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s Cartilha
Científica

e
Linda Luz Rabelo Araújo
2

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM


(SAE)

Linda Luz Rabelo Araújo


Acadêmica de enfermagem do 7º
período, apresenta esta cartilha científica
para profissionais da área de saúde.

São Luis
2010
3

JURAMENTO DE ENFERMAGEM

APRESENTAÇÃO

A preocupação da enfermagem com a questão histórica nasce com Florence


Nightingale, que afirmava que a enfermagem requeria conhecimentos distintos da
medicina. Ela definiu as premissas em que a profissão deveria se basear
4

estabelecendo um conhecimento de enfermagem direcionando à pessoa às


condições nas quais ela viva em como o ambiente poderia atuar, positivamente ou
não, sobre a saúde das pessoas (NIGHTINGALE,1989).
Daí a importância de se implantar um instrumento técnico e prático que
proporcione conhecimento do cuidar direcionado em prevenção, promoção e
recuperação, bem-estar do indivíduo, fundamentado em conhecimentos científicos e
na autonomia profissional, ou seja, a implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE), (TANURE, 2010).
Na literatura dos anos 1980 observam-se vários relatos de tentativas de
implantar o SAE em instituições hospitalares, e algumas universidades brasileiras
inseriram o tema diagnóstico de enfermagem em seus currículos de pós-graduação,
iniciando a utilização da terminologia dos diagnósticos de enfermagem do NANDA.
(North Americam Nursing Association –Assosiação Norte Americana de Diagnóstico
de Enfermagem).

ASPECTOS LEGAIS E EPIDEMIOLÓGICOS


Os estudos sobre SAE no Brasil mereceram destaque somente no final dos
anos 1980, quando o decreto-lei nº 94406/87,que regulamenta o exercício
profissional da enfermagem no país, definiu como atividade privativa do enfermeiro,
entre outras, a elaboração da prescrição de enfermagem (BRASIL, 1986).
Analisando o cenário atual percebe-se que essa Resolução por si só talvez
não ofereça todo o apoio que a implantação da SAE exige, pois muitos fatores vêm
desencadeando dificuldades práticas tanto de implantação como implementação
dessa metodologia nas instituições de saúde. Um trabalho de fiscalização do
COREN-SP nas instituições de saúde do Estado, após investimento desse órgão em
capacitação dos enfermeiros para a realização da SAE, revela que 65% das
instituições não souberam como implantar a SAE, 38% estavam em fase de
implantação, em 15% houve relutância e/ou impedimento dos profissionais de saúde
e em 10% houve impedimento por parte da instituição (COREN-SP,2002)
De acordo com TANNURE (2010), as vantagens e a propriedade de se
estabelecer uma Sistematização da Assistência de Enfermagem são incontestáveis,
além de disso a resolução do COFEN-272/2002, determinou que a SAE é uma
incumbência privativa do enfermeiro e ressalta a importância e a obrigatoriedade da
5

implementação mesma tal fato provocou um enorme interesse e uma necessidade


premente entre os profissionais e estudantes de enfermagem.
Transcrevemos aqui três artigos da resolução do COFEN-272/2002:
Artigo 1º- a implementação, planejamento, organização, execução e
avaliação do processo de enfermagem é privativo do profissional enfermeiro.
Artigo 2º- a Sistematização da Assistência de Enfermagem deverá
ocorrer em toda instituição de saúde, pública e privada.
Artigo 3º- a Sistematização da Assistência de Enfermagem deverá ser
registrada formalmente no prontuário do cliente.

O que é o SAE
É uma atividade privativa do enfermeiro que norteia as atividades de toda a
equipe de Enfermagem. Um instrumento que facilita a prática em enfermagem,
promovendo ao enfermeiro o desenvolvimento e aprimoramento do cuidar, tornando
possível a organização e prestação da assistência, estimulação do cuidado
humanizado, logo, melhora no atendimento aos clientes (TANURE, 2010).
Destarte, a SAE não é apenas um modo de fazer, mas também uma forma de
pensar a prática profissional da enfermagem. Envolve três áreas inter-relacionadas
da cognição: o raciocínio e julgamento diagnóstico; o raciocínio e julgamento
terapêutico; o raciocínio e julgamento ético. Apesar de tratar-se de um método
científico, pois as dimensões do pensar, do sentir e do agir articulam-se na SAE de
modo indissociável, não é possível aplicá-la de uma forma totalmente objetiva, pois
tanto quem a aplica quanto quem recebe os cuidados nela contemplados são seres
humanos, portanto são carregados de subjetividades (GARCIA; NÓBREGA, 2004).
O Processo de Enfermagem (PE) como um sinônimo do SAE é a forma
sistemática e dinâmica de prestar cuidado de enfermagem sendo constituída de
cinco etapas: Investigação, Diagnóstico, Planejamento, Implementação, Avaliação
(ALFARO-LEVEFRE,2005).
O SAE possui algumas características específicas, entre elas a condição de
ser: sistemática, ou seja, com etapas durante as quais o enfermeiro toma iniciativa
para maximizar a eficiência e obter bons resultados a longo prazo, dinâmica, pois
com aquisição de experiência o enfermeiro vai uma etapa para outra e volta pra
anterior combinando diagnósticos, obtendo o mesmo resultado, humanizada,ao
planejar e oferecer os cuidados de enfermagem precisa-se levar em conta os
6

interesses,valores e desejos do cliente e de ser dirigida a resultado, pois todas as


etapas do processo são destinadas a melhores resultados(ALFARO-
LEVEFRE,2005).

PROCESSO DE ENFERMAGEM

INVESTIGAÇÃO DISGNÓTICO

P
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O T
O

IMPLEMENTAÇÃO

TEORIAS DE ENFERMAGEM

Teorias compreendem um conjunto de conceitos e pressupostos,


relacionados entre si, abarcando o campo da prática, do ensino e da pesquisa. As
teorias de enfermagem trazem conceitos e proposições relacionados à enfermagem
e atrelados a uma visão de mundo. Elas proporcionam o referencial teórico que
norteia a implantação do Processo de Enfermagem, sob uma perspectiva de
7

assistência sistematizada, havendo a retroalimentação entre o enriquecimento da


teoria e o desenvolvimento da prática, refletindo satisfação na prática assistencial da
enfermagem.
De uma maneira geral, se estruturam a partir de quatro conceitos centrais,
quais sejam: ser humano (pessoa), saúde, meio ambiente (físico, social e simbólico)
e enfermagem.
Pessoa - refere-se a todos os seres humanos. As pessoas são receptoras no
cuidados de enfermagem, elas incluem indivíduos, família, comunidade e grupo.
Ambiente – incluem fatores que afetam indivíduos interna e externamente. Significa
principalmente o cenário onde os cuidados de saúde são prestados.
Saúde – geralmente refere-se ao estado de bem estar da pessoa.
Enfermagem – é conceito central para todas as teorias de enfermagem. As
definições de enfermagem descrevem o que a enfermagem é o que os enfermeiros
fazem e como os mesmos interagem com os clientes (SANTOS,2010).

AS PRINCIPAIS TEORIAS DE ENFERMAGEM


Teoria Ambiental: F. Nightingale (1820/1910)
Nightingale não via a enfermagem como limitada a administração de
medicamentos e tratamentos, mas, em vez disso, orientada para fornecer ar
fresco(aeração), luz, aquecimento, higiene, quietude (silencio) e nutrição adequada.
Através da observação e da coleta de dados, ela relacionou as condições de saúde
do cliente com os fatores ambientais e iniciou a melhora da higiene e das condições
sanitárias durante a Guerra da Criméia. (NIGHTINGALE, 1860).

Foco: Ambiente.
Homem: Individuo cujas defesas naturais são
influenciadas por um ambiente saudável ou não.
Saúde: Processo reparador.
Ambiente: Condição externa que afeta a vida e o
desenvolvimento do individuo. O foco é na
ventilação, luz, aquecimento e nos odores.
Enfermagem: Posicionar paciente na melhor
condição para um bom cuidado de saúde.

Teoria Holística: Myra E. Levine (1967)


Em linhas gerais, a autora vê o homem como um “todo” dinâmico, em
constante interação com o ambiente dinâmico. Ela explica os sistemas de
respostado homem ao meio ambiente e considera a enfermagem uma conservadora
das energias do paciente, pela avaliação daquelas respostas, atuando de maneira a
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alterar o ambiente. Situa o enfermeiro como uma extensão de sistema percentual do


ser humano, quando nele houver uma lesão.

Foco: Homem
Homem: Indivíduo como um todo dinâmico, em
constante interação com o ambiente dinâmico.
Saúde: Resposta sistêmica do homem ao
meio ambiente mantendo e defendendo o seu todo.
Ambiente: As alterações internas e externas
estimulam fisiologicamente os níveis de resposta do
organismo.
Enfermagem: A ação da enfermeira conservadora,
procurando manter íntegros os mecanismos de
defesa biológica fundamentais do indivíduo.
Teoria da definição das

Práticas de Enfermagem (Virgínia Henderson)


Define a Enfermagem como auxílio ao indivíduo, doente ou sadio, na
realização de atividades que contribuam para a saúde, recuperação ou morte
pacífica e tranquila.
O indivíduo realizaria sem auxílio se tivesse força, vontade ou conhecimento
necessário, realizando de forma que ele alcance, adquira a independência tão
rapidamente quanto possível.

Foco: Necessidades básicas.


Homem: Individuo cujas defesas naturais são
influenciadas por um ambiente saudável ou não.
Saúde: Processo reparador.
Ambiente: Condições externas capazes de prevenir
doenças, suprimi-lás ou contribuir para elas.
Enfermagem: Modificar os aspectos não saudáveis do
ambiente a fim de colocar o paciente na melhor
condição para a ação da natureza.

Teoria do Autocuidado: Dorothea Orem (1914)


Enfoca as necessidades do auto cuidado do cliente. O autocuidado é uma
atividade aprendida, orientada por metas, direcionada para o próprio individuo no
interesse de manter a vida, a saúde, o desenvolvimento e o bem estar. A meta é
9

ajudar o cliente a desempenhar o auto cuidado. Os cuidados de enfermagem são


necessidades quando o cliente é incapaz de satisfazer as necessidades biológicas,
psicológicas, de desenvolvimento ou sociais. A enfermeira determina a razão pela
qual um cliente é incapaz de satisfazer essas necessidades, o que precisa ser feito
para capacitar o cliente a satisfazê-las e quanto de auto cuidado o cliente é capaz de
realizar.

Foco:Autocuidado.
Homem: Indivíduo que utiliza o autocuidado para manter
a vida e a saúde,recupera-se da doença e consegue
enfrentar seus defeitos.
Saúde: Resultado das práticas aprendidas pelos
indivíduos para manter a vida e o bem estar.
Ambiente: Os elementos externos com os quais o
homem interage em sua luta para manter o autocuidado
Enfermagem: Auxilia o indivíduo a maximizar,
progressivamente, seu potencial
para o autocuidado.

Teoria das Necessidades Humanas Básicas: Wanda Horta (1970)


O ser humano é agente de mudanças no universo dinâmico, no tempo e no
espaço. Os desequilíbrios geram, no ser humana, necessidade que se caracterizam
por estados de tensão, conscientes ou inconscientes, que o levam a buscar
satisfazê-las para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço, e, quando
essas necessidades não são atendidas, ou o são de forma inadequada, trazem
desconforto que, se for prolongado, pode causar doenças.

Foco: Homem
Fundamentação: Teoria da Motivação Hierarquia das
NHB: Princípios da homeostase e holismo.
Homem: Um ser capaz de reflexão está em constante
interação com o universo trocando energia.
Ambiente: A dinâmica do universo provoca mudanças
que levam o homem a estados de equilíbrio e
desequilíbrio no tempo e no espaço.
Saúde: estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço
Enfermagem: Assistir ao ser humano no atendimento
das necessidades básicas torná-lo independente dessa
assistência pelo ensino do autocuidado, recuperar,
manter e promover a saúde com outros profissionais =
Processo de Enfermagem.
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Teoria das Relações Interpessoais em Enfermagem: Hildegard Peplau (1952)


Está centrada no relacionamento interpessoal. No caso do profissional de
enfermagem, ele se esforça para desenvolver um relacionamento de confiança
como paciente e, à medida que essa confiança aumenta, o profissional ajuda o
paciente a identificar os problemas e a encontrar as soluções potenciais.

Foco: Relação interpessoal Enfermeiro/Cliente.


Homem: Indivíduo que luta para reduzir a tensão
gerada pelas necessidades.
Saúde: um símbolo que implica movimentos adiante
da personalidade e outros processos humanos em
curso, direção de uma vida criativa, produtiva e
comunitária.
Ambiente: Considera cultura e costumes do cliente
no ambiente hospitalar.
Enfermagem:Processo interpessoal,significativo e
terapêutico, onde o enfermeiro é capaz de reconhecer
a necessidade de ajudar o cliente a reagir a ela.

Teoria Alcance dos Objetivos: Imogenes King (1971)


A estrutura conceitual preconizada por King inclui meta, estrutura, função,
recursos e tomada de decisão como elementos essenciais para o trabalho do
enfermeiro. Nesse processo, o enfermeiro interage com cliente por meio de
percepção, comunicação, transação, o ser, o papel de cada um, o estresse
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envolvido, o crescimento e desenvolvimento, o tempo e o espaço, estabelecendo-se


metas a serem obtidas.

Foco: Cuidado do Ser Humano/Homem


Homem: O indivíduo constitui sistemas abertos, em
constante interação com seu meio ambiente.
Saúde: Experiências dinâmicas de vida de um ser humano
que implicam ajustamentos contínuos a estressores, no
ambiente interno e externo, através de uso adequado dos
recursos próprios para alcançar o máximo potencial para a
vida diária.
Enfermagem: Estabelecer relação interpessoal,
intergrupal e social para alcançar objetivos de saúde ou
ajustamento aos problemas de saúde do indivíduo.

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
Baseado no modelo da Wanda de Aguiar Horta, o histórico de é composto
por entrevista e exame físico, um processo organizado e sistemático de coleta de
dados utilizado para avaliar as necessidades específicas e as condições de saúde
do paciente.
Coleta de dados é subsídio para o diagnóstico de enfermagem e as
intervenções, afim de minimizar ou satisfazer as necessidades do cliente. Atentar
para as formas de comunicação: verbal e não verbal.

Histórico:
• Identificação; nome, idade, sexo, cor, estado civil, profissão / ocupação,
procedência (residência / outros), naturalidade e nacionalidade.
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• Queixa Principal; sempre entre aspas e com as palavras usadas pelo


paciente, o que o mesmo está sentindo e se possível colocar a sua duração.
Ex: “Estou com dor nos quartos, na cabeça, e no estômago”
• História da Doença Atual; lugar onde descrevemos os sinais e sintomas
em termos técnicos,em ordem cronológica e de importância, apurar evolução da
patologia, exames realizados, a história deverá ter: Início, meio e fim.
Ex: O paciente chega a unidade relatando que aproximadamente 2 semanas
vinha sentindo cefaléia incomodante, porém informa que fez uso de medicamentos
analgésicos (dipirona), no começo o uso do mesmo melhorava a dor, mais ao longo
dos dias a dor piorava. A 3 dias atrás acrescentou–se aos sintomas um episódio de
lombalgia, e forte gastralgia. Não havendo melhora no quadro o paciente procura
está unidade para tratamento. Foi examinado e encaminhado pelo médico para
internação, segue fazendo tratamento na enfermaria.
• Antecedentes Mórbidos Pessoais:
• História Patológica Pregressa : DIC’s, alergias, infecções/infestações,doenças
de base, cirurgias (tipo, período, anestesias,complicações e resultados) e
traumatismos (tipo, período, complicações e seqüelas).
• História Fisiológica ; condições da gestação, nascimento (eutócico/distócico),
quadro vacinal, crescimento e desenvolvimento psicomotor, puberdade
(menarca,telarca, pubarca), história sexual ( ciclo menstrual, libido, coitarca,
gestações, abortos, promiscuidade e opção) e climatério (sintomas, período)
• Antecedentes Mórbidos Familiares; Ancestrais: se são vivos descrever
estado de saúde, se já morreram descrever causa de morte, idade.
Doenças Familiares: CA, HAS, DM, AVC, Cardiopatias, Nefropatias, Ortopatias,
Psicopatias;
• Hábitos de Vida e Hábitos Sociais;
Nutrição: (quantidades, tipos, preferências)
Hidratação: (quantidades, tipos, preferências)
Atividade/ Ocupação
Atividade Física e Lazer: (esportes e hobbies)
Sono e Repouso: (insônia)
Habitação: (tipo de casa, saneamento, instalações sanitárias, água potável,
criação de animais)
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Hábitos: (tabaco, álcool, drogas ilícitas, medicamentos...)


• SSVV e Ectoscopia (Estado Geral): SSVV: PA, pulso/FC, FR, TºC e dor,
estado geral: EGB, EGR e EGG;coloração e hidratação da pele;nível de consciência
e orientação; estado nutricional; fácies típica e atípica; fala e linguagem; postura e
posição no leito; lesões dermatológicas
• Percepções do Entrevistador. avaliação da entrevista, veracidade dos fatos,
gestos e mímicas produzidas pelo paciente durante a entrevista, momentos
de fuga após determinadas perguntas, timbre de voz e estado emocional.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
O termo diagnóstico de enfermagem surgiu na literatura na literatura norte-
americana em 1950, quando Mac Manus propôs, dentre as responsabilidades do
enfermeiro, a identificação dos diagnósticos ou problemas de enfermagem. A partir
da década de 70 estudos foram realizados, com o objetivo de estabelecer uma
classificação internacional dos diagnósticos de enfermagem (CRUZ, 1995).
Mais recentemente, a Associação Norte-Americana de Diagnósticos de
Enfermagem (NANDA), dando continuidade aos estudos publicou em 1986 a
primeira classificação internacional, denominada Taxonomia I, sendo atualizada
posteriormente e republicada com Taxonomia II (CRUZ, 1998).
No Brasil, a expressão ‘’diagnóstico de enfermagem’’ foi introduzida por
Wanda de Aguiar Horta, na década de 60, e constitui-se em uma das etapas do
processo de enfermagem. O diagnóstico de enfermagem é a identificação das
necessidades do se humano que precisa de atendimento e a determinação, pelo
enfermeiro, do grau de dependência deste atendimento em natureza e extensão. O
enfermeiro após ter analisado os dados escolhidos no histórico e exame físico,
identificará os problemas de Enfermagem, as necessidades básicas afetadas, grau
de dependência e fará um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da
família e comunidade aos problemas/processos de vida vigentes ou potenciais
(HORTA, 1979).

Os eixos que devem ser levados em conta no processo diagnóstico:

Eixo 1 O conceito diagnóstico


Eixo 2 Tempo (de agudo a crônico, curta duração, longa
duração
14

Eixo 3 Unidade de cuidado (indivíduo, família, comunidade,


grupo-alvo)

Eixo 4 Idade (de feto a idoso)


Eixo 5 Potencialidade (real, risco para, oportunidade ou
potencial para crescimento/aumento)

Eixo 6 Descritor (limite ou especificação do significado do


conceito diagnóstico)

Eixo 7 Topologia (partes/regiões do corpo

(fonte: NANDA, 2010)

Os domínios em que são distribuídos os diagnósticos de enfermagem da


NANDA:

DOMÍNIOS CLASSES
0
Promoção da saúde Consciência da saúde e controle da saúde.
1
0 Ingestão, digestão, absorção, metabolismo e
Nutrição
2 hidratação.
0 Sistema urinário, gastrintestinal, respiratório e
Eliminação e troca
3 tegumentar.
Sono/repouso, atividade/ exercício,
0
Atividade/repouso Equilíbrio de Energia, Respostas cardiovascular/
4
pulmonar e Autocuidado.
0 Atenção, orientação, sensação/ percepção,
Percepção/cognição
5 cognição e comunicação.
0
Autopercepção Autoconceito, auto-estima e imagem corporal.
6
0 Papéis e Papeis de cuidador, relações familiares e
7 relacionamento desempenho de papel.
0
Sexualidade Identidade sexual, função sexual e reprodução.
8
0 Enfretamento/tolerância Resposta pós-trauma, resposta de enfrentar,
9 ao estresse estresse neurocomportamental.
Valores, crenças e coerência entre
1 valor/crença/ação
Princípios de vida
0

1 Infecção, lesão física, violência, riscos ambientais,


Segurança e proteção
1 processos defensivos e termorregulação
1
Conforto Conforto físico, conforto ambiental e conforto social.
2
1 Crescimento e Crescimento e desenvolvimento.
15

3 desenvolvimento

(fonte: NANDA, 2010)

Segundo TANURE, os componentes estruturais dos diagnósticos de


enfermagem são:

• Título: estabelece um nome para um diagnóstico. É um termo ou expressão


concisa que representa um padrão de indícios relacionados.

• Definição: é a descrição clara e precisa; delineia seu significado e ajuda a


diferenciá-lo de diagnósticos similares.

• Características Definidoras: são indícios/ inferências observáveis que se


agrupam como manifestações de um diagnóstico de enfermagem real ou de
bem estar.

• Fatores Relacionados: fatores que parecem mostrar algum tipo de relação


padronizada com o diagnóstico de enfermagem

• Fatores de Risco: fatores ambientais e elementos fisiológicos, psicológicos,


genéticos ou químicos que aumentam a vulnerabilidade de um indivíduo, uma
família ou uma comunidade a um evento insalubre.

Tipos de Diagnósticos de enfermagem, segundo NANDA (2010):

• Diagnóstico Real:

TÍTULO + DEFINIÇÃO + CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS + FATORES


RELACIONADOS
16

EXEM
• Diagnóstico de Risco:

TÍTULO + DEFINIÇÃO + FATORES DE RISCO

EXEMP
PLANEJAMENTO DA ASSISTÊNCIA
D
17

O planejamento constitui em plano de ação, onde são estabelecidos objetivos


saudáveis do paciente, evidenciado com o registro no plano de cuidados (HORTA,
1979).
O planejamento é considerado um processo intelectual por que determina,
conscientemente, um curso de ação baseado em objetivos, fatos e estimativas
submetidas à análise (KOONTZ; FUGITA; FATAH, 2003).
O processo do planejamento do cuidado, segundo Carpenito (1997)
contempla três fases, ALFARO-LEFREVE (2000) considera uma quarta fase:
• 1ª FASE: estabelecimento de diagnóstico prioritário;
• 2ª FASE: definição dos resultados e metas de enfermagem;
• 3ª FASE: prescrição das intervenções de enfermagem;
(F fazer, A auxiliar / ajudar, O orientar, S supervisionar e E encaminhar).
• 4ª FASE: registro do plano de cuidados;

IMPLEMENTAÇÃO

O sucesso na implementação da SAE tem a sua origem no interesse da


administração da divisão de enfermagem pelo sistema; assim sendo, os projetos
executados tendem a trazer resultados favoráveis no que tange à aceitação das
equipes de enfermagem e interdisciplinares. Não basta, porém, que indivíduos em
cargos de chefia de enfermagem determinem o que deve ser feito; é indispensável
que a iniciativa de aprender a planejar cuidados de enfermagem parta dos chefes;
além do mais, devem ser estabelecidos critérios específicos de ação, no sentido
vertical e horizontal. Um fator motivante ao se introduzir qualquer novo projeto é o de
incentivar as pessoas que irão implementá-lo a programarem conjuntamente as
atividades correlatas. Qualquer mudança é melhor aceita se feita através dos que
irão ter que viver por esta (Daniel, 1979).
Para Horta (1979), a prescrição de enfermagem é a implementação do plano
assistencial pelo roteiro diário (ou aprazado) que coordena a ação da equipe de
enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das
necessidades humanas básicas e específicas do ser humano.
Paim (1988), relata que a prescrição de enfermagem significa medidas de
solução para os problemas do paciente, indicados e registrados previamente pelo
18

enfermeiro, com finalidade de atender as necessidades humanas desse mesmo


paciente sob sua responsabilidade.
Prescrição de Enfermagem
Segundo Car, Padilha, Valente (1985), a prescrição de enfermagem:
• É um método de trabalho científico, por meio do qual o enfermeiro pode
garantir uma função profissional específica.
• Deve ser elaborada a partir de problemas prioritários do paciente sem
contudo, serem omitidos aqueles que deverão ser tratados a "posteriori";
• Deve anteceder a prestação da assistência.
• Deve ser elaborada de modo a expressar claramente o plano de trabalho.
• É o conjunto de ações determinadas, da qual não deve constar a
especificação de passos que são inerentes a procedimentos padronizados.
Para Car, Padilha, Valente (1985), a prescrição de enfermagem deve:
• Ser precedida de data.
• Utilizar verbos de ação.
• No infinitivo.
• Ser concisa e redigida em linguagem comum aos elementos da equipe.
• Conter determinação de horários, que serão checados logo após a execução
dos cuidados.
• Ser elaborada diariamente para um período de 24 horas, mesmo que os
cuidados a serem prescritos sejam iguais aos do dia anterior.
• Ser reavaliada e modificada de acordo com as condições do paciente.
• Especificar os cuidados em ordem cronológica de execução, conforme as
prioridades estabelecidas.
• Conter os cuidados de rotina, estabelecidos pela instituição, apenas quando
os mesmos irão influir no cronograma de prestação dos cuidados.
• Incluir a verificação dos sinais vitais pelo menos uma vez ao dia, mesmo que
paciente não apresente anormalidades nesses parâmetros.
• Especificar os cuidados inerentes a determinados exames e medicações, na
vigência de problemas identificados.
• Excluir as ações que o paciente possa fazer sozinho, sem necessidade de
acompanhamento, orientação ou supervisão de equipe de enfermagem.
19

• Excluir cuidados inerentes a procedimentos técnicos padronizados.

AVALIAÇÃO

Para HORTA (1979) a avaliação de enfermagem


É o relato aprazado das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano
enquanto está sob assistência profissional. Uma avaliação global da prescrição de
enfermagem com análise das respostas do cliente frente aos cuidados de
enfermagem prescritos em função dos resultados obtidos no prazo determinado.
A avaliação determina se os resultados foram atingidos, se as intervenções
de enfermagem foram efetivas e se são necessárias de modificação.
Indicadores – qualificadores de avaliação
• Ausente – Presente
• Melhorado – Piorado
• Mantido – Resolvido

Evolução como registro de avaliação

Evolução é o registro feito pelo Enfermeiro após a avaliação do estado geral


do cliente. Deve ser feita diariamente, ou refeita, na vigência de alteração no estado
de saúde enquanto estiver sob a assistência do profissional. Da evolução podem
adivir mudanças nos diagnósticos de enfermagem, no plano assistencial e no plano
de cuidados. Estas mudanças visam melhorar a assistência prestada ao cliente e
consequentemente elevar o nível de atendimento e qualidade e em quantidade
(HORTA, 1979).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta cartilha teve a intenção de proporcionar o percurso da enfermagem


frente à implantação do SAE, nota-se que ao longo destes anos é inegável o
sucesso e a eficácia deste modelo assistencial que tem a qualidade como elemento
norteador. No entanto, os enfermeiros vêm apontando dificuldades que encontram
no desenvolvimento desse modelo e a necessidade de mudanças que agilizem o
processo de trabalho e aperfeiçoem, cada vez mais, a qualidade das suas ações
cuidativas e educativas. Tendo em vista a informatização do SAE, como primeiro
20

passo para essas transformações, acreditam ser necessária a revisão das condutas
de enfermagem.
Assim, para a implantação do SAE torna-se imprescindível a utilização de um
sistema padronizado de linguagem do processo assistencial a fim de que se
pudesse realizar a captura de dados desse processo, para agrupá-los, classificá-los,
analisá-los e transformá-los em informações. A padronização pressupõe a utilização
de um conjunto de termos pré-estabelecidos que expressam: situações do processo
saúde/doença que podem ser modificadas por intervenções de enfermagem; ações
de enfermagem que modificam as situações do processo saúde/doença e resultados
obtidos com a efetivação dessas ações.

REFERÊNCIAS

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promoção de cuidado colaborativo. Artes médicas, 5.ed. Porto Alegre, 2000.
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da União. Brasília, 26/jun. Seção 1, p.9274.
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de Enfermagem Médico-Cirúrgica na Escola de Enfermagem da Universidade
de São Paulo. Revista Escolar de Enfermagem, 19(2): 135-144, São Paulo, 1985.
4. CARPENITO, L. J. Diagnostico de Enfermagem, Artes médicas, 6.ed.
Porto Alegre,1997.
5. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. SAE -Sistematização
da assistência de enfermagem: reflexões sobre o que somos, fazemos e
teremos que assumir. COREN-SP2002 jan; especial. (citado em: 23 abr 2005).
Disponível em: http://www.corensp.org.br/revista/anteriores/anteriores.html.
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instrumentos de trabalho. Texto e Contexto Enfermagem; 4:160-69, 1995.
5. DANIEL, L. F. A Enfermagem Planejada. EPU/DUSP, São Paulo, 1979.
6. GARCIA, T.R.; NÓBREGA, M.M.L. Processo de enfermagem e os
sistemas de classificação dos elementos da prática profissional: instrumentos
metodológicos e tecnológicos do cuidar. Série Atualizações em Enfermagem,
Atheneu, p. 37-63, São Paulo, 2004.
7. Horta, W.A. Processo de enfermagem. EPU, São Paulo, 1979.
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8. LIMA, A. F. C.; Kurcgant, P. O processo de implementação do


diagnóstico de enfermagem no Hospital Universitário da Universidade de São
Paulo. Revista da escola de enfermagem da USP, Mar, vol 40, São Paulo, 2006.
9. Organização Mundial de Saúde. GENEVA, W.H.O; The world health
report. 2001.
10. SAKANO, L. M.; YOSHITOME, A. Y. Diagnósticos e intervenções de
enfermagem em idosos hospitalizados. Ata paulista de enfermagem, vol.20, no.
4, outubro/dezembro, São Paulo, 2007.
11 SANTOS, Ana Carneiro, professora da Faculdade Maurício de Nassau-
ESBJ, na disciplina: Conhecimento e os métodos de cuidar em enfermagem
(citado em: fevereiro de 2010). Disponível em: http://www.scribd.com.
12 TANNURE, Meire Chucre. SAE Sistematização da Assistência de
Enfermagem: guia prático, 2º edição. Rio de Janeiro Guanabara Koogan, 2010.

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