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A ARTE DE PESQUISAR

A maioria dos alunos de Metodologia de Pesquisa vê a experiência de estudar essa


matéria com um semblante de má vontade e reclamam que suas experiências na faculdade foram
muito desinteressantes com tal disciplina. Metodologia de Pesquisa Científica não são só regras
de como fazer uma pesquisa e sim uma arte de olhar cientificamente, com curiosidade, indagação
e criatividade.
O objetivo principal do livro é ensinar “o olhar científico” e mostrar que a pesquisa não é
redutível a certos métodos metodológicos. A pesquisa científica exige qualidades, baseando-se no
confronto permanente entre o possível e o impossível, entre o conhecimento e a ignorância. As
pesquisas não são totalmente controláveis, com início, meio e fim previsíveis. Nela é impossível
prever todas as etapas, o pesquisador deve saber que seu conhecimento é parcial e limitado.
Anteriormente a ciência se pautava no modelo quantitativo, em que a veracidade da
pesquisa se pautava na quantidade de entrevistas. Mas muitos pesquisadores questionam a
objetividade e a representatividade desse modelo. Na pesquisa qualitativa a preocupação do
pesquisador é com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
de uma instituição, de uma tragédia, etc. Os estudiosos brasileiros estão pouco acostumados ao
verdadeiro debate de idéias. O verdadeiro pesquisador deve se expor a uma crítica permanente.

A pesquisa qualitativa é de grande valia as ciências sociais. Grandes sociólogos e


filósofos se prenderam a esse modelo para pesquisarem seus objetos e chegaram a conclusão de
que ela e mais alguns outros métodos são muito qualificadas para suas pesquisas. Comte,
Durkheim, Weber, Dilthey, Lê Play, Kant, Morgan, Boas, Malinowski e tantos outros, assim
como a Escola de Chicago deram a demonstração da importância da ciência baseada na
objetividade e na profundidade de se aprofundar no conhecimento dos temas pesquisados.
Malinowski colocou em prática a observação participante, criando um modelo do que
deve ser o trabalho de campo: o pesquisador através de uma estada de longa duração, deve
mergulhar profundamente na cultura nativa, impregnando-se da mentalidade nativa; deve viver,
falar, pensar e sentir como os nativos. Deve tomar cuidado para que dominado pela cultura nativa
se esqueça de olhar criticamente para a determinada cultura.
A pesquisa da escola de Chicago tem a característica de querer produzir conhecimentos úteis para
a solução de problemas sociais concretos que enfrentava a cidade de Chicago. Lá se designou um
conjunto de pesquisas realizadas, a partir da perspectiva interacionista, particularmente depois de
1915; um de seus traços marcantes é a orientação multidisciplinar, envolvendo, principalmente, a
sociologia, a antropologia, a ciência política, a psicologia e a filosofia.
As ciências sociais se revertem pelos atos sociais, e estes envolvem uma propriedade que
não estão presentes em outros setores do universo abarcado pelas ciências naturais. A
fenomenologia quer atingir a essência dos fenômenos, ultrapassando suas experiências imediatas.
A etnometodologia tem o objetivo de compreender o dia-a-dia do homem comum na sociedade
complexa.

O estudo de caso é uma análise detalhada de um caso individual. Este método pretende
adquirir conhecimento do fenômeno estudado a partir da exploração intensa de um único caso. É
uma análise holística, a mais completa possível, que considera a unidade social estudada como
um todo com o objetivo de compreendê-la em seus próprios termos. O estudo de caso reúne o
maior número de informações possíveis coletadas por diferentes métodos para que se aprenda a
totalidade de uma situação e se descreva a complexidade de um caso concreto.
Cada pesquisa com estudo de caso é única, portanto não é possível se estabelecer regras
claras e precisas. O pesquisador deve estar preparado para lidar com as situações inesperadas da
pesquisa, e muito comum surgirem coisas que não foram previstas no início da pesquisa e que se
tenham mais relevância que as questões iniciais.

No método biográfico o indivíduo singulariza em seus atos a universalidade de uma


estrutura social, é possível “ler uma sociedade através de uma biografia”, conhecer o social
partindo de uma única vida individual. A abordagem de uma história de vida de alguém cria um
tipo especial de documento, onde a vida pessoal entrelaça-se a ação histórica, vislumbrando as
disparidades entre subjetividade e objetividade. Estabelece a relação entre o individual e o social.
Com um método biográfico faz-se uma relevante visão de como as pessoas reagem às
manifestações sociais; como as pessoas universalizam, através de suas histórias de vida a época
em que vivem.
A pesquisa qualitativa deve estar apoiada em algumas características indispensáveis, para
que não seja descredibilizada por falta de objetividade, rigor e controle científico, visto que não
possui testes adequados de validade e fidedignidade. A falta de regras claras de procedimento
para guiar as atividades de coleta de dados pode dar margem para o bias de pesquisador, o bias é
o viés, a parcialidade o preconceito. A tarefa do pesquisador é conhecer o bias para poder
prevenir sua interferência nas conclusões. A escolha do objeto já significa um julgamento de
valor. O contexto da pesquisa, a orientação teórica, o momento sócio-histórico, a personalidade
do pesquisador, o ethos do pesquisado, influenciam o resultado da pesquisa.
Os métodos quantitativos supõem uma população de objetos comparáveis, já os métodos
qualitativos enfatizam as particularidades de um fenômeno em termos de seu significado para o
grupo pesquisado. Substituiu a quantidade pela intensidade, pela profundidade, atingidas pela
observação participante por um período longo de tempo, das entrevistas em profundidade, da
análise de diferentes fontes que possam ser cruzadas.
Muitas vezes pode ocorrer de surgirem conclusões bastante diferentes a respeito de
objetos supostamente semelhantes. Contudo, ao contrário do que pode se pensar, a diferença de
resultados índia não a falta de objetividade dos pesquisadores e sim que estavam observando
coisas diferentes a partir de enfoques, teóricos e metodológicos, diferentes. Resultados
semelhantes não devem ser esperados e sim que sejam compatíveis, que suas conclusões não
contradigam as de outro.
O pesquisador se concentra em alguns problemas específicos que lhe parecem e maior
importância; É irreal supor que se possa ver, descrever e descobrir a relevância teórica de tudo.
Mesmo que os entrevistados sejam pessoas desconhecidas e que não existam lanços com o
meio pesquisado, uma interação a longo prazo com o objeto estudado cria laços que é difícil
evitar e que podem criar censuras nos resultados da pesquisa. Esse bias pode ser evitado fazendo-
se um cuidadoso relato completo de todos os eventos observados.

O bom resultado da pesquisa depende da sensibilidade, intuição e experiência do


pesquisador. Não se pode, como na pesquisa quantitativa se ensina a fazer técnicas de surveys e
aplicação de questionário, ensinar a fazer pesquisa de campo. A pesquisa qualitativa depende dos
adjetivos do perfil do pesquisador, das opções teóricas, do contexto mais amplo e das
imprevisíveis situações que ocorrem no dia-a-dia da pesquisa.
O pesquisador deve estabelecer um difícil equilíbrio para não ir além do que pode
perguntar, não causar constrangimentos, pelo fato que deve registrar tudo, mas não deve ficar
aquém do possível. A memória é seletiva, as lembranças contam o passado através dos olhos de
quem o vivenciou. O pesquisador deve elaborar um roteiro de questões claras, simples e diretas,
para não se perder em temas que não interessam ao seu objetivo.
As qualidades essenciais que o pesquisador deve possuir para ter sucesso é interesse real e
respeito pelos seus pesquisados, flexibilidade e criatividade para explorar novos problemas em
sua pesquisa, capacidade de demonstrar compreensão e simpatia pelos mesmos, sensibilidade
para saber o momento de encerrar uma entrevista e principalmente disposição para ouvir.

A união da abordagem de dados, quantitativa e qualitativamente, é que permite uma idéia


mais ampla e inteligível da complexidade de um problema. A integração dos dois métodos de
pesquisa permite que o pesquisador faça um cruzamento de suas conclusões de modo a ter maior
confiança que seus dados não são produto de um procedimento específico ou de alguma situação
particular. A combinação de metodologias diversas no estudo do mesmo fenômeno, conhecida
como triangulação, tem por objetivo abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e
compreensão do objeto estudado. A pesquisa qualitativa é útil para identificar conceitos e
variáveis relevantes de situações que podem ser estudadas quantitativamente. Os dois métodos,
nesta perspectiva, deixam de ser percebidos como postos para serem vistos como
complementares.

O tema pode ser qualquer assunto da atualidade onde pode se tirar um objeto. É
necessário muito estudo, uma sólida bagagem teórica, muita experiência de pesquisa para que se
enxergue o que os outros não conseguem ver. O pesquisador experiente torna assuntos banais em
temas de pesquisas fecundas. Existe uma hierarquia de credibilidade, traçada de acordo com os
temas que dão prestígio, recursos para a pesquisa, cargos universitários, publicações em editoras
prestigiadas, etc. existem pressões evidentes na hora da escolha do tema as quais o pesquisador se
submete.
O pesquisador de vê ter ética, curiosidade, interesse real, empatia, paciência, paixão,
equilíbrio, humildade, flexibilidade, iniciativa, disciplina, clareza, objetividade, criatividade,
concentração, delicadeza, respeito ao entrevistado, facilidade para conversar com outras pessoas,
tranqüilidade e organização, como também: bom domínio da teoria, escrever bem, relacionar
dados empíricos com a teoria, domínio das técnicas de pesquisa, experiência com pesquisa, etc.
todas essa qualificações e qualidades são indispensáveis, praticamente.
As principais etapas da pesquisa científica são:
• Formulação de um tema de estudo;
• Construir o projeto de pesquisa;
• Concepção de um tema de estudo;
• Delimitação do objeto;
• Coleta de dados;
• Apresentação do relatório com os resultados;
• Aplicação dos resultados.

Dois passos são necessários para o início da tarefa: a formulação do problema e a elaboração
do projeto de pesquisa.
O primeiro passo é tornar o problema concreto e explícito através da imersão sistemática no
assunto, do estudo da literatura existente e da discussão com pessoas que acumularam
experiência prática no campo de estudo. O objeto de estudo deve responder aos interesses do
pesquisador e ter as fontes de consulta acessíveis e de fácil manuseio. “As boas respostas
dependem de boas perguntas”.
A Pesquisa apresenta quatro fases, a primeira a exploratória que é o momento de descobrir
algo sobre o objeto de desejo; em seguida vem a fase de maior compromisso que exige um
conhecimento mais profundo, um dedicação quase que exclusiva ao objeto de paixão, um
mergulho profundo; a terceira fase é a que a pesquisa exige fidelidade, dedicação, o pesquisador
deve resolver todos os problemas que vão aparecendo, desde os mais simples até os mais
cruciais; por último é a fase em que o pesquisador precisa se distanciar do seu objeto para
escrever o relatório final da pesquisa, é o momento de ver os defeitos e qualidades.
A seguir todas as etapas da elaboração da pesquisa são importantíssimas e devem ser muito
bem elaboradas em minuciosidade com os detalhes para ser ter confiança.
O fichamento da teoria é de grande valia, não só no momento da pesquisa, como em todos os
momentos do projeto, é de extrema vantagem fichar as bibliografias em um arquivo pessoal.
A entrevistas e os questionários são de tamanha importância. Mas um dos seus principais
problemas é detectar o grau de veracidade dos depoimentos, os entrevistados revelam o que
querem. Cada um tem sua vantagem e desvantagem e estas devem ser levadas em conta na hora
da escolha de qual irá usar, tendo em mente que cada questão precisa estar relacionada aos
objetivos de seu estudo. As questões devem ser anunciadas de forma clara e objetiva, sem induzir
e confundir, tentando abranger diferentes pontos de vista. Após realizar as entrevistas ou aplicar
os questionários, é o momento de analisar todo o material, essa tarefa exige sensibilidade para
que se aproveite o máximo possível dos dados coletados e da teoria estudada. A capacidade de
articular a teoria e dados empíricos é uma das maiores riquezas do cientista.
É necessário muito tempo de dedicação e reflexão para se tirar o máximo de idéias de
cada resposta conseguida. Após a análise é a hora de escrever o relatório da pesquisa. Se o
projeto foi bem construído o relatório fluirá com facilidade, pois já existirá um roteiro claro e
objetivo do que deve ser abordado. No relatório retorna-se ao objetivo geral do estudo e aos
objetivos específicos a ele relacionados; retorna-se também a justificativa, depois faz a
introdução com a discussão teórica com os autores que são importantes para a análise do material
coletado. É bom relatar cada passo da coleta de dados, analisar tanto o que foi conseguido, quanto
o que não foi obtido. Somente depois dessas abordagens, começa-se a fazer a análise do material
coletado. E depois as considerações finais, por fim as referências bibliográficas e os anexos.
O objetivo do relatório é permitir a comunicação da pesquisa para um público mais
amplo. Para a informação necessária, o relatório deve possuir: apresentação do problema a que
se refere o estudo; os processos de pesquisa, o planejamento do estudo, a técnica de coleta de
dados e o método de análise empregado; os resultados; as conseqüências dos resultados e as
principais conclusões.
Para se escrever bem e com clareza deve se usar uma linguagem comum, sem querer
“colorir” muito as palavras, o que não soa bem. O relatório não pode ser usado a fim de
prejudicar o grupo estudado. Não se deve violar as informações quando possível o pesquisador
deve retornar ao grupo com os seus resultados.

Mirian Goldenberg, 2001, passa suas idéias com clareza e objetividade, fazendo um
trabalho de tradução do complexo para o simples, buscando manter as idéias principais para
iniciar um pesquisador no projeto científico, dando algumas dicas que segue em suas próprias
pesquisas.

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