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Análise da fase sucessional em fragmento de Floresta Estacional Decidual

Introdução

A Floresta Estacional Decidual ocorre na porção noroeste e central do Estado do Rio


Grande do Sul, e é caracterizada por uma estação climática chuvosa seguida de longo período
seco, no qual as espécies deciduais perdem suas folhas (LEITE e KLEIN, 1990).

Segundo Gandolfi (1991), os estudos das florestas tropicais buscam entender a dinâmica
destes ecossistemas, sendo a sucessão florestal um dos aspectos dinâmicos pesquisado. HORN
(1974) define sucessão ecológica como um fenômeno que envolve gradativas variações na
composição específica e na estrutura da comunidade, prosseguindo até determinado período,
onde tais mudanças se tornam bastante lentas, sendo a comunidade resultante designada como
clímax.
A diversidade biológica nos fragmentos florestais está ligada ao tamanho e formato do
fragmento (VIANA, 1991; PRIMACK e RODRIGUES, 2001), mas também fortemente relacionada
à diversidade de condições locais e ao histórico de perturbação da área (PARKER e PICKET,
1999).

Objetivo Geral

Buscando contribuir com mais informações sobre a dinâmica de ecossistemas florestais do


Rio Grande do Sul, este trabalho objetivou analisar e comparar a composição florística e as
categorias sucessionais do estrato arbóreo de um fragmento de Floresta Estacional Decidual no
município de Frederico Westphalen, RS. Além da caracterização da fase sucessional, objetivou-se
também determinar a possível diferença, quali e quantitativamente, na vegetação em diferentes
distâncias da borda.

Materiais e Métodos

O estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Estacional Decidual com área de


15ha, localizado próximo ao Centro de Educação Superior Norte do RS (CESNORS), pertencente
a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizado no município de Frederico
Westphalen, região do Médio Alto Uruguai.

O levantamento das espécies arbóreas foi realizado em diferentes distâncias da borda.


Para isto foram marcados 6 pontos eqüidistantes na borda do fragmento, e em cada um deles
foram marcadas as distancias de 10, 20, 40 e 80m da borda, onde delimitou-se uma parcela de 5
x 5m (25m²), totalizando 24 parcelas. Em cada parcela foram identificados todos os indivíduos
arbóreos com CAP (circunferência a altura do peito) ≥ 10cm. Para a classificação das espécies foi
utilizado os critérios propostos por Budowski (1965), abrangendo os grupos ecológicos: pioneira
(P), secundárias iniciais (Si), secundárias tardias (St) e clímax (Cl). Espécies sem dados
encontrados foram consideradas sem informações (Sn).

Resultados

Foram amostrados 109 indivíduos, distribuídos em 34 espécies, pertencentes a 14


famílias. A densidade foi de aproximadamente 1.816 indivíduos/ha.

As famílias que apresentaram maior número de espécies foram: Fabaceae (7), Meliaceae
(5), Euphorbiaceae (4), Rutaceae (3), Lauraceae, Myrtaceae e Sapindaceae (2), totalizando
71,43% das espécies amostradas. Segundo a literatura esse índice de espécies/famílias está
semelhante à outras áreas. Meliaceae foi a família que apresentou maior densidade, com 22
indivíduos, seguida por Moraceae (19) e Euphorbiaceae (14), representando 50,46% dos
indivíduos amostrados.

A abundância da família Moraceae deu-se, devido ao número elevado de indivíduos da


espécie Sorocea bonplandii (Si) com maior densidade absoluta (316,67). Na família Meliaceae, foi
a espécie Trichilia claussenii (St) com a segunda maior densidade (250,00). Em relação à
freqüência, destacaram-se: Sorocea bonplandii, Trichilia claussenii, Gymnanthes concolor e
Eugenia schottiana (Si).

Conclusão

Considerando a baixa representatividade florística das espécies pioneiras e clímax, e o


número de secundárias tardias, a maior influência foi exercida pelas espécies secundárias iniciais,
estando às secundárias tardias também presentes com relativa importância. Já as espécies
pioneiras parecem estar em sua maioria, restritas a clareiras formadas por quedas de galhos ou
de árvores isoladas, processo natural dentro da dinâmica do desenvolvimento da floresta.

Analisando o número de espécies de cada grupo ecológico, este fragmento de floresta


estacional decidual pode ser classificado em estádio inicial de sucessão secundária, devido a
grande riqueza de espécies consideradas secundárias iniciais (Si).

Referências

BUDOWSKI, A. Distribution of tropical American rain forest species in the light of successional
progresses. Turrialba, 15:40-42. 1965.

LEITE, P.F.; KLEIN, R. M. Vegetação. In: IBGE. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. Geografia do Brasil: Região Sul. Rio de Janeiro: 1990. v. 2, p.113-150.
GANDOLFI, S. Estudo florístico e fitossociológico de uma floresta residual na área do
Aeroporto Internacional de São Paulo, município de Guarulhos, SP. Dissertação de mestrado,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1991.

HORN, H. S. The ecology of secondary sucession. Ann. Rev. Ecol. Syst., v.5, p.25-37, 1974.

PARKER, V.T.; PICKET, S.T.A. Restoration as an ecosystem process: implications of the modern
ecological paradigm. In: Urbaska, K.M.; Webb, N.R.; Edwards, P.J. (Eds). Restoration and
Sustainable Development. Cambridge University Press. Cambridge, UK. 1999. p. 17-32.

PRIMACK, R.B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. E. Rodrigues, Londrina, 2001.

VIANA, V.M. Biologia e manejo de fragmentos florestais naturais. Anais do 6º Congresso


Florestal Brasileiro, v.1, p. 113-118, 1991.

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