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08 - COMO ORAR

Não basta ter estabelecido as nossas relações com Deus. E necessário entrar em
comunicação com Ele, é necessário a oração. Eis aqui uma outra coisa elementar, comumente
não compreendida e que também é necessário compreender, para não se alcançar o
conhecimento da vontade de Deus, mas também a adesão a ela e, com isto, a união mística da
alma com Ele. Em geral não se sabe orar e assim se explica o escasso resultado que obtemos
com as nossas orações.

A lei de Deus, que tudo regula, inclusive a nossa vida, não é e não pode ser ilógico capricho,
como freqüentemente cremos e como, tais somos nós, assim desejaríamos, para que a
pudéssemos submeter à  nossa vontade. Nesta lei que guia e rege o universo tudo é ordem,
lógica, método, disciplina. O contrario esta apenas em nós, que somos um grosseiro esboço de
sua realização e, por conseguinte, nos encontramos muito longe da sua perfeição. À desordem
não está na Lei, nem em Deus, mas somente em nós e a dor que lhe é conseqüente, não é
uma absurda condenação de um Deus malvado, que nos criou para atormentar-nos, mas é
uma prova da Sua bondade, sabedoria e cuidado que nos dedica, visto que por intermédio
dela, Ele nos conduz ao único caminho que nos pode proporcionar felicidade, sabiamente
corrigindo-nos e ensinando-nos na escola da vida. A dor que tanto nos azorraga não é uma
violação da vida divina do universo, mas é justamente uma reintegração nela, ainda que seja
as nossas expensas, o que é justo, porque fomos nós que livremente quisemos viola-la.

Ora, o que sucede freqüentemente, ao nos apoiarmos em Deus, através da comunicação com
Ele pela prece, é que ao invés de aderirmos a disciplina que Ele criou e da qual nos dá o
exemplo em Suas manifestações, procuramos alterá-la em nossa vantagem. Então, ao invés
de unir-nos a Deus, fundindo a nossa na Sua vontade, procuramos as vias de separatismo
egocêntrico no qual pretendemos nós, ser os senhores e dirigentes, vias estas pelas quais
justamente mais nos distanciamos de Deus que é unidade, e, por conseguinte, fusão e não
cisão. E quando nos fere a dor, em lugar de procurar compreender o seu significado profundo,
e aceitá-la, reconhecendo que o que Deus nos envia não pode deixar de ser justo; em lugar de
admitir que, se ela nos fere, e sinal de que a merecemos em lugar de procurar, sobretudo,
superar essa prova salutar para aprender, evitando recair em novo erro, nós tentamos iludir
essa ordem em nosso favor, com a pretensão de dirigir e violentar a vontade divina. E é por
isso que ao contrário de repetir as grandes palavras de Cristo: “Fiat voluntas tua” , que nos
mostram a consciência da divina ordem do universo, nós nos tornamos advogados de nós
mesmos, com o único objetivo de evitar danos ou ganhar graças em nossa vantagem, e isto
quase sempre no campo material que mais de perto nos toca e interessa. Em suma, na oração
nós nos conduzimos diante de Deus com a psicologia de luta e utilitarismo, que é própria da
terra e das coisas terrenas. Ora, se essa mentalidade pode estar adaptada ao nosso mundo
inferior, ela está inteiramente deslocada, quando nos elevamos para o Alto. A atitude
egocêntrica, para não dizer egoísta, e o exclusivismo constituem um grave erro, quando se fala
com Deus. É, pois, ilusório que semelhante gênero de oração possa produzir frutos reais.
Certamente Deus permite que falemos. A diferença esta que nós não obtemos aquilo que
pedimos. E é lógico. Deus não nos dá senão o que merecemos, senão aquilo que é justo e
que, segundo a Sua lei, nos seja dado. Que grandes tolices nós cometemos quotidianamente,
agindo assim em um ato tão vital quanto e o de pormo-nos em comunicação com Deus Que

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resultados poderemos obter quando transportamos para planos de vida mais elevados a
psicologia do nosso plano, quando levamos para eles aquela mentalidade de luta e usurpação,
se na terra parece tão verdadeira e útil, porque corresponde às necessidades seletivas
animais, e um pouco acima não tem o menor sentido?

A atitude fundamental da prece deve ser de obediência, de adesão à vontade de Deus, de


harmonização entre nós e a Sua Lei, que é perfeita. E no entanto mesmo na prece, recaímos
na primeira culpa do homem, que foi também a de Lúcifer: erigir o próprio eu em lei da vida e
antepor essa lei, em que o eu é centro, àquela em que o centro é Deus. Desta maneira ora-se
às avessas, com um impulso de afastamento, ao invés de aproximação a Deus. Nós nos
erigimos em juizes de nós mesmos, de nossos semelhantes, do mundo, da própria ação de
Deus e pretendemos indicar-lhe o caminho a seguir para o nosso bem. Pretendemos salvar
tudo e não sabemos nada. Justamente nos dirigimos a Deus, mostramo-Lhe todo o nosso
orgulho e a nossa presunção. Exatamente na oração provamos desconhecer a Sua bondade e
o Seu amor por nós. Tomamo-lo, universalmente, por um chefe caprichoso, que podemos
propiciar com ofertas, por um Deus de vingança, capaz de ser aplacado com sacrifícios.
Imaginamo-lo um senhor despótico e O respeitamos porque apenas é o mais forte. O insensato
chega mesmo a manifestar na blasfêmia com que O desafia, uma prova da própria força. E
muitos oram apenas porque não podem mandar. Desejariam poder mandar e não o podendo,
entregam-se a uma total sujeição. Tornamo-nos, às vezes, petulantes no pedir e insistir em
vantagens imediatas e materiais que, se coincidem com o nosso prazer, nem sempre
representam o nosso bem. Por que esta atitude de mendigos enfadonhos, que pretendem
impor-se mais com a insistência de que com a humildade com a longa repetição vocal, mais de
que com a expectação confiante? Mas Deus tudo sabe a nosso respeito, sabe de que
necessitamos, sabe melhor de que nós aquilo que é benéfico ou maléfico para nós. Devemos
compreender que Ele é Pai que nos ama e que, por conseguinte, antecipa-se em oferecer-nos
todo o bem que não seja para nós um dano, antes que nós mesmos saibamos ou pensemos.
Como podemos presumir que possamos ensinar-Lhe o que é melhor para nós e corramos a
oferecer-Lhe esse belo aspecto de soberba atitude, justamente na oração?

Não. A oração deve ser diferente. Nela não devemos ter a pretensão de ensinar nada a Deus.
Não é a lei de Deus que deve alterar-se, adaptar-se a nós, mas somos nós que devemos
mudar, curvando-nos a ela. Não devemos pretender, com a oração, tornar Deus um nosso
servo a trabalhar para nós, e fazer de Cristo um redentor que tenha sofrido em nosso lugar.
Não se deve inverter, porque é cômodo, a ordem divina. Cada um conquista a felicidade, com a
própria dor. A verdadeira oração é avizinhamento e adesão, é dócil aceitação. Nem também
por isto ela deve ser confundida com uma passiva e inerte resignação. Ao contrario, ela é
consciência da ordem e vontade de Deus, e cooperação ativa na Sua ação de bem no mundo,
é aceitação operante, dinâmica e fecunda. Aceitar significa colaborar com Deus segundo os
Seus desígnios,  significa corresponder ao Seu amor, compreendendo que toda a alegria que
Ele, segundo a Sua bondade e justiça pode nos dar pelo nosso verdadeiro bem, já nô-la deu
antes que fosse por nós pedida, e que se não nos dá um bem, é porque este nos faria mal.
Mesmo uma privação pode ser um dom em vista de uma maior felicidade futura.

Se quisermos, pois, que a oração seja uma verdadeira prece e dê os seus frutos, não peçamos
o impossível, porque por mais que seja pedido e rogado, nos será negado. Ela não deve ser

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uma ordem, nem uma petulante mendicância, nem também um modo de aconselhar Deus
quanto ao que deve fazer, mas deve ser um ato de humilde adesão à Sua sábia vontade:
"Fiat mihi secundum verbus tuum" . E se quisermos reduzir a oração a um pedido
de graças, recordemos que o melhor meio de obtê-las é tornarmo-nos merecedores delas. Nós
somos livres de fazer o que mais nos aprouver e de aceitar ou não, no momento, a vontade de
Deus. Mas, se não aceitamos hoje, teremos que aceitá-la amanhã, em condições mais
onerosas, pois que a vontade divina é que nós consigamos, por todos os meios e a qualquer
custo, mesmo com dar, o nosso bem. Essa ativa adesão a tudo que Deus nos prepara, essa
nossa compreensão e boa vontade de desenvolver os motivos que Ele nos oferece, sejam eles
sofrimento ou alegria, esse superamento do nosso interesse imediato em vista de maiores
interesses nossos por vindouros, enfim, essa anulação da nossa vontade individual na vontade
divina, que guia os grandes planos da vida universal, tudo isto é essencial para atingir e manter
aquela contínua união com Deus, que aqui nos propomos atingir.

Semelhante comunicação com Deus através da prece pressupõe em nós um estado de animo
habitual, inteiramente diverso do comum. Na terra se acredita que valer e poder estejam em
função de possuir, enquanto que o que realmente conta é o que se é e não o que se possui.
Quanta gente possuiu os nossos haveres antes de nós, acreditou ser deles o verdadeiro dono,
e no entanto teve que os deixar! Assim nós também podemos acreditar que sejamos os seus
donos e, apesar disso, os deixaremos, e assim também outros, depois de nós, acreditarão
sucessivamente ser igualmente donos e terão que os deixar. E cada um não levará consigo
senão o que realmente é e vale, isto é, as obras e os méritos, isto é, somente aquilo que possui
em espírito. Deve-se, por isso, desligar o coração de qualquer coisa terrena, tratando-a com
desapego de simples administrador, depositário que deve prestar contas a Deus dos bens que
lhe foram confiados temporariamente para fins mais altos. Então, na verdade, não se possui
mais nada para si mesmo. Tudo se torna propriedade de Deus e a Ele compete a defesa dos
nossos haveres. Embora se canse e corra, é para mais segura recompensa e já sem a ânsia
de perder, porque tudo é confiado ao verdadeiro dono, com a garantia de sua sabedoria e
bondade. Então estamos seguros de que Ele nos enviará, com a Sua Providência, o
necessário para que possamos cumprir a obra da nossa vida. Que paz se origina em trabalhar
assim nos braços de Deus, na consciência do próprio dever cumprido! Quando se executou o
próprio dever para com Deus, está-se seguro de que Deus cumprirá o Seu para conosco. E
que grande fato, que expansão de toda a nossa vida é o tornarmo-nos assim Seus operários, e
representar uma parte do grande organismo, uma função no funcionamento do universo!

A oração que se baseia em tal estado fundamental de alma deve ter por característica ser feita
mais de aspiração que de palavras, sentida mais do que dita. Ela deve preferir as coisas
espirituais, e só pedir as materiais, em função das espirituais. A oração só deve ser feita com
escopo justo e altruísta, pois de outra maneira não pode produzir efeito, sendo contrario a lei
de Deus, que quer o amor ao próximo e não o egoísmo, o bem e não o mal. A oração não deve
ser egocêntrica, do eu que pede para si, mas uma adesão à vontade de Deus, um ato de
harmonização com a ordem divina. Devemos estar dispostos a sofrer quando tivermos violado
essa ordem, persuadidos de que o nosso bem e a nossa redenção residem nessa dor
merecida, que nos reintegra na ordem que violamos. As formas inferiores de oração, próprias
do involuído homem atual, poderão ser, por piedade a sua ignorância, permitidas por Deus,
mas é certo que a verdadeira e que a elevada oração não exige, não julga, não aconselha, não

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pede, apenas escuta para depois aderir e obedecer. Cessa, desta forma, a exposição das
necessidades e rogativas terrenas e domina uma atitude receptiva de audição, em que muito
mais fala Deus do que nós, prevalece uma expectativa de conselho e de guia, de ampliação de
energia e de potência para a nossa nutrição. A prece torna-se assim algo diferente: é um abrir
de portas de alma para que Deus entre e para que o grande rio da vida, descendo das suas
fontes nos inunde, e para que a divina irradiação do centro nos invada e vivifique Atitude de
grande atividade espiritual, porque se trata de atingir as altas freqüências e os potenciais
necessários para sintonizar-nos com. o centro transmissor, porque sem sintonia não há
comunicação. Trata-se de dar-nos em amor, porque só então Deus pode dar-se a nós em
amor, dado que Ele jamais se impõe a quem não O quer. E enquanto nós não O quisermos,
porque ainda não chegamos a compreender, Ele permanecerá em expectativa, indiretamente
estimulando-nos por mil vias, a fim de que sintamos a necessidade d‘Ele, procuremo-Lo e O
chamemos para que venha até nós. Quantos perdem os Seus imensos tesouros por andar à
procura das pobres riquezas terrenas! E no entanto Deus não deseja senão tornar-nos ricos!
Mas é necessário que O procuremos, fazendo-nos dignos, porque assim o quer a Sua justiça.

A verdadeira oração, a mais elevada e mais intensa, chega assim a não ter mais palavras e se
reduz a um silêncio, de todo o nosso ser, em atitude de receptividade e de oferecimento, à
 escuta da palavra divina. A maior oração é tácita e consiste antes de tudo em ter agido bem e,
depois, na simples sensação da presença de Deus. Quando tivermos compreendido e
cumprido tudo quanto acima esta dito, isto é, quando tivermos harmonizado em pensamento,
palavra e ação na ordem divina, tornado a nossa vontade una com a vontade de Deus, então
provaremos esta sensação. Quando tudo tivermos dado a Deus e ao próximo e deixarmos de
existir para nós mesmos, então tudo vira a nós espontaneamente e tudo possuiremos.

Preparemo-nos, pois, para essa oração. Ela se faz em silêncio, a sós com Deus, distante do
alarido das multidões, tacitamente quanto espera a mão de Deus, como ocorrem na intimidade
os maiores fenômenos da vida. Abramos confiantes as nossas almas, como faz a flor à luz do
sol. Assim como a lei de Deus quer que ele leve aos seres a vida orgânica, assim também quer
que as radiações espirituais do sol divino nos inundem de sabedoria e felicidade.

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