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IV-Alencar-Brasil-1

ANÁLISE DE PRODUTIVIDADE DE BATATA-DOCE [IPOMOEA


BATATAS (L) LAM] EM SOLO IRRIGADO COM ÁGUA DE ESGOTO

Aline Maria Alencar (1)


Universidade Federal do Tocantins – Graduanda em Engenharia Ambiental, bolsista do
Programa Brasileiro de Saneamento – PROSAB.
Anderson Alves Oliveira(2)
Universidade Federal do Tocantins – Graduando em Engenharia Ambiental, bolsista
UFT/CNPQ.
Liliana Pena Naval(3)
Doutorada, pela Universidad Complutense de Madrid, em Engenharia Química, professora
titular do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Tocantins.

Endereço(1): Av NS 15 ALCNO 14 Bloco 2 sala 9 - Laboratório de Saneamento. Palmas-


TO – CEP: 77020-120 Brasil - Tel.: (63) 9283 0008 - e-mail: alinealencar@uft.edu.br

RESUMO
A irrigação com águas de esgotos pode resolver tanto problemas financeiros como da
quantidade de água, pois podem diminuir os gastos com fertilizantes, uma vez que os
efluentes possuem uma quantidade de nutrientes suficiente para suprir ou eliminar os custos
com fertilizantes. A batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.) é uma planta de fácil cultivo e ampla
adaptação, prefere climas em que as temperaturas são mais elevadas, tolera a seca, sua produção
é de baixo custo, sendo umas das hortaliças mais cultivadas no Brasil. Deste modo o presente
trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade de batata-doce irrigada com água de esgoto.
Para o desenvolvimento da atividade utilizou-se água de esgoto tratada de Estação de Tratamento
de Esgoto composto por Reator UASB + Filtro Anaeróbio, em campo as raízes foram pesadas.
Verificou-se que a produtividade da cultura irrigada com água de esgoto foi menor comparada com
a de cultivo tradicional, no entanto se manteve acima da media nacional, mostrando que a
utilização de efluentes na agricultura é aconselhável, mesmo obtendo uma menor produtividade,
pois houve um menor custo, já que não se utilizou de fertilizantes, além do beneficio de existir uma
maior preservação da água que seria utilizada na irrigação.

PALVRAS-CHAVE: Fertirrigação, Cultivo de Batata Doce, Produtividade.

INTRODUÇÃO

A batata-doce é cultivada em todo território brasileiro, sendo a segunda hortaliça em área


plantada no país, a terceira em volume de produção e a quarta hortaliça mais consumida pela
população brasileira (MIRANDA et al., 1989). É considerada uma cultura rústica, pois apresenta
grande resistência a pragas, pouca resposta à aplicação de fertilizantes, e cresce em solos pobres
e degradados (SILVA et al., 2002). A produtividade média nacional de raízes comerciais de batata-
doce é de 8,8 t ha-1 (EMBRAPA, 1995).
Em várias regiões brasileiras, o uso inadequado de recursos hídricos, associado à
demanda elevadas, conduz a restrições no consumo paradoxalmente à abundância natural da água
no Brasil, prejudicando o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. Felizmente, vários
segmentos da sociedade despertaram para estas questões emergenciais, impulsionando a busca
de alternativas para o uso otimizado e recuperação dos recursos hídricos. Nesse contexto, o uso de
águas residuárias na agricultura tem merecido especial atenção, particularmente o efluente de
esgoto tratado (EET). Os referidos resíduos contém uma grande quantidade de nutrientes
essenciais as plantas podendo substituir parte da adubação química empregada na agricultura,
diminuindo o impacto ambiental da disposição do efluente em corpos d’água de superfície (Bond,
1998).
A cultura da batata recebe altas doses de fertilizantes, dentre os quais se destacam os
potássicos. Porém, altas doses de adubação, como aquelas normalmente utilizadas na agricultura
moderna, são criticadas devido à preocupação com impactos ambientais (Eppendorfer & Eggum,
1994). Segundo van der Hoek et al. (2002), as maiores vantagens do aproveitamento da água
residuária, são: conservação da água disponível, sua grande disponibilidade, possibilitar o aporte e
a reciclagem de nutrientes (reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos) e concorrer para a
preservação do meio ambiente.

OBJETIVO

O presente estudo objetivou avaliar a influencia do reuso de efluentes tratados em


substituição total à adubação química na cultura de batata doce [IPOMOEA BATATAS (L) LAM],
verificando a diferença da produtividade entre o cultivo “tradicional” e o empregando águas
residuária.

METODOLOGIA

O experimento se constituiu de blocos casualizados, com parcelas subdivididas e com


tratamento de fertilização, empregando clones de batata-doce selecionados para elevada produção
de biomassa. Utilizou-se dois tratamentos diferenciados: T1 (irrigação com água de esgoto em solo
calcariado); T2 (testemunha, “irrigação convencional” em solo calcariado, mais adubação
recomendada pela analise do solo).
O experimento foi implantado em campo com bordaduras nas laterais do experimento e nos
extremos de cada parcela, o esquema foi de 10 genótipos de batata-doce, 2 sistemas de irrigação e
3 blocos totalizando 72 parcelas. Cada parcela constituída por 12 plantas de batata-doce
perfazendo um total de 864 plantas. A área útil foi composta de 60 parcelas e em cada parcela 10
plantas por genótipo, perfazendo um total de 600 plantas.
A área do experimento é formada por Latossolo vermelho-amarelo, com textura franco
argilo arenoso, ocupada anteriormente com pastagens natural. Toda a área do experimento foi
acrescida de calcário dolomitico, pois o tipo de matriz em questão é ácida, além de caracterizar-se
pela carência de nutrientes, principalmente potássio e fósforo.
A adubação mineral utilizada nas parcelas de irrigação com água foi de 600 Kg/ha da
formulação NPK 5 25 15; 10 Kg/ha de borax e 250 Kg/ha de Yoorin, no plantio e 150 Kg/ha de NPK
5 25 15 na adubação de cobertura.
Foram realizadas análises quinzenais da água de esgoto utilizada na irrigação da batata-
doce determinando-se as concentrações de nitrogênio, fósforo e potássio, de acordo com a
metodologia padrão da APHA, (1998).
Para a análise da produtividade da raiz foi realizada a pesagem das raízes de cada clone, o
mesmo foi feito com a parte aérea verde composta de folhas e ramas. Conhecida a área em que foi
produzido, calculou-se a produtividade da cultura expressos em tonelada por hectare (t/ha).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O tratamento T1 apresenta valores de nitrogênio maiores que o do tratamento T2, contudo


os valores de potássio e fósforo da adubação convencional foram significativamente maiores,
conforme se visualiza no Quadro 01.

Quadro 1- Quantidade total de nutrientes aplicados na área cultivada em kg/ha.

Nutrientes Kg/ha
Tratamento
N total P K
T1 72,9 15,6 29,2
T2 42,5 255 127,5
Verifica-se prontamente, ao se analisar o Quadro 2, que a produtividade em T1 é
significativamente inferior a obtida com T2. Todavia, ambos encontram-se acima da média nacional,
que segundo Tavares (2002) é de aproximadamente 10 T/ha. Conforme Filgueira (2000) a
produtividade varia de 20 a 40 T/ha em lavouras tecnicamente conduzidas, sendo muito
influenciada pelo material utilizado no plantio. Santana (2003) relata que a produtividade no
Brasil em cultivo tradicional é baixa, em torno de 10 t/ha, podendo chegar em média a 20-
60 t/ha em estação experimental utilizando clones selecionados com caracteres agronômicos
para industria.
Em T1 o clone 100 apresentou produtividade de 27,33 T/ha enquanto que este mesmo
clone em T2 apresentou produtividade 43,33 T/ha. Porem observando o clone 8, este apresentou
respectivamente produtividade em T1 e T2 de 24,33 e 27,67 T/ha rendimentos estes semelhantes
nos dois tratamentos isso sugere que esse clone apresenta maior capacidade de extrair os
nutrientes do solo, compensando a carência de fósforo e potássio do tratamento 1. Enquanto os
outros resultados em T2 apresentaram-se todos de forma satisfatória, sendo bem maiores que a
média nacional e em relação aos valores de T1.

Quadro 2 - Produtividade (t/ha) da raiz e da parte aérea verde.


Variedade de T1 T2
batata
Raiz (T/ha) P Aerea (T/ha) Raiz (T/ha) P Aérea (T/ha)
Clone 8 24,33 a 27,00 abc 27,67 ab 30,33 ab
Clone 48 15,00 a 22,34 bc 25,00 ab 24,66 ab
Clone 58 17,33 ab 24,00 abc 28,00 ab 28,00 ab
Clone 100 27,33 a 20,33 c 43,33 a 25,67 ab
Clone 106 20,33 ab 24,33 abc 28,67 ab 26,00 ab
Clone 112 22,67 a 27,33 abc 47,33 a 35,00 a
Clone 114 23,33 a 30,00 a 33,32 a 31,67 ab
B.Br 6,33 b 21,00 c 11,66 c 15,00 b
B.Roxa 19,33 ab 26,34 abc 29,00 ab 38,33 a
Palmas 13,00 ab 29,00 ab 34,66 a 31,66 ab

CONCLUSÃO

Ambos os tratamentos apresentaram rendimentos acima da média nacional, todavia, T2


apresentou-se mais eficiente. Esta diferença ilustra a inequivalência dos tratamentos, o que pode
ser agravado pelas características do solo. Possivelmente em outro tipo de solo esta diferença não
seja tão significativa devido ao suprimento de fósforo e potássio que seria naturalmente suprido
pela matriz. Todos os resultados sugerem fortemente a viabilidade do reuso de água de esgoto
para a adubação em substituição e ou complementação com tratamento químico, obtendo uma
produtividade adequada comparada à adubação convencional com uma maior preservação do meio
ambiente.

REFERÊNCIAS

1. APHA (1998). Standard methods for the examination of water and wastewater. 20a ed.,
Washington. American Public Health Association,1998.
2. BOND, W.J. Effluent irrigation – an environmental challenge for soil science. Australian
Journal of Soil Research, v.36, p.543-555, 1998.
3. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças. Cultivo da batata-doce (Ipomoea
batatas (L.) Lam). 3. ed. Brasília: Ministério da Agricultura, do Abastecimento e Reforma
Agrária, 1995. (EMBRAPA-CNPH. Instruções Técnicas, 7).
4. EPPENDORFER, W.H.; EGGUM, O. Effects of sulfur, phosphorus, potassium, and water
stress on dietary fiber fractions, starch, amino acids and on the biological value of potato
protein. Plant Foods for Human Nutrition, v. 45, p. 299-313, 1994.
5. FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnogia Moderna na Produção e
Comercialização de Hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. p. 355-361.
6. MIRANDA, J.E.C.; FRANÇA F.H.; CARRIJO, O. A.; SOUZA, A.F.; PEREIRA, W & LOPES
C.A. Batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam). 2 ed. Brasília, EMBRAPA—CNPH. 1989.
19p. (EMBRAPA—CNPH Circular técnica 3).
7. SANTANA, W. R; Batata-doce: uma alternativa para produção de álcool combustível no
Estado do Tocantins. Monografia de especialização. UNITINS. Engenharia Ambiental.
Palmas – TO, 2003.
8. SILVA, J.B.C., LOPES, C. A., MAGALHÃES, J. S. Cultura da batata-doce. In: CEREDA,
M.P. (coord). Agricultura: tuberosas amiláceas latino americano. São Paulo: Fundação
Cargil, 2002.v.2, cap.22, p.448 – 504. (Cultura de Tuberosas Amiláceas Latino
Americanas).
9. TAVARES, I. B., SILVEIRA, M. A. Avaliação de clones de batata-doce visando a produção
de álcool. In: JORNADA DE INCIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNITINS, 9., 2002, Palmas – To.
Anais... Palmas: Universidade do Tocantins, 2002. p. 20.
10. VAN DER HOEK, W.; HASSAN, U. M.; ENSINK, J. H. J.; FEENSTRA, S.; RASCHID-
SALLY, L.; MUNIR, S.; ASLAM, R.; ALIM, N.; HUSSAIN, R.; MATSUNO, Y. Urban
Wastewater: A valuable resource for agriculture; a case study from Horoonabad, Pakistan.
Research Report 63. Colombo: International Water Management Institute. 2002.

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