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UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - UNIPAC

FACULDADE REGIONAL DO ALTO SÃO FRANCISCO

CURSO DE DIREITO

BRUNO RICARDO ALVES DE LACERDA


CAMILA SALDANHA ROSA
HEBERT LUCIO SILVA
JOÃO BATISTA DE CARVALHO
VÂNIA CRISTINA PEREIRA CAMPOS

ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

BOM DESPACHO
2011
UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS - UNIPAC
FACULDADE REGIONAL DO ALTO SÃO FRANCISCO

CURSO DE DIREITO

BRUNO RICARDO ALVES DE LACERDA


CAMILA SALDANHA ROSA
HEBERT LUCIO SILVA
JOÃO BATISTA DE CARVALHO
VÂNIA CRISTINA PEREIRA CAMPOS

ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Trabalho apresentado ao Curso de Direito


– Turma B - da Universidade Presidente
Antônio Carlos – UNIPAC, como
trabalho avaliativo na Direito Civil II.

Orientador: Otávio Marlon da Silveira

BOM DESPACHO
2011
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................................................................4
1 ELEMENTOS.......................................................................................................................................................5
1.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS........................................................................................................................................5
1.1.1 Agente Capaz..........................................................................................................................................5
1.1.2 Objeto lícito e possível...........................................................................................................................6
1.1.2.1 Objeto lícito: ..................................................................................................................................................7
1.1.2.2 Objeto possível, determinado ou determinável...............................................................................................7
1.1.3 Forma.....................................................................................................................................................8
1.1.4 Causa....................................................................................................................................................10
1.2 ELEMENTOS NATURAIS.......................................................................................................................................11
1.3 ELEMENTOS ACIDENTAIS.....................................................................................................................................12
1.3.1 Condição .............................................................................................................................................13
1.3.2 Termo ..................................................................................................................................................13
1.3.3 Encargo................................................................................................................................................14
1.4 VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO.........................................................................................................................15
1.4.1 Invalidade dos negócios jurídicos........................................................................................................15
1.4.1.1 Ato Jurídico Anulável...................................................................................................................................15
1.4.1.2 Ato Jurídico Nulo.........................................................................................................................................16
1.4.1.3 Ato jurídico inexistente ...............................................................................................................................16
1.4.1.4 Ato jurídico ineficaz ....................................................................................................................................16
2 CONCLUSÃO....................................................................................................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................................18
4

INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda uma análise teórica a respeito dos elementos constitutivos
do negócio jurídico, assim reconhecido como forma da manifestação da vontade das partes
sobre a disposição e recepção de bens,
Através da explanação sobre os tópicos referentes aos elementos que compõem esta
faceta da vida social, busca se aclarar o tema, de forma a possibilitar o entendimento básico e
necessário sobre o tema exposto..
Este trabalho é feito em caráter explicativo, ou seja, não pretende trazer inovações,
nem modificações sobre o exposto, serve apenas como forma de caracterização temática para
compreensão dos elementos constitutivos da negociação jurídica, e que podem ser usados
dentro de um ambiente educacional de nível superior e em pesquisas científicas.
5

1 ELEMENTOS

Ao discorrer sobre o tema há que se verificar de acordo com Venosa (2011) que não
há uma unanimidade nos critérios de classificação e denominação sobre os elementos
estruturais deste instituto. Para ele não há como distinguir as noções deste entre: “elementos,
pressupostos e requisitos do negócio jurídico”.
É possível dentro da análise dessas três denominações, apresentar segundo Venosa,
(2011) a seguinte distinção:
“Pelo conceito léxico, elemento é tudo que se insere na composição de alguma
coisa, cada parte de um todo. Pressuposto é a circunstância ou fato considerado
como antecedente necessário de outro. E requisito é a condição necessária para a
obtenção de certo objetivo, ou para preenchimento de certo fim”. 1

Entretanto longe desta discussão é necessário fazer uma classificação a respeito dos
elementos tradicionais que classificam o negócio jurídico, e que pose ser assim distinguida:
elementos essenciais (genéricos e específicos), naturais e acidentais, que serão definidos nos
tópicos posteriores.

1.1 Elementos essenciais

Essenciais são os elementos que dão forma e são a própria razão de existir dos
negócios jurídicos, eles são, portanto, qualificadores ou aperfeiçoadores do negócio jurídico.
Assim de acordo com o art. 104 do Código Civil, são elementos essenciais: agente capaz, o
objeto lícito e a forma, ou seja, são requisitos de validade sem os quais não existiria o negócio
jurídico, são também elementos gerais do negócio jurídico.

1.1.1 Agente Capaz

Para a validade de um ato jurídico, é necessário que o agente tenha capacidade de fato;
por esse motivo, os relativamente incapazes são assistidos, e os absolutamente incapazes são

1
Venosa, Sílvio de Salvo, Direito Civil - Parte Geral, 11º ed., São Paulo, Atlas, 2011, op. cit. p. 363
6

representados. Na falta de representação o ato será nulo (CC. art. 166, I), e na falta de
assistência, anulável (CC. art. 171, I), em outras palavras, defeituoso em sua essência. E ainda
esta capacidade deve ser considerada no momento do ato.
Convém observar que, salvo os atos personalíssimos, todos os demais podem ser
praticados por representantes (CC. art. 116) e são três as espécies de representação: legal - a
quem a norma confere poderes para administrar bens alheios, como os pais, em relação aos
bens dos filhos menores (CC. art. 115, 1ª parte); tutores - quanto aos pupilos (CC. art. 1747,
I), e curadores pelos curatelados (CC. art. 1774); judicial - quando são nomeados pelo
magistrado como o curador de herança jacente, o síndico, o inventariante, caso em que temos
uma representação imprópria, pois foge da noção de dupla vontade; convencional - quando se
verifica o instrumento de mandato (CC. arts. 115, art. 2ª parte, 653 a 692 e 120, 2ª parte).
Além da capacidade geral existe, também, para a prática de certos atos, a necessidade
de uma capacidade especial, dita segundo Fiuza (2010) como capacidade negocial, em certos
casos como, a outorga uxória ou marital de um dos cônjuges (CC., art. 1647), ou ainda a
proibição de venda de bem a descendente sem ciência dos demais (CC. art. 496, parágrafo
único), casos de indignidade (CC. arts. 1814 a 1818) e o impedimento de o curador adquirir
bens do curatelado (CC. art. 497,I). Segundo o autor “constata-se que a capacidade negocial
está ligada a ato de legitimação”, essencial para a validade do negócio jurídico, quando da
existência de necessidade de superveniência de outrem à vontade das partes ou de seus
representantes.
Assim podemos definir que além do agente capaz é necessário que essa capacidade
venha acobertada de: a) Fator Legitimidade, que é relativa à titularidade que possibilita que o
indivíduo determine as diretrizes sobre específico bem, de modo a tornar verdadeiro o ato
pactuado; e b) Fator Legalidade onde existe a premissa de que o objeto ou ato do negócio
sofre ou não alguma restrição judicial.

1.1.2 Objeto lícito e possível

De acordo com o Código Civil é necessário que o objeto envolvido no ato jurídico seja
física e juridicamente possível e mais, que não ofenda a lei, que não seja ilícito.
7

1.1.2.1 Objeto lícito:

O objeto, também definido como a prestação do negócio jurídico, deve ser lícito, ou
seja, deve estar de conformidade com a moral, bons costumes e à ordem pública. Ilícitas são
as convenções que objetivem usura, contrabando, câmbio negro, e etc. Ilícito ou impossível o
objeto, nula será a obrigação (CC., art. 166, II), não produzindo qualquer efeito o ato.
De acordo com Fiuza (2010) assim pode ser feita à distinção entre objeto lícito e
ilícito:
“Objeto lícito é aquele não reprovável pela Lei. Aqui também fica mais fácil
entender pela análise do antônimo: objeto ilícito. Ilícito é o objeto reprovável
juridicamente, tal como os narcóticos. É, de fato, diferente do objeto juridicamente
impossível, como a herança de pessoa viva. A herança em si não é ilícita, mas é
juridicamente impossível, ou seja, não é permitido que figure como objeto de
contrato., Já os narcóticos são ilícitos em si mesmos.” 2

Segundo Venosa (2011) ainda se pode distinguir o objeto em: imediato ou conteúdo,
relação dos efeitos jurídicos pretendidos pela manifestação de vontade e a lei aplicável ao
resultado pretendido pelo negócio; e o objeto mediato, que é aquilo (coisa ou coisas) sobre a
qual recaem aqueles efeitos. E a expressão objeto do negócio jurídico deve englobar os dois
sentidos.

1.1.2.2 Objeto possível, determinado ou determinável

Uma vez que o objeto da obrigação tem que ser possível, pois do contrário não é
suscetível de cumprimento, o negócio realizado. Distingue-se a possibilidade material da
possibilidade jurídica. Possibilidade material diz respeito à realização do objeto em si mesmo.
E a possibilidade jurídica pretende que a obrigação realize-se em conformidade com a ordem
jurídica.
O requisito da possibilidade esta presente em toda prestação, positiva ou negativa, pois
é intuitivo que, em cada caso, se o sujeito devedor de uma ação, ou de uma omissão, a nada
pode se obrigar se a prestação não for possível de ser realizada. Se a impossibilidade for
concomitante à constituição do vínculo, este não se forma.

2
Fiuza, César. Direito Civil: curso completo. 14. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte, Del Rey, 2010. op. cit. p.
211
8

No entanto, se a impossibilidade for superveniente, torna a obrigação inexeqüível. Se


a impossibilidade for provocada por caso fortuito ou força maior, ela libera a obrigação. Se,
no entanto, a obrigação se impossibilitar por causa de alguém, a este responsável caberá arcar
com ela.
A impossibilidade pode ser física ou material, legal ou Jurídica: haverá
impossibilidade física ou material sempre que a estipulação concernir à prestação que jamais
poderá ser obtida ou efetuada, por contrariar as leis da natureza (loteamento da lua, comprar o
oceano), ou seja, ultrapassa as forças humanas; já a impossibilidade legal ou jurídica existirá
sempre que a estipulação se refira ao objeto proibido por lei como, por exemplo, a alienação
de bens públicos, de bem de família, de bens onerados com cláusula de inalienabilidade.
Portanto a impossibilidade deve ser real e absoluta, assim entendidas como
inalcançáveis alcançar pelas forças humanas ou das forças da natureza.
Além disso, Fiuza (2010) aponta que o objeto deve ser determinado ou determinável,
em primeiro momento, ou pelo menos conter elementos determináveis em um tempo futuro. E
aí se encontra a distinção dada por Venosa (2011). Entre determinação absoluta de
determinação relativa.
Segundo Venosa, (2011) apud Ráo (1952):
"É absoluta a determinação quando o ato enuncia o seu objeto de modo certo,
individualizando a prestação ou prestações em que consiste, quer se trate de bens
corpóreos ou incorpóreos, quer de atos positivos ou negativos. Relativa é a
determinação quando os agentes ou partes, para a determinação ou singularização
do objeto de seu ato, adotam algum critério a ser, subseqüente, observado".3

1.1.3 Forma

Constitui requisito de validade para os negócios jurídicos obedecer às formalidades


legais expressas na lei. Entretanto para os negócios jurídicos a regra é a forma livre, conforme
prescrito no art. 107 do Código Civil: "A validade da declaração de vontade não dependerá de
forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir".
E assim podemos definir que a forma é a vontade exteriorizada, é a expressão da
vontade que pode ser expressa ou tácita. Segundo Fiuza (2010), podemos afirmar sobre as
formas dos negócios jurídicos:
“Quanto à forma, esta será expressa ou tácita. A expressa será verbal, escrita ou
mímica. A escrita pode dar-se por escrito (escritura) particular, ou por escrito
3
Venosa, Sílvio de Salvo, Direito Civil - Parte Geral, 11º ed., São Paulo, Atlas, 2011, op. cit. p. 374
9

(escritura) público, redigido em cartório, em livro especial, dependendo do ato.


Tácita é a realização de ato sem qualquer exteriorização de vontade.”.4

De acordo com Venosa (2011), o próprio silêncio, sob determinadas condições, pode
ser expressão de vontade, e para tanto, de acordo com Fiuza (2010), deve ser de tal modo que
seja conclusivo no sentido de sua prática, e que ainda não seja exigida outra forma de
declaração de vontade.
Podemos encontrar vários tipos expressivos das vontades, como os citados a seguir:
Consentimento: (CC., art. 111) sendo o consentimento ato voluntário, poderá dar-se de
forma expressa ou tácita. Será expresso quando explícito e tácito quando implícito, isto é,
quando se praticar algum ato que demonstre aceitação como, por exemplo, o ato de um
indivíduo que ao receber uma proposta de prestação de serviços de consultoria jurídica, passa
a utilizar os serviços oferecidos sem manifestar o seu “de acordo”. Particulares: formas e
solenidades previstas em lei como diz o CC., art. 104, III, já mencionado, que diz forma
prevista ou não defesa em lei.
Assim pode se dizer que existem: formas livres ou gerais, que vem a ser aquelas que
podem se dar com a manifestação da vontade de forma escrita ou oral, expressa ou tácita
desde que não contrarie os preceitos acima; e as formas especiais ou solenes, que exigem
forma prescrita para a sua celebração, onde se pode citar:
Negócios jurídicos de forma única, quando não podem ser preteridas por outra, como
a exigência de escritura pública para certos atos (CC., arts. 108, 215, 1653, 1227 e 1245), ou
nas exigências para os casamentos (CC., arts. 1534 a 1542); as de forma plural aquelas a que a
lei faculta a prática de um ato por diversos modos, excludentes, porém não livres (CC., arts.
1609; 62; 1806 e 1417 por exemplo. Ainda as de forma genérica quando se tem uma
imposição de uma solenidade geral dentro de uma faculdade contratual possível de ser
exercida ou não, por exemplo, sempre que a lei disser que algo deve ser ou não feito “salvo
disposição em contrário” estará genericamente indicando o modo de praticar o ato, mas
facultando às partes como querem agir. E finalmente as de forma contratual que vem a ser o
modo eleito pelas partes para fazer valer as obrigações que pactuam, ou seja, convencionam,
antes do ato principal a forma como será feito o contrato entre elas. (CC., art. 104).
Como última observação sobre este tópico cabe ressaltar o que diz Venosa (2011)
sobre formas solenes e não solenes:
4
Fiuza, César. Direito Civil: curso completo. 14. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte, Del Rey, 2010. op. cit. p.
212
10

“Parte da doutrina e alguns sistemas jurídicos distinguem as formas ad


substantiam ou ad solemnitatem das formas ad probationem. As primeiras seriam
da essência do ato e não valeriam sem elas. As segundas dizem respeito apenas à
sua prova. Entre nós, a distinção não tem importância, pois se a lei exige
determinada forma, o negócio é necessariamente ad solemnitatem; se não exige, o
negócio pode ser provado por qualquer dos meios permitidos em Direito.” 5

1.1.4 Causa

De acordo com Venosa (2011) este é o tema gerador de grande polêmica doutrinária,
pois uma vez que toda atividade humana é composta de uma motivação (causa), assim o
negócio jurídico também é composto por uma motivação para atingir seu fim.
Segundo Fiuza (2010) motivo vem a ser:
“...conjunto de razões subjetivas, in¬ternas, que levam as pessoas a praticar um
ato. O motivo tem muito a ver com as necessidades ou desejos que temos no dia-a-
dia. É óbvio que os motivos que levam duas pessoas a realizar um negócio jurídico,
por exemplo, um con¬trato, são só delas. Normalmente, uma não toma
conhecimento dos motivos da outra.” 6

Para Fiuza (2010) é importante entender a distinção entre causa e motivo. De acordo
com o autor, sobre causa:
“Pelo menos duas nos interessam: a causa eficiente e a causa final. Causa eficiente
é aquilo que enseja o ato. Assim, a aquisição da propriedade de certo bem pode ter
como causa eficiente um contrato de compra e venda. Aqui teríamos dois atos: a
aquisição da proprie¬dade e a celebração do contrato. A causa final é a atribuição
jurídica do ato, relacionada ao fim prático que se obtém como decorrência dele. É
chamada de causa final, para se diferenciar da causa eficiente.” 7

E Motivo
“Motivo, por outro lado, é razão intencional determinante do ato. O motivo é
irrelevante, salvo disposição expressa em sentido contrário. Segundo o art. 140, o
falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão
determinante.” 8

Entretanto de acordo com Venosa (2011) e sem muito aprofundamento no assunto que
“os juristas debatem-se incessantemente, uns vendo na causa elemento essencial do ato;
outros entendendo a causa como elemento dispensável, como ponto de criação de dúvidas na
validade do negócio jurídico.” Mas, pode se concluir que o próprio negócio jurídico emana de

5
Venosa, Sílvio de Salvo, Direito Civil - Parte Geral, 11º ed., São Paulo, Atlas, 2011, op. cit. p. 373
6
Fiuza, César. Direito Civil: curso completo. 14. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte, Del Rey, 2010. op. cit. p.
211
7
Fiuza, César. Direito Civil: curso completo. 14. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte, Del Rey, 2010. op. cit. p.
227
8
Idem
11

causa (motivo), que a ele é inerente, assim sua falta vai ocasionar a inexistência de qualquer
espécie de negócio jurídico.

1.2 Elementos naturais

São definidos como aqueles que decorrem da própria natureza do ato praticado, sem
necessidade de expressa menção. Como exemplo apresenta Venoso (2011), “na referida
12

compra e venda, serão elementos naturais a garantia que presta o vendedor pelos vícios
redibitórios (art. 441; antigo, art. 1.101) e pelos riscos da evicção (arts. 447 e 448; antigo, art.
1.107).”
São também, os efeitos próprios do negócio jurídico determinados pela lei em que, em
virtude de constarem expressamente em lei, não precisam constar do negócio jurídico
celebrados entre as partes. Como o vício redibitório (art. 441 do CC) e a ingratidão na doação
(art. 557 do CC).
Portanto, são os elementos que abrangem todos os efeitos que decorrem da celebração do
negócio jurídico, sem necessária menção expressa, uma vez que a própria legislação
determina as conseqüências na esfera jurídica.

1.3 Elementos acidentais

De acordo com Venosa (2011) elementos acidentais são:


“...são aqueles que se acrescentam ao ato para modificar alguma de suas
características naturais. Os mais estudados, porque presentes no Código Civil, são
a condição, o termo e o encargo (modo ou ônus).” 9
9
Venosa, Sílvio de Salvo, Direito Civil - Parte Geral, 11º ed., São Paulo, Atlas, 2011, op. cit. p. 364
13

Podem ser apresentados como aqueles representados pelas cláusulas acessórias e que
deverão, necessariamente, ser expressas para modificar, no ato, alguns de seus elementos
naturais. Cujos exemplos são: a condição, o termo, e o encargo.
Onde a condição é o conjunto futuro e incerto ao qual se subordinam os efeitos do
negócio jurídico (CC. arts. 121, 122 e 123). O termo é a indicação do momento em que
começam ou terminam os efeitos do negócio jurídico (CC., arts 131 a 135), e o encargo é a
atribuição ou ônus que o disponente impõe à pessoa favorecida (CC., arts. 136 e 137).

1.3.1 Condição

É, portanto, o evento futuro e incerto. Possuindo duas espécies: a condição suspensiva


e a condição resolutiva. A condição suspensiva está disciplinada no artigo 125 do CC, sendo
que esta condição se dá quando a pessoa só será titular de um direito quando ocorrer evento
futuro e incerto. E a condição resolutiva está prevista no artigo 127 do CC, sendo que a
pessoa é titular de um determinado direito desde o momento da celebração do negócio
jurídico até ocorrer evento futuro e incerto.
Possui duas espécies: a condição suspensiva e a condição resolutiva. A primeira está
disciplinada no artigo 125 do CC, sendo que esta condição se dá quando a pessoa só será
titular de um direito quando ocorrer evento futuro e incerto, ou seja, enquanto não ocorrer tal
evento, a pessoa tem mera expectativa de direito. Já a condição resolutiva está prevista no
artigo 127 do CC, sendo que a pessoa é titular de um determinado direito desde o momento da
celebração do negócio jurídico até ocorrer evento futuro e incerto.

1.3.2 Termo

Evento futuro e certo que também possui duas espécies: o termo inicial e o termo
final. O termo inicial está disciplinado no artigo 131 do CC e é parecido com a condição
suspensiva, porém no termo inicial a pessoa já é titular de determinado direito, entretanto seu
exercício está sujeito a evento futuro e certo. Já o final assemelha-se a condição resolutiva, ou
14

seja, a pessoa é titular de determinado direito até que ocorra evento futuro e certo, logo a
morte é termo.

Reza o artigo 123 do CC diz: “Invalidam os negócios jurídicos que lhes são
subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias”.
E o artigo 124 do CC prevê: “Têm-se por inexistentes as condições impossíveis,
quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível”.
Podemos interpretar os dois artigos da seguinte forma: Quando as condições forem
física ou juridicamente impossíveis e a condição for resolutiva, as condições são inexistentes,
não comprometendo o negócio jurídico pactuado, logo quem recebe algo com uma dessas
condições impossíveis não tem que cumpri-las, logo é dono plenamente (art. 124 do CC). Se a
condição for suspensiva o negócio jurídico é inválido/nulo (art. 123, I do CC). De outra
forma, se as condições forem ilícitas, tanto faz se a condição é suspensiva ou resolutiva, sendo
o negócio jurídico nulo (art. 123, II do CC). E se as condições forem incompreensíveis ou
contraditórias, tanto faz se a condição é suspensiva ou resolutiva, sendo o negócio jurídico
nulo (art. 123, III do CC).

1.3.3 Encargo

Vem a ser o negócio jurídico bilateral sinalagmático e gratuito, no qual, cria-se para o
contemplado com o ato um ônus, sem caráter de contraprestação, em favor da própria pessoa
ou de terceiro. O encargo é muito comum em testamento e doação.
15

1.4 Validade do negócio jurídico

A falta de algum elemento substancial ou essencial do ato jurídico pode torná-lo nulo
ou anulável. A diferença entre ser o negócio nulo ou anulável é uma diferença de grau ou
gravidade do defeito, a critério da lei.
Para Fiuza (2010) há duas denominações para os defeitos dos atos jurídicos. Os mais
sérios chamados de graves, por viciar o ato de forma definitiva e os menos sérios ou leves que
podem ser contornados pelas partes interessadas.
E apresenta os vícios de consentimento, ocorrido na manifestação defeituosa da
vontade e que são: o erro (noção inexata do objeto, da pessoa, da qualidade), o dolo (artifício
usado por uma pessoa para tirar proveito de outrem) e a coação (moral, física, psicológica),
que são considerados leves admitindo, portanto, correção. E os vícios sociais estes,
denominados graves, pois afrontam a própria sociedade, e, por conseguinte, o Direito. São de
dois tipos: a simulação e a fraude contra credores. Fiuza ainda aborda o estado de perigo
como outra condição para invalidade dos atos jurídicos.

1.4.1 Invalidade dos negócios jurídicos

Inválido segundo Fiuza (2010), é o negócio (ato) jurídico que não pode produzir, ou
não produz efeitos, pois contém defeito, em virtude do qual será nulo, anulável ou ineficaz.

1.4.1.1 Ato Jurídico Anulável

Ato praticável em desatendimento a formalidades legais, e que, embora ratificável,


pode ser anulado por quem tenha interesse na sua ineficácia. A obrigação simplesmente
anulável pode ser confirmada pela novação.
Como exemplo pode ser citado o Negócio Jurídico celebrado por agente relativamente
incapaz, por vício resultante de erro, dolo, coação, simulação ou fraude, é anulável.
16

1.4.1.2 Ato Jurídico Nulo

Ocorre quando o negócio jurídico foi celebrado com a supressão de um ou de todos os


elementos essenciais, o ato será nulo de pleno direito. Por ser considerado ato desprovido de
requisitos substanciais ou que fere a norma jurídica, sendo inquinado de ineficácia absoluta,
para a validade do ato jurídico.
Percebe-se em muitas doutrinas uma distinção entre nulidade e ineficácia do ato
jurídico, asseverando que a ineficácia não impede a validade do ato entre as partes, porém
torna o ato ineficaz relativamente a terceiros. Assim a nulidade é insuprível pelo juiz, nem
pode o ato ser ratificado, é o caso segundo Fiuza (2010) da nulidade de pleno Direito, pois
nem chegará a produzir resultado.

1.4.1.3 Ato jurídico inexistente

Definido da seguinte forma é o ato que contém um grau de nulidade tão grande e
visível, que dispensa ação judicial para ser declarado sem efeito. Aparecendo em casos raros e
extremos, pois em regra, torna-se sempre necessário o processo judicial para a declaração de
uma nulidade.
De acordo com Fiuza (2010) ocorre a inexistência dos atos jurídicos “sempre que o ato
for tão profundamente viciado que nem chega a existir. Sua existência é aparente.” 10

1.4.1.4 Ato jurídico ineficaz

É ato do tipo que apresenta validade entre as partes, mas não produz efeitos em
relação a certa pessoa, a chamada ineficácia relativa, ou em relação a todas as outras pessoas,
ou ineficácia absoluta. Não se deve confundir nulidade com ineficácia, uma vez que nulidade
é um vício intrínseco ou interno do ato jurídico. Já a ineficácia o ato é perfeito entre as partes,
mas fatores externos impedem que produza efeito em relação a terceiros.

10
Fiuza, César. Direito Civil: curso completo. 14. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte, Del Rey, 2010. op. cit. p.
253
17

2 CONCLUSÃO

Com base no tema apresentado buscaram-se delinear os aspectos básicos e


fundamentais que constituem os Elementos dos Negócios Jurídicos, suas espécies e
condicionantes que se desdobram de seu conteúdo. Servindo, portanto, como peça primordial
e de importância singular para a formação e estruturação de todo o arcabouço teórico que
integra os conhecimentos de um Operador do Direito.
E mais, deve-se ainda destacar o fato que o conteúdo explanado é crucial para o
entendimento de todos os demais assuntos que variam da relação entre dois ou mais
indivíduos, a fim de configurar uma relação jurídica e embasada no diploma legal que rege
essas situações, ou seja, o Código Civil. Certame onde se realizam todas as interações
humanas, que despertam, na maioria das vezes, o interesse de tutela do Direito.
18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FIUZA, César. Direito Civil: curso completo. 14. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte, Del
Rey, 2010. p. 1123.
VENOSA, Sílvio de Salvo, Direito Civil - Parte Geral, 11º ed., São Paulo, Atlas, 2011, p.
635.

Artigos:
Classificação dos Negócios Jurídicos. Disponível em:
http://www.vitorlourenco.kit.net/3periodo/civilI-aula11.doc. Acesso em 17/03/2011.
Defeitos do Negócio Jurídico. Disponível em:
http://www.centraljuridica.com/doutrina/63/direito_civil/defeitos_do_negocio_juridico_vicios_do_con
sentimento.html. Acesso em 17/03/2011.
Elementos constitutivos dos negócios jurídicos. Disponível em:
http://www.angelfire.com/extreme4/proftania/pdf/2modulo_dircivil1_elementosconstnegjurid
.pdf. Acesso em 17/03/2011.
Forma e Nulidade do Negócio Jurídico. Disponível em:
http://www.centraljuridica.com/doutrina/64/direito_civil/forma_nulidade_do_negocio_juridic
o.html. Acesso em 17/03/2011.
Negócio Jurídico. Disponível em:
http://www.centraljuridica.com/doutrina/62/direito_civil/negocio_juridico.html. Acesso em
17/03/2011.

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