos devem ser sempre em número mínimo de dois.
• A reconstituição do crime poderá ser feita desde que não atente contra a moralidade ordem
pública.
• O indiciado pode ser forçado a comparecer, mas não a participar, em virtude da prerrogativa
do silêncio e de não ser obrigado a produzir provas contra si. Qualquer ato que busque
compeli-lo a participar, é passível de habeas corpus.
• IPL referente a crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independente da pena, dever seguir os procedimentos especificados na Lei 11.340/06.
INDICIAMENTO
• É a imputação a alguém, no bojo do IPL, da prática de ilícito penal, sempre que houver
razoáveis indícios de sua autoria.
• O indiciado deve ser interrogado pela autoridade policial, que pode conduzi-lo
coercitivamente a sua presença, em caso de injustificado descumprimento de intimação.
• No interrogatório policial devem ser observados os mesmo preceitos norteadores do
interrogatório em juízo, não estando o indicado obrigado a responder as perguntas
formuladas, sem desfavorecê-lo de qualquer modo.
• Não é indispensável a presença de advogado.
• Se o suspeito for membro do MP, a autoridade policial não poderá indicá-lo, devendo, sob
pena de responsabilidade, encaminhar os autos ao PGJ/PGR, a quem caberá prosseguir
com as investigações.
• A autoridade policial não pode submeter o civilmente identificado ao processo de
identificação criminal, salvo os envolvidos com o crime organizado, homicídio doloso, crime
contra o patrimônio mediante violência ou grave ameaça, receptação qualificada, crimes
contra a liberdade sexual, falsificação de documento público, fundada suspeita de
falsificação ou adulteração do documento de identidade, mal estado de conservação ou
distância temporal da carteira de identidade, quando impossibilitar a leitura de dados
essenciais, quando constar outros nomes ou apelidos dos registros policiais, quando houver
registro de extravio de carteira de identidade ou quando o acusado não comprovar em 48
horas a sua identificação civil.
• A identificação criminal compreende a datiloscópica e a fotográfica.
• Deve também ser juntado aos autos a folha de antecedentes, averiguada sua vida
pregressa. Art. 6º IX.
INDICADO MENOR
• Com o novo Código Civil, desapareceu a figura do representante legal e do curador para
maior de 18 anos, salvo o doente mental.
ENCERRAMENTO
PRAZO
• Art. 10, CPP – indiciado em liberdade – 30 dias a contar do recebimento da notitia criminis,
podendo ser prorrogado ouvido o MP.
• Indiciado preso – 10 dias contados da data da efetivação da prisão – em regra
improrrogável. Concluídas as investigações, devolvido o IPL para novas diligências, não
haverá relaxamento da prisão se o MP oferecer denúncia em 5 dias.
PRAZOS ESPECIAIS
CONTAGEM DO PRAZO
• Art. 798, § 1º, CPP – prazo processual – despreza-se na contagem o dia inicial e inclui-se o
dia final.
ARQUIVAMENTO
• Só cabe ao juiz, a requerimento do MP (Art. 28, CPP), titular exclusivo da ação penal.
• A autoridade policial, faltando justa causa, pode deixar de instaurar o IPL. Mas depois de
instaurá-lo, apenas o juiz pode arquivá-lo, ouvido o MP.
• Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do MP, remeterá os autos ao PGJ que
poderá oferecer denúncia ou designar outro membro do MP para que o faço, ou insistir no
arquivamento, ficando assim o juiz obrigado a atendê-lo.
• O despacho de arquivamento é irrecorrível, salvos nos casos de crimes contra a economia
popular, onde cabe recurso oficial, e no caso de algumas contravenções.
• No caso de do MPF, o autos serão remetidos à Câmara de Coordenação e Revisão, salvo
os casos de competência originária do PGR.
• É inadmissível o oferecimento de ação penal subsidiária da pública em caso de
arquivamento, pois a mesma só é cabível se houver inércia do órgão ministerial.
• Arquivado o IPL por falta de provas, enquanto não extinta a punibilidade pela prescrição, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas desde que surjam outras provas que
alterem o panorama probatório.
• Em caso de APPrivada, não há necessidade de pedido de arquivamento por parte do
ofendido caso entenda não haver elementos para dar início ao processo. Basta deixar o
prazo decadencial do art. 38 CPP fluir, sem o oferecimento de queixa.. Entretanto, se o
ofendido pedir o arquivamento, ele será considerado como renúncia tácita e causará a
extinção da punibilidade do agente. Art. 107, V, CP.