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Direito Internacional Público

18.01.2010

HISTÓRIA E FONTE DO DIREITO DOS TRATADOS

Direito dos tratados é a disciplina jurídica dos atos internacionais


(tratados internacionais, acordos ou pactos internacionais).

Quase todas (não todos) as relações entre dois Estados são feitas
mediante os tratados internacionais.

Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados – 1969 - É


o “Código” dos tratados.
História – A convenção de Viena é de 1969, após a II Guerra
Mundial. Antes do tratado internacional tomar o corpo que tem hoje,
as relações internacionais eram regidas pelos costumes, pois não
havia uma regulamentação jurídica global. A história conta que o
primeiro tratado do mundo foi feito por volta de 1202 antes de
Cristo entre os Egípcios e os Hititas. Aí também nasceu a
extradição, pois cada indivíduo só podia ser julgado por seu par.
Antes da Convenção de Viena o tratado era celebrado com
base no costume internacional que é fonte do Direito
Internacional Público.

A Convenção de Viena regula todo o tratado desde sua celebração


até a sua “morte”. Entrou em vigor no Brasil em dezembro de
2009, não obstante ter sido criada em 1969 foi aprovada pelo
Congresso em junho de 2009 e ratificada e publicada em 14 de
dezembro de 2009 (Decreto 7.003/09). No entanto, ela já valia
antes da ratificação. Ela foi ratificada com duas reservas (art.
19 da Convenção - ato por meio do qual o Estado se subtrai a
determinadas disposições do tratado):

Art. 25 – Autoriza a aplicação provisória dos tratados


internacionais. Se o tratado internacional não tiver ainda
entrado em vigo, os Estados podem acordar em dar uma
aplicação provisória a ele. O fundamento foi uma norma
constitucional – art. 49, I da CF que afirma que o Congresso
Nacional Brasileiro deve se manifestar sobre os tratados
(aprovar) – se se aceitasse isso estar-se-ia subtraindo essa
manifestação do Congresso o que seria inconstitucional.

Art. 66 – Que a partir do momento da ratificação desse


convenio, qualquer dúvida em relação a sua aplicação ou
interpretação (qualquer lide, conflito em relação ao texto da
convenção), deve desde já ser resolvido pela corte
internacional de justiça. Aceite único e prévio para a
competência da corte internacional de justiça (Haia) para a
resolução das lides. Não aceitou por questões de soberania – o
aceite deve ser dado caso a caso.

Antes de 69, em 1928, já existia em nosso continente americano


uma convenção sobre tratados (Convenção de Havana de 28) que
ainda está em vigor no Brasil, não obstante a entrada em vigo da
Convenção de Viena. Ela trata de alguns aspectos não tratados na
Convenção posterior. O Brasil é signatário de duas convenções
sobre tratados. Ambas só tratam dos tratados celebrados
entre Estados. Não versam sobre tratados entre Estados e
Organizações Internacionais ou entre duas ou mais
Organizações Internacionais. Mas já há assinatura de um tratado
sobre esses tipos – Foi Celebrado também em Viena em 1986.
Esse não está em vigor, sequer em âmbito internacional
(Convenção de Viena sobre o direito dos tratados entre Estados e
organizações internacionais ou entre organizações internacionais de
1986). Essa Convenção é um clone da Convenção de Viena de
1969, mas onde tem Estado acrescenta também “e/ou
organização internacional”. Não emendou a convenção de 69
porque seria mais fácil fazer novo contrato (para emendar tinha que
ter mais da metade dos Estados signatários na Assembléia Geral da
ONU).

CONCEITO DE TRATADO INTERNACIONAL -

Art. 2º, §1º, a, da Convenção de Viena/69 – Possui 6 grandes partes


ou elementos:

I – Acordo Internacional – acordo significa vontade de


contratar (animus contraendi). Existência de vontade para
criar vínculo jurídico. Não é acordo, por exemplo, as
contratações com o FMI – cartas de intenção, memorando
técnico e etc... Só se enquadraria se não houve a disposição
de que não há vínculo jurídico entre o FMI e o Estado – há
apenas um vínculo econômico, só há sanções
econômicas.

II – Concluído por escrito – O tratado é um instrumento


formal e solene. A forma de celebração oral é vedada. Se
forem assim celebrados podem ser válidos, mas não serão
tratados.

III - Entre Estados (e/ou organizações internacionais)


(excluí indivíduo que também é sujeito do direito
internacional) – Tudo que se organiza em âmbito internacional
é uma organização internacional (pode ser privada, não
governamental [ONG] e pode ser pública que são as
intergovernamentais [ORG] - materialmente não possuem
diferença, mas formalmente, a privada é celebrada por
particular por meio de contrato e a pública é celebrado
entre Estados por meio de tratados – não existe
organização formada por organizações), mas para a
Convenção de Viena a Organização Internacional são as
públicas, ou seja intergovernamental ou interestatal.

IV – Regido pelo Direito Internacional – A resolução do


compromisso tem que vir do plano internacional e não do
Direito interno de algum dos Estados parte. Se a regência de
determinado acordo internacional, for afeto a direito interno,
não é tratado, mas sim um “contrato entre Estados”. Se for
afeto à Corte Internacional, p.ex. é tratado, se for uma cidade
de algum país é contrato entre Estado.

V – Quer conste de um instrumento único ou de dois ou


mais conexos – quando se refere a dois ou mais
instrumentos conexos ela está dizendo que um Estado que
não participou da negociação do tratado pode aderir a ele (a
menos que o tratado seja fechado). A segunda coisa que
significa é que essa permissão para a multiplicidade de
instrumentos independente da decisão interna no país e
permite que os Estados concluam acordo através das
trocas de notas diplomáticas o que também se chama
na prática de acordo do executivo (no Brasil seria
inconstitucional, pois nessa forma não haveria aprovação do
Congresso, mas se a prova perguntar se a Convenção permite
a resposta é SIM).

VI – Qualquer que seja a sua denominação específica –


Tratado não tem nome iuris. Qualquer nome que se dê será
tratado se houver os requisitos acima. Dois nomes não são de
boa técnica – “contrato” e “constituição” (o tratado da OIT
chama-se “constituição da organização internacional do
trabalho), pois possuem figuras próprias chamadas desta
forma. Podem ser chamados de Pacto (política e direitos
humanos), Acordo (Comércio, cultura, cooperação e técnica),
Convenção (grandes tratados), Carta (para a criação de
organizações internacionais), Protocolo - esses nomes podem
ser utilizados para qualquer tratado, mas “não fica bem”. O
único tratado que tem nome próprio são as
Concordatas – todos os acordos em matéria religiosa
concluído por um Estado tendo como contraparte o
Estado do Vaticano (no Brasil eles são
inconstitucionais).

CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS –


Qto ao número de partes –

a) Bilaterais – entre dois sujeitos de direito internacional


(entre 2 Estados, entre Estado e ORG e entre ORG e ORG).

b) Multilaterais ou coletivos– entre três ou mais sujeitos de


direito internacional.

Qto ao tipo de procedimento utilizado para sua conclusão–

a) Unifásicos ou acordos em forma simplificada – Ele se conclui


com a assinatura – É inconstitucional no Brasil, mas ele
existe. Há doutrina que defende uma certa
constitucionalidade (REZEK), pois o Presidente só não poderia
fazer no âmbito internacional o que ele não poderia fazer sem
o aval do Congresso (p. ex. tratados sobre energia nuclear).
Para concurso todos os tratados no Brasil devem ser
bifásicos.
b) Bifásicos ou acordos “stricto sensu”- É aquele que na seara
internacional se exige a assinatura e a ratificação. Em
verdade ele passa por quatro fases (duas externas e duas
internas): No Brasil após a assinatura tem o referendo pelo
Congresso depois a ratificação [se perder o prazo da
ratificação esquece que celebrou e entra por adesão] depois
vai para a publicação do Decreto.

Qto a execução no tempo (não ao efeito no tempo – em ambos


o efeito será permanente)–

a) Transitórios – São aqueles tratados cuja execução se


consumam no momento preciso, determinado, criando
situação jurídica estática. Exemplo: venda ou cessão de
território.

b) Permanentes – são aqueles cuja execução se protraem ,


prolongam-se, no tempo, criando situação jurídica
dinâmica. Exemplo: extradição, direitos humanos,
cooperação e etc... Nessa modalidade, essa execução pode
ser uma execução em potencial, isso não significa que
esse tratado deixou de ser permanente (p.ex. quando o
tratado de extradição nunca foi usado para extraditar
um estrangeiro).

Qto a estrutura – mutalizável (que a inexecução de um


Estado não acarreta a inexecução pelos outros); não-
mutalizável (quando a inexecução de um país acarreta a
inexecução dos demais)
Qto a natureza jurídica –

a) Tratados-lei ou normativos – Norma geral abstrata, impessoal,


onde todas as partes querem a mesma coisa. A vontade dos
Estados são paralelas.

b) Tratados contrato (ele não é contrato, continua sendo tratado)


– para estes, o tratado em matéria tributária revoga a lei
interna, mas a lei interna não pode revogar o tratado – Essa
idéia, para o STF não se aplica ao tratado normativo.

Qto a possibilidade de adesão (adesibilidade) –

a) Fechados – Não permite a adesão de ninguém. Exemplo: os


militares

b) Abertos – Permite a adesão. A Carta da ONU é aberta


limitada, pois só é aberto para os Estados amantes da
paz.
a. Ilimitado – qualquer país do mundo pode aderir;

b. Limitado – Esse limite pode sobre qualquer condição,


p.ex. questões geográficas.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS TRATADOS (convencional de


convenção) -

Basicamente os tratados bifásicos possuem 4 fases, duas


internas e duas externas: Iter procedimental convencional:

I) Assinatura - Fase internacional – Se inicia com as negociações


preliminares que comina com sua assinatura. A capacidade para
negociação e assinatura é do chefe do poder executivo
(Presidente) – art. 84, VIII, CF. Essa competência é privativa –
permite delegação pela Carta de Plenos Poderes. Essa carta
transforma o delegatário em plenipotenciário (é uma
capacidade derivada). A convenção de Viena de 69 faculta ao
presidente não emitir carta de plenos poderes para alguns
representantes especiais: Chefes de Governo, Ministros das
Relações Exteriores. Qualquer cidadão brasileiro pode
receber a carta de plenos poderes para celebrar contratos
desde que capaz civilmente. Essas negociações variam: se for
bilateral, a rigor acontece no território de uma das partes, mas
pode ser celebrado em terceiro Estado. Nos multilaterais são
celebrados na sede da ONU em NY, mas podem ser celebrados
em conferências internacionais em outros Estados. Após a
negociação, a rigor, há uma micro-fase chamada adoção do
texto – antes de ser assinado há uma votação para a
autorização das assinaturas (basta 2/3 dos presentes e votantes).
Adotado, procede-se à assinatura também chamada de
autenticação. No plano do direito dos tratados a natureza
jurídica da assinatura é dúplice: aceite formal, porque não
atesta o conteúdo do texto, não interessa a matéria versada. Ela
só atesta a regularidade formal do instrumento dizendo
que está apto a prosseguir no seu trâmite legal. É um
aceite precário, pois não sobrevive sem confirmação que
será dada na Ratificação (no Direito Civil significa aprovação,
no direito internacional significa confirmação – só pode ser
feita por quem tem competência para assinar). Há uma exceção
na Convenção de Viena que o Brasil não reservou (art. 12 da
Convenção): possibilidade de que o tratado entre em vigor
a partir da assinatura fora dos unifásicos, ASSINATURA
COM EFEITO DE RATIFICAÇÃO – Quando o tratado dispuser
que a sua assinatura possui esse efeito (mas ai o Brasil
não pode assinar por vedação constitucional); que se
estabeleça de outra forma esse efeito pelos Estados
acordantes; quando a intenção em dar a assinatura esse
efeito transpareça. Uma rubrica possui efeito de assinatura
quando ficar estabelecido que os Estados assim concordaram.

II) Referendo do Congresso Nacional - Fase Interna legislativa


(única legislativa)– não ratifica o tratado – Art. 49, I, CF –
Competência exclusiva do Congresso Nacional (não permite
delegação) com quórum de maioria simples. Art. 5, §3º - se for
sobre direitos humanos tem quórum qualificado 3/5 em
dois turnos possui força constitucional (Emenda
Constitucional). No primeiro, o Congresso Nacional se
manifesta através de Decreto Legislativo (art. 59, VI). No art.
5º, § 3º, dizem que os tratados serão equivalentes não
afirmando que serão aprovados como emendas. Desta
forma, continua-se utilizando o Decreto Legislativo com a
diferença de que será aprovado com quórum qualificado de 3/5
em dois turnos continuando dependendo de ratificação. No
art. 49, I há dois problemas de interpretação: a) resolver
definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
– O Congresso decide definitivamente, sendo este entendido
de forma temperada, em termos, ela só está correta quando o
Congresso rejeita o tratado, pois quando aprova a última
palavra será do presidente; b) que acarretem em encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional - O
Congresso não se manifesta apenas nos tratados
financeiros, pois o art. 84, VIII, traria uma antinomia aparente,
pois sujeita todos os tratados ao referendo. A ratio da CF foi que
todos os tratados internacionais devem ser sujeitos ao
referendo inclusive os que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio (todo tratado strticto
sensu).

Obs: Compete ao Senado privativamente autorizar operações


externas de natureza financeira da União, Estado, Município, DF
e territórios – essas operações não podem ser tratados, hipótese
em que cairá no art. 49, I.

III) Ratificação pelo Presidente - Fase internacional – Tendo o


Congresso referendado, o Governo está autorizado para a
ratificação – Se a assinatura é um aceite precário, a ratificação é
um aceite definitivo – A ratificação é um ato unilateral do
executivo discricionário. – Ato administrativo (unilateral) por
meio do qual o presidente da república confirma a
assinatura anteriormente aposta engajando o país
definitivamente ao conteúdo do compromisso firmado.
Não tem prazo para ratificar. O país só se responsabiliza a partir
da ratificação, portanto, seus efeitos são ex nunc
(irretroatividade da ratificação); a ratificação é irretratável (mas
pode haver a denúncia – meio técnico de sair do tratado); Será
sempre expressa; a ratificação é discricionária. A maioria da
doutrina diz que há uma exceção nas convenções da OIT: art.
19, c, OIT. – há obrigatoriedade na ratificação (ratificação
obrigatória por questão técnica e não por se tratar de direito
social).

O presidente faz uma Carta de Ratificação que é depositado na


ONU quando multilateral ou que é trocada nos tratados
bilaterais. – não é o mesmo instrumento que o Decreto publicado
que internaliza o tratado.

IV) Promulgação e Publicação de Decreto - Fase Interna –


Quando o Brasil entra em vigor no plano interno (STF). A
doutrina diverge. Se a questão tratar de direitos humanos
(Convenção de Viena) e falar da doutrina a vigência seria a partir
da ratificação. Também não há prazo para a promulgação e
publicação.

31.01.10

RESERVA DOS TRATADOS:

Só existem nos tratados multilaterais. Nos bilaterais não existem,


tendo em vista que nesses apenas dois sujeitos negociam, de forma
que a reserva seria re-negociação do tratado.

A Convenção de Viena (foi ratificada desde 25 de setembro de


2009, com publicação em dezembro com 2 reservas – art. 25 e 66)
conceitua as reservas como declaração unilateral, qualquer que seja
sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar,
ratificar, aceitar ou aprovar o tratado ou a ele aderir, com o
objetivo de excluir ou modificar os efeitos jurídicos de certas
disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado.

Em que momento pode haver a reserva? Em qualquer momento, ou


seja, desde a assinatura até a adesão, passando pela aprovação e
ratificação.

O poder legislativo pode reservar, embora seja exceção,,


mas não pode emendar um tratado. O poder executivo fica
vinculado à reserva do Congresso Nacional. No entanto, se não
quiser não precisa ratificar o tratado, eis que este é ato
discricionário.

Limites as reservas –
Quando o tratado silencia quanto às reservas, ele aceita reservas.
Ele só não poderá ser reservado se estiver vedação expressa (p.ex.
o Tratado do Direito Penal Internacional).

a) Quando a reserva for expressamente proibida no tratado;

b) Quando limita a reserva a determinados artigos;

c) Quando a reserva violar o objeto e a finalidade do tratado.


Opinião consultiva de 93 – regulamentou a questão do
objetivo e finalidade – reservar a pena de morte viola o
objetivo e finalidade na Convenção Interamericana
(Corte interamericana).

Ratificação pura e simples e reserva – A ratificação da


assinatura com reservas deve, se quiser manter a reserva, deve se
manifestar expressamente sobre ela. Art. 23, §2º , Convenção de
Viena. Assim, a ratificação pura e simples não confirma a reserva. A
reserva feita na assinatura é sempre feita sob condição.

E a reserva feita pelo Congresso Nacional, como fica com a


ratificação pura e simples? Inconstitucionalidade extrínseca ou
ratificação imperfeita – a ratificação feita em desobediência à
vontade do parlamento. Não torna o tratado nulo, mas é anulável se
comprovado no Tribunal Internacional (Art. 46 – permite a anulação
de tratado que se iniciou válido – é uma exceção, pois em regra não
permite, mas no caso é uma norma de importância fundamental –
vontade do povo).
Reserva x Emenda – A reserva é uma manifestação unilateral a
menor, sempre uma subtração. Já a Emenda é sempre uma adição,
não existindo esta por ato unilateral (será sempre coletiva). A
reserva em tese não exige a aceitação de terceiro Estado, mas a
emenda exige, em regra. Nem todos os Estados são obrigados a
participar de emendas, não sendo permitido que este Estado seja
excluído por isto, sendo válido para ele o tratado com o texto
original. Para os que aceitaram a emenda, fica valendo o acordo
emendado (duplicidade de regimes jurídicos ou sobreposição
de textos – possibilidade de vigência concomitante do
tratado original e do tratado emendado) – art. 40, § 3º. Não
obstante essa possibilidade, o Tratado pode exigir a aceitação de
todos os membros para que ocorra a emenda. Havendo conflito de
textos havendo duplicidade de regimes jurídicos, a preferência é da
redação original.

APLICAÇÃO PROVISÓRIA DOS TRATADOS (foi reservado pelo


Brasil na Convenção de Viena):

Art. 25, Convenção de Viena – Permite que um tratado seja aplicado


provisoriamente enquanto não entra em vigor. No Brasil não foi
aceito devido a disposição do art. 49, I da CF que exige a
participação do Congresso Nacional em relação aos tratados.
Acontece que reservou o art. 25, mas não o art. 12 que permite que
o tratado tenha valor a partir de sua assinatura (pode valer
definitivamente, mas não provisoriamente – CLAUSULA DE
ASSINATURA COM EFEITO DE RATIFICAÇÃO).

Artigo 25
Aplicação Provisória

1. Um tratado ou uma parte do tratado aplica-se


provisoriamente, enquanto não entra em vigor, se:
a) o próprio tratado assim dispõe; ou
b) os Estados negociadores assim convieram por outra forma.
2. Salvo se o tratado dispõe em contrário, ou se os Estados
negociadores acordam diversamente, a aplicação provisória de
um tratado ou de parte de um tratado, em relação a um Estado,
termina se esse Estado notificar aos outros Estados, entre os
quais o tratado é aplicado provisoriamente, sua intenção de não
se tornar parte do tratado.

Artigo 12
Consentimento em Obrigar-se Por um Tratado Manifestado Pela
Assinatura

1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um


tratado manifesta-se pela assinatura do representante desse
Estado:
a) quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito;
b) quando se estabelece, de outra forma, que os Estados
negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; ou
c) quando a intenção do Estado interessado em dar esse
efeito à assinatura decorre dos plenos poderes de seu
representante ou foi manifestada durante a negociação.
2. Para os efeitos do parágrafo 1:
a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do
tratado, quando fica estabelecido que os Estados negociadores
nisso acordaram;
b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo
representante de um Estado, quando confirmada pelo seu
Estado, vale como assinatura definitiva do tratado.

REGISTRO E PUBLICIDADE DOS TRATADOS – Carta da ONU,


art. 112 – após concluídos, eles devem ser registrados e
publicados. Esse registro é feito no Secretariado da ONU e não no
Brasil. Qualquer acordo, em tese, teria que ser registrado na ONU
em regra. No entanto, se não for registrado, o tratado não perde seu
valor, ele continua valendo, mas o prejuízo é que esse tratado não
poderá ser invocado perante os órgãos das Nações Unidas pelas
partes pactuantes (na prática há a impossibilidade de execução do
tratado nos órgãos da ONU, em especial na Corte Internacional de
Justiça).

OBSERVÂNCIA DOS TRATADOS - arts. 27 e 46, da Convenção de


Viena:

Artigo 27
Direito Interno e Observância de Tratados

Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o
descumprimento de um tratado. Esta regra não prejudica o art. 46.

Artigo 46

Disposições de Direito Interno Sobre Competência Para Concluir Tratados

1. Um Estado não pode invocar o fato de seu consentimento em obrigar-se por


um tratado ter sido manifestado em violação de uma disposição de seu direito
interno sobre competência, para concluir tratados, como causa de nulidade de seu
consentimento, a não ser que essa violação seja manifesta e diga respeito a uma
regra de seu direito interno de importância fundamental.
2. Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer Estado
que proceda, na matéria, na conformidade da prática normal e de boa-fé.
O direito interno referido no art. 27 é o direito material do direito
interno para justificar o inadimplemento de um tratado. Não pode
haver a inadimplência baseado em normas de direito interno (STF
concorda com essa posição). Pela Convenção de Viena não há
exceção no conflito material.

No conflito formal, a rigor vale o tratado, no entanto, há uma


exceção (art. 46) – violação manifesta (objetivamente evidente para
qualquer Estado) a uma regra de direito interno de importância
fundamental. – são normas de competência da CF para concluir
tratados internacionais (art. 49, I, CF).

A Convenção de Havana ainda está em vigor para o Brasil –


um dos seus artigos que não encontram similar na Convenção de
Viena é o art. 9º - Os tratados continuam a ter seus efeitos
ainda quando a constituição do Estado (constituição interna
orgânica – federação para unitário, p.ex. – e não a
Constituição Federal) sejam modificadas.

Fontes: art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça

1º - tratado

2º - costume

3º - Princípios gerais

4º - Decisão judicial (jurisprudência) internacional e doutrina (meio


auxiliar)

Artigo 38 –

1. A Corte, cuja função é decidir em conformidade com o


direito internacional as controvérsias que lhe forem
submetidas, aplicará:

a. As convenções internacionais, quer gerais, quer


especiais, que estabeleçam regras expressamente
reconhecidas pelos Estados litigantes;
b. O costume internacional, como prova de uma prática
geral aceite como direito;
c. Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas
nações civilizadas;
d. Com ressalva das disposições do artigo 59, as decisões
judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das
diferentes nações, como meio auxiliar para a
determinação das regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da
Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as
partes assim convierem.

Não possuem hierarquia entre as fontes, de forma que elas podem


se revogar, p.ex. tratado posterior revoga o costume anterior e o
costume posterior revoga o tratado anterior (desuso do tratado).

Esse rol é meramente exemplificativo. É possível novas fontes de


direito internacional aparecerem na contemporaneidade. Duas já
são bem conhecidas: 1) atos unilaterais dos Estados; 2) atos de
organizações internacionais.

Meios auxiliares – jurisprudência e doutrina – essa jurisprudência só


vincula os Estados em causa, mas para os demais serve como
fundamentação para outros casos.

COSTUME:
Ele é a prova de uma prática geral aceita como sendo o direito. Ele
tem que ser provado – prática geral (deve ser repetida, constante e
uniforme - elemento material – precedentes costumeiros) de atos
reiterada no mesmo sentido durante um certo período de tempo
que varia de caso a caso. Além disso há um elemento psicológico –
crença de obrigatoriedade (opinio iuris – indicada pela ratificação de
um tratado que reforça o posicionamento costumeiro, atos
diplomáticos expressos ou tácitos, reuniões governamentais
sucessivas, conferência das partes de uma organização
internacional).

A geografia do costume pode ser mundial, regional ou até mesmo


local. Não se exige um costume mundial. Existe o costume
internacional universal e o particular (este pode ser o regional ou o
local).

O Costume internacional universal é aquele que atinge todos os


Estados dentro da sociedade internacional, independentemente de
terem ou não participado de sua formação.

O costume internacional particular, por sua vez, é aquele que atinge


certo número de Estados (contexto regional – p.ex. - asilo
diplomático está no país, mas fora da jurisdição [a embaixada não é
extensão do território] – foi iniciado no caso Haya de La torre –
costume tipicamente latino Colômbia x Peru) ou contexto local
(apenas dois Estados).

O problema dos novos Estados – Adquiriam sua independência após


a formação do costume e por isso não puderam participar de sua
formação: O Estado que nasce dentro de um contexto de um
costume já formado, fica obrigado a respeitar esse costume. Ocorre
que existe uma doutrina chamada de doutrina do objetor
persistente que se o Estado persistentemente objeta a aplicação
desse costume em relação a si, estaria ele desonerado de cumprir
essa norma costumeira. Essa doutrina, em regra, não é aceita. Só é
aceita quando se objeta por provar que essa norma costumeira viola
um direito humano seu, p.ex. em relação a liberdade de religião

ENTES/SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL:

Todas as pessoas ou entidades as quais as normas internacionais


são dirigidas e que, por meio delas, podem aturar diretamente no
plano internacional. Da noção de sujeito nasce a noção de
personalidade. O indivíduo não pode celebrar tratados, mas possui
personalidade jurídica internacional. Não se confunde a
personalidade jurídica com a capacidade de gozo ou exercício do
direito. O sujeito possui personalidade, mas não a capacidade no
mesmo nível dos Estados. A capacidade está ligada à
responsabilidade. Todos os sujeitos possuem personalidade
(Estados, Organizações Internacionais e indivíduos), mas nem todos
possuem capacidade plena (Estados) ou média (Organizações
Internacionais). Os indivíduos possuem capacidade mínima,
eis que esta está vinculada aos graus de responsabilidade.

No livro de Rezek, ele afirma que o indivíduo não possui


personalidade jurídica no âmbito internacional.

Pode ser divididos em 4 grupos:

a) Estados – Vaticano (Base física, organizacional e jurídica) é um


Estado. A Santa Sé é a personalidade espiritual. As
imunidades diplomáticas são estendidas aos núncios
apostólicos. Já os internúncios possuem as imunidades dos
consuls.

b) Coletividades estatais – organizações internacionais

c) Coletividades não estatais – são aqueles grupos nascidos em


situações excepcionais de conflitos armados chamados de
insurgentes (sem arma) ou beligerantes (com armas)
tentando modificar um regime institucionalizado por meio de
uma revolução. A maioria da doutrina não aceita a
personalidade dos insurgentes, mas aceitam a beligerância,
pois aqui há a tomada do poder (aceita como sujeito de direito
temporário para determinados atos – ad hoc). Teria uma
terceira figura: os movimentos de libertação nacional (ex. na
Palestina) – também são considerados sujeitos de direito
internacional. A Ordem de Malta não tem personalidade
aceita.
d) Particulares

Obs: Organizações Não governamentais não são sujeitos de direito


internacional público - Cruz Vermelha, p.ex, Doutores da Alegria e
etc.

Os estados no cenário internacional:

Eles são classificados de duas maneiras:

a) Simples, ou unitários – regra geral. São aqueles que contam


com um poder central com autoridade sobre um território
indivisível, uniforme, ou seja, um território sem repartição de
competências. Só existe um Poder Executivo. Hoje já se fala
de Estado Simples Descentralizado – há repartição/região
de competência administrativa e não legislativa. Estado
Autonômico espanhol – Existe uma descentralização em
regiões ou em províncias autônomas (autonomia para
determinados assuntos, mas para questões de soberania vai
para o Poder Central – algo parecido com a Federação), mas
vinculada ao poder central.

b) Compostos – São aqueles que reúnem dentro de si vários


outros estados independentes ou autônomos, mas sob o
manto de um mesmo governo ou de um só soberano com
poderes de representação nacional. Estes Estados compostos
podem ser por

• Coordenação. Os primeiros são formados por vários


estados com mesma autonomia internos, mas
vinculados com uma única entidade de representação
internacional:

i. União pessoal – união acidental de dois Estados


que preservam sua autonomia, sua economia, sua
população, mas acidentalmente se uniram sob a
autoridade de um governo comum, de forma
temporária- sucessão dinástica da Rainha casada
com Rei. Este governa o seu país e o país da
Rainha – exemplo – Felipe II - Espanha e Portugal;

ii. União real – Resulta da junção de dois Estados


sob uma autoridade central, só que permanente.
Aqui a dinastia é perpétua (exemplo Reino Unido
da Grã Bretanha com a Irlanda do Norte).

iii. Confederação de Estados – União de dois ou


mais Estados, independentes e autônomos para
salvaguarda de interesses específicos, comuns.
Visam apenas uma maior força externa. Eles
possuem representação internacional autônoma.
A autoridade central só se manifesta para o fim
específico. O poder central é chamado de Dieta ou
Congresso.

iv. Federação – União permanente de Estados


Autônomos e independentes que abdicam de sua
soberania externa em favor de um governo
federal, cuja competência é regulada pela
Constituição Federal. A responsabilidade
internacional é sempre do governo federal, ainda
que o ato seja praticado por um dos estados
federados (esse irá pagar ao ente federado, mas
não responde no âmbito internacional). Esta
modalidade é exceção. O Brasil está aqui.

• Subordinação – São os exemplos de violação de


território. Quando ganha a guerra, há a incorporação do
território do vencido no território do vencedor. Exemplos
– Estados Vassalos que foram escravizados pela
Metrópole; Protetorados; Estados Clientes – que
dependem economicamente de outro, franquia a
capacidade administrativa das finanças; Territórios não
autônomos – os que não possuem a mínima capacidade
de auto-administração (P.ex. Santa Helena na África, e
Ilhas Caiman na América).

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