Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil
Sumário
1 A “pré-história do concreto”............................................................................................... 1
1 A “pré-história do concreto”
O concreto armado como o conhecemos é um material novo. Até o final do século XIX os
sistemas construtivos usuais eram as estruturas em madeira e em alvenaria. Como a
madeira, embora abundante na época, apresentasse os problemas de durabilidade e
combustão (muitas cidades sofreram sinistros de grandes proporções) a alvenaria pedras ou
de tijolos foi o sistema estrutural empregado nas obras mais importantes.
De uma maneira geral, a alvenaria pode ser definida como um sistema construtivo que
consiste na moldagem de unidades (pedras, tijolos ou blocos) unidas por um ligante (a
argamassa).
A alvenaria de pedras, sem dúvida, é um dos mais antigos sistemas construtivos utilizados
pelo homem. Historicamente, o tijolo foi um produto de substituição, utilizado
primeiramente em regiões onde havia escassez da pedra natural e da madeira. Atribui-se
aos caldeus o invento do tijolo cozido, ainda que o tijolo cru já fosse empregado na
alvenaria em várias regiões do Oriente. Desde as primeiras experiências com a alvenaria de
pedras, estas civilizações buscaram um material que unisse e desse coesão a essas pedras.
Inicialmente usaram a argamassa de barro (os assírios e babilônios usaram a argila como
material ligante) e posteriormente, uma argamassa mais resistente e durável, a argamassa
de cal.
para rebocar á porta. De certa forma a argamassa egípcia de 2500 a.C. constituída por uma
mistura de gesso calcinado é a origem do cimento.
No séc. III a.C. a região do Mediterrâneo era dominada por duas cidades estado, Roma na
Europa e Cartago na África. Após mais de um século de guerras (guerras púnicas, 264-146
a.C.) Roma conquistou Cartago dominando toda a região do Mediterrâneo e da península
Ibérica. Assim os romanos criaram um Império que se estendia do Tamisa até o Nilo,
transformando o Mediterrâneo em um grande lago romano, o Mare Nostrum.
Os romanos já usavam a cal desde 600 a.C., mas essa revolução na construção civil romana
só foi possível graças ao descobrimento de um novo material de construção: o Opus
3
Caementicium, cujo componente principal era uma cinza pozolânica que misturada à
argamassa de cal produzia um material de características semelhantes ao cimento atual.
Essa argamassa com caementum foi usada para construir o Pantheon, grande parte das
construções do Fórum Romano, o Coliseu, as famosas Termas e Banhos Romanos (as
Termas de Diocleciano, a maior de todas, tinha 140000 m2), a Basílica de Constantino,
além de várias estradas, aquedutos e prédios. Como exemplo da engenharia dos romanos,
na Figura 1.1 são apresentadas imagens do Aqueduto - Ponte du Gard e das ruínas da
Basílica de Constantino e, na Figura 1.2 planta esquemática e detalhes do Pantheon
Romano.
de 275 m e 49 m de altura essa obra foi executada em três estágio, sendo o inferior
composto de 6 arcos (142,35 m de comprimento, 6,36 m de espessura e 21,87 m de altura),
o intermediário composto de 11 arcos (242,55 m, 4,56 m de espessura e 19,50 m de altura)
e o superior com 35 arcos (275 m, 3,06 m de espessura e 7,40 m de altura).
A Basílica de Constantino (de Magêncio ou Basílica Nova - 308 - 312 d.C.) foi um dos
edifícios mais impressionantes no Foro Romano. Com uma área de 100×65 m, sua planta
retangular dividia-se em uma nave central, dois corredores laterais e um átrio na lateral
leste onde era a entrada original. Do edifício original permanecem só os três arcos do
corredor Norte (foi destruída por um terremoto em 847 d.C.), mas o piso é claramente
visível, e as estruturas restantes dão uma impressão vívida da grandeza do edifício original.
O Pantheon foi construído em 27 a.C. como um templo para todos deuses Romanos (pan =
todos, theos = deus), é o único edifício construído na época greco-romana que, atualmente,
se encontra em perfeito estado de conservação. É famoso pela sua cúpula que está a uma
altura igual ao diâmetro (43 m) de sua base cilíndrica, tornando o espaço interior
virtualmente uma esfera. O interior da cúpula apresenta uma série de alvéolos em direção a
um óculo central em seu topo (≈ 8,7 m de diâmetro) utilizados como elementos estéticos e
para redução da espessura de concreto.
O cimento foi muito usado pelos romanos como aglomerante para argamassas (nos
aquedutos, nos banhos romanos etc.) e em muitos casos como aglomerante para concreto,
como no caso da cúpula do Pantheon (os alvéolos) e nas estradas Romanas.
No auge do Império existiam cerca de 85.000 km de estradas1, sendo a via Ápia, que se
estendia por 660 km, a mais conhecida. A famosa Via Ápia, iniciada em 312 a. C., foi feita
com uma camada (base) de pedras compactadas, uma camada de cascalho misturados com
cal hidratada, outra camada de cascalho e areia grosseira, misturados com cal e cimento e,
sobre essa argamassa, uma capa ou camada de rolamento (com altura variando entre 90 e
150 cm). Em vários trechos foi usado o caementum romano (pedra áspera, dura), um
1
A largura de uma estrada comum variava entre 2,5 e 4,0 m (em alguns trechos a via Ápia chega a ter dez
metros de largura) e a espessura do revestimento ficava entre 1 e 1,5m, com camadas superpostas de pedra.
Empregavam pedras largas e chatas na camada inferior e outras cada vez menores nas camadas
subseqüentes, unidas por argamassa. Após 2000 anos, muitos trechos das estradas romanas continuam
transitáveis. http://www.cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo4A/rodovias.htm
5
cimento pozolânico2 que proporcionava materiais mais resistentes e com maior resistência
à ação da água. Às pedras ligadas por esse caementum os romanos deram o nome de
concretus ou concretum (composto, solidificado, compacto) que foi o concreto romano.
Figura 1.3 – Via Apia e esquema das camadas das estradas romanas.
Evidentemente esse concreto desenvolvido pelos romanos pouco tem a ver com os
concretos simples ou armado atuais, pois sua grande utilização foi como argamassa de
assentamento nas alvenarias de pedras, mas nas estradas e em algumas obras de coberturas
o tamanho dessas pedras foi sensivelmente reduzido tornando-as muito semelhantes à
argamassa de concreto atual.
Mas esse conhecimento romano perdeu-se durante a Idade Média e somente foi resgatado
em meados do século XVIII.
2
A Pozzolana é um material com grandes concentrações de sílica e alumínio sem propriedades
aglomerantes, porém quando moído (pulverizado) e hidratado reage com o hidróxido de cálcio (da
argamassa de cal) para formar um composto com propriedades cimentícias.
3
Esse concreto “armado” romano apresentou muitos problemas de fissuração, pois usaram barras de
bronze, ou seja, materiais com propriedades térmicas muito diferentes.
6
2 O cimento moderno
Louis Vicat (1786 - 1861) engenheiro francês formado pela École Polytechnique (1804) e
pela École des Ponts et Chaussées (1806) é considerado o inventor do cimento artificial.
Em 1817 publicou o trabalho Recherches expérimentales sur les chaux de construction, les
bétons et les mortiers ordinaires onde mostrava que com a queima de uma mistura de
calcário e argila obtinha-se um cimento. Em 1818 a Academia das Ciências de Paris
aprovou sua descoberta e o autorizou a aplicá-la na construção da ponte de Souil-lac. Seu
se tornou muito popular, mas foi substituído pelo cimento Portland, inventado e patenteado
por Aspdin.
Figura 2.2 – Louis Vicat (1786 - 1861), Pont de Souillac (1812 a 1824). Fonte: Structurae.
7
O sucesso imediato do cimento Portland produzido por Aspdin deveu-se em grande parte a
um acidente em uma obra importante e complexa. Em 1825 o engenheiro francês Marc
Isambard Brunel, iniciou a construção de um túnel sob o rio Tamisa, em Londres, com 406
m de comprimento. Esse foi o primeiro túnel construído sob um rio navegável e o primeiro
a usar paredes com revestimento de proteção (patente de Brunel). Durante a construção
houve um acidente quando parte do teto desabou, matando trabalhadores e inundando o
túnel. Após a drenagem do túnel, Brunel substituiu o cimento romano que estava usando
pelo cimento Portland produzido por Aspdin para refazer a parte danificada e vedar a
entrada de água, conseguindo concluir a obra com sucesso em 1843. Na época foi saudado
como a oitava maravilha do mundo e encontra-se em uso até hoje (The Brunel Museum).
Figura 2.4 – Túnel sob o rio Tamisa - 1825 a 1843 – eng. Marc I. Brunel.
8
Em 1843, Grisell & Peto, empreiteiros ingleses, fizeram as primeiras análises comparativas
entre o cimento Portland e o Romano e ficou demonstrada a superioridade do primeiro. Em
1850 oito fábricas o produziam na Inglaterra, porém a variação na qualidade do produto
trousse dúvidas quanto a sua eficácia. Nos anos subseqüentes várias fábricas começaram a
produzir o cimento Portland em pequenas quantidades na Inglaterra e em 1850, na França,
a Dupont começou a operar uma fábrica com uma produção verdadeiramente significativa.
Nesse mesmo ano de 1850, Vicat e Companhia fundaram outra fábrica em Grenoble,
França, que foi a primeira a usar tecnologia por via seca em fornos cíclicos verticais e em
1855, foi montada a primeira na Alemanha. Assim o cimento Portland começou a se
popularizar expandir-se pelos países europeus (Toraya, 1999).
Com a redescoberta do cimento em 1758 por John Smeaton e sua industrialização iniciada
por James Parker com o cimento romano e Joseph Aspdin com o cimento Portland, o
produto estava a disposição dos engenheiros e vinha sendo usado para argamassas e peças
de “concreto simples”, como utilizado por Marc I. Brunel em 1825 na construção de um
túnel sob o rio Tamisa, em Londres.
Figura 3.1 – Joseph-Louis Lambot, descobridor do concreto armado e o protótipo original de seu
barco, preservado no Museu de Brignoles, França.
O barco de cimento armado apresentado por Lambot na Feira Mundial de Paris não causou
o impacto esperado mas chamou a atenção de Joseph Monier, um rico comerciante de
plantas ornamentais, que vislumbrou a possibilidade de substituir seus vasos de madeira ou
cerâmica, que apodreciam ou quebravam com muita facilidade, por vasos feitos com
10
aquele novo material, mais resistente e durável. Com o sucesso obtido iniciou a produção
de vários artefatos e estruturas de concreto armado, registrando varias patentes de cimento
armados com ferro: de vasos de cimento para horticultura e jardinagem (1867), de tubos e
tanques (1868), de painéis decorativos para fachadas de edifícios (1869), de reservatório de
130 m3 (1872), de construção de pontes (Figura 1.9) e passarelas (1873 e 1875) e de vigas
de concreto armado (1878).
Figura 3.2 – Joseph Monier (1823 – 1906) e a primeira Ponte em concreto Armado (Monier, 1875).
(Fonte: Walter, R, Apud Appleton, J., 2005)
A ponte de Souillac feita por Vicat entre 1812 e 1824, assim como muitas outras do
mesmo tipo feitas antes da ponte de Monier, como se pode observar na Figura 1.5, foram
pontes em arcos sucessivos usando a pedra artificial, ou seja, em concreto simples
trabalhando à compressão. A ponte de Monier apresentada na Figura 1.9 é a primeira ponte
em concreto armado, com o concreto trabalhando à compressão e a armadura à tração.
Louis Vicat, citado anteriormente como o inventor do cimento, com sua formação em
engenharia e sua afinidade com a ciência e a pesquisa, teve grande participação no
desenvolvimento do concreto armado. Até sua morte em 1861 foi o responsável pela
execução de várias pontes e canais em concreto e pelo desenvolvimento de várias
pesquisas relativas a ao cimento, às argamassas e ao concreto. Em 1856 publicou o livro
Traité pratique et théorique de la composition des mortiers, ciments et gangues à
pouzzolanes et de leur emploi dans toutes sortes de travaux, suivi des moyens d'en
apprécier la durée dans les constructions à la mer e em 1857, Recherches sur les causes
physiques de la destruction des composés hydrauliques par l'eau de mer.
A importância de Louis Vicat pode ser vista através de um artigo de FELIS UHAGON
publicado na Revista de Obras Públicas4 em 1854: De los efectos del agua del mar en los
morteros hidraúlicos y hormigones. Nesse artigo o autor relata os problemas encontrados
em obras de alvenaria e de concreto em contato com a água do mar, mostrando estudos e
considerações técnicas sobre o problema, inclusive as considerações e análises feitas por
Vicat, consultor e colaborador dos estudos. Observando que o artigo é de 1854, apresenta-
se a seguir alguns trechos para exemplificar o desconhecimento sobre o novo material e as
análises técnicas do problema ocorrido. Através desse artigo percebe-se que foram
necessárias que muitas estruturas de concreto se deteriorassem para que se percebesse a
agressividade de alguns sais e minerais sobre o concreto.
4
A Revista de Obras Públicas foi criada em 1853 (e ainda existente) como uma publicação da Escuela de
Ingenieros de Caminos de Madrid sob a responsabilidade de seu corpo docente e com a contribuição de
renomados engenheiros espanhóis da época.
12
Essa “facilidade” de se trabalhar com esse novo material e sua facilidade de conformação
propiciou que muitas pessoas, alheias ao meio técnico, se interessassem por ele,
desenvolvessem protótipos e os patenteassem, como foi o caso de Lambot, um agricultor, e
Monier, um jardineiro. E existiram muitos outros espalhados pela Europa que com a
implantação das usinas de cimento e sua oferta ao mercado começaram a desenvolver e
patentear elementos de concreto armado, como é o caso de Thaddeus Hyatt (1816-1901),
também um dos pioneiros do concreto armado.
Hyatt foi um próspero industrial de Nova Iorque que enriqueceu antes dos 40 anos de idade
com o invento de um ladrilho de piso translúcido. Foi advogado, comerciante, industrial,
político (presidente do Comitê Nacional do Kansas) e diplomata (cônsul americano em La
Rochelle, França, de 1861 a 1865).
Após o término de suas atividades diplomáticas em 1865, passou a viver nos Estados
Unidos e na Europa. Estava na Inglaterra quando se interessou pelos negócios do cimento,
tornando-se um dos pioneiros nessa atividade. Realizando uma série de experimentos e
obteve em 1877 a patente para um sistema de execução de vigas de concreto armado que
previa os efeitos de tração e cisalhamento. Em 1874 construiu em Londres aquela que é
considerada a primeira casa de concreto (Kansas State Historical Society).
François Coignet (1814 – 1888) foi um dos pioneiros mais importantes para o
desenvolvimento do concreto armado. Engenheiro químico e descendente de uma família
14
francesa de engenheiros, em 1851 construiu em Paris, juntamente com seus irmãos Louis e
Stéphane Coignet, sua segunda fabrica usando um concreto clinker que ele patenteou em
1854 e em 1853 construiu uma casa de concreto em Saint-Denis, Paris, para mostrar que
esse novo material ser usado como um substituto para pedra natural. Em seguida passou a
se dedicar ao estudo de concreto para a construção de edifícios em Paris, executando uma
série de grandes obras em concreto armado: Maison de garde au de de Bois Vincennes, o
quebra-mar de Saint-Jean-de-Luz (1857-93), a igreja em Le Vésinet (1862-5), perto de
Paris, construída juntamente com o arquiteto Louis-Charles Boileau, e o aqueduto do
Vanne (1867-74), com 136 km e com alguns arcos de 40 m de altura.
Coignet usou um tipo de concreto similar ao dos antigos romanos, com areia, cal, cimento,
água e armadura e seu trabalho ganhou fama na França e no estrangeiro. Em 1860 um
grupo de americanos treinou suas técnicas na França e levou suas patentes para os Estados
Unidos onde foi criada a Coignet Agglomerate Company of the United States e, em 1872 a
companhia ampliou suas instalações com um complexo industrial que ocupava cinco acres.
REMITIDO.
Se nos ha remitido para su insercion, el siguiente informe /…/ cuyo
objeto es la fabricacion de piedra artificial. No teniendo aun
conocimiento de este material no podemos manifestar nada sobre él por
ahora, pero si los resultados son cuales se prometen tendremos una
satisfaccion en consignarlos y dar cuenta á nuestros lectores de las
ventajas de su empleo en las diferentes obras.
INFORME.
Encargado por la sociedad hispano-francesa, la Internacional, de pasar á
Paris y examinar bajo el punto de vista técnico y económico, la
fabricacion de las piedras artificiales y especialmente la del sistema
Coignet,. /…/ empezaré por consignar aqui algunos datos históricos, que
considero muy útiles, /…/ que es la duracion de los materiales artificiales,
denominados piedra artificial, hormigon, cemento, etc.
/…/
El hormigon Coignet /…/ reune condiciones de economia y de resistencia
que se han manifestado por comisiones muy respetables de ingenieros y
arquitectos, /…/
15
Na mesma época que o advogado Thaddeus Hyatt construiu sua casa em concreto, William
E. Ward, um engenheiro mecânico também americano, construiu o primeiro “edifício” em
concreto armado, no estado de Nova Iorque (1871 – 1875). Em realidade foi uma
residência para sua família, com três pavimentos e uma grande torre com quatro a cinco
pavimentos. Essa casa ficou famosa por Ward ter feito o projeto, administrado a
construção e documentando varias pesquisas, inclusive de provas de carga. Em 1883
apresentou o trabalho Concreto em combinação com ferro como material de construção à
American Society of Mechanical Engineers (History of Concrete Building Construction).
O engenheiro alemão Gustav Adolf Wayss que em 1886 havia comprado as patentes de
Monier, desenvolveu-as em sua empresa, a Wayss & Freytag, promovendo e difundindo o
uso do concreto armado com a construção de vários edifícios na Alemanha, Áustria e na
França.
O aço foi usado na construção de edifícios a partir do final do século XIX. O Home
Insurance Building, um edifício construído em 1885 com 10 pavimentos (adicionados dois
novos pavimentos em 1890), em Chicago, foi o primeiro edifício alto suportado por uma
estrutura em aço. O Monadnock Building, construído em duas etapas, teve a metade norte
construída em alvenaria e a metade sul em estruturas de aço e, ficou evidente para os
incorporadores o ganho na área útil, na redução de peso do edifício com a estrutura em aço.
Mas Chicago ainda tinha lembranças muito vivas do grande incêndio de 1871 que a
devastou, e as estruturas metálicas alem das limitações quando à forma e quanto ao custo,
entravam em colapso sob a ação do fogo.
18
Foi nesse ambiente que o concreto começou a ser aplicado na construção civil e logo
conquistou ampla aceitação pelo mercado consumidor e pelo meio técnico. Em 1898 é
apresentado na Revista de Obras Públicas (1898, 45, tomo I - 1167 – 91/92), o artigo
Bibliografía - obras y memorias sobre cales, cementos, morteros y hormigones, onde se
relaciona os trabalhos científicos e textos de aproximadamente 70 autores. Foi o
desenvolvimento desses estudos e pesquisas que levou a um aprimoramento contínuo desse
material e à construção de grandes estruturas em concreto a partir do início do século 20,
mais leves, mais esbeltas, mais resistentes e melhor compreendidas tecnicamente, tornando
esse material o mais utilizado nas estruturas em todo o mundo.
Muitos foram os pioneiros no estudo desse novo material, o concreto armado, mas, sem
dúvida, um dos mais importantes pesquisadores do concreto armado foi o engenheiro
alemão Emil Mörsch. Professor da Universidade de Stuttgart de 1916
a 1948 seu modelo de treliça têm sido utilizado para a compreensão
do comportamento de vigas de concreto armado submetidas à flexão
e torção.
que o edifício poderia não resistir às ações do vento e às devidas à retração do concreto.
Foi o edifício em concreto armado mais alto do mundo até a construção do Medical Arts
Building em Dallas, Texas, em 1923 com 85,6 m de altura (281 pés). Em 1975 foi
declarado patrimonio histórico nacional, estando em uso até hoje.
Figura 3.5 Primeiro edifício comercial em concreto armado: Ingalls Building (1902/03)