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CAPÍTULO III

MATERIAIS CERÂMICOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL


– BLOCOS CERÂMICOS -

1. ALVENARIA
Alvenaria é a construção de estruturas e de paredes utilizando unidades ligadas entre si por
argamassa. Estas unidades podem ser blocos (de cerâmica, de vidro ou de concreto) e pedras.

A alvenaria pode servir tanto para vedação ou como estrutura de uma edificação. Neste segundo
caso, assume o nome de alvenaria estrutural.

A alvenaria é comumente usada em paredes de edificações, muros de arrimo e monumentos.


Os blocos mais comuns são os cerâmicos e os de concreto. Os blocos cerâmicos podem ser maciços
(também conhecidos como tijolos) ou vazados. Os blocos de concreto são sempre vazados.
A alvenaria como material de construção possui cerca de 10.000 anos e tem origem na própria
civilização, surgindo com a passagem do Homem de coletor a produtor, e de nômade à sedentário.
A simplicidade da técnica de construção, baseada na colocação de uma pedra sobre outra pedra,
permitiu a sua sobrevivência até aos dias de hoje, obviamente adotando novos materiais e
tecnologias industrializadas.
Até muito recentemente o interesse da comunidade técnica sobre a alvenaria foi muito reduzido,
face à novidade e importância dos materiais de construção do século XX (aço e concreto).

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Os trabalhos de alvenaria, incluindo os respectivos revestimentos, correspondem a cerca de 15 % do


valor total da construção de edifícios. No entanto, as paredes de alvenaria têm, habitualmente,
desempenhos incompatíveis com a sua importância funcional e econômica (cerca de 25% do total
das anomalias em edifícios), por insuficiências ao nível da concepção e da execução, bem como ao
nível da seleção dos materiais.

2. UNIDADES PARA EDIFICAÇÕES (TIJOLOS OU BLOCOS) :


Os tijolos ou blocos que compõem a alvenaria podem ser constituídos de diferentes materiais, sendo
mais utilizados os cerâmicos ou de concreto.
Qualquer que seja o material utilizado as propriedades desejáveis são:
• Ter resistência à compressão adequada;
• Ter capacidade de aderir à argamassa tornando homogênea a parede;
• Possuir durabilidade frente aos agentes agressivos (umidade, variação de temperatura e ataque
por agentes químicos);
• Possuir dimensões uniformes;
• Resistir ao fogo.

2.1 TIJOLOS MACIÇOS CERÂMICOS:


São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas, obtidos pela queima da argila,
que se dá em temperaturas em torno de 1000ºC.
2.1.1 Tipologia
Devem possuir a forma de um paralepípedo retângulo sendo suas dimensões nominais
recomendadas pela NBR 8041 “ Tijolo Maciço Cerâmico para Alvenaria – Forma e Dimensões”:
Tabela 1 – Dimensões nominais
Comprimento (mm) Largura (mm) Altura (mm)
190 90 57
190 90 90
Fonte : Transcrição da Tabela1 da NBR 7170
Devem possuir todas as faces planas, podendo apresentar rebaixos de fabricação em uma das faces
de maior área.
É comum os tijolos apresentarem expansão devido à incorporação de umidade do ambiente. Em
consequência é recomendado que se evite a utilização de blocos ou tijolos cerâmicos com menos de
duas ou três semanas após saírem do forno.

2.1.2 Propriedades mecânicas

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Os tijolos podem ser comuns ou especiais.


Os tijolos comuns são classificados em A, B ou C de acordo com as suas propriedades mecânicas
prescritas pela NBR 7170 “ Tijolo maciço cerâmico para alvenaria”.
Sua resistência à compressão deve ser testada segundo encaminhamento prescrito pela NBR 6460 “
Tijolo maciço cerâmico para alvenaria – Verificação da resistência à compressão” e atender aos
valores indicados pela tabela 2:
Tabela 2 – Resistência mínima à compressão
Categoria Resistência à compressão
(MPa)
A 1,5
B 2,5
C 4,0
Fonte: Transcrição da Tabela 2 da NBR 7170

Estudos realizados em conjunto pela CIENTEC, UNISINOS e SINDUSCON revelam que no Rio
Grande do Sul as dimensões nominais não tem sido adotadas pelos oleiros e as resistências à
compressão dos tijolos maciços são superiores às indicadas em norma.
Os tijolos e blocos cerâmicos possuem coeficiente de dilatação térmica pequeno, sendo adotado um
valor médio de 6x10-6 /ºC.
Juntas de dilatação devem ser espaçadas de 12 à 15m, para evitar uma possível fissuração da
alvenaria devido à expansão dos tijolos por incorporação de umidade, ou variação de temperatura.
Os tijolos maciços especiais podem ser fabricados em formato e especificações acordadas entre as
partes mas nos quesitos não especificados devem prevalecer as condições da NBR 7170 e NBR
8041.

2.2 BLOCOS CERÂMICOS


São blocos vazados moldados com arestas vivas retilíneas, sendo os furos cilíndricos ou prismáticos.
São produzidos a partir da queima da cerâmica vermelha. A sua conformação é obtida através da
extrusão.
Durante este processo toda a umidade é expulsa e a matéria orgânica é queimada, ocorrendo a
vitrificação com a fusão dos grãos de sílica.
2.2.1 Blocos de vedação
São blocos usados na construção das paredes de vedação.
No assentamento dos blocos cerâmicos de vedação os furos são geralmente dispostos
horizontalmente, o que ocasiona a diminuição da resistência dos painéis de alvenaria.

2.2.2 Blocos portantes


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São blocos usados na construção de paredes portantes. Devem ter furos dispostos na direção
vertical.
Esta afirmativa se deve à diferença no mecanismo de ruptura de ambos, que no caso dos furos
verticais formam indícios da situação de colapso, enquanto que no caso de furos horizontais o
colapso é brusco e frágil, não sendo adequado seu uso como material estrutural.

2.2.3 Tipologia
Conforme mencionado, o processo de vitrificação nas faces do bloco compromete a aderência com a
argamassa de assentamento ou revestimento. Por esta razão, as faces dos blocos são constituídas de
ranhuras e saliências.
Suas dimensões nominais são recomendadas pela NBR 8042 “Bloco Cerâmico Vazado para
Alvenaria – Formas e Dimensões” e estão dispostas na tabela 3:
Tabela 3 – Dimensões nominais para blocos de vedação e portantes comuns.
Dimensões comerciais Dimensões nominais ( mm)
L x H x C (cm) Largura (L) Altura (H) Comprimento (C)
10x20x10 90 190 90
10x20x20 90 190 190
10x20x30 90 190 290
10x20x40 90 190 390
15x20x10 140 190 90
15x20x20 140 190 190
15x20x30 140 190 290
15x20x40 140 190 390
20x20x10 190 190 90
20x20x20 190 190 190
20x20x30 190 190 290
20x20x40 190 190 390
Fonte: Transcrição da Tabela 1 da NBR 7171

2.2.4 Propriedades mecânicas


A resistência à compressão mínima dos blocos na área bruta deve atender aos valores indicados na
tabela 3 da NBR 7171 “ Bloco Cerâmico para Alvenaria” que classifica os blocos em tipo A, B, C,
D e F:

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Tabela 4 – Resistência à compressão


Tipo Resistência à compressão na
área bruta* (MPa)
A 1,5
De vedação B 2,5
C 4,0
Portante D 7,0
F 10,0
Fonte: Transcrição da Tabela 3 da NBR 7171
* Área bruta representa a área de qualquer uma das faces.

O ensaio de resistência à compressão destes blocos deve seguir método prescrito e especificado na
NBR 6461 “Bloco Cerâmico para Alvenaria – Verificação da Resistência à Compressão”.
A inspeção dos lotes deve ser feita no local pelas partes e segue indicação da NBR 7171. Devem ser
consideradas as suas dimensões, desvio em relação ao esquadro e planeza das faces.
Os blocos cerâmicos especiais podem ser fabricados em formato e especificações acordadas entre as
partes mas nos quesitos não especificados devem prevalecer as condições da NBR 7171.

2.3 BLOCOS DE CONCRETO


2.3.1 Tipologia
Quanto às dimensões classificam-se em M20 e M15, conforme tabela abaixo:
Tabela 5 – Dimensões nominais
Dimensões Largura (mm) Altura (mm) Comprimento (mm)
M-20 190 190 390 ou190*
M-15 140 190 390 ou 190*
Fonte : Transcrição de dados da NBR 6136
* meio bloco

2.3.2 Propriedades mecânicas


Os blocos de concreto são classificados pela NBR 6136 “ Blocos Vazados de Concreto Simples para
Alvenaria Estrutural” em classe A e B.
O bloco de classe A aplica-se à alvenarias externas sem revestimento devendo o bloco possuir
resistência característica à compressão maior do que 6 MPa, além de sua capacidade de vedação.

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O bloco de classe B aplica-se à alvenarias internas ou externas com revestimento devendo possuir
resistência característica à compressão de no mínimo 4,5 Mpa.
A determinação das propriedades mecânicas de um bloco de concreto segue prescrições da NBR
7184 “ Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Determinação da resistência à
compressão”.
As maiores empresas fabricam blocos que apresentam uma média de resistência à compressão de 12
à 15 MPa podendo atingir até 20 MPa.

3 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO
3.1. CONCEITO
É uma mistura de agregado miúdo (areia) com ligante obtendo consistência pastosa que endurece
em contato com a água, ar ou tem secagem natural, aderindo à superfície assentada e adquirindo
determinada resistência mecânica.
As argamassas, assim como o concreto, também são moles nas primeiras horas, e endurecem com o
tempo, ganhando elevada resistência e durabilidade.
3.2. USOS
As argamassas são classificadas, segundo a sua finalidade, em: argamassas para assentamento e
argamassas para revestimento.
3.2.1- Argamassas para assentamento
As argamassas para assentamento são usadas para unir blocos ou tijolos das alvenarias. Servem
também para a colocação de azulejos, tacos, ladrilhos e cerâmica.
3.2.2- Argamassas para revestimento
Revestem as paredes dando acabamento desejado às superfícies. Além disto servem também para
impermeabilizar superfícies, regularizar, tapar buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar
paredes, pisos e tetos;
As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser revestidas inicialmente com
uma camada de argamassa de impermeabilização, que protege a parede contra a penetração da
umidade.
Antes da argamassa de revestimento todas as paredes e tetos devem receber uma camada de
Chapecó, qualquer que seja o acabamento. Sem o chapisco, que é à base do revestimento, as outras
camadas podem descolar e até cair. Em alguns casos, como em muros, esse pode ser o único
revestimento.

3.3 - CONSTITUIÇÃO DA ARGAMASSA

Os componentes da argamassa são: cimento, água, areia e outros materiais (ligantes).

3.3.1- Cimento
Cimento é um pó fino que, em contato com a água, tem a propriedade de unir firmemente, como
uma cola diversos tipos de materiais de construção. No mercado existem muitos tipos de cimento. A

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diferença entre eles está na composição, mas todos atendem às exigências das Normas Técnicas
Brasileiras.

3.3.2 – Areia
As areias também tem características desejáveis na constituição de uma argamassa.
Devem ter granulometria variada com grãos arredondados cujo diâmetro não deve exceder a metade
da espessura da junta. O excesso de minerais argilosos contidos pode comprometer sua resistência à
compressão e sua aderência.
A areia também deve ser isenta de materiais orgânicos.
No Rio Grande do Sul temos em abundância a areia quartsoza de rio.

3.3.3 - Água
A água a ser utilizada deve, também, ser limpa - sem barro, óleo, galhos, folhas e raízes.
3.3.4 - Ligantes
Os principais tipos de ligantes são:
• Barro
• Betume
• Gesso
• Cal
• Pozolanas
• Cal
• Saibro
• Colas ou adesivos
O cimento e a cal associados são atualmente os mais usados pois unem as propriedades e as
vantagens da cal e do cimento.
Podemos citar como vantagens do cimento a boa resistência mecânica conferida e maior valor da
aderência entre tijolo e argamassa.
A cal, virgem ou hidratada confere maior extensão de aderência, retentividade da água,
trabalhabilidade, maior estanqueidade e endurecimento mais lento, permitindo pequenas
acomodações da argamassa durante o assentamento.
A cal hidratada ainda tem a vantagem de ter a sua obtenção e o seu uso são regidos pelas Normas
Técnicas Brasileiras; ter o o seu desempenho comprovado por institutos de pesquisa oficiais; a
existência, no mercado, de marcas com selo de qualidade da ABPC - Associação Brasileira dos
Produtores de Cal.
O saibro, o barro, o caulim e outros materiais locais podem ser usados de acordos com os
procedimentos consagrados na região.
As colas e adesivos são empregados em reforços apenas em locais indicados.
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3.4 - PROPRIEDADES
As propriedades desejáveis em uma argamasa de assentamento de alvenaria são:
• Trabalhabilidade;
• Retenção de água;
• Aderência;
• Resistência mecânica;
• Resiliência;
• Durabilidade;
3.4.1 Trabalhabilidade
É uma propriedade difícil de ser medida pois se considera consistência, plasticidade e coesão. A
trabalhabilidade resulta no rolamento dos grãos de agregados, lubrificados pelo ligante.
Influem na trabalhabilidade a quantidade de água,a granulometria da areia e o aglomerante.
3.4.2 Retenção de água
É a capacidade de reter água que a argamassa tem quando em contato com os tijolos ou blocos. É
relacionada com a tensão superficial da pasta aglomerante.
À fim de aumentar a retenção de água de uma argamassa, podem ser misturados aditivos aeradores,
que impedem a percolação da água, ou cal, que devido à sua elevada superfície específica, apresenta
grande capacidade adsortiva.
Quando não é garantida esta retenção de água, surgem problemas como: a retração excessiva do
bloco pela adsorção da água da argamassa; diminuição da resistência da argamassa; menor
capacidade de absorver deformações; prejuízo na hidratação do cimento ou carbonatação da cal;
prejuízo à durabilidade e estanqueidade da parede devido ao aparecimento de fissuras.
3.4.3 Aderência
É a capacidade que a área de contato entre o bloco ou tijolo e a argamassa apresenta de absorver
tensões tangenciais e de tração sem se romper.
A aderência é um fenômeno mecânico que se dá pela introdução da argamassa na superfície porosa
ou rugosa de blocos ou tijolos.
3.4.4 Resistência à compressão
Deve-se trabalhar sempre com argamassas que apresentem resistência à compressão inferiores às
dos blocos ou tijolos. Argamassas muito resistentes, com alto teor de cimento, apresentam grande
fissuração, gerada por retração ou variação de temperatura. Isto acarreta prejuízo na estanqueidade
de paredes. Por outro lado, a argamassa deve funcionar como um aviso de um possível problema.
3.4.5 Resiliência
Resiliência ou elasticidade é a capacidade da argamassa de deformar-se sem apresentar fissuras
quando submetidas a solicitações, retornando à dimensão original quando cessam estas solicitações.
A resiliência esta inversamente relacionada com a resistência à compressão e com o seu módulo de
elasticidade.

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3.4.6 Durabilidade
È a capacidade da argamassa manter-se íntegra ao logo da sua vida útil.
A durabilidade de uma argamassa pode ser afetada pela retração na secagem, absorção da água da
chuva, temperaturas de congelamento e agentes atmosféricos agressivos.
A evaporação da água de amassamento é a maior causa de retração, sendo, por isso, a maior
responsável pelo aparecimento de fissuras.
A evaporação aumenta com a granulometria da areia, e com o maior teor de cimento da argamassa.
O calor de hidratação depende do teor de cimento.

3.5 DOSAGEM DAS ARGAMASSAS


A dosagem da quantidade de cada componente das argamassas também é chamada de traço.
O traço das argamassas varia bastante, de acordo com a finalidade de aplicação.
As tabelas seguintes apresentam os traços mais usuais para o preparo de argamassas no local da
obra.
ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO
APLICAÇÃO TRAÇO INSTRUÇÕES DE USO
Cimento: Cal:
Areia
Regularização ou A argamassa não deve ser muito mole
nivelamento de superfície 1:0: 3
Fundação de blocos de Indicado o bloco canaleta
concreto 2:1: 12
Tijolos secos quando forem assentados.
Assente as três primeiras fiadas com
Paredes de tijolos maciços 1:2:8 argamassa de impermeabilização.
de barro
Paredes de tijolos
cerâmicos de 6 ou 8 furos 1:2:8 Idem acima
Azulejos devem pousar na água pelo
Azulejos 2:3:8 menos de um dia para outro.
Rejunte só após 3 dias.
Lave a superfície antes do assentamento.
Tacos e ladrilhos devem pousar em água
Tacos 1:0:3 pelo menos de um dia para outro. Rejunte
só após 1 dia.
Lave a superfície antes do assentamento.
Tacos e ladrilhos devem pousar em água
Ladrilhos ou cerâmica 2:3:8 pelo menos de um dia para outro. Rejunte
só após 1 dia.
Paredes de blocos de
concreto 1:1:4

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4 PAREDES DE ALVENARIA
As paredes são elementos estruturais, definidos como laminares (uma das dimensões muito menor
do que as outras duas), apoiadas de modo contínuo em sua base.
4.1 TIPOLOGIA
De acordo com a sua utilização são classificadas em:
4.1.1 Paredes de vedação
São aquelas que resistem apenas ao seu próprio peso, e tem como função separar ambientes ou
fechamento externo. Não tem responsabilidade estrutural.
4.1.2 Paredes estruturais ou portantes
Tem a finalidade de resistir ao seu peso próprio e outras cargas advindas de outros elementos
estruturais tais como lajes, vigas, paredes de pavimentos superiores, carga de telhado, etc...

4.1.3 Paredes de contraventamento ou enrijecedoras


Paredes estruturais projetadas para enrijecer o conjunto, tornando-o capaz de resistir também a
cargas horizontais como por exemplo o vento.

4.2 PROPRIEDADES MECÂNICAS


As paredes de alvenaria são uma combinação de unidades (tijolos ou blocos) e argamassa. Para que
o conjunto trabalhe de modo eficiente é necessário que a argamassa ligue solidariamenre as
unidades tornando o conjunto homogêneo.
A alvenaria tem bom comportamento à compressão, porém fraca resistência aos esforços de tração.
A resistência das alvenarias à tração na direção vertical depende da aderência da argamassa à
superfície dos tijolos.

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Na direção horizontal a resistência à tração, provocada por esforços de flexão, recebe a contribuição
da resistência ao cisalhamento que o transpasse das fiadas dos blocos proporciona.

A resistência à compressão das alvenarias é dependente de uma série de fatores, sendo os principais:
a resistência à compressão dos tijolos, a resistência à compressão das argamassas, a espessura da
junta de assentamento, a qualidade da mão-de-obra.
Para se determinar a resistência à compressão da alvenaria é necessário realizar o ensaio de prismas
ou mini paredes, sendo mais comum a utilização de prismas devido ao elevado custo dos ensaios de
mini paredes.
Prismas são corpos-de-prova que levam em consideração a interação entre as unidades e a
argamassa na resistência à compressão do conjunto (alvenaria). Observe-se que os resultados dos
ensaios mostram que a resistência à compressão dos prismas (fm) é menor do que a resistência à
compressão das unidades (blocos) (fb) e é maior do que a resistência à compressão da argamassa
(fa).

(fb) (fm) (fa)

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Um estudo realizado pelo curso de Pós Graduação em Engenharia Civil da UFRGS, com o objetivo
de conhecer a capacidade resistente da alvenaria, foram executadas mini paredes de tijolos maciços,
objetivava conhecer a capacidade resistente das mesmas. Foram executadas mini-paredes com
tijolos de 3 (três) categorias com 3 (três) tipos de argamassas, conforme quadros abaixo:

Tabela 6 – Argamassas
ARGAMASSA Resistência média (Mpa)
A1 1,36
A2 2,62
A3 15,13

Tabela 7 – Tijolos
TIJOLO Resistência à compressão (Mpa)
I 3,64
II 6,77
III 17,26

Tabela 8 - Alvenaria
TIJOLO TIJOLO TIJOLO MÉDIA
ARGAMASSA
I II III (MPa)
A1 1,28 1,68 2,31 1,76
A2 1,43 1,93 2,73 2,03
A3 1,41 2,46 4,08 2,65
MÉDIA 1,373 2,023 3,04 2,14

A análise dos resultados mostra que a resistência das mini-paredes aumenta com o aumento da
resistência das argamassas, mas o maior aumento, se obtém, quando a resistência do tijolo aumenta.
Existem diversas fórmulas para definir a resistência de uma parede, a partir da resistência da
argamassa e dos blocos ou tijolos, dimensões e densidade dos blocos, altura da parede e condições
de mão de obra. Uma delas é a fórmula de Haller, cuja expressão é:
Kgf
R parede = (( 1 + 0,15R ) − 1)(8 + 0,048R
tijolo arg amassa
) em
cm 2
O coeficiente 0,048 corresponde a corpos de prova cilíndricos.

4.3 AMARRAÇÃO DAS PAREDES

Detalhes construtivos como amarração entre paredes, uniformidade, espessura e quantidade de


juntas, excentricidades e planicidade das paredes também influem na resistência das mesmas. O
controle e a fiscalização, durante a execução, devem ser rigorosamente excercidos.
Para que as paredes apresentem maior estabilidade é necessário a amarração das unidades de
alvenaria, que é realizada com o trespasse do contrafiamento.
Este trespasse auxilia na resistência ao cisalhamento da parede.

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Por outro lado, é importante que os cantos das paredes sejam excecutados corretamente, pois as
guias de sua execução..
Abaixo algumas modalidades de excecução de canto de paredes, utilizando tijolos maciços e blocos
estruturais. Nestes últimos a amarração é de suma importância, devido a necessidade de modulação
das paredes.

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4.4 TIPOS DE PAREDES


4.4.1 – Paredes de cutelo
A parede de cutelo é executada em tijolos maciços ou furados e é usada em divisórias sem função
estrutural e sem instalações embutidas.
Consome em torno de 10 litros de argamassa por metro quadrado de parede e cerca de 40 unidades.

4.4.2 – Parede de 15, a meio tijolo ou meia vez


A parede a meio tijolo é executada em tijolos maciços ou furados e é usada em divisórias sem
função estrutural ou estrutural .
Consome em torno de 20 litros de argamassa por metro quadrado de parede e cerca de 80 unidades.

4.4.3 – Parede de 20 ou 25
A parede de 20 é executada em tijolos maciços ou furados e é usada em paredes de vedação e com
função estrutural. Adotada principalmente como parede externa ou divisa de economias.
Consome em torno de 30 litros de argamassa por metro quadrado de parede e cerca de 120 unidades.

Parede Inglesa ou
em cruz

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Parede Holandeza

Parede Gótica

4.4.4. Parede de 30
A parede de 30 é executada em tijolos maciços ou furados e é usada em paredes de vedação externa
e com função estrutural. Adotada principalmente como parede externa.
Consome em torno de 70 litros de argamassa por metro quadrado de parede e cerca de 160 unidades.

4.4.5 – Parede dupla


É usada em situações especiais, podendo assumir diversas formas.

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Paredes duplas
Normalmente as paredes duplas são usadas quando se faz necessário uma maior estanqueidade ou
maior isolamento acústico e térmico.

4.5 EXCECUÇÃO DA ALVENARIA


4.5.1 Fundações
Seja como elemento estrutural ou como simples vedação, as alvenarias são sempre assentadas em
cima de uma base. Esta pode ser o baldrame, alicerce ou algum outro elemento estrutural,
acompanhe:
• Baldrame – Dá-se este nome à viga da fundação que serve justamente de base para a alvenaria,
ficando ao rés do chão. O baldrame deve ser devidamente impermeabilizado, sendo preciso esperar
ao menos um dia para a secagem completa da camada de impermeabilização antes de se iniciar a
alvenaria sobre ele.
• Alicerce – Em pequenas obras, com fundação rasa, ou mesmo em obras que utilizam vigas
baldrame, é preciso fazer levantar algumas fiadas de tijolos, devidamente impermeabilizadas, para
interligar a fundação às paredes. Esta pequena parede costuma-se chamar de alicerce,
frequentemente confundida com o baldrame, mas são coisas distintas.
• Elemento estrutural -- São vigas ou lajes de concreto armado, podendo também ser algum
elemento da estrutura metálica. Em qualquer destes casos provavelmente estaremos falando de
paredes longe do solo, no primeiro pavimento ou acima dele.
4.5.2 – Localização das paredes e planejamento
O projeto arquitetônico determinará se cada parede será de 1/2 tijolo, 1 tijolo ou até maior. Seja
como for, o serviço sempre é iniciado pelos cantos principais, devidamente posicionados pelo
mestre de obras que usará para isto o gabarito da obra, para paredes no térreo, ou a planta estrutural
junto com a de arquitetura, para obras que tenham um ou mais pavimentos.
Feita esta localização das paredes no plano horizontal, resta fazer a localização das fiadas no plano
vertical, o que deverá ser planejado com precisão.
O correto é prever quantas fiadas serão necessárias para alcançar a altura do respaldo das paredes
evitando recortes no final destas. O levantamento da parede de modo desordenado, além de dar
muito mais trabalho no acabamento, piora o aspecto e pode diminuir a resistência.

É mais fácil de entender através de um exemplo: digamos que o baldrame esteja na cota -0,05 e o
respaldo da parede (onde se apoiará a laje ou uma viga) estão na cota +2,75.

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A parede terá, portanto 2,80m de altura. Se estivermos usando tijolo de 6cm de altura e com 1,5cm
de argamassa serão 7,5 cm entre as fiadas. Portanto, teremos:
2,80 : 0,075 = 37,3 fiadas.
Não queremos trabalhar com este número quebrado, pois seria preciso faze um enchimento com
massa para que a parede atingisse a cota prevista. Portanto vamos aumentar a quantidade de fiadas
para 38, então teremos que passar a altura média da fiada para:
2,80m : 38 = 0,0737 = 7,37cm
Neste caso, como o tijolo em uso tem 6 cm de altura, a altura média da argamassa de assentamento
será de:
7,37 – 6 = 1,37 cm.
Ao invés dos 1,5 cm previstos inicialmente.
Poderíamos também ter diminuído a quantidade de fiadas para 37, deixando a massa um pouco mais
grossa, enfim, com esta continha inicial fazemos com que a última fiada da parede chegue
exatamente na altura prevista em projeto.
4.5.3 Levantamento da parede
Feito este cálculo podemos fazer a régua (ou “cantilhão”), que nada mais é do que uma régua ou
sarrafo perfeitamente reto onde marcamos as 37 fiadas e colocamos perfeitamente no prumo
exatamente num dos cantos principais. Fazemos outra régua e colocamos na extremidade oposta,
conforme mostra a figura abaixo:

Fazemos então a marcação da parede, usando o cantilhão devidamente alinhado e aprumado. Com
isto, o pedreiro pode iniciar o levantamento da parede, sempre pelos cantos.
Coloca algumas fiadas de um lado e do outro, depois vai esticando a linha entre os dois lados e
preenchendo o meio com uma fiada completa de tijolos -- claro, mantendo as devidas amarrações.
O pedreiro vai fazendo esta seqüência até o final, ou seja, até chegar ao respaldo da parede. Neste
ponto, a parede esta estará perfeitamente nivelada, no prumo e na altura correta.
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Este procedimento vai se repetindo ao longo de todas as paredes do mesmo pavimento.

Alvenarias feitas com este cuidado são mais econômicas, economizando material e tempo de
execução, além de ter maior resistência à compressão, sendo perfeitamente adequadas para uso
como alvenaria estrutural.
Se o projeto arquitetônico prever alvenaria aparente, então o planejamento de cada parede e o
levantamento com cantilhão são medidas obrigatórias, para não ficar aquele aspecto horrível de
coisa mal feita e improvisada.

4.5.4. Classificação dos tijolos


Os tijolos que chegam à obra sempre contém certa porcentagem de peças partidas.
Estes pedaços podem ser aproveitados nos alicerces e nos travamentos das paredes de 1 tijolo. Se a
parede for de ½ tijolo e revestida pode-se também usar estes pedaços, mas se a parede for de ½
tijolo e ficar à vista estes pedaços devem ser evitados pois atrapalham a amarração e ocasionam
falhas no alinhamento e no prumo.
Mesmo que os tijolos venham da mesma olaria terão diferenças de dimensão entre si. Este é um fato
natural, visto que indústria de tijolos utiliza métodos arcaicos, incapaz de controlar com precisão as
variações de medida do próprio material -- argila, para cerâmica, ou cimento e areia, para blocos de
concreto.
Justamente por estas variações de medida é que o pedreiro deve seguir estritamente a régua com a
marcação (o cantilhão). Eventuais diferenças precisam ser compensadas a cada fiada para que, ao
chegar no respaldo, esteja tudo devidamente ajustado. As diferenças de dimensão nos tijolos devem
ser amortecidas a cada fiada, aumentando ou diminuindo a espessura da argamassa.
4.5.5. Cuidados a serem tomados
Para que se tenha uma alvenaria perfeita e que dure por muitas e muitas décadas é importante que a
caso de tijolos comuns, ou a cada fiada, no caso de peças maiores como tijolo baiano ou bloco de
concreto.
1 – As juntas devem ser desencontradas e no formato de amarração escolhida para cada parede.
Deve-se evitar a sobreposição de juntas, que diminui a resistência da parede naquele ponto.
2– A espessura ideal da junta é de 1 cm, mas é aceitável que ela fique com até 1,5 cm. Eventuais
variações devem ocorrer única e exclusivamente para ajustar a quantidade de fiadas à cota de
respaldo da parede e também para compensar eventuais diferenças de medidas nos tijolos, mas
sempre mantendo o nível da fiada e o prumo da parede.
3- Saliências maiores que 4,0 cm deverão ser previamente preenchidas com os próprios tijolos da
alvenaria, sendo vetado o uso da argamassa para este tipo de enchimento. Além de mais caro, este
tipo de enchimento torna-se um possível ponto de trinca por ter resistência e coeficiente de dilatação
diferentes do restante da parede.

4- Não se deve cortar tijolo para formar espessura de parede, ou seja, a espessura da parede deve ser
conseguida em função da largura do tijolo e não ao contrário.
5- Paredes apoiadas sobre vigas contínuas devem ser levantadas simultaneamente, ou seja, durante
sua execução não devem ter diferença de altura superior a 1 m.
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6- Quando a alvenaria estiver sendo usada apenas para vedação, ou seja, enchimento de vãos nas
estruturas de concreto armado, são necessárias providências especiais para evitar que a alvenaria
trinque junto à viga que fica imediatamente
acima. A execução da parede deverá ser
suspensa a uma distância de cerca de 20 cm
do respaldo, para só depois de 1 ou 2 dias
terminar a parede fazendo o que se chama de
“encunhamento”. Este é feito com tijolos
inclinados ou cortados em diagonal conforme
mostra a figura ao lado. Deve-se tomar o
cuidado de usar inclinações diferentes nas
duas seções ou partes do painel.
7- Não executar paredes de meio-tijolo com comprimento maior que 5 m. Caso o pano seja maior
que isto deve ser prevista uma ou mais colunas de amarração, feitas com concreto armado ou até
mesmo com o próprio tijolo.
8- Não construir paredes de espessura inferiores a meio-tijolo. Em alguns poucos lugares, por
motivos decorativos, pode ser aceitável fazer paredes com tijolos em espelho (¼ de tijolo) mas esta
deverá ser estruturada, pois é muito frágil.
9- Vãos de porta devem ter uma vergas em cima do vão, e os peitoris das janelas devem ter
contravergas. Com isto evita-se as trincas a 45º que aparecem nos cantos das portas e janelas em
paredes mal feitas.
10- Para fazer laje de concreto armado apoiada em alvenaria aconselha-se a construção no respaldo,
juntamente com a laje, de uma cinta de concreto armado com seção mínima de 11 x 11 cm. A
função desta cinta é distribuir uniformemente tanto o peso da laje quanto sua movimentação,
evitando trincas na alvenaria.
11- Cargas concentradas, caso de vigas apoiadas nas paredes, não deverão ficar apoiadas
diretamente na alvenaria, mas sim em coxins de concreto armado. Se for uma viga madeira do
telhado ou piso que precisa apoiar-se na alvenaria, este apoio pode ser feito com um pedaço da
própria madeira ou de uma viga de madeira dura, de bitola 6x12 ou 6x16 cm.

5 ESTABILIDADE GLOBAL DE UMA EDIFICAÇÃO DE ALVENARIA


NÃO ARMADA
5.1 ASPECTOS ARQUITETÔNICOS

A forma da edificação deve ser preferencialmente simétrica, contínua e robusta. Deve-se evitar as
formas L, U T e X, pois encarecem a estrutura e dificultam os cálculos.
A utilização de um “núcleo rígido” (caixa de escadas, elevadores, etc) pode fornecer o
contraventamento necessário à estabilidade da estrutura.
A simetria externa da edificação em planta também é importante para a diminuição dos esforços de
torção no prédio.
A seguir algumas formas volumétricas boas

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aceitáveis,

e ruins

O volume da edificação deve respeitar certas proporções entre largura (L), altura (H) e comprimrnto
(C).

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SITUAÇÃO C/L H/L


Ideal 1 ≤1
H Aceitável ≤4 ≤3
Ruim >4 >3

5.2 ASPECTOS ESTRUTURAIS


5.2.1 Paredes
Com a finalidade de garantir a uniformidade dos esforços laterais é recomendo que em cada direção
(longitudinal e transversal), tenha-se um mínimo de paredes construídas
Para evitar os esforços de torção as paredes resistentes devem ser simétricas em planta.
Os vãos para janelas e portas deverão manter a mesma posição em todos os pavimentos, pois
desencontros de aberturas podem provocar diminuição de rigidez e de resistência nas paredes.
Para que uma parede resistente tenha um bom desempenho estrutural, a relação entre a sua altura
total no prédio e o seu comprimento não deve ser nem muito pequena e nem muito grande.
5.2.2 Lajes
As lajes funcionam como elementos enrijecedores das paredes. Para garantir esta função devem
apresentar formas adequadas. A forma quadrada resiste melhor aos esforços de torção do que as
retangulares.
As aberturas necessárias para a circulação vertical assim como escadas, elevadores, poços de luz e
ventilação enfraquecem a rigidez da laje.
A solução ideal seria a de localizar estes elementos externos ao bloco da edificação, sendo aceitáveis
aqueles que mantém a simetria da laje. O desenho abaixo ilustra este raciocínio:

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BOA ACEITÁVEL RUIM

6 REFORMAS EM PROJETOS ARQUITETÔNICOS COM ALVENARIA


ESTRUTURAL
Sempre que pretendemos remover uma parede de alvenaria em uma edificação de estrutura mista,
devemos nos cetificar de que esta parede não tem função estrutural.
Caso a remoção direta não seja possível, podemos optar por remoções parciais. Podemos aumentar o
vão destas remoções, optando por aberturas em forma de arco.
O acima citado se constitui no famoso ‘efeito arco’ conhecido desde a antiguidade, onde eram
construídos templos e monumentos de grande porte em blocos de pedra ou outros materiais
resistentes apenas a compressão. Lembre-se que naquela época ainda não era empregada a técnica
de reforço de zona tracionada com armaduras.
É claro que o tamanho do arco fica condicionado a carga que ele está submetido e a resistência da
alvenaria empregada.
Se ainda assim esta solução não satisfaz, e a escolha pela remoção total for adotada, deveremos
substituir a parede a ser removida por uma viga de concreto ou aço a ser dimensionada, adotando-se
cuidados especiais quando da transmissão das cargas da edificação existente para o novo elemento.

É claro que esta solução não seria das mais econômicas, já que os cuidados na execução desta
substituição devem ser minuciosos, pois a falta de escoramento dos pavimentos superiores, mesmo
que por instantes pode ocasionar trincas e fissuras indesejáveis com possível comprometimento de
toda a estrutura.

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