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Série Romanos – O Evangelho de Cristo Jesus – Mensagem 1

Série Romanos – O Evangelho de Deus – Mensagem 41

Não me envergonho do Evangelho de Deus!


(Texto: Rm 1:16)

1. Introdução.

Ter orgulho do Evangelho e não ter vergonha de ser “evangélico”. Parece uma frase
muito legal para hoje. Muitos artistas, esportistas, pessoas famosas e importantes dizem
ser cristãos. Mas ter orgulho do Evangelho na época de Paulo era algo totalmente
diferente. Se hoje ser “evangélico” passou a ser um status, mas naquela época era
considerado algo bizarro, estranho, burro e ilegal. Aos ouvidos das pessoas daquela
época, o Evangelho soava como uma superstição.

Temos um documento histórico que fala um pouco da perseguição de Nero no ano 64


Ele nos mostra um pouco o espírito da época, de como as pessoas pensavam a respeito
dos cristãos e de como os seguidores de Jesus eram tratados. Foi escrito por um
historiador romano chamado Tácito:

“Mas os empenhos humanos, as liberalidades do imperador e os sacrifícios aos


deus não conseguiam apagar o escândalo e silenciar os rumores de ter sido
ordenado o incêndio de Roma. Para livrar-se das suspeitas, Nero culpou e
castigou, com supremos refinamentos de crueldade, uma casta de homens
detestados por suas abominações e vulgarmente chamados de cristãos. Cristo,
do qual seu nome deriva foi executado por disposição de Pôncio Pilatos durante
o Reinado de Tibério. Reprimida durante algum tempo, essa superstição
perniciosa voltou a brotar, já não apenas na Judéia, seu berço, mas na própria
Roma, receptáculo de quanto sórdido e degradante produz qualquer recanto da
terra. Tudo, em Roma, encontra seguidores. De inicio, pois, foram presos todos
os que confessavam cristãos. Depois, uma multidão enorme foi condenada não
por causa do incêndio, mas acusada de ser o opróbrio do gênero humano.
Acrescente-se que, uma vez condenados à morte, eles se tornavam objetos de
diversão. Alguns, costurados em peles de animais, expiravam despedaçados por
cachorros. Outros morriam crucificados. Outros ainda eram transformados em
tochas vivas para iluminar a noite. Para estes festejos, Nero abriu de par em
par seus jardins, organizando espetáculos circenses em que ele mesmo aparecia
misturado com o populacho ou, vestido de cocheiro, conduzia sua carruagem.
Suscitou-se, assim, um sentimento de comiseração até para com homens cujos
delitos mereciam castigos exemplares, pois se pressentia que eram sacrificados
não para o bem público, mas para a satisfação da crueldade de um indivíduo”2.

Numa época em que seguir o Evangelho era sinônimo de ser supersticioso, detestável,
vulgar... muitos cristãos da época, entre eles Paulo, tinham orgulho de proclamar, de
testemunhar serem cristãos. Muitos, pagaram com a própria vida o preço de seguir a
Cristo. Nesse contexto, as palavras de Paulo ganham mais cor e importância. Que hoje,
possamos sair daqui orgulhosos não apenas interiormente, mas efetivamente,
proclamando o Evangelho de Deus e testemunhando a pessoa de Cristo.

1
Pregado no MEP dia 26 de março de 2011.
2
Tácito, in BETTENSON, H. Documentos da Igreja Cristã. Aste, 1998, pág. 27.

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Você tem orgulho do Evangelho de Deus?

2. Exposição do texto. (Rm 1:16)


16 16
Pois não me envergonho do Οὐ γὰρ ἐπαισχύνοµαι τὸ εὐαγγέλιον,
Evangelho3, porque é o poder de Deus δύναµις γὰρ θεοῦ ἐστιν εἰς σωτηρίαν
para a salvação de todo aqueles que crê, παντὶ τῷ πιστεύοντι, Ἰουδαίῳ τε πρῶτον4
primeiro do judeu e também do grego. καὶ Ἕλληνι·

1. Orgulho do Evangelho de Deus.

O apóstolo Paulo desejava ir à Roma para pregar o Evangelho de Deus, as boas notícias
a respeito da vinda de Jesus, da sua obra e ressurreição. Jesus, a quem ele servia como
Senhor, rei e mestre, era a essência de toda a mensagem que carregava consigo. Não
somente isso, mas Paulo considerava-se em débito com os romanos. Pregar o evangelho
era questão de dívida, uma dívida de amor. Esse é o resumo dos primeiros quinze
versículos que vimos até agora.

O versículo 16 é considerado o versículo-tema de Romanos. Paulo diz: “não me


envergonho do Evangelho” (Rm 1:16a). Em outras palavras, o que o apóstolo Paulo
queria dizer era: “eu me orgulho, não sinto vergonha, desse Evangelho de Deus que
estou pregando aqui e que desejo pregar a vocês em Roma quando eu chegar aí”.

Quero ler com vocês duas outras passagens onde essa mesma expressão “envergonhar-
se” aparece no Novo Testamento. O primeiro é Mc 8:38, que diz: “Quando o Filho do
Homem vier na glória de seu Pai com os santos anjos, ele também se envergonhará de
quem se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e
pecadora”. O segundo versículo é Lc 9:26: “Pois, quando o Filho do homem vier na
sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos, ele se envergonhará de quem se
envergonhar de mim e das minhas palavras”.

Baseado nesses dois versículos, podemos tirar uma conclusão. O “envergonhar-se” aqui
se refere a uma vergonha psicológica5 (como a vergonha que sentimos quando, por
exemplo, sentamos em uma cadeira e esta quebra), mas sim, está relacionado à recusa
ao testemunho, à confissão de que Jesus é o Senhor por causa de algum motivo.

Não podemos nunca dissociar o texto de seu contexto original. Estamos falando de uma
época em que o cristianismo era considerado por judeus e por romanos como uma
aberração. Os romanos pensavam que os cristãos praticavam sacrifícios humanos, por
exemplo. A proclamação do Evangelho era consideração loucura para os gregos que não
aceitavam a idéia de ressurreição. Os cristãos tinham que defender o testemunho de
Cristo com as suas próprias vidas. Paulo nos diz em 1Co 1:22,23: “Pois, enquanto os
judeus pedem sinais, e os gregos busca, sabedoria, nós pregamos Cristo crucificado,
que é motivo de escândalo para os judeus e absurdo para os gentios”.

Como diz N. T. Wright, Roma podia ser resumida em uma cidade, a própria capital, e

3
Litote: afirmação pela negação do contrário. Paulo queria dizer: “Me orgulho do Evangelho”. Cf. Bruce, pág. 65.
4
Cf. Fitzmayer, alguns manuscritos não apresentam essa expressão devido, talvez, à influência de Marcião, para
quem a primazia dos judeus era inaceitável. Pág. 447.
5
Cf. Dunn

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em uma pessoa, César6. Os cristãos podiam muito bem ter cultivado sua fé apenas
debaixo das catacumbas, no oculto de seus quartos... poderiam ter sido apenas “agentes
secretos” de Cristo, como muito de nós somos hoje. Não! Paulo queria pregar
abertamente as boas notícias de Deus, mesmo que isso significasse ir contra o mundo da
época, contra Roma e contra César, a pessoa mais poderosa do Império. Ele queria
colocar em prática talvez o que o Sl 119:46 diz: “Falarei dos teus testemunhos perante
os reis e não me envergonharei”. O orgulho que ele tinha no Evangelho era capaz de
transpor todas as barreiras e dificuldades.

Que orgulho de Paulo era esse? O orgulho de confessar publicamente, de testemunhar e


ser testemunho da mensagem de Jesus. Amado, o quanto você se orgulha do Evangelho
de Deus? O quanto você se envergonha em Cristo? Nós nunca podemos esquecer das
palavras do Mestre: se nos envergonharmos em proclamá-lO, Ele se envergonhará de
nós diante de Deus. Nós precisamos levantar a bandeira do Evangelho diante do mundo.
Precisamos falar de Jesus... Precisamos viver Jesus, exalar o bom perfume de Cristo!
Porque esse Evangelho é o poder de Deus.

2. O Evangelho é o poder de Deus.

Essa declaração de Paulo é muito forte: o Evangelho é o poder de Deus! Paulo já havia
falado desse poder de Deus no versículo 4: “e com poder foi declarado Filho de Deus
segundo Espírito de Santidade, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso
Senhor” (A21). Quando falamos em poder, nos referimos a uma capacidade, a uma
habilidade. Quando falamos de poder de Deus, com certeza, isso diz respeito à
capacidade e habilidade sobrenatural. Pense comigo: o que faz uma pessoa deixar a sua
condição de pecado e aderir ao Evangelho? O que te fez enxergar a tua condição de
miséria para correr para os braços de Deus? Só pode ter sido pelo poder de Deus, pela
sua ação direta e soberana em tua vida!

O poder de Deus que se manifesta no Evangelho não é algo místico ou subjetivo. Não se
trata apenas de uma força, de um raio, de um fogo, de uma fumaça. Muitas pessoas
pensam que o poder de Deus se resume nessas coisas. Muito pelo contrário. O poder de
Deus é algo real e perceptível. Como tudo em Deus, seu poder é verdadeiro.

O poder de Deus se evidencia, por exemplo, na conversão das pessoas. Paulo diz em
1Co 2:4,5 “minha linguagem e pregação não consistiam em palavras persuasivas de
sabedoria, mas em demonstração de poder do Espírito, para que a vossa fé não se
apoiasse em sabedoria humana, mas no poder de Deus”. Esse mesmo poder se
manifesta também no evento pela qual mais aguardamos, que é a ressurreição: “Deus
não somente ressuscitou o Senhor, mas também nos ressuscitará pelo seu poder” (1Co
6:14).

O Evangelho, que era considerado como uma aberração pelas pessoas da época, é o
poder de Deus! Paulo nos diz em 1Co 1:14: “Pois a palavra da cruz é insensatez para
os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus”!.

O Evangelho é o poder de Deus, e como precisamos desse poder para viver essa vida!
Sem o poder de Deus nós nos tornamos totalmente vulneráveis a tudo. Meus irmãos,

6
Wright, pág. 10.

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somos fracos. Não temos uma força dentro de nós que nos ajude a vencer as batalhas da
vida. Mas se nos apegarmos ao poder de Deus, com certeza, as dificuldade que hoje
consideramos grandes, poderão ser vencidas.

Cristãos sem poder são cristãos que ainda não entenderam que o Evangelho é o poder de
Deus! Paulo não se envergonhou do Evangelho, pois era o poder de Deus. Que eu e
você possamos buscar esse poder. O Verdadeiro poder de Deus sempre manifesta
através do Evangelho, nunca se esqueça disso.

3. O Evangelho de Deus é o poder de Deus para a salvação de todas as pessoas!

“Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de


todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (vr. 16)

O Evangelho é o poder de Deus para a salvação. Qual é a visão e qual o seu


entendimento sobre salvação? Quando Paulo escreveu sobre salvação, ele tinha em
mente algo muito claro: que um dia Deus viria julgar vivos e mortos, destruindo aos
ímpios e premiando os crentes. Os profetas do Antigo Testamento já previam esse dia.
Joel, por exemplo, falava do “dia do SENHOR” na qual Deus destruiria todas as nações
pagãs.

A salvação é escatológica, ou seja, o poder de Deus manifesto no Evangelho nos salvou


da ira de Deus e do seu juízo. Quando cremos em Jesus Cristo como nossos Senhor e
Salvador, o nosso julgamento diante de Deus foi antecipado na cruz. Nosso pecado foi
castigado e pago na pessoa de Jesus Cristo. O salário do pecado que é a morte foi pago
por Jesus na cruz do Calvário. Nosso veredicto de inocência foi dado por Deus, por
intermédio de Jesus: fomos justificados. Logo, não temos mais a necessidade de sermos
julgados no último dia.

Para quem esse grande privilégio é destinado? Para quem a mensagem de Jesus, o
Evangelho de Deus, tem seu alvo? Para “todo aquele que crê”. A fé não é apenas um
ato inicial pela qual fomos salvos. Muito além disso, a fé “é uma orientação contínua,
uma motivação para a vida”7. O Evangelho de Deus é recebido pela fé, vivido pela fé e
consumado pela fé.

Não há monopólio do Evangelho. A mensagem de Jesus não é como os poços de


petróleo, que embora sendo valiosos, não propriedade de poucas empresas, e no caso do
Brasil, de apenas uma, a Petrobrás. Não! O Evangelho de Deus tem seu efeito em
TODO aquele que crê em sua mensagem. Mas Paulo faz questão de salientar que a
salvação veio primeiro aos judeus. Isso numa ordem cronológica, porque de fato, o
primeiro grande alvo da pregação do Evangelho por Jesus mesmo foram os judeus (o
próprio Jesus era judeu, bem como seus discípulos). Não somente isso, mas todas as
promessas do Antigo Testamento foram confiadas aos judeus. Os judeus tem uma
relevância muito grande dentro dos planos de Deus para a salvação da humanidade.
Mais a diante, Paulo dirá em Romanos que os judeus falharam na sua missão de levar o
Reino de Deus a todo o mundo, porém Deus irá restaurá-los um dia.

7
Cf. Dunn, pág. 40.

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A prioridade dos judeus nos planos de salvação de Deus não significavam que só os
judeus mereçam ser salvos. Graças a Deus que o Evangelho não se destina apenas aos
judeus, mas também aos gregos, ou seja, todos os gentios, o que inclui a todos nós.
Paulo tem na sua mente esses dois tipos de grupos que formavam a igreja no seu início:
os judeus convertidos ao cristianismo e os gentios que aceitaram Jesus em seus corações.

O que torna judeus e gentios em um só povo? É a fé! O Pr. John Sttot disse: “o grande
nivelador é a fé que salva e que é resposta exigida pelo evangelho”8.

O Evangelho abrange todos! Embora houvesse uma ordem, primeiro os judeus e depois
os gregos, o resultado final é aquilo que sempre foi sonho de Deus: ser conhecido por
todas as pessoas. Todos são convidados a fazerem parte do Reino de Deus.

Será que não vale nos orgulharmos desse Evangelho tão glorioso?

Conclusão:

Meus irmãos, o Evangelho é a maior preciosidade que temos em mãos! Por mais
absurdo que o mundo pense a seu respeito, é o poder de Deus para a salvação de todos
aqueles que humildemente se submetem a Ele pela fé. Enquanto o mundo se
envergonha de Jesus, nós nos orgulhamos no Seu Evangelho!

Podemos dizer que existem duas razões de Paulo querer tanto pregar o Evangelho, tanto
em Roma, mas em qualquer lugar onde ele fosse: primeiramente, o senso de
obrigatoriedade uma vez que Paulo tinha uma dívida não paga para com o mundo, que
era a proclamação do Evangelho. Também, Paulo queria pregar o evangelho segundo
um senso de convicção: o Evangelho era o poder de Deus para salvar as pessoas. Como
Sttot sintetiza: “Não me envergonho… Sou devedor… Por isso estou pronto a pregar o
Evangelho ao mundo9”.

Você se orgulha do Evangelho? A que ponto? Ao ponto de proclamá-lo ao mundo?

Você se envergonha do Evangelho? A que ponto? Ao ponto de escondê-lo dentro de si?

Tenha orgulho do Evangelho de Deus! Pois é o poder de Deus para a salvação! Você crê
nisso? Você tem fé nesse Deus?

Eu amo o Evangelho porque ele nos mostra como Deus nos ama e de como Ele veio nos
salvar… de como Jesus é precioso e de como vale a pena viver Nele.

Mais uma vez: “Eu não me envergonho do Evangelho, porque é o poder de Deus para a
salvação de todo aqueles que crê, primeiro do judeu e também do grego”. Amém.

8
Cf. Sttot, pág. 64.
9
Ibid. pág. 65.

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