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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE QUÍMICA

QG760 – Projetos de
Ensino em Química

Captação, Tratamento e Qualidade da Água e o


Ensino de Química – Estudo das Soluções

Isabel Cristina B. Curralero RA: 820413

Julho/2006
1. Resumo:
Neste trabalho são propostas estratégias para o estudo de
soluções e medidas de concentração, no contexto da qualidade da água
consumida nos grandes centros, mais especificamente na cidade de
Campinas. Utilizando dados fornecidos pela SANASA - empresa
responsável pelo tratamento e distribuição de água na cidade – são
discutidas soluções de sólido em um líquido e gás em um líquido
(oxigênio dissolvido) e expressões de suas concentrações, como g L-1,
mol L-1, ppm seu real significado, sem necessidade de memorização de
fórmulas.
Esta abordagem permitirá que informações frequentemente
veiculadas pela mídia possam ser compreendidas pelos jovens cidadãos
e levem a uma reflexão sobre o mundo em que vivem e aquele que
desejam para si, possibilitando tomadas de posição mais conscientes.
Será possível ensinar conceitos químicos importantes, inseridos em um
contexto social, econômico e cultural, além de possibilitar que o aluno
assuma uma postura curiosa frente ao mundo e sua ação
transformadora sobre a realidade, como proposto por Paulo Freire9.

2. Objetivos e Relevância:
Este projeto de ensino se destina a estudantes do 2º ano do
ensino médio de escolas públicas ou particulares, sendo desejável uma
infra-estrutura mínima, como computadores com acesso à internet e
biblioteca. O projeto, no entanto não se torna inviável se estes recursos
não estiverem disponíveis, pois o próprio professor pode selecionar e
distribuir alguns textos para consulta.
Estes alunos devem ter pelo menos uma aula de química por
semana e seria desejável que já estivessem familiarizados com um
tratamento quali e quantitativo das transformações químicas e sua
linguagem própria.
Numa primeira abordagem o aluno é levado a conhecer as
diferentes fontes naturais da água, discutindo diferenças como a
salinidade e parâmetros de potabilidade. Outros aspectos a explorar são
as alterações que a água pode sofrer pela intervenção humana, ou
fenômenos naturais. Devido a essas interferências surge a necessidade
de tornar a água novamente potável, para uma população cada vez
maior, através de processos físicos e químicos, que devem ser
esclarecidos aos alunos, possibilitando a construção de um
conhecimento científico, que lhes possibilitem um posicionamento
consciente frente a propostas públicas ou privadas, que de alguma
forma alterem as condições da água, ou de seu tratamento.
Este tema torna-se ainda mais oportuno neste momento, uma vez
que o decreto nº 5440, da Presidência da República, exige que as
empresas responsáveis pelo tratamento e distribuição de água anexem
na conta mensal, informações sobre a qualidade da água consumida. Se
o cidadão não tiver condições de interpretar e perceber o alcance de
alterações na qualidade da água da qual depende sua subsistência, esta
iniciativa governamental perde sua finalidade, uma vez que ele não
saberá como se posicionar nem como consumidor, nem como cidadão
responsável por seu meio ambiente.
Através das informações fornecidas pela empresa de distribuição
de água, poderão ser discutidos além do conceito de solução, as várias
formas de apresentar sua concentração, na comparação das
composições das águas de diferentes fontes no planeta, ou antes e
depois do tratamento.
Quando o assunto for o tratamento da água para consumo, o
processo tecnológico deve ser entendido como tal, possibilitando o
tratamento quali e quantitativo dos processos químicos, além de
identificação e compreensão de processos de separação.
O aprendizado destes assuntos através desse grande tema está
de acordo com as orientações dos PCNEM, pois facilita o
desenvolvimento de competências e habilidades, uma vez que
encontra-se inserido na experiência diária do aluno, sendo um
problema real. Assim de maneira contextualizada, conceitos e métodos
químicos serão transmitidos em sua linguagem científica própria,
podendo ser mais facilmente compreendidos e integrados.
Outra característica importante desta abordagem é a
possibilidade do trabalho inter ou trans disciplinar, se houver interesse
da unidade de ensino e dos professores de outras disciplinas.
Embora não seja objetivo deste projeto, o estudo de temas como
propriedades coligativas e processos tecnológicos para obtenção de sais
da água do mar, poderiam ser abordados no desenvolvimento deste
tema.
3. Metodologia:

Numa tentativa de estabelecer a quantidade de aulas necessárias


para o desenvolvimento do projeto, foi feito um levantamento do
número de aulas utilizadas para o tema “soluções”, através de
entrevistas com professores de química do ensino médio regular e
consultando alguns planos de ensino. Normalmente são usadas de 12 a
16 aulas para cobrir todo conteúdo de soluções. Serão utilizadas 7 aulas
com o desenvolvimento deste projeto, uma vez que não serão
abordados assuntos como diluição e mistura de soluções além de
titulações e densidade, presentes em programas do ensino médio e
livros didáticos1,2,3.
Não foram encontradas na literatura pesquisada, sugestões ou
roteiros de aulas práticas (além da preparação de soluções em
laboratório), que pudessem ser utilizadas na construção do conceito de
soluções e suas unidades. Algumas demonstrações interessantes, como
o preparo de suco a partir de concentrado em pó pode ser útil para a
percepção da relação entre concentração e quantidade de soluto
presente. Algumas situações reais de lançamentos de poluentes, ou
salinidade de mares também podem ser interessantes para ilustrar os
conceitos.
O conteúdo teórico foi facilmente encontrado em livros didáticos,
no entanto alguns aspectos que não são muito bem explorados, como o
aspecto microscópico do fenômeno de dissolução4 de um sólido em um
líquido merecem ser investigados com discussão entre os alunos, a
partir de situações e questões propostas pelo professor. Com este tipo
de abordagem os alunos deverão ser capazes de entender o que
acontece quando um soluto (seja ele iônico ou molecular) “desaparece”
num solvente, quais as interações que favorecem ou não a dissolução,
além da descontinuidade da matéria e a não aditividade dos volumes4.
Vários textos tratando dos reservatórios naturais de água no
planeta, bem como aspectos da poluição e tratamento de águas, foram
encontrados5,6,7. Um deles, mais simples e objetivo5, pode ser copiado e
distribuído aos alunos para o início das discussões e os outros usados
pelo professor e disponibilizados para os alunos que se interessarem.
A seguir são apresentados roteiros de cada uma das aulas, com a
bibliografia a ser utilizada.

1ª Aula:
Na primeira aula seria discutido em grupos o texto “Segunda
Parada: Hidrosfera”5. Este texto deve ser entregue para cada um dos
alunos na aula anterior a esta, sendo solicitado dos alunos a leitura e
elaboração de um resumo com o que foi encontrado de mais importante
e dúvidas que tenham surgido da leitura. O material seria verificado no
início da aula.
Os alunos em grupos de 3 ou 4 seriam incentivados pelo professor a
expor as idéias contidas no texto, com relação às diferenças fontes de
água na Terra e condições de potabilidade. Com a ajuda de outras
referências 6,7
, o professor traria mais dados sobre poluição das águas e
alguns limites de poluentes e sobre a importância da água para a vida.

2ª Aula:
Os alunos, mais uma vez em grupos de 3 ou 4, seriam levados ao
laboratório de informática, para acessar o site da SANASA7 e nele
verificar alguma coisa sobre legislação ambiental, referente às
condições de potabilidade da água e obteriam um boletim de qualidade
da água, da estação mais próxima da escola ou de suas casas. É
importante que fosse salientado que esses valores estão sempre
disponíveis, por uma resolução da Presidência da República, e a
importância de conhecê-los e principalmente saber o que significam. A
cópia de um desses laudos encontra-se no anexo deste relatório.
Seria solicitado dos alunos, que examinassem com cuidado o
laudo, para verificar o que já conhecem e podem explicar e o que
desconhecem, anotando as observações.

3ª Aula:
A partir do que foi levantado pelos alunos, as dúvidas seriam
sanadas e o professor deveria salientar que a água potável não é
realmente pura, mas uma solução, destacando o que isso significa: uma
mistura homogênea, cuja composição pode variar dependendo da fonte,
se é mais ou menos poluída, destacando a variação na concentração de
determinados solutos, fazendo a distinção entre soluto e solvente,
ressaltando que a água é considerada “solvente universal”, não por
dissolver a maior parte das substâncias conhecidas, mas devido a sua
abundância5. Discutir soluções aquosas e não aquosas, onde o solvente
não é a água, como na “lavagem a seco”, onde a gordura e a sujeira
sobre os tecidos são dissolvidos em tetracloroetano10. Nesse momento
seria importante introduzir conceitos de solução líquida, sólida e gasosa,
dando exemplos e mostrando que em todos os casos a mistura é
homogênea, e que o soluto, assim como o solvente pode ser um sólido,
um líquido ou um gás. Para exemplificar solução sólida poderiam ser
citadas as ligas metálicas, o ouro 18 quilates, com 75% de ouro e 25%
de cobre1.Como exemplo de solução gasosa, o ar que respiramos
poderia ser mencionado. Seria interessante ainda falar a respeito da
dissolução o oxigênio na água e sua relação com poluição, presença de
microorganismo e DBO, indicativos da potabilidade da água.

4ª Aula:
Nesta aula poderia ser feita uma demonstração prática, com
preparação de suco em sala. Medir 1 L de água em proveta, ou algum
recipiente graduado de cozinha, e ir adicionando lentamente suco em
pó para que possa ser percebido que quanto mais soluto é colocado,
mais concentrada a solução (suco) se torna (cor mais intensa). Seria
bom usar um suco colorido e que usasse bastante quantidade de pó,
para haver alteração de volume. Fazer um outro suco, usando o mesmo
pó, mas adicionando primeiro o pó e completar o volume para um litro.
Pedir para os alunos que registrem quais as semelhanças e diferenças
entre as duas soluções e para que representem como seria
microscopicamente a água “pura” e a água com o suco.
A partir do exposto pelos alunos, discutir que existem espaços
vazios entre as moléculas e que quando um soluto é colocado em água,
ocorre a solvatação, explicando o fenômeno. Salientar que existem
diferentes interações entre solutos e solventes que fazem com que haja
maior ou menor dissolução.
Discutir sobre o que é a concentração e como ela pode ser
expressa. Tirar diferentes volumes do suco e fazê-los constatar que a
concentração é a mesma. Fazer 500 mL de suco com metade da massa
de soluto e mostrar que o gosto é o mesmo que aquele que contém
todo o suco em pó com 1 litro de volume total, evidenciando que a
concentração é uma relação entre quantidade de soluto e de solução.

5ª Aula:
Retomar o que foi visto na aula anterior fazendo um sumário com
as concentrações em g/L, mg/L e introduzir a concentração em termos
de quantidade de matéria mol/L. Propor exercícios em grupo para que
eles descubram a concentração em g/L e mol/L, de soluções com
volumes diferentes, como soro caseiro, isotônicos e até
medicamentos(dose).

6ª Aula:
Retomar o assunto poluição com um outro texto2, onde haja
concentrações em % e ppm. Explicar estes novos conceitos e exercitar
com eles como encontrar a concentração das soluções expressas das
diferentes formas. Passar para casa exercícios de cálculo de
concentrações.

7ª Aula :
Verificar os exercícios e tirar as dúvidas. Pegar novamente o laudo
da SANASA e questionar se eles sabem como a água de um rio poluído
como o Atibaia, por exemplo, pode ser tratada para que as
concentrações dos poluentes sejam diminuídas e possamos utiliza-la.
Explicar como é feito o tratamento de água e pedir que eles façam um
resumo com as principais operações . Seria bastante interessante fazer
uma visita a uma estação de tratamento de águas para que eles
pudessem ver como as etapas de tratamento estudadas são realizadas
na prática.
4. Cronograma:

O cronograma abaixo mostra como foi sendo elaborado este projeto


ao longo do tempo. O início se deu em 24 de março (semana 1) e
termina em 7 de julho (semana 14) de 2006, com a apresentação de
todos os projetos.

Semana Atividade
1 Pesquisa bibliográfica – Conteúdos teóricos
2 Pesquisa bibliográfica – Conteúdos teóricos
3 Pesquisa bibliográfica – Conteúdos práticos
4 Análise do material encontrado
5 Análise do material encontrado
6 Redação do relatório parcial
7 Redação do relatório parcial
8 Entrega do relatório parcial
9 Formulação de estratégias de apresentação dos conteúdos
10 Formulação de estratégias de apresentação dos conteúdos
11 Redação do relatório final
12 Redação do relatório final e preparação da apresentação
13 Entrega da monografia
14 Apresentação dos projetos

5. Referências Bibliográficas:

1. Peruzzo, F. M. e Canto, E. L., Química na Abordagem do Cotidiano – Vol.


2 – Físico-Química , 3ª ed. , Editora Moderna, 2003
2. Fonseca, M. R. M. , Completamente Química – Ciências, Tecnologia e
Sociedade , Editora FTD, 2001

3. Mortimer, E. F. e Machado, A. H., Química, Editora Scipione, 2001

4. Echeverria, A. R. Como os estudantes concebem a formação de


soluções. Química Nova na Escola, 3, 15-18, 1996

5. Pitombo, L. R. M. e Lisboa, J. C. F., Ciências da natureza e matemática –


Materiais e Substâncias, Escolas Associadas, 1999.

6. Grassi, M. T. As Águas do Planeta Terra. Cadernos Temáticos de


Química Nova na escola – Edição Especial, 31-40, 2001.

7. Azevedo, E. B. Poluição vs. Tratamento de água: duas faces da mesma


moeda. Química Nova na Escola, 10, 21-25, 1999.

8. SANASA – Campinas http://sanasa.com.br/ Acesso em 20/05/2006

9. Warta, E.J. e Alário, A. F. A contextualização no ensino de química


através do livro didático. Química Nova na Escola, 22 , 22-27, 2005

10. Atkins, P. e Jones, L. Princípios de Química – questionando a vida


moderna e o meio ambiente, Ed. Bookman, 2001

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