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PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
A partir do momento que sabemos o que é o contraditório em suas duas dimensões, podemos
chegar a algumas conclusões:
Aquilo que se chama de garantia de ampla defesa, ou princípio da ampla defesa nada mais é
do que a dimensão substancial do contraditório. Não basta ser ouvido. É preciso que se dê ao
sujeito os instrumentos para que possa exercer amplamente a sua ampla defesa, que é reforço de
poder processual para poder convencer o juiz das suas afirmações.
Pelo princípio da cooperação, o juiz não pode decidir com base em questão a respeito da qual
as partes não puderam se manifestar (isso foi visto na aula passada). Isso tem a ver com
contraditório porque se o juiz se manifesta sobre uma questão sobre a qual não houve
oportunidade de contraditório, ele não teve oportunidade de ser influenciado em sentido
contraditório, não pode ter a oportunidade de ser convencido de que estava errado, de que a
solução não era aquela. Se a parte não puder fazer isso, meu contraditório foi violado. Por isso
não dá para decidir com base em ponto sobre o qual não se manifestaram, sob pena de tirar delas
a oportunidade de convencer o juiz do contrário. O contraditório, nesse caso, não foi plenamente
exercido. Isso, mesmo em relação às questões que o juiz pode conhecer de ofício. Essa é a visão
extremamente atualizada do princípio do contraditório, que não é só ouvir o sujeito, mas ouvir o
sujeito e dar a ele a oportunidade de convencer o juiz do contrário.
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LFG – PROCESSO CIVIL – Aula 02 – Prof. Fredie Didier – Intensivo I – 02/02/2009
O que seria a decisão liminar, diante do que foi posto? Como compatibilizar o princípio do
contraditório com a possibilidade de o juiz dar uma decisão liminar (sem ouvir o réu)? As
decisões liminares são provisórias, são precárias. Elas podem ser revistas posteriormente. O
contraditório, nesse caso das liminares, é um contraditório postecipado, diferido, jogado para
depois da decisão (aí, provisória). E tem um outro lado. As liminares se justificam pelo perigo.
A existência de perigo e a garantia de que a decisão é provisória estão em harmonia com o
contraditório. De um lado se tem o direito à efetividade, do outro o contraditório.
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE
Esse princípio tenta estabelecer a relação entre processo e direito material. É o princípio que
estabelece qual é a relação que se deve fazer entre processo e direito material. E essa relação é a
seguinte: processo é o instrumento de realização do direito material. Para isso o processo serve.
A finalidade do processo é concretizar, tornar efetiva a regra de direito material. Então, por isso
se diz que o processo serve de instrumento, serve ao direito material.
Só que quando se fala que o processo é instrumento de realização de direito material alguns
podem achar que o processo está em posição subordinada, por ser instrumento. Ao dizer que
processo é instrumento, não significa que seja subalterno. O processo tem uma função específica,
que é a de realizar o direito material. É o seu objetivo. Há entre o processo e o direito material
uma relação de complementaridade. Por que isso? O processo serve ao direito material, serve
para efetivá-lo e o direito material serve ao processo. É o direito material que dá ao processo o
seu sentido, a razão de ser. Enquanto o processo serve ao direito material concretizando-o, o
direito material serve ao processo, na medida em que dá ao processo sentido.
Pergunta de concurso: o que se entende por teoria circular dos planos material e processual?
A teoria circular dos planos material e processual é a que explica as relações entre processo e
direito material de uma perspectiva circular. Um complementa o outro. A relação entre eles é
circular. Não é hierárquica. A teoria circular dos planos explica as relações entre processo e
direito material dessa maneira. Não há subordinação entre eles, mas uma relação de
circularidade. Um serve ao outro. Frase: o processo serve ao direito material, ao tempo em
que é servido por ele. O arquiteto projeta, o engenheiro realizar. O projeto é uma abstração,
como o direito material, até ele se concretizar (é o arquiteto). O direito material projeta, faz
planos, projeta um tipo de sociedade. O direito processual põe isso em prática, concretiza o
projeto, põe a mão na massa, literalmente. Não há, entre eles, relação de importância. Eles se
complementam.
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO
Para compreender esse princípio, é preciso entender o que é preclusão. Preclusão é a perda
de um poder jurídico processual. Se há um poder jurídico processual que se perdeu, isso é
preclusão. Prescrição, decadência, caducidade são termos que se relacionam à perda de poder.
Preclusão foi o nome que criaram à perda de um poder processual. Quando o poder processual se
perde, a perda é a preclusão. O conceito de preclusão se refere à perda de um poder tanto da
parte quanto do juiz. Por isso o professor falou em perda de poder processual, sem se referir às
partes ou ao juiz, sem se referir aos sujeitos. Pouco importa se é parte ou juiz. Se havia um poder
que não existe mais, houve preclusão.
A preclusão, como perda do poder processual, costuma ser classificada a partir fatos jurídicos
que a ocasionam. A doutrina costuma separar a preclusão em três espécies, de acordo com os
fatos que a geram.
2) Preclusão CONSUMATIVA – após utilizar um palito de fósforo que queima todo, ele
deixa de ser um palito de fósforo. Há coisas que se usa e deixa de ter, que
desaparecem pelo uso. Uma das coisas que são assim, são os poderes processuais.
Poder processual se perde pelo uso. A preclusão consumativa é isso. É a perda do
poder processual pelo exercício dele. Exercido o poder processual, não se tem mais
esse poder. A parte tinha o poder de recorrer, recorreu, não tem mais o direito. Não
pode recorrer de novo alegando outra coisa. A preclusão temporal é a perda pelo não
exercício, a consumativa é a perda pelo exercício. De igual forma, o juiz, ao
sentenciar, não pode voltar atrás.
Por que existe o princípio da preclusão? Porque o processo tem que acabar. Ele não pode
ser eterno. Ele tem um propósito muito específico, que é o de realizar o direito material. Se não
há preclusão, o processo jamais acaba. E, sem preclusão, o processo não anda. Com ela, o
processo avança e não retrocede. Ela foi pensada para dar segurança e acelerar o processo. Por
isso, não há processo sem preclusão. O que pode acontecer é que o legislador, em alguns casos
diminui, incentiva, flexibiliza a preclusão. Mas, em maior ou menor grau, sempre haverá
preclusão. Não há processo sem ela.
Existe um tema sobre preclusão da mais alta relevância que merece um destaque especial:
a) Preclusão para o EXAME das questões de ordem pública – existe preclusão para o
juiz examinar questões de ordem pública ao longo do processo? Seu exame preclui?
NÃO. As questões de ordem pública podem ser examinadas enquanto o processo
estiver pendente. ATENÇÃO: quando se diz que não há preclusão para o exame das
questões de ordem pública, não é para pensar que durante toda a eternidade as
questões de ordem pública podem ser examinadas. Não há preclusão ENQUANTO o
processo estiver pendente. Se o processo acabou, sem que a questão de ordem
pública fosse alegada, só resta a rescisória. Não é a qualquer tempo que pode ser
alegada. É a qualquer tempo, enquanto o processo estiver pendente.
OBSERVAÇÕES: Inclusive em recurso extraordinário?? É possível alegar questão de
ordem pública em recurso especial no STJ e no STF?? SIM. Só que isso, o professor
não vai explicar agora. O professor vai falar isso no dia 04/07, na segunda metade da
aula. Esse é um tema da mais alta relevância, mas não será tratado agora.
JURISDIÇÃO
CONCEITO
O que é jurisdição? A grande dificuldade desse tema hoje é que, embora jurisdição seja
um tema clássico, tradicional, o que era jurisdição há 100 anos, não era o que é jurisdição hoje.
O papel do juiz hoje, não é o papel do juiz de 100 anos atrás. É preciso construir um conceito de
jurisdição adequado ao novo modelo de Estado, de direito do nosso século, que é o modelo do
Estado constitucional, e não da lei.
Quando se diz isso, que a jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial, se está
dizendo que a jurisdição é um exemplo de heterocomposição. Hetero = diferente, outro;
composição = solução (outro soluciona). A solução do problema é dada por um terceiro. Alguém
estranho ao problema vai resolvê-lo. A jurisdição é sempre exercida por um terceiro, estranho
em relação ao problema. Ser imparcial é não ter interesse na causa. Porque não basta ser terceiro.
É preciso ser terceiro e ser imparcial. Então, a jurisdição é exercida por alguém que não faz parte
do problema e não tem interesse no problema. Se meu pai, por exemplo, briga com alguém, eu
sou terceiro, mas não sou imparcial porque vou torcer pelo meu pai, distorcer as coisas em favor
dele. Não confundir imparcialidade com neutralidade. São coisas diversas. A imparcialidade
é a ausência de interesse na causa e está relacionada com o tratamento isonômico das partes (o
juiz tratará as partes de maneira isonômica, eqüidistante). Neutro, o juiz nunca é porque juiz é
gente e gente não é neutra. Neutro é o que está desprovido de valor. Não é positivo e nem
negativo. Cada um de nós, diante de qualquer problema humano, é tocado de alguma maneira.
Então, a neutralidade não existe na jurisdição. Juiz nenhum é neutro porque juiz é gente. Pessoas
não são neutras. A imparcialidade, essa eqüidistância, o desinteresse na causa, sim, mas não a
neutralidade. Neutro é adjetivo para detergente ou sabonete.
Sucede que essa característica, de a jurisdição ser exercida por terceiro imparcial é, de
fato, uma característica da jurisdição, mas não é exclusividade da jurisdição. Isso caracteriza a
jurisdição, mas, contrariamente ao que Chiovenda disse, não é essa a marca da jurisdição porque
a substitutividade pode ser vista em outras situações que não são a jurisdição. Há outros casos
em que não há jurisdição, mas há terceiro imparcial ali. Esse atributo não é exclusividade da
jurisdição. Exemplo. ATENÇÃO: As agências reguladoras são autarquias de regime especial
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com várias funções, inclusive de editar normas. E também julga conflito. Só que no âmbito
administrativo. Não é um julgamento jurisdicional, mas é por um terceiro imparcial. Existem
tribunais administrativos. E os tribunais administrativos também são terceiros imparciais,
resolvem conflitos, mas não são jurisdição porque lhes faltam outras características da jurisdição.
Segunda parte: “A jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial para, mediante
um processo, (...)”.
Terceira parte: “A jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial para, mediante
um processo, tutelar situações jurídicas concretamente deduzidas (...)”.
O que significa essa parte? O verbo tutelar significa “proteger” juridicamente. Dar uma
proteção jurídica. Como se tutela o direito? Se tutela reconhecendo, efetivando ou
resguardando. A tutela/proteção/guarida dada pela jurisdição para situações processualmente
deduzidas é uma guarida que se dá ou reconhecendo direitos ou efetivando direitos ou
resguardando direitos. A que corresponde esses três verbos? Tutela de conhecimento, tutela de
execução e tutela cautelar. Ou se tutela conhecendo, ou se tutela executando, efetivando, ou se
tutela resguardando (cautelar). A tutela jurisdicional é uma dessas três.
Embora isso seja a máxima da jurisdição, não é uma exclusividade da jurisdição. Isso a
distingue da legislação, mas não a distingue da administração. (Falha na transmissão). Essas
características são da jurisdição, compõem o conceito da jurisdição, mas não são exclusividade
da jurisdição.
Há um autor, Carnelutti, que defende que a jurisdição só existe quando essas situações
concretamente deduzidas forem uma lide. Assim como para Chiovenda, a característica da
jurisdição é a substitutividade; para Carnelutti a característica da jurisdição é a lide. E o que é a
LIDE? Lide, para Canelutti, é conflito de interesses. Esse pensamento de Carnelutti está
superado.
Hoje se sabe que a jurisdição recai, não necessariamente, sobre a lide. Embora a lide seja
a principal situação a ser resolvida pelo juiz, porque a regra é que o juiz atua para resolver lide,
há atividade jurisdicional sem lide. Imagine-se que, por qualquer motivo, alguém quer mudar o
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nome por ser constrangedor sob o argumento da dignidade da pessoa humana. Qual é a lide aí?
Não há conflito. Uma ação para alteração de nome tem jurisdição e não tem lide.
Terceira parte: “A jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial para, mediante
um processo, tutelar situações jurídicas concretamente deduzidas de modo imperativo e
criativo (...)”.
A jurisdição é ato de império, soberania, força. Não é um conselho. Quando o juiz define,
ele não aconselha as partes. Se decide, pratica um ato que traz consigo toda a força do estado. A
jurisdição é ato de poder, de império. Se exerce imperativamente.
Ao dizer que a jurisdição se realiza imperativamente, não se diz que é só o Estado que
exerce jurisdição. É sutil. A jurisdição é monopólio do Estado, mas isso não quer dizer que
só o Estado a exerça. Isso porque o Estado pode reconhecer que, além de alguns de seus órgãos,
alguns entes privados exerçam jurisdição. exemplo: arbitragem. A arbitragem no Brasil é
jurisdição, embora seja uma jurisdição não estatal. O Estado brasileiro reconhece esse tipo de
exercício da jurisdição privada.
Vamos pegar o exemplo do STF. No final de 2008 julgou o problema da demarcação das
terras indígenas em Roraima. Saber se aquela demarcação era constitucional ou não. O STF disse
que era constitucional, mas que só era constitucional se fossem observadas 18 exigências
(entrada de Exército, não pode impedir que o séqüito do governo entre, etc.). Foram exigências
que o supremo trouxe para que se entendesse aquela demarcação como constitucional. Isso não
estava em lugar nenhum. O supremo examinou o sistema todo e percebeu que só seria
constitucional aquilo se uma série de exigências fossem observadas. Houve criatividade nesse
caso.
ATENÇÃO: Agora, a parte mais difícil da aula: TODA decisão judicial, SEM
EXCEÇÃO, pode ser dividida em duas partes: a conclusão da decisão, momento em que o juiz
cria a norma individualizada. Ou seja, a norma que vai regular aquela situação concreta que foi
deduzida. É no dispositivo da decisão, é na conclusão da decisão que o juiz cria, estabelece a
norma que vai regular aquela situação concretamente deduzida. Além da conclusão, há uma parte
que vem antes, que é a fundamentação. Na fundamentação de QUALQUER decisão
encontra-se aquilo que a doutrina chama de norma geral do caso concreto. Em TODA
decisão judicial existe uma conclusão e uma fundamentação. Na conclusão, o juiz dá a solução
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para o problema e na fundamentação se encontra a norma geral que autoriza o juiz a dar aquela
norma individual. Porque se o juiz chegou à conclusão que a norma individual era aquela, ele
tem que ter extraído aquela conclusão de uma norma geral que dá a solução para todas as
hipóteses. A norma geral está na fundamentação e a norma especial está na decisão.
Exemplo 01 – João apanhou de José e pede indenização contra José. O juiz acolhe o que
João quer. Qual é a norma individualizada que está na conclusão da decisão? José deve a João. É
uma norma que cuida de uma situação concreta. “Julgo procedente o pedido para condenar José
a pagar João.” É norma individualizada. Para o juiz chegar a essa conclusão, teve que
fundamentar. De que maneira? “Aquele que dá um murro em outra pessoa, tem que indenizar.”
Isso é norma geral e está na fundamentação da decisão. Se aquele que dá um murro em outra
pessoa, tem que indenizar, José indeniza João. Norma geral: fundamentação. Norma especial:
dispositivo.
Exemplo 03 – Outro caso famoso: O STF decidiu que se o parlamentar troca de partido
durante o mandato, ele perde o mandato. Isso aconteceu em um caso concreto em que um
partido, digamos o PSDB, entrou com um MS para reaver o mandato do Senador X que havia
trocado de partido. O Supremo disse decidiu: “o Senador X perde o mandato para o PSDB”.
Norma individual. Qual é a norma geral nesse caso? “Senador que troca de partido durante o
mandato, perde o mandato.”
E qual a é a importância disso? É que, com isso, se percebe que o juiz cria, em ambas as
hipóteses. Ou seja, a criação não é apenas na norma individual, mas também na norma geral. E
essa norma geral criada pelo juiz para fundamentar sua decisão é o que gera o que conhecemos
como JURISPRUDÊNCIA. A jurisprudência é a reiterada aplicação de uma mesma norma
geral. Quando os tribunais, reiteradamente aplicam a mesma norma geral, forma-se a
jurisprudência. Toda jurisprudência é geral. Uma súmula é uma norma geral. A criação pela
jurisdição é, tanto da norma individualizada, quanto da norma geral. Cria-se, tanto ao se dizer
que Zeca Pagodinho de a Nova Schin quanto quando se diz que aquele que faz propaganda para
o adversário tem que indenizar.
E por que isso é tão importante? Porque se não se entende isso, não se consegue
compreender os assuntos mais importantes hoje em processo que é estudar o que é o precedente
judicial. O que é um precedente judicial, súmula vinculante, súmula impeditiva, jurisprudência
dominante? São umas séries de expressões novas a serem estudadas para concurso. Tudo exige
que se saiba que a criatividade judicial não se restringe a estabelecer qual é a solução do caso
concreto, mas também estabelecer um modelo de solução para outros casos semelhantes. Quando
o juiz decide, cria um possível modelo de solução para outros casos semelhantes. Ao decidir
aquele, ele estabelece um modelo geral para outros casos semelhantes. O juiz tem um
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entendimento, que é a norma geral dele, e aplica esse modelo dele aos casos semelhantes. O que
significa que ele cria algo individual e algo geral ou, pelo menos, algo com aptidão para ser
geral.
Quarta parte: “A jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial para, mediante um
processo, tutelar situações jurídicas concretamente deduzidas de modo imperativo e criativo em
decisão insuscetível de controle externo”.
O que significa isso, decisão insuscetível de controle externo? Significa que a decisão
jurisdicional na pode ser revista por nenhum outro poder. Se o juiz decide, a decisão não pode
ser submetida ao legislador ou ao Presidente da República. Uma lei não pode ofender a coisa
julgada. É aí que aparece uma característica que é SÓ da jurisdição. A jurisdição é a ÚNICA
manifestação de poder INSUSCETÍVEL de controle externo. Decisão administrativa ou uma
lei podem ser invalidados por constitucionais, por exemplo, pelo Judiciário.
Quinta parte: “A jurisdição é uma função atribuída a terceiro imparcial para, mediante um
processo, tutelar situações jurídicas concretamente deduzidas de modo imperativo e criativo em
decisão insuscetível de controle externo e apta a tornar-se indiscutível pela coisa julgada
material”.
Só a jurisdição e só ela tem aptidão para definitividade. (falha na transmissão). Ela não é
suscetível de controle externo e chega determinado momento que, mesmo internamente, não
pode ser revista. Se houver algum ato que se tornou definitivo, existe coisa julgada. Mas
somente atos jurisdicionais podem adquirir essa indiscutibilidade. Com isso, terminamos a
análise parcial, agora, vamos à consolidação do conceito:
É um conceito bem amplo, bem analítico ... (longa falha na transmissão – entre 54:52 e
57:14).
EQUIVALENTE JURISDICIONAL
É qualquer forma de solução em situações jurídicas concretas que não seja jurisdicional.
São técnicas para resolver situações jurídicas concretas não jurisdicionais. Por isso se chamam
equivalentes jurisdicionais porque servem para solução de situações, mas não são jurisdicionais
porque lhe falta algum desses atributos jurisdicionais que vimos aqui. Então, qualquer técnica
para a solução de situações jurídicas concretas que não seja jurisdicional é chamado de
equivalente jurisdicional. Quais são eles? São 4:
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O terceiro ponto: ARBITRAGEM (não é equivalente jurisdicional). Será visto na próxima aula.
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