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Outro motivo apontado para o recuo dos bancos brasileiros é a queda de 43%
registrada nos últimos 12 meses na Bovespa, a Bolsa de Valores de São
Paulo. ³A crise fez com que os investidores internacionais retirassem dinheiro
da bolsa, porque precisavam tapar os buracos lá fora´. E as ações dos bancos
desabaram junto com as dos outros setores.
SÃO PAULO - Diante de um cenário de mudança no setor siderúrgico e com as
ações das empresas respondendo com uma performance abaixo da média do
mercado, a equipe do Goldman Sachs reviu suas projeções para o segmento,
apresentando estimativas bem mais pessimistas do que o consenso do
mercado tem apontado. Por conta disso, preços -alvos e recomendações
também foram cortados.
De acordo com relatório assinado por Marcelo Aguiar e Pedro Grimaldi, a
perspectiva do banco para o setor na América Latina caiu de neutra para
cautelosa. Além do desempenho ruim dos papéis dessas companhias, os dois
analistas destacam a nova dinâmica de preços no mercado brasileiro: as fortes
importações de aço do País que, consequentemente, prejudicam as vendas
das empresas nacionais.
Dentre as revisões feitas pelo Goldman, a mais sentida foi na Usiminas
(USIM3, USIM5). Além do preço-alvo esperado ao final de 12 meses das ações
PA e O, que caíram de R$ 26,50 para R$ 23 e R$ 25,00, respectivamente, a
recomendação dada aos ativos da empresa foi cortada de neutra para venda,
classificação que encontra-se mais alinhada ao viés bearish (baixista) da
empresa para os próximos anos.
Vale mencionar ainda que as pro jeções de Aguiar e Grimaldi para Usiminas
encontram-se bem abaixo do consenso do mercado. De acordo com o relatório,
o lucro por ação esperado pelo Goldman Sachs em 2010 é de R$ 0,97, 37%
menor do que os R$ 1,53 por ação apresentados pelo consenso de anali stas
consultados pela Bloomberg. Já para 2011 e 2012, o banco espera ganhos por
ação de R$ 1,52 e R$ 2,27, respectivamente, contra R$ 2,54 e R$ 3,01 do
consenso da Bloomberg.
Por fim, a dupla de análise acredita que os múltiplos da Usiminas ainda
não precificam a expectativa de um lucro menor da empresa em relação aos
seus pares, por conta do seu momentum negativo, e o cenário mais
competitivo das siderúrgicas brasileiras nos próximos meses.