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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Universidade Fernando Pessoa

Pedro Miguel da Costa Oliveira

A Comunicação Política em Itália na era da


Sociedade da Informação

Porto 2007

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Universidade Fernando Pessoa

Pedro Miguel da Costa Oliveira

A Comunicação Política em Itália na era da


Sociedade da Informação

Porto 2007

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Pedro Miguel da Costa Oliveira


A Comunicação Política em Itália na era da Sociedade da Informação

Monografia apresentada à Universidade Fernando


Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do
grau de licenciado em Ciências da Comunicação – A
Comunicação Política em Itália na era da Sociedade
da Informação.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Sumário:
Com o advento do novo milénio centrou-se a atenção na inovação tecnológica, nos
problemas e nos benefícios que esta trouxe consigo. Estudando as organizações
modernas evidencia-se uma nova fisionomia no interior de cada organigrama político.
A ideia deste trabalho é aquela de fornecer um panorama geral acerca da relação entre a
comunicação política e a Internet em Itália, de maneira a entender se este novo meio de
comunicação consegue modificar os hábitos políticos dos partidos e dos cidadãos,
fazendo uso das potencialidades de que se dispõem para melhorar a política, tendo
presente que a “jovem idade” da Web não permite julgar eficazmente a questão.
Retivemos interessante estudar as possíveis aplicações da Internet em campo político,
verificar as modalidades pelas quais os partidos as adoptam, e avaliar as vantagens de
um modelo comunicativo na Rede que, à diferença do vertical e unidireccional dos
media tradicionais se altera para um outro bidirecional; por um lado presta-se a fornecer
às mãos das instituições e das associações políticas um formidável instrumento para
veicular informação aos cidadãos mas, por outro lado, permite a reactivação do processo
inverso, ou seja, a participação activa dos cidadãos no debate político. Esta investigação
foi realizada através do estudo de literatura científica, suportes temáticos, material
recolhido da Internet e repostas dadas pelos responsáveis dos sítios Web ao
questionário.
Partindo da definição do termo comunicação política, o primeiro capítulo ilustra a
evolução desta ao longo dos anos através da passagem pelos média tradicionais.
O segundo capítulo centra-se exclusivamente na Internet. Serão apresentadas as relações
entre a Internet e a esfera política: as suas funções da rede e as mudanças que a nova era
definida por “sociedade do conhecimento” implementou, as vantagens e desvantagens
da comunicação política na Internet, assim como, o debate acerca da democraticidade da
Rede, relacionado o nexo entre inovação tecnológica e renovação da política.
As características dos sujeitos políticos do ciberespaço são o argumento tratado no
quarto capítulo, onde serão analisados alguns sítios partidários e a sua estrutura. Depois,
serão expostos questionários realizados aos responsáveis dos dois maiores partidos
políticos em Itália, de maneira a compreender melhor a sua relação com este novo meio
de comunicação. Para compreender a fundo a relação entre partidos políticos e Internet
efectuamos um estudo empírico neste capítulo a fim de observar as características dos
principais sítios partidários, efectuando seja análises que avaliações de acordo com
modelos científicos vigentes.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O simples facto de escrever a tese é já um imenso prazer. Mas quando, além disso,
vemos concluído este trabalho, como me acontece com este, a alegria é ainda maior. Por
isso quero, nestas linhas, agradecer às pessoas que, de um modo ou de outro,
contribuíram para que isso acontecesse.
Refiro-me em especial à minha querida professora Dr.ª Ana Gabriela Nogueira e ao meu
orientador Professor Engenheiro António Cardoso, pela infinita paciência de que deram
provas, da forma como sempre souberam motivar-me, e pela orientação pedagógica
oferecidas durante o desenvolvimento da Monografia. Nunca saberei dizer quanto lhes
agradeço por se terem mostrado disponíveis para que eu pudesse findar este meu
percurso universitário.
Contudo, gostaria ainda, de saudar também todos os Professores que tive ao longo do
meu percurso académico, pela formação oferecida, seja de âmbito teórico que, técnico –
prático; pelos ensinamentos obtidos por mim às diversas disciplinas, no âmbito do curso
de Ciências da Comunicação na Universidade Fernando Pessoa, na cidade do Porto.
Por último recordo com afecto os meus pais e a minha irmã, os mais indefectíveis
crentes nas minhas capacidades.

A todos, muito obrigado.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Índice
Índice de tabelas 7
Índice de figuras 7
Introdução 9

Capítulo I – A comunicação política 13

1.1 - A comunicação política: algumas definições


1.2 - A linguagem política 17

Capítulo II – Internet e esfera política. 22

2.1 - A política antes da Internet


2.2 – As funções políticas da Rede telemática 26
2.3 - Novas tecnologias e a era da sociedade de conhecimento 33
2.4 - A comunicação política na Internet: vantagens e desvantagens 36

Capítulo III – O marketing político. 43

3.1– Algumas definições e conceitos


3.2 – As campanhas eleitorais On line 48

Capítulo IV – A comunicação política no mundo da Web - " estudo empírico ". 52

4.1 – O sítio Internet: novas necessidades e novas oportunidades para os partidos


4.2 – Introdução ao mundo Web: participação entre partidos e cidadãos 55
4.3 – Metodologia utilizada – Parte I 58
4.3.1- Análise dos sítios Internet de Forza Itália e Democratici di Sinistra 60
4.3.1.1- Análise do sítio de Forza Itália
4.3.1.2- Análise do sítio dos Democratici di Sinistra 64
4.3.1.3. – A comunicação política dos partidos na Web do ponto de vista dos
responsáveis de comunicação 68
4.4 - Metodologia utilizada – Parte II 75
4.5 – Análise dos sítios oficiais dos partidos 80
4.6 – Resultados 82
4.7 – Conclusões 95

Conclusão 99
Bibliografia 105
Apêndice 110

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Índice de tabelas

Tabela 1 – Ano de nascimento dos sítios 59


Tabela 2 – Nível informativo de Forza Itália (F.I.) 61
Tabela 3 – Nível formativo de F.I. 62
Tabela 4 – Nível interactivo de F.I. 63
Tabela 5 – Nível organizativo de F.I. 63
Tabela 6 – Nível informativo dos Democratici di Sinistra (D.S.). 64
Tabela 7 – Nível formativo dos D.S. 65
Tabela 8 – Nível interactivo dos D.S. 66
Tabela 9 – Nível organizativo dos D.S. 66
Tabela 10 – Resultado dos critérios de avaliação dos sítios 80
Tabela 11 – Resultado dos critérios de avaliação dos sítios 80
Tabela 12 – Pontuação total de cada partido 81
Tabela 13 – O melhor e o pior de cada sítio 95

Índice de figuras

Figura 1 – Página de adesão ao link do presidente de Forza Itália 82


Figura 2 – Página do magazine dos Democratici di Sinistra 84
Figura 3 – Site oficial de Alleanza Nazionale 86
Figura 4 – Site oficial de Margherita 88
Figura 5 – Site oficial de Radicali Italiani 90
Figura 6 – Site oficial de Unione Democratici Cristiani 92
Figura 7 – Site oficial de Lega Nord 93

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Introdução.

As novas tecnologias da comunicação irrompem na cena da nossa vida quotidiana num


período de profundas mudanças para a comunicação política.

Neste trabalho, põe-se o objectivo geral de contextualizar as transformações que


acontecem, lendo-as num sentido transversal, na recente literatura acerca da
comunicação política.

O objecto de estudo num primeiro momento é teórico, e detém como propósito fornecer
uma leitura, de carácter analítico acerca do uso das novas tecnologias pelos partidos
políticos. Por isso, nas páginas sucessivas será desenvolvido um estudo, da relação
existente entre a esfera política, praticada pelo(s) governo(s) italiano(s), (representada
neste caso pelos partidos políticos) e Internet, com incidência relevante no aspecto
comunicacional.

A literatura existente nesta matéria acentua o carácter horizontal da comunicação em


rede, (à diferença de outros média caracterizados por uma comunicação de tipo vertical,
em que os públicos destinatários vêm sendo identificados no lugar daqueles
espectadores, de postura passiva às mensagens, que o processo comunicativo potencia.
A tese mais recorrente que emerge deste tipo de sabedoria sustém que, graças ao acesso,
potencialmente ilimitado, à informação e à comunicação em geral, possibilitadas pelas
novas tecnologias da comunicação, será possível exercitar uma ampla participação
democrática por parte dos públicos ou dos utilizadores da rede.

Sobre a base destas premissas teóricas, o trabalho constitui-se como uma intenção de
analisar as mudanças registadas, na prova como os partidos políticos comunicam, seja
no seu interior, ou no confronto destes verso os cidadãos – eleitores.

É notório como, em consequência da crise representativa (menor participação dos


eleitores na votação, pouca adesão às iniciativas politicas, baixo nível de confiança nas
instituições políticas), a política parece tender, cada vez mais, a afastar-se dos cidadãos.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O processo de investigação em causa, procura indicar o melhor caminho, às várias


possibilidades com que se deparam os cidadãos italianos, em contacto entre o “país
legal” com o “país real”, representado pela televisão ou pela “auto-estrada temática”.

Segundo Mazzoleni, de facto, a história da comunicação política “inicia no preciso


momento em que a filosofia grega inicia a reflectir sobre o poder, sobre a autoridade,
sobre a democracia.” Na Agorá das cidades - estado da antiga Grécia,

“é através da arte da comunicação como a dialéctica ou a retórica, que os cidadãos se


confrontam, discutem, impõem esta ou aquela posição, colaboram, decidem, ou seja, fazem
política.” Mazzoleni (1998, p.14).

A difusão da Internet na sociedade moderna vem sendo definida pelos mais variados
sectores, empresariais, institucionais ou de cidadania, como uma revolução cultural, em
grau de abater virtualmente o tempo e o espaço. Internet, como novo instrumento
comunicativo, é diferente dos precedentes média, porque requer do utente práticas
hábeis, utilizando o computador pessoal e os seus sistemas operativos, e na
disponibilidade de ter acesso a ferramentas mais adequadas, evidenciados nos contínuos
processos tecnológicos, sejam eles de hardware ou de software.

Por outro lado, é historicamente verificável como qualquer tipo de poder se apoia, e
consolida a sua acção de governo assente na propaganda; na capacidade de persuadir os
indivíduos através dos meios de comunicação ao seu alcance. Em particular, a partir do
século XIX, a relação entre partidos políticos e mass – media foi-se entrelaçando, até se
transformar numa forma de “dependência recíproca”.

Se por um lado, de facto, os mass – média procuraram veicular os conteúdos da política


sem renunciar ao próprio papel de intérpretes de fenómenos políticos, por outro, os
partidos tiveram a necessidade dos meios de comunicação, não só para executar a sua
função de representantes dos interesses das partes da sociedade civil, como também
conquistarem e consolidarem o consenso eleitoral. Cria-se, assim, uma relação, no
interior da qual, seja a esfera política que a esfera dos meios de comunicação tentam
influenciar-se reciprocamente.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Depois, num segundo momento, verificar-se-á através de um estudo acerca dos recursos
utilizados por 7 dos principais partidos italianos, no caso específico, a Internet, como
novo meio de comunicação política, com o objectivo de analisar as mudanças que a
introdução deste novo instrumento determinou, seja no interior dos partidos, que na
política em geral, isto é, na relação entre partidos e cidadãos.

Os resultados desta pesquisa realizada permitirão trazer à discussão a importância que


as novas tecnologias têm na vida dos partidos, no sentido de tentativa de alcançar o
maior número de cidadãos interessados pela política. Como se verificará através dos
resultados obtidos a função informativa é privilegiada em função da interactiva,
pressupondo assim que, o caminho a percorrer ainda será longo, de forma a que as
potencialidades deste novo meio sejam aproveitadas pelos sistema político no sentido de
mais e melhor democracia de forma mais transparente para os cidadãos.

A Internet poderá ser uma forma de democratização, permitindo uma maior liberdade de
expressão aos eleitores e um maior protagonismo aos partidos e aos candidatos
menores. Mas, por outro lado, os cidadãos também têm uma palavra a dizer em todo o
processo, é que não basta ter os meios ao alcance, é necessário participar, ser voz activa.
Mas para que isso aconteça é necessário melhorar os níveis de conhecimento, não só os
que dizem respeito à tecnologia, mas também o que diz respeito à vida política, de
forma a se poder intervir com responsabilidade e rigor nas questões de âmbito político –
partidário.

A necessidade de evitar a intervenção mediática com o desenvolvimento das tecnologias


abriu a Internet à comunicação política. Alguns estudos internacionais constatam uma
tendência para a “Americanização” dos estilos das campanhas eleitorais (Scammell,
1998; Katz & Mair, 1995). Nesta perspectiva, segundo Farrel & Webb (2000) e Norris
(2000) assiste-se, nos últimos anos, nas democracias ocidentais, a uma convergência
internacional ao nível das técnicas e dos estilos das campanhas.

A literatura confirma a importância que os actores políticos, na maioria das democracias


modernas, estão a dar à Internet (Norris, 2000; Gibson & al, 2003). Dado que o acesso
aos media tradicionais (imprensa, rádio, televisão) não é extensível a todos os actores

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

políticos e depende da intermediação dos jornalistas, a Internet assume-se como um


meio de fácil acesso e com elevado controlo político (Mazzoleni, 1987).

No caso do Marketing Político, o uso da internet, previligia a promoção da imagem


pessoal do candidato, a sua mensagem, o recrutamento de voluntários e a angariação de
fundos para a campanha. Os sites premitem a personalização do encontro eleitoral, pois
os candidatos falam na primeira pessoa sem o recurso de intermediários (Bentivegna
2001, Graber 1997). No caso da democracia electrónica, os candidatos usam a internet
como meio de diálogo, permitindo que os eleitores (utilizadores) interajam com os
candidatos.

Apesar do esforço dos candidatos no uso da Internet, os estudos revelam que apenas um
pequeno número de utilizadores acedem aos sites políticos. E, aqueles que acedem,
constituem um segmento de mercado (net-users) que já tinham interesse pela política e
mantinham contacto com os políticos (Norris, 2000; Margolis & Resnick, 2000).
Parece, pois, que a Internet reforça os vínculos já existentes mais do que encoraja
aqueles que estão afastados, marginalizados ou indiferentes ao sistema político.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Capitulo I. A comunicação política:


1.1 A comunicação política: algumas definições.

Segundo Bobbio et all. (2006) in Dizionario di Politica (2006, p.285) a comunicação


política “é constituída pelo fluxo de mensagens e informações transmitidas e trocadas
pelos actores do processo político, (governo, partidos e cidadãos) difundida pelos mass
– media.”

A comunicação política, seja na sua especificidade, seja em relação às instituições de


que provém, seja à finalidade a que se dispõem, configura-se nos seus caracteres gerais
como comunicação pública, analogamente à comunicação institucional e à comunicação
social. A comunicação política provém das instituições públicas e dos partidos e tem
como fim, suster um particular ponto de vista, acerca de um argumento dado.

É de todo evidente a relação intrínseca que o conceito de comunicação política implica


entre a esfera política e o “espaço público mediado”. Em razão aos territórios dos quais
a comunicação política se pode basear e aos quais aferem a sociologia e a psicologia, a
antropologia e a politologia, a retórica e a publicidade (fenómenos estes, passíveis de
serem inscritos no campo de pesquisas próprias das ciências da comunicação), resulta,
não ser fácil determinar os confins da comunicação política: antes parece mais
indicativo fazer luz sobre o carácter central de interdisciplinaridade que a acompanha e
muitas vezes conota o percurso evolutivo da sociedade, na complexa realidade
fenomenal do seu devir histórico.

De facto, apesar dos vários perfis que assumiu nos séculos, a comunicação política
como forma civil de interacção, afirma-se já como nascimento de um embrião de
organização social de carácter urbano e de natureza democrática.

Essa, enquanto ciência finalizada e sujeita a aprovação de consenso público, é já objecto


de estudo seja em Platão (Gorgia) e Aristóteles (Política e Retórica) (Ibidem, p. 290),
os quais individualizam na arte da retórica e da dialéctica a função principal da
comunicação, como instrumento de persuasão e consequentemente de afirmação da
parte de quem, melhor de outros, sabe fazer uso deste instrumento.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Daqui nasce o eixo central que traz consigo o desenvolvimento da comunicação política
no debate político, nos lugares onde os cidadãos discutem, confrontam-se, colaboram,
decidem, ou seja fazem política, desde a Agorà da polis grega ao foro da idade
republicana de Roma, ás praças de Municípios medievais em Itália, até chegar à
Revolução Francesa e depois, ainda, à afirmação dos Estados nacionais até aos actuais
debates nos parlamentos dos Estados europeus.

Seguro é que seja no plano do processo diacrónico (ao longo do tempo), seja naquele
antropológico – cultural, as técnicas de sedução em que se baseia a comunicação
política evoluíram e aperfeiçoaram-se em modo considerável, mas sempre num contexto
de democracia que se distinguiram em momentos históricos consideráveis, enquanto
não se pode omitir quanto tenha estado mortificada a comunicação política em fase de
ideologias de despotismo laico e eclesiástico enquanto expressão de estrangulamentos
de ideais libertários, precisamente no longo arco de tempo que vai da idade imperial de
Roma até ao desabamento do absolutismo de setecentos (Ibidem, p. 497).

Será na época das luzes, de facto, que a comunicação política reencontrará a sua linha
vital graças a um jornalismo cada vez mais livre de censuras, que no século sucessivo
acentuará o carácter de modernidade unido a outros fenómenos sociais como:

“ as campanhas eleitorais, com os seus típicos rituais comunicativos, consignados à data, a


episódios fora do comum, os confrontos entre partidos nos parlamentos da Europa, o
surgimento de grandes líderes políticos, a criação de prestigiosas fontes jornalísticas”
(Mazzoleni, 1998, p.17).

Contudo, deve-se aos novos meios de comunicação de massa do século XX a afirmação


da comunicação política, que pode alcançar um grau de plenitude e de cumprimento
pouco imaginável no século passado. A este processo evolutivo contribuiu, como se
sabe, o cinema, a rádio e sobretudo a televisão (no decénio 1950-60) com o advento de
programas de natureza política tal como aconteceu na televisão com “Tribuna
elettorale”:

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

“ (…) Era claro para os políticos italianos que, com a televisão se entrava não só nas casas, mas
numa nova dimensão da comunicação política, na qual, a mensagem e o orador atingiam uma
visibilidade e uma exposição jamais pensada” (Novelli, 1995, p.16).

Surge o “espaço público mediático” em que se desenvolve a acção dialógica entre


poderes políticos e cidadãos, dos quais os mass – media, sobretudo os electrónicos,
constituem um motor formidável que contribuiu a definir a identidade – visibilidade
pública dos gestores da política no confronto com o consenso dos cidadãos. Detém-se
um espaço público alargado que, de acordo com Meyrowitz (cit. in Verstraeten 1996),

“supera os confins restritos da interacção entre os poucos eleitos da época da imprensa e


admite até mesmo os que não sabem ler a construção de uma identidade social e portanto
contribui à sua participação na vida pública”.

Este conceito de Meyrowitz poderia configurar-se como uma resposta válida, ainda que
para alguns estudiosos parece um ponto de vista demasiado optimista, contudo não
concluído, relativo à aquisição por parte do cidadão, de instrumentos críticos pessoais e
conscientes de si no confronto de assuntos de interesse comum, próprios da política.

Longe, contudo, de renunciar à superação desta vexata quaestio, a sociologia da


comunicação e a politologia registaram, embora nas respectivas esferas de competência,
um fórum de alto filo científico, do qual é emerso um projecto comum: redefinir a
comunicação política através de uma nova análise, mais profunda não tanto dos actores
mas na modalidade em que estes interagem, numa relação com novos sujeitos sociais e
realidades mediáticas em continua evolução, que requerem ao sistema político
capacidade de adaptação de frente a um cenário variável e exigente em que é mais
difícil conquistar o consenso.

Sendo assim, à luz do exposto pode-se afirmar que, a comunicação política conota-se
como uma rede de trocas de natureza política, em que se movem os três actores da
fenomenologia da política moderna: instituições políticas emergentes, mass – media e
cidadãos, num contexto dinâmico de interacção, isto è, num espaço público alargado
(sinalizados com os media electrónicos).

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Assim sendo, comunicação e política são duas faces da mesma moeda:

“Fazem parte daquele universo de condições necessárias à vida em colectividade, tornando


possível a partilha de um mesmo território por diferentes grupos humanos, neutralizando
conflitos entre eles, mas também garantindo a continuidade das suas tradições e utopias”
(Melo, 2002, pag.2).

Politólogos como Nimmo e Swanson tentam propor um modelo de comunicação


política que canalize numa única conceptualização os valores comuns do sistema
político e daquele mediático quando sustentam que,

“na sua dimensão política a comunicação é uma força seja para o consenso, seja para o
conflito; as campanhas eleitorais nas democracias liberais são para ambos a mudança e a
estabilidade; (…) a comunicação política é ao mesmo tempo fonte de poder e de
marginalização, produzida e consumada pelos cidadãos, actores mais ou menos autónomos,
informados, determinados e criativos, mas também modelados por potentes (…) estruturas”
Nimmo e Swanson, 1990, p.22).

A amplitude do campo de acção em que opera a comunicação política é particularmente


sublinhada na posição crítica de Gerstlé, para o qual a comunicação impregna toda a
actividade política a tal ponto que, quase todos os comportamentos políticos implicam
um recurso a qualquer forma de comunicação (Gerstlé, 1992).

Nesta óptica, a análise de Gerstlé individualiza as três perspectivas em que a


comunicação política se pode dividir: pragmática, simbólica e estrutural.

A clarificar especificamente estas três dimensões pode-se afirmar que na primeira


dimensão, a pragmática, a comunicação política é utilizada para a interacção (entre
emissor e receptor) segundo modalidades variáveis como, entre outras, persuadir,
convencer, seduzir, informar, comandar, negociar e dominar. Na segunda dimensão, a
simbólica, a comunicação política, é aquela que transita através de ritos e manifestações
típicas como o rito do consenso e o rito do conflito. Na terceira dimensão, a estrutural, a
comunicação política é aquela que, transita sobre os canais institucionais (parlamento e
administração públicas), de organizações (partidos), por canais mediáticos (media
audiovisuais) e sobre aqueles interpessoais.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

1.2. A linguagem política.

Um outro problema que fez desenvolver um debate cultural, complexo e articulado


refere-se àquele relativo à definição de “linguagem política”.

Este conceito, de facto, pode fazer referência a diversos fenómenos do objecto de estudo
de múltiplas disciplinas (ciências da comunicação, linguística, sociologia da cultura,
ciência política) que analisam as suas características seja em função do contexto em que
a linguagem se desenvolve, seja das várias modalidades a que se propõe.

Pode-se, com efeito, falar de linguagem política tanto em referência à “mensagem


política” (com particular relevo, ao seu conteúdo), ao conceito “discurso político” ou até
de “comunicação política” tout court.

A sustentar a tese em que se colega a linguagem política ao seu conteúdo que se


transmite nos seus trâmites, sem contudo, sobrepor-se, aludo ao esquema de Lasswell “
aquele que diz, que coisa, com que meios, a quem, com quais efeitos” (Wolf, 1994,
p.23).

Deste esquema emerge a matriz sociológica própria da content analysis, onde o termine
“mensagem” é usado na acepção de “puro achado sociológico”, “ o produto de um
grupo e o produto de um indivíduo, somente enquanto representante ou intérprete dos
valores aos quais o grupo pertence” (De Lillo, 1971, p.3).

Acrescente-se também que, nesta particular incidência, em que, Lasswell em conjunto


com Berelson, orienta a investigação, por “mensagem” deve-se entender toda a gama da
esfera semântica:

“ (…) são, de facto, objecto de estudo da análise de conteúdo os livros, os artigos de jornais e
revistas, os discursos políticos, as transmissões de rádio e televisão, os filmes, as obras teatrais,
os slogans, os manifestos, os quadros, os desenhos, as fotografias, as composições musicais,
tudo aquilo que, vem endereçado ao público, com o objectivo de lhe comunicar qualquer coisa,
de o informar ou de o convencer” (Ibidem, 3,11).

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Além disso, pelas várias componentes sociais, em que é delineado, o esquema de


Lasswell não pretende fazer coincidir a linguagem dos políticos com os
argumentos apresentados.

Refira-se o pensamento de Edelman (1976, p.199) para o qual,

“ o estudo da linguagem política e dos seus significados deve-se fundar não só sobre a análise
lexical e consulta do dicionário, mas também examinar o modo em que o destinatário se
relaciona com vários contextos sociais, se pertence ou não a tal contexto, e de que maneira
responde aos diversos tipos de linguagem”.

Não se está muito distante daquele conceito de political discorse entendido como o
complexo da troca comunicativa entre os vários actores da arena política, em breve o
debate político, mas também a informação política e expandindo-se além dos aspectos
linguísticos da comunicação política. À luz daquilo que foi dito, a linguagem política
pode simplesmente ser estudada como um assunto sócio -politológico que, para além
das sua estruturas linguísticas, conecta-se à observação da actividade da comunicação,
no contexto dos fenómenos da política, propondo-se como instrumento capaz de
estabelecer legados lógicos entre comunicação política imediata e comunicação política
mediatizada.

Se é verdade, como é verdade, que a linguagem, entre as suas definições possíveis é


“um sistema de símbolos elaborados no âmbito de uma sociedade com a finalidade de
tornar evidente a associação de um conteúdo semântico com uma imagem fónica”
Grande Dizionario della Lingua Italiana, UTET – (vol.IX pag.112) o conceito detém em
si mesmo o seu fundamento comunicativo por excelência.

E a política onde ela se encontre, em certos contextos sócio – culturais vem muitas
vezes conotada severamente pelo carácter de conversação enquanto feita de palavras,
em evidente contraposição com a política entendida como acção. Mas analisando de
maneira filosófica o conceito de política “ falada”, concorda-se com o Corcoran quando
faz referência que

“Afirmar que a política é feita de palavras implica que é coisa diferente da violência e da força.
Na realidade, uma política como troca verbal é aquilo que na Constituição ateniense vem

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

entendida como forma de governo aberto e democrático que se apoia na persuasão antes de
qualquer outro tipo de forças.” (Corcoran, 1990, p.52).

Além disso se “ é através da linguagem que articulamos e confirmamos todas as coisas


designadas políticas” (Ibidem, p. 53) não se pode operar uma separação entre política e
discurso. Sendo uma dependente do outro. Conforme Edelman (1992, p. 98) sustém,

“é a linguagem sobre eventos políticos, mais do que os eventos em si mesmos (…) isto é, de que
o público faz experiência: até dos acontecimentos mais próximos deriva o próprio significado da
linguagem que os descreve. Por esta razão a linguagem politica é a realidade política”.

A linguagem política, portanto, para além da perspectiva teórica da qual pode ser
analisada, por si mesma resulta numa entidade própria, ontologicamente presente nas
realidades democráticas, assim como nos sistemas políticos.

Essa linguagem resulta, de facto, de um potente factor político enquanto consente,


(graças às fontes simbólicas que oferece) aos três actores – políticos, media e cidadãos –
“de fazer política” ou para conquistar democraticamente o poder através da retórica e
das técnicas de persuasão (os políticos) ou para contrastar o poder entre a crítica e a
dialéctica (os newsmedia), ou para condescender, mas também para desaprovar as
mensagens persuasórias dos políticos através da participação ao debate e ao voto,
também esse assimilável a um acto linguístico. A sustento daquilo a que Corcoran
(1990, p. 54), se socorre para o qual:

“a linguagem politica foi sempre objecto de investigação moral e política que partiu do assunto
convincente que, a comunicação politica não é efectivamente um factor potente na sociedade.
Os lideres conquistam ou perdem o poder, usando, ou não, com eficácia, a linguagem política, e
as massas são estruturas impotentes ou adquirem forças, vem enganadas ou informadas, através
das estratégias discursivas. Portanto a linguagem política é importante de estudar simplesmente
porque é politicamente importante”.

Mas quais são os pontos de força da linguagem política? São aqueles evidenciados por
formas retóricas, rituais e simbólicas que, cada uma na sua especificidade, constituem
elementos substanciais da comunicação enquanto reentram no elenco das linguagens
políticas, considerando-se assim, factores cruciais.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Graças ao seu uso adequado, por um lado, as instituições, os partidos, os sujeitos


políticos conseguem a sua legitimação e confirmam o próprio papel na sociedade,
enquanto por outro lado, o actor – cidadão mostra-se sensível a este tipo de
comunicação e participa seja nos grandes como nos pequenos rituais que desafiam a
ordem política.

Mas a este ponto é legitimo perguntar-se que funções detêm o terceiro actor, isto é, os
media, ou até mesmo se lhes é designado uma posição, e, como conciliar a comunicação
política de tipo “imediato” com a perspectiva da mediatização da política.Uma
indicação resolutiva, a este enigma individualiza-a, em termos notórios, no êxito da
investigação conduzida nos primeiros anos 90 acerca da “grande cerimónia dos média”
de Dayan e Katz. Os dois estudiosos, de facto, sustêm que:

“os mass – media funcionam como criadores de ambientes simbólicos (…) dentro dos quais
atribuímos ou não atenção a eventos particulares, pessoas ou objectos, ajuizando-os de bons ou
maus, e valorizando-os na sua relação com a proximidade ou a distância aos nossos sistemas de
valores” (Dayan, et al. 1993, p.210).

Esta afirmação não só se estigmatiza como âncora nos confrontos da comunicação


política “imediata” ao papel atribuído aos mass media, mas revela-se pela sua
capacidade de oferecer aos ritos e aos símbolos novos modelos, novas linguagens,
novos fruidores e por extensão novos poderes de integração e de legitimação social e
política.

Por outras palavras, graças à polivalência das suas funções, os media configuram-se
como um novo, moderno palco, em que o histórico binómio política -teatro encontra
hoje, a sua actualização na “celebração” das cenas, na sua “representação”, isto é, na
vontade popular da parte daqueles que enquanto “representados”, perpetuam no
espectáculo da política desde a agorà da polis ateniense às salas parlamentares, ao
espaço público. De resto,
“desde sempre que, aqueles que governaram fizeram recursos da teatralidade para fundar a
própria legitimidade e para sinalizar a própria distância dos governantes, tanto nas monarquias
como nas democracias modernas” (Bélanger, 1995, p.128).

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Em síntese, o aparecimento dos média, e sobretudo a televisão, fez desenvolver um


processo de nova modelação que desde sempre distinguiram os confrontos políticos na
“competição”, “conquistas”, “coroações”.

É interessante observar, por outro lado, que um elemento novo, de aspectos relevantes,
entra em campo em tal processo de transformação quando através dos média, ritos e
mitos, símbolos e celebrações, cenografias e encenações, actores e lugares, palavras e
acções (enfim… o mundo da comunicação política), vem oficializados em frente a um
público mais vasto respeito ao público presente naquele determinado contexto cultural e
institucional em que, aqueles são originados.

Refiro-me em concreto ao conceito de “deslocalização” do simbolismo político, ou seja,


daquele fenómeno que pode também ser definido como “erradicar do lugar da
realidade” dos “ palácios do poder”, circunscritos nas próprias peculiaridades, aos
“tempos electrónicos” dos media. Consequência de tais operações de “engenharia
simbólica”, como a designam Dayan e Katz, é a afirmação do poder dos media em
transformar em símbolos (positivos ou negativos) protagonistas da política, em que os
rituais vêm agora condicionados das lógicas da comunicação de massa a tal ponto que,

“ (…) Tem qualquer coisa a ganhar e qualquer coisa a perder … A televisão sabe como
dramatizar os seus gestos. Potencialmente o protagonista pode fazer coisas que jamais haveria
sonhado de fazer outro modo. (Mas) esses correm o perigo de perder o direito de interpretar os
seus próprios gestos”. (Dayan et al., 1992, pp.85-87).

Pode-se afirmar que aquilo que vem vinculado nos newsmedia por meio de informação
televisiva “captura” o telespectador através de um sistema simbólico em que “ imagens,
sensações, e até mesmo, falsidades políticas “enervam o circuito da comunicação que
mira o consenso da opinião pública e tal como Kertzer (1989, p.109) afirma:

“O ritual (mediático) é um instrumento importante para influenciar as ideias da gente sobre os


acontecimentos políticos, sobre as escolhas públicas, sobre o sistema dos media e sobre os
lideres políticos. (…) A compreensão política é mediada através de símbolos e rituais, como
potente forma de representação simbólica, para a nossa construção da realidade politica.”

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Capitulo II. Internet e esfera política.


2.1 A política antes da Internet.

A história da comunicação política pode-se identificar alguns pontos fundamentais: em


décadas o comício foi a forma eleita pela comunicação política sobre um binário de uma
secular tradição oratória, feita em boa medida pela retórica e pela demagogia, mas clara
na elementaridade das suas imagens e dos seus conceitos; em seguida, chega a rádio,
que de um lado eliminou a relação física entre orador e o seu público, mas do outro
reportou a comunicação verbal, privada de suportes icónicos, à sua essencialidade
conceptual.

A grande mudança, pode-se dizer, chegou com o meio televisivo. Com o advento da
televisão e o uso extensivo dos meios de comunicação de massa, a comunicação política
tornou-se um fenómeno mediatizado, baseando-se em mensagens cada vez mais
massificantes. Através da televisão, a comunicação verbal cede o seu lugar à
comunicação televisiva. (Cheli et al, 1989).

Na reconstrução histórica do desenvolvimento dos média, o advento da televisão na


arena política mete em evidência mais de quanto fizeram os outros meios de
comunicação em precedência: o facto é que existe uma diferença substancial entre os
actores políticos e os espectadores, os cidadãos, cuja função consiste em delegar a
faculdade de governar aos políticos, os quais obtém maior consenso por meio do voto.

Na raiz histórica de referência, a televisão irrompe nas casas italianas em 1954, quase
trinta anos depois do ingresso da realidade anglo-saxónica. Em seis anos de utilização
duplicam-se o número de assinaturas para a sua utilização. Os cidadãos reúnem-se em
variados locais, desde os cafés até às casas (s) do (s) vizinho (s) para seguirem os
programas transmitidos (Novelli, 1995).

O ingresso em cena deste novo instrumento desencadeou um movimento, de longa


duração, que pouco a pouco envolveu o país inteiro que, impulsionaram a televisão de
fenómeno parcial a fenómeno dominante na sociedade contemporânea.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Se se comparasse com a época pré-moderna poderia dizer-se tal como (Salvatori, 1977)
que o ingresso da televisão na sociedade italiana de Novecentos é equiparável à “Divina
Commedia” e à expedição Garibaldina. Dante aspira uma Itália de unificação
linguística, enquanto Garibaldi a uma territorial. A televisão, circunscrevendo a
comparação com “estrema prudência”, na esfera política “ unificou a península”
linguisticamente, cuja escola em anos precedentes tinha falido.

Uma das características principais deste novo médium, consiste na adopção de um


modelo de comunicação vertical e unidireccional, numa relação assimétrica, entre um
único emitente e muitos destinatários que não podem de algum modo interagir no curso
da transmissão. Enquanto meio de comunicação de massa, a televisão apresenta outros
aspectos peculiares: em primeiro lugar, os destinatários são considerados como uma
massa indiferenciada e passiva; em segundo lugar, os conteúdos da comunicação
tendem a assumir um nível qualitativo uniforme e nivelado por baixo. Enfim, a relação
comunicativa é assimétrica e unidireccional, os mass media, em concreto, a televisão
pode desenvolver uma função de aparelhos de persuasão de massa e, consequentemente,
transformarem-se em instrumentos de “propaganda”1 política e comercial, mais
conhecida como publicidade.

Entres os meios de comunicação de massa como a rádio e a imprensa, a televisão é sem


dúvida aquela que deteve maior influência na sociedade e na cultura contemporânea,
tornando-se o protótipo de excelência dos mass – media. Nos primeiros anos de
transmissão a televisão, sendo um instrumento comunicativo complexo e articulado, è
prestado a muitas considerações. A linguagem utilizada è praticamente composta por
palavras, imagens e sons, e a mensagem televisiva empenha fortemente às faculdades
receptivas e os sentidos do espectador. Tal como refere Novelli (2006, p.40) “começa a
fazer estrada nos anos 60, a ideia de que a comunicação política…deva fazer-se com um
tom diferente aos eleitores, adequando-se ás suas exigências e características”.

1
O termine propaganda vem utilizado por Mazzoleni, num contexto histórico; nos regimes totalitários ou
em situação de conflito, condições necessariamente estranhas ao conceito de democracia de massa.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

No que diz respeito a outros canais comunicativos, a atenção requerida ao espectador


resulta seguramente superior àquela instância, por exemplo, a rádio que transmite
somente mensagens de voz.

A visão de um programa na esfera televisiva conduz normalmente o espectador a sentir-


se participante da transmissão, embora sem intervenções de foro crítico. O assunto das
características da comunicação televisiva (tendentes a limitarem o papel activo dos
espectadores na recepção), confere à mensagem uma força de persuasão. (Mendumi,
1998).

A televisão propõe ao público mensagens homogéneas, menos atentas às preferências


dos indivíduos, mais inclinadas a evitar níveis de argumentação, tornando-se o veículo
preferencial da cultura de massa. Por esta razão, a televisão pode ser considerada um
dos instrumentos de controlo social mais eficientes nas mãos das classes dirigentes na
tentativa de se manter o status quo ou para mudá-lo em certa medida.

Mas a televisão, ao lado de outros meios de comunicação não se limita a transportar de


maneira asséptica uma mensagem de um emitente a um destinatário. A informação
produzida pelo sistema político no momento em que atinge o publico passa através da
mediação do sistema de comunicação, sendo influenciada pela lógica das empresas
mediáticas. A informação política, em consequência, submete-se a uma mudança na
tentativa de coincidir com as exigências produtivas do network televisivo. Não se trata
de uma manipulação voluntária da informação realizada por um jornalista solicitado por
um grupo de pressão. Trata-se, antes de mais, da designada “distorção estrutural”
(Mcquail, 1996) legada às exigências específicas do meio, aos seus vínculos
organizativos. Tudo isto, naturalmente, limita e condiciona a relação partidos –
eleitores.

Tal como os jornais abrem rubricas aos leitores, ou então a rádio que abre debates em
tempo real, nos anos 60 também a televisão abre as portas aos auscultadores, com
programas sobre temas políticos. Assim no pequeno ecrã, aparecem cada vez mais
protagonistas da política italiana, que não só se confrontam entre eles, mas também com
os espectadores nas suas casas trâmite cartas ou telefonemas de casa.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Por aquilo que diz respeito à situação italiana, como Novelli (1995, p. 1) argumenta, “a
televisão, introduzida em 3 de Janeiro de 1954, não hospedou intervenções de partidos e
lideres políticos até 1960, até ao surgimento de Tribuna elettorale”. O público
televisivo italiano saudou positivamente o ingresso nas suas casas dos líderes políticos
e, por longo tempo, continuava a demonstrar atenção por este novo meio.

Com o passar dos anos, contudo, em meados de 70 os espaços televisivos destinados à


política iniciaram a perder o fervor do público, devido ao modo de construção do
discurso político que ignorava as regras comunicativas do novo meio televisivo. No
primeiro decénio, de facto, a comunicação politica caracterizava-se por uma
2
transposição dos comícios normalmente tidos nas praças . A mudança desta
consideração aconteceu com o ingresso das televisões privadas em finais dos anos 70.
Interessadas a capturar o público, o emitente transforma os estilos, os tons e os formatos
da comunicação politica.

Uma vantagem da televisão, no confronto com outros meios, parece consistir no seu
carácter de elasticidade: esta, de facto, é um meio de comunicação comunicativo capaz
de adaptar-se à procura do mercado.

Também a política, que pretende(u) utilizar a televisão, adaptou-se à vontade dos media,
sujeitando-se aos modelos e às formas adoptadas pelo pequeno ecrã. A “vídeo política”,
termine em que Sartori reivindica a paternidade, é um produto desta união entre política
e televisão. É expressão, como refere Sartori (1989) de “ um dos múltiplos aspectos do
poder do vídeo: a sua incidência acerca dos processos políticos, consiste numa radical
transformação de como ser político e de como gerir a política” .

Com a progressiva afirmação do meio televisivo como meio de comunicação de massas,


a relação eleitores – partidos foi-se modificando: com “ a morte das ideologias” e por
consequência, as profundas transformações ocorridas na sociedade, de facto os partidos
perderam credibilidade. A máquina política parecia estar em atraso referente às
transformações sociais, parecia que unicamente geria os acontecimentos locais, quando

2
Era claro aos políticos italianos que, com a televisão, não se entrava só em casa, mas numa nova
dimensão da comunicação política, na qual a mensagem e o orador atingiam uma visibilidade grande.
Uma oportunidade assim deveria ser utilizada de modo melhor, na medida em que 1960, nenhum político
ou jornalista, soubesse bem que coisa significava os termines de técnicas comunicativas.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

o mundo exterior exigia já o conceito de globalização. As modificações tecnológicas


transformaram as estruturas partidárias que, por consequência, redefiniram o seu
aspecto: a introdução do pequeno ecrã nas famílias tornou possível uma aproximação
entre a opinião pública e os seus representantes.

Em Itália, em modos e tempos diversos, a crescente centralidade do meio de


comunicação televisivo, como meio de socialização política, contribuiu para a
efectivação de um momento novo no momento das campanhas eleitorais.

Todavia é necessário sublinhar como as “ novas” campanhas eleitorais veiculadas aos


média se tenham modificado em relação aquelas precedentes. A primeira alteração
significativa consiste na substituição partidária do candidato como actor principal da
campanha. Isto de acordo com Pasquino (1993, p.8) deve-se sobretudo, ao facto que,

“se os três elementos políticos fundamentais que devem ser comunicados são: o partido, o
candidato, a temática, o mais fácil e mais interessante de comunicar, para os mass media é
indubitavelmente o candidato”.

Com a sua forte propensão a personalizar os eventos, temas e problemáticas, o sistema


dos média, contribui de maneira notável para uma acentuada personificação da política.

Pode-se com efeito suster que as modernas campanhas eleitorais podem ser afrontados e
até levar à vitória contando somente com as oportunidades oferecidas pelo sistema
mediático.

2.2 As funções políticas da rede telemática.

Chega-se assim a um ponto do estudo, do qual é legitimo afirmar que a sociedade em


que vivemos é caracterizada por um desenvolvimento tecnológico contínuo que investe
no sector informático e, por consequência, naquele comunicativo, que modifica o estilo
de vida das pessoas, as interacções sociais e as estruturas presentes no(s) território(s).

A evolução comunicativa, em particular, degenerou um incremento da velocidade no


que diz respeito à troca de informações. Graças à tipografia passou-se de uma cultura

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

oral a uma escrita, e em seguida à cultura comunicativa de massa difundida mediante os


media electrónicos: rádio, televisão, até chegar à neonata comunicação multimediática
do século XX.

Também a comunicação dos partidos foi influenciada pela mediação, passando


gradualmente das salas parlamentares ás páginas dos jornais. Um confronto entre
partidos tradicionais e os considerados partidos mediáticos ajuda a compreender o
alcance destas transformações mediáticas na comunicação política.

O partido “tradicional” detém uma colocação radicada no território e uma estrutura


organizativa feita de secções e federações no interior das quais as problemáticas de
relevo nacional cruzam-se com as exigências locais. Por outro lado, sendo talvez o
aspecto mais importante, os partidos tradicionais possuem uma cultura de tipo
ideológico, uma história comum que chama, ou melhor, absorve as grandes correntes de
pensamento (se se pensa nos partidos social democráticos europeus). O partido
“mediático”, ao contrário, não apresenta nenhuma destas características. Não está
radicado no território (senão naquele virtual representado pelo espaço mediático), não
apresenta uma estrutura hierarquizada, mas é fortemente centralizado na leadership ao
vértice, altamente personalizada. Enfim, refaz-se numa cultura política preexistente mas
afunda as suas raízes no presente.

Também as recentes mudanças tecnológicas transformaram as estruturas partidárias


acentuando esta distinção entre “partido tradicional” e “partido mediático”. A
possibilidade de comunicar livremente sem barreiras, superando os limites postos pela
física, abrem novas e inexploradas perspectivas nas novas tecnologias de comunicação,
mudando seja os habituais do emitente, sejam aquelas do destinatário da mensagem. De
facto, a peculiaridade da Internet parece ser aquela de fazer consentir coligar muitas
pessoas ao mesmo tempo, distanciadas na realidade, por milhares de km; função que em
precedência era realizável exclusivamente pela rádio e pela televisão satélitaria, mas
seja os custos, seja as distâncias parece ser diferentes. Assim, outro que os meios de
informação tradicional, é agora possível seguir pelos sítios de Internet, acontecimentos
em directo como debates, conferências de imprensa, sondagens à boca das urnas e
naturalmente resultados de uma determinada eleição, comentários, estatísticas, noticias

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

e análises. Enfim, os “jornais electrónicos” são já hoje uma realidade e uma fonte para a
comunicação em geral e para aquela política em particular.

Já há alguns anos a opinião pública vem estimulada a fazer juízos em mérito às


potencialidades do uso das novas tecnologias em vários sectores da vida quotidiana. Há
volta deste tema, o designado mundo da cultura fragmentou-se em duas partes diversas
polarizando-se, numa referência de Umberto Eco, entre apocalípticos e integrados, e no
meio, variadas posições intermédias.

Ou seja, se os mais optimistas evidenciam a capacidade das novas tecnologias de


reduzirem fortemente a distância entre representantes e representados, transformando os
cidadãos de actores passivos a protagonistas do processo de decisões políticas; os mais
pessimistas temem o advento de uma democracia referendária ou sondagiócratica, capaz
de meter em crise o instituto da representação próprio das democracias ocidentais.

O ponto que, contudo, aproxima estes dois quadros culturais é a constatação de um


processo novo em que, através da rede telemática, trouxe consigo também um novo
modo de conceber a esfera das relações interpessoais e dos cidadãos com as instituições.

De acordo com Gamaleri (cit in Jacobelli 1998):

“ a ciência e a técnica e, por consequência o design, forneceram sempre instrumentos que tem de
qualquer modo mudado as actividades quotidianas dos indivíduos (se se pensa no automóvel, no
telefone ou nos electrodomésticos em geral), mas aquilo a que se assiste hoje é a uma mudança
radical no próprio modo de conceber o mundo (a relação do sujeito com a dimensão espacial e
temporal), a relação interpessoal e a esfera política”.

Se devêssemos interligar a Internet com a comunicação política, poderíamos dar-nos


conta que o meio modificou algumas organizações, sobretudo nos partidos políticos.
Antes do ingresso da Internet no cenário mundial, os partidos publicitavam a sua
estrutura graças aos seus jornais partidários, aos spots nos jornais, revistas e nas
televisões, ou mesmo nos comícios. Depois do início dos anos 90 no século passado,
muitos partidos começaram a publicar algumas páginas na rede, exclusivamente
dedicadas a alguns personagens do partido ou às simplex organizações.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

A introdução das novas tecnologias na vida política partidária, conheceu uma primeira
fase caracterizada por uma profunda incompreensão daquilo que a rede poderia
realmente significar, o recurso a este novo médium era sentido pelos partidos como uma
espécie de “atestado de modernidade”.

As primeiras tentativas de afirmar a presença na Web pela parte de alguns partidos


políticos, de acordo com Bentivegna (1999, p.37) “produziram uma espécie de conjunto de
fascículos telemáticos de nenhum valor interactivo, correlatos por vezes a um endereço de e-mail”. Em
proximidade às eleições politicas de 1996, alguns partidos reforçaram no interior das
próprias páginas Web as características do novo modelo comunicativo como a
interactividade, a possibilidade de navegação hiper textual, a comunicação directa com
o líder. E, tudo isto, não fez mais do que, reproduzir na rede o desnível existente entre
os maiores partidos, que souberam desfrutar o melhor das potencialidades oferecidas
pela rede, valendo-se de profissionais do sector, e partidos de menor dimensão que
mantiveram a mera presença on-line; induzindo alguns críticos a reforçarem as
convicções que o desenvolvimento da Internet disponibilizou.

Para compreender o impacto da Internet no sistema da comunicação política avançaram-


se duas hipóteses. A primeira é “revolucionária” e sustém que a Internet mudará de
forma radical as regras do jogo da comunicação política, metendo todos os actores
(mesmo aqueles que actualmente estão excluídos do debate politico) no mesmo plano.
A outra hipótese é aquela da “normalização” avançada em relação ao tema da
competição interpartidária on-line. Esta prediz um enquadramento na Web, da
distribuição entre partidos, evidentes noutras arenas.

O sítio Web de partido nasceu devido ao impulso coligado à tendência e modos em que,
se tornou consciente que o sítio partidário não é somente uma vitrina, mas pode
produzir uma informação eficaz e uma estrutura dinâmica capaz de comunicar com
interlocutores de qualquer tipo, do militante ao navegador curioso. Respeito aos outros
meios de comunicação a rede garante ao partido a possibilidade de ser o produtor de
comunicação, sendo assim controlada, gerida e produzida directamente pelas direcções
partidárias, sem depender de intermediários externos, como é exemplo disso o meio
televisivo ou as noticias veiculadas pelos jornais.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

A rede representa para os partidos a oportunidade de activarem um contacto directo com


os cidadãos e de instituir um fluxo contínuo de informações e comunicações entre
sujeitos políticos de vários géneros, cidadãos incluídos. Os escritos de Fici (2004,
p.150) sublinham o dito em precedência:

“aquilo com o objectivo de realizar uma espécie de diálogo entre representantes e


representados, cujos diversos momentos desde a formação das opiniões e das decisões politicas
se seguem sem soluções de continuidade, favorecendo a superação daquele sentido de
empobrecimento das opiniões possíveis que acompanham o voto, e que contribuem às
percepções sociais que produzem a apatia politica e sobretudo aquela eleitoral”.
.
A separação entre os dois momentos da formação das opiniões e da decisão política,
encontrava um fundamento natural sobre a separação real deles.

O desafio posto pela Internet consistia por sua vez, numa espécie de contracção espacio
– temporal em que as sedes de consulta e de formação das opiniões são comprimidas
num único ambiente que, no seu interior a velocidade da actualização de conteúdos é
tão elevada que, o factor tempo por um lado, e o factor espaço por outro, são quase
irrelevantes na construção de significados.

Internet insere-se em modo original nesta situação. Que meio de informação sempre em
aperfeiçoamento e disponível 24 horas sobre 24 horas e 7 dias sobre 7, diversamente de
outros instrumentos mais efémeros de comunicação eleitoral, pode-se manter ao serviço
de políticos, mesmo depois do êxito do voto?

Através da Internet os partidos estão em grau de oferecerem informação em prima


persona, sem passarem pela mediação das organizações locais, e de activarem contactos
directos com os cidadãos. Nesta óptica de acordo com Bentivegna (1990, p.40) o
partido repropõe “um trato da sua identidade que esteve perdido nos últimos anos mas
fundamental na sua história”. Tal recuperação de identidade de novo através daquele
contacto directo com os cidadãos, garantido num tempo pelas sessões e pelo trabalho
dos militantes distribuídos no território.
:

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Os partidos podem assim recuperar e potenciar algumas funções que se tinham


transformado no decorrer dos tempos. Em concordância com Bentivegna (Ibidem, pág.
41) as principais são:

(…) “a função de networking, que consiste em organizar e tornar visível a actividade de todos
os organismos e sujeitos que fazem parte do partido (estrutura, modalidade de adesão, eventos
culturais, recolha de fundos, etc.); a função informativa e formativa que preenchem os media
tradicionais; dar um fluxo de comunicação bidirecional. Estas funções, presentes em todos os
sítios dos principais partidos italianos e estrangeiros, redesenham as novas modalidades de
relação entre partidos e cidadãos.

A união dos limites entre espaço e tempo induziu a nutrir esperança na possibilidade de
uma verdadeira e profunda revolução na relação triangular entre cidadãos, média e
política.
Esperou-se por outro lado que, a economia do novo instrumento tivesse alargado à
participação. De facto, o problema dos custos da informação esteve sempre a monte de
muitas explicações relativas à exigência de períodos bem delimitados, (como as
campanhas eleitorais) para o encontro entre a procura e a oferta de informação política.

Utilizou-se, por outro lado, o factor acima mencionado para explicar a marginalidade de
grandes faixas da população respeito à vida política nas democracias ocidentais. Os
custos contidos pela presença em rede, podem traduzir-se numa oportunidade de
visibilidade e de comunicação que, de outra maneira seriam impensáveis por numerosos
sujeitos políticos.

Emerge com clareza como a rede esteja em grado de hospedar e dar visibilidade a
acções e grupos que dificilmente poderiam encontrar espaço no interior dos média
tradicionais e de âmbito associativo das sociedades modernas. Esta oportunidade
descende de algumas características de base na rede que podem ser elencadas
sinteticamente: o elevado grau de abertura defendido pelos seus navegadores; a
economia de tempo e custos no seu acesso e na sua gestão; o contributo em termines
organizativos oferecidos à sobrevivência de pequenos grupos, a velocidade, a falta de
confins, a multimedialidade, a interactividade.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Os grupos de pressão que nascem para defender interesses, pequenos grupos políticos
constituídos por poucos sujeitos ausentes de circuitos comunicativos tradicionais
testemunham, em modos diversos, o contributo oferecido pela rede à realização de uma
acção politica. De uma acção que, embora nascida e exercitada numa realidade virtual,
produz, em alguns casos, efeitos relevantes sobre o mundo real, individualizando no
pluralismo e na diversidade de opiniões uma fonte de grandes benefícios.

O advento de novos meios electrónicos, revoluciona ulteriormente o mundo das


comunicações, até um ponto em a telemática leve ao crepúsculo definitivo das
comunicações de massa e à afirmação de uma comunicação e informação
personalizadas. Enquanto alguns vêm um factor de emancipação, outros parecem
verificar um perigo.

Tanto os optimistas, como os pessimistas, estão de acordo em reconhecer que este novo
ambiente comunicativo esteja destinado a multiplicar o número de oportunidades
oferecidas aos indivíduos.

Hoje a telemática repõe tudo em discussão. Esta é capaz de dar visibilidade ao interesse
dos cidadãos pela política, em todos os seus momentos, ainda que neste momento a sua
difusão torne cada discurso em mérito potencial.

Mas a emergente literatura acerca da Internet e sobre as novas perspectivas abertas pelas
redes telemáticas, não se centram somente acerca das novas modalidades de
comunicação mediada pelo computador nem acerca das relativas possibilidades de
criação de espaços políticos inéditos. A questão, de facto, assume um aspecto geral,
envolvendo outras temáticas da sociedade contemporânea como a globalização e, a
designada New Economy, as mudanças em acção no mundo do trabalho. Não se trata de
estabelecer se a Internet nasceu antes do conceito e da praxis da globalização ou, pelo
contrário, tenha estado o facto do processo de formação do mercado global tornar
possível a realização da Internet. A rede telemática pode ser considerada causa, ou
efeito do processo de globalização. Certo é que, o desmoronar de barreiras geográficas e
temporais, tornou possível a Internet, representando a condição sine qua non a fim de
tornar possível o processo de globalização do mercado.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Por outro lado, globalização de mercado significa ainda redefinição das tradicionais
actividades laborais e lideranças empresariais, que está na origem do novo paradigma
representado pela New Economy. Exalta deste trabalho a análise das singulares questões
aqui propostas que retive oportuno considerar, uma pesquisa das novas formas de
comunicação tornadas possíveis pela rede telemática.

2.3. Novas tecnologias e a era da sociedade do conhecimento.

Aquilo que afirmamos até agora é que as tecnologias são um agente de transformação
radical no tecido social. Mas se é verdade tudo isso, então dever-se-á contar com
grandes transformações nas próprias formas democráticas. Que tipo de democracia será
esta? Não existe o risco da “democracia virtual”, (como a define Grossman), de se
revelar como uma perigosa ilusão que esconde um novo e tecnológico totalitarismo?

Por outro lado Dahl, quando fala de democracia global, tornada possível pelas novas
tecnologias da comunicação, faz reflectir acerca do facto que as mudanças na esfera da
vida política poderiam alterar profundamente (como ocorrido já na passagem da época
clássica aquela moderna) os limites e as possibilidades do processo democrático Dahl
(cit in Fici.2004).

A democracia na sua acepção normativa de “governo do povo” representa o ideal


através do qual deve tender cada sociedade. Identifica a máxima expressão da soberania
popular, da liberdade, da igualdade de poder e de autogoverno. O paradigma que está na
base de todas as discussões acerca da democracia virtual baseia o seu movimento na
clássica oposição entre o modelo da democracia representativa e aquele da democracia
directa. Numa democracia representativa os cidadãos elegem periodicamente os
representantes, que exercitam o poder por sua conta, através das instituições
parlamentares e o Governo, sem algum vínculo de mandato. Se os cidadãos não estão
satisfeitos pelas suas operações, poderão muda-los nas eleições sucessivas, contudo não
terão poder efectivo pelas escolhas que aqueles efectuarem, nem o poder de retirar-lhes
o mandato. Em compensação, o lugar da representação torna-se também o lugar da
mediação política, graças à qual exigências e interesses diversos vêm harmonizados à
luz do interesse geral (Grossman 1997).

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Quase em simultâneo com o advento da World Wibe Web na década de 90, assistimos
ao reconhecimento no campo político, dos benefícios da utilização das tecnologias da
informação e da comunicação (TIC) nas diversas esferas sociais. Começaram, então, a
desenhar-se iniciativas políticas sectoriais com o objectivo de promover o acesso e a
utilização destas nas mais diversas áreas da sociedade: administrações públicas, escolas,
hospitais e sector empresarial.

(http://www.umic.pt/outras_areas/relatorioficha.aspx?id=35)

As TIC afiguram-se como instrumentos de aprofundamento nas democracias


contemporâneas, como ferramentas potenciadoras de sistemas democráticos mais
transparentes e permeáveis à participação dos cidadãos, (…) formas mais estreitas de
relacionamento entre cidadãos e representantes.

Com a emergência de novas formas de participação política dos cidadãos, a nível


nacional, regional ou local, apresenta-se deste modo como uma das dimensões da
Sociedade de Informação mais enunciadas e publicitadas pelos actores políticos. A
reinvenção da democracia na Sociedade da Informação ancora-se seguramente no
desenvolvimento de novos instrumentos tecnológicos ao serviço da participação política
dos cidadãos. Mas pressupõe também, a criação de condições que garantam que o
acesso equitativo a estes instrumentos, de modo a evitar a exclusão da população que
ainda não aderiu às novas tecnologias. “A democraticidade da Sociedade de Informação
(difusão das infra-estruturas que garantam um acesso universal às TIC e disseminação
das competências necessárias à sua efectiva utilização) assume-se, deste modo, como
requisito da democracia electrónica.

(http://www.umic.pt/outras_areas/relatorioficha.aspx?id=35)

As TIC potenciam novos instrumentos de abertura e transparência das instituições


políticas administrativas, possibilitando o reforço dos mecanismos de controlo ao dispor
dos cidadãos e permitindo o exercício de uma cidadania mais activa, possibilitando
trocas mais frequentes de inputs e outputs entre os actores políticos dos sistemas

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

democráticos, desenvolvendo e aprofundando a qualidade das democracias


contemporâneas.
(http://www.umic.pt/outras_areas/relatorioficha.aspx?id=35)

Celso Cândido (cit. in Steffen 2004:77) por sua vez, menciona a possibilidade da
criação de uma “Ágora Virtual”, semelhante às Ágoras Gregas, onde através dos
sistemas digitais os cidadãos se poderiam reunir para resolver, debater e decidir as
demandas sociais.

Cândido encontra uma forma muito pertinente de nos explicar esta semelhança entre
“Ágora Virtual” e as “Ágoras Gregas”:

“Em sociedades de massas, obviamente, uma cidade ou Estado não pode reunir todos os seus
três, quatro ou dez milhões de cidadãos em praça pública para ouvirem os oradores e, então,
deliberarem revelando os seus votos. Isto é, claro, materialmente impossível. No entanto, parece
não menos evidente que os meios de comunicação digitais multimédia interactivos, os
computadores, poderiam simplesmente ocupar (e com infinitas vantagens "cibernéticas")
desterritorializadamente o lugar do Ágora antiga. (...). Quer dizer, poderíamos ter, a qualquer
momento em que houvesse a necessidade de uma verdadeira assembleia-geral virtual,
desterritorializada, na qual a participação de todos os cidadãos, por estes meios, estaria
assegurada. Os cidadãos poderiam, trocar intensamente suas opiniões através destes meios de
comunicação, os computadores, ligados em rede; poderiam se articular, negociar posições,
reflectir. A antiga praça pública grega se transformaria, se desterritorilizaria e penetraria na casa
de cada pessoa”.

Mas consultando a biblioteca digital verifica-se que Melandri refere que,

“Não é preciso deter ilusões, num país como Itália ainda se fala de uma tecno-elite que detém
acesso a estas tecnologias que as sabes utilizar e que sobretudo as utiliza, para participar nos
processos de formação das decisões. Em prospectiva, poderão favorecer uma maior democracia
e que seja necessário que todo as forças politicas mediadores sociais: partidos, sindicados,
associações que operam no tecido democrático e social se preocupem de utilizar estes meios, de
entrar em positiva relação com a rede. Podem fazer parte desta novas possibilidades o tele voto,
a participação directa com os cidadãos a algumas decisões que se exprimem somente com o sim
ou o não a algumas questões que são formuladas, em realidade, pelos decisores. Entendo dizer
que o problema da participação em rede não se pode resolver somente numa afirmação de

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

consenso ou discórdia respeito às questões que vêm sendo colocadas e que estão
predeterminadas noutro lugar. A participação significa contribuir em todo o processo de
formação das decisões e portanto à formação das perguntas. Isto é muito importante porque de
outra forma hierarquiza-se um procedimento que na rede, pode não ser hierárquica.”

[Em linha] http://www.mediamente.rai.it/ . (consultado em 05/01/2007).

Resumindo, o que demonstram estas posições de diferentes actores na abordagem destes


temas são por um lado os benefícios que as Tic podem proporcionar aqueles que
queiram intervir na rede, sem deixar por salientar o desenvolvimento da participação
política dos cidadãos, por outro as oportunidades oferecidas pelas Tic podem tornar
mais democrático os sistemas políticos contudo as consultas telemáticas ou o voto
electrónico não são sinónimos de democracia alargada se os cidadãos não poderem
participar nas escolhas dos problemas sobre os quais se pode aludir a um confronto
público. Trata-se antes de mais de tecnologias que poderão acrescentar a liberdade de
quem as utiliza, mas ao mesmo tempo, serem veículos de controlo de quem utiliza os
serviços.

2.4 A Comunicação política na Internet: Vantagens e desvantagens.

A democracia directa resulta da participação directa dos cidadãos nas decisões


colectivas: é de facto a assembleia do povo que exercita o poder. Em casos excepcionais
ou por motivos de eficiência, a democracia directa prevê eleições de representantes, que
actuam com um vínculo de mandato revogável em qualquer momento.

De facto, todas as democracias baseiam-se no modelo representativo; mas, os que


defensores da democracia directa, consideram-na como (único) modelo ideal respeito a
outras variantes do conceito de democracia.

Esses sustêm que a rede aumentaria a possibilidade de realizar finalmente uma


verdadeira democracia directa a partir da população. Esta ideia de democracia
pressupõe, contudo, um regime de formação da vontade geral, fortemente participativa,
na qual, cada decisão política deveria ser proposta a uma consulta referendária, a
desenvolver-se mediante terminais telemáticas.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

De uma parte estão os entusiastas como De Rosa (2000), Grossman (1997) e Mark
Poster (cit.in Cardoso e Morgado, 2001). A sua motivação principal é legada à tese
segundo a qual, um meio de comunicação como a Internet oferece a milhões de pessoas
a possibilidade de trocarem informações, opiniões e pareceres em modo horizontal. A
Internet permite a comunicação de muitos para muitos, através do contacto instantâneo
global e de utilização da rede como estrutura da comunicação de base, possibilidade de
recepção, alteração e distribuição da informação, que em conjunto deslocam a
comunicação do espaço da Nação, para um de cariz global.
Instrumentos como os newsgroup, as listas, os fóruns na Web, os chats, podem
transformar-se em verdadeiras e próprias formas de comunidade, em que diversos
indivíduos podem manifestar a sua opinião, e eventualmente participar na determinação
da vontade geral.

A crise de representação que a democracia ocidental manifesta, nas sociedades mais


avançadas, às quais a política parece assumir uma irredutível autonomia das
necessidades e desejos directos da sociedade, poderia, segundo esta visão, ser superada
através da difusão das tecnologias de comunicação telemática. Os sustentadores da
democracia electrónica prevêem na sua utilização a possibilidade de acesso das massas
às tecnologias avançadas, e graças ao sistema comunicativo de Internet, o retorno ao
sistema de democracia tipicamente participativa com a consequente eliminação de toda
a máquina política tipicamente representativa, mãe de todos os imbróglios e atrasos.

Em sustento daquilo afirmado, também Cardoso e Morgado (2001), no estudo elaborado


sobre comunicação Política na sociedade de Informação, enumeram algumas vantagens
na utilização da Internet, entre as quaiis:

“ A comunicação digital permite processar um maior volume de informação, a uma maior


velocidade, combinar elementos textuais, visuais e áudio a um custo mais favorável (...) há uma
maior interactividade entre cidadãos e elites políticas (...) as tecnologias de informação,
nomeadamente a Internet, estimulam a criação de grupos de discussão online e outras formas de
obter feedback político (...)”

Internet, de facto, é uma comunidade que prescinde totalmente da noção de território


enquanto produtora de um lugar virtual cuja distância física vem anulada, e a interacção

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

3
directa entre os sujeitos liberta-se de qualquer determinação espacial. Neste espaço
virtual o único estímulo à criação de processos de agregação consiste na partilha de
interesses e de pontos de vista. A Internet não só parece uma vantagem em propor-se
como possível solução, pelo menos em alguns aspectos da crise política, mas contém
em si, também, elementos para a superação da forma do Estado Nacional que
caracteriza a sociedade política moderna.

Sartori prevê uma crise na identidade política, sobretudo uma crise de posicionamento,
sustendo que depois da fase da modernidade cujo conceito de “político” não esteve
coligado à sociedade mas ao Estado, aproxima-se um novo reposicionamento do
conceito que é destinado a comportar o lugar do político fora do quadro categorial do
Estado Nação, individualizando uma nova sede para os processos de decisão política,
em virtude das novas tecnologias da informação e da comunicação.

Autores como Grossman (1997) evidenciam a capacidade das novas tecnologias de


reduzirem fortemente a distância entre eleitores e deputados, ou melhor, no caso
específico, entre governantes e governados. Segundo os estudos de autor, o
comportamento optimista dos defensores da democracia “electrónica” deriva do facto
que os novos media poderão modificar a relação entre política e cidadãos,
transformando-os de espectadores passivos em actores do processo político.

Cardoso e Morgado (2001) no estudo elaborada sobre comunicação Política na


sociedade de Informação, enumeram algumas vantagens na utilização da Internet, entre
as quais:

“ A comunicação digital permite processar um maior volume de informação, a uma maior


velocidade, combinar elementos textuais, visuais e áudio a um custo mais favorável (...) há uma
maior interactividade entre cidadãos e elites políticas (...) as tecnologias de informação,
nomeadamente a Internet, estimulam a criação de grupos de discussão online e outras formas de
obter feedback político (...)”

3
Segundo Umberto Eco para ele a interactividade pode significar relações entre todos aqueles que têm
qualquer coisa a dizer o possam fazer através da rede. Mas também todos aqueles que interagem e dizem
pouco de substancial na rede. O problema consiste em conseguir seleccionar a informação que interessa
ao cidadão para a poder desfrutar ao máximo as suas potencialidades.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Podemos realçar ainda, que a Internet comparada a outros meios de comunicação


(televisão, rádio, jornais) é um meio muito mais económico e oferece uma maior
diversidade na comunicação do que os canais tradicionais. Permite ainda segmentar a
mensagem do candidato para diferentes públicos com um nível muito alto de precisão.
É um meio de comunicação interactivo, ou seja, permite uma comunicação de duas vias.
Essa característica é a que mais diferencia os meios tradicionais de comunicação. Isto
significa que, o cidadão pode interagir com os políticos e/ou governantes, e não está
simplesmente sujeito ao papel do espectador, ou receptor, das mensagens divulgadas.

A Internet oferece uma maneira conveniente para o cidadão se conectar com o seu
representante, em casa, no escritório ou num ciberespaço. A Internet permite uma
relação directa entre políticos, governantes e cidadãos, sem intermediários podendo
assim manter um diálogo livre de intérpretes com os seus eleitores.

Ao fácil optimismo que, se manifesta em vários modos nas afirmações de teóricos da


democracia electrónica opõe-se todavia, toda uma linha de críticos Sartori (1995),
Bocca (2000), Rodotà (1997), cujas argumentos não se constituem como privados de
relevância. A primeira crítica diz respeito à notória desigualdade no acesso às
tecnologias telemáticas seja através de articulações sociais das sociedades avançadas,
seja através dos países de terceiro mundo.

4
É este o problema relativo à “digital divide”. Em mérito ao suscitado problema do
acesso à rede, Amoretti (1997, p.152) sustém:

“ é verdade somente em teoria que as novas fontes de informação, como a Internet, estejam
acessíveis a todos os cidadãos. No estado actual, somente quem dispõe de recursos financeiros
adequados e de um nível superior de instrução pode em prática fazer-lhe uso. (…). É muito mais
provável que com a inovação tecnológica se aprofunde o gap entre estes grupos privilegiados e
a imensa maioria da população impossibilitada à sua fruição” .

À Internet é possível uma fonte de recuperação no estabelecimento de novas reflexões


por parte do utente. À testa seguirão as potencialidades infinitas da Internet, isto é,

4
“The digital divideis the gap between those with regular, effective acess to digital technologies and
those without, in the other words, those who are able to use technology to their own benefit and those
who are not.” In http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_divide consultado em 30 de Outubro de 2006.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

aquilo que a tornará possível serão as interpelações dos indivíduos singulares: serão
positivas quando o utente usar o instrumento para adquirir informação e conhecimento.

Na realidade um instrumento de comunicação como a Internet constitui um forte


potencial à disposição de cada um para aceder à informação e um possível canal para
experimentar novas formas de participação política democrática, mas o fácil entusiasmo
de um ingénuo determinismo tecnológico, que quisesse ver directamente transformado o
acesso às informações em participações imediatas ao processo decisional, esconde
notórios riscos potenciais.

Segundo Bentivegna (2001) as potencialidades atribuídas à rede são: a interactividade; a


presença da comunicação vertical e horizontal; a des intermediação no processo de
comunicação; a redução de custos; a velocidade da comunicação; a falta de confins.

A interactividade à qual se refere a estudiosa, permite ao sujeito de assumir um duplo


papel de emitente e destinatário do fluxo comunicativo. O utente desfruta a
interactividade da rede quando, partindo de um sítio, através das coligações possíveis,
constrói um percurso individual de recolha de informação acerca do argumento de seu
interesse, quando comunica as suas opiniões e ideias num fórum de discussão sobre
variados temas ou dando vida a comunidades virtuais que partilham posições. A
interactividade é portanto uma potencial de grande interesse para a informação e a
participação política, disponibilizando aos cidadãos uma posição “activa”: exercitando
funções de controlo e de intervenção que são relevantes para o funcionamento dos
processos democráticos de um país.

Outra característica típica da rede, segundo Betivegna (Ibidem, pág.22), consiste na


presença da comunicação vertical e horizontal. Actua-se numa comunicação de tipo
vertical:

“quando o cidadão, seja no plano de destinatário, seja no de emitente, constrói um fluxo


comunicativo directo com o exponente político, no papel de emissor ou destinatário. A
comunicação torna-se horizontal quando envolve numa relação de paridade entre todos os
sujeitos, como exemplo nos grupos de discussão em Rede, onde a interactividade e a
horizontalidade convergem”.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

A disponibilidade de acesso on line directo a documentos, declarações, leis, etc., é uma


ulterior especificidade da rede. Esta comporta, entre outras, “o eclipse da figura do
storyteller: daquele que nos indica o percurso narrativo a seguir na fruição do texto

Entre as características atribuíveis à rede telemática, recordamos além disso, a redução


dos custos da presença em rede, a qual consente a pequenos grupos e movimentos de
poder gerir espaços de visibilidade que, de outra maneira seria de difícil aquisição,
reduzindo assim a hegemonia dos partidos maiores, embora permanecendo numa
condição de desigualdade devido à disponibilidade económica dos sujeitos. Apesar
disso os custos necessários para a abertura e a gestão de um sítio são reduzidos, em
comparação com aqueles necessários para obter uma presença continuativa nos média
tradicionais.

Além da redução de custos é de relevar a velocidade dos processos comunicativos on-


line. Consulta de textos, mensagens electrónicas, recolha e adesão a iniciativas são
operações que advém todas em tempo real com uma velocidade que não tem paralelo
noutros media tradicionais.

As potencialidades da rede descritas são fundamentais para o desenvolvimento


democrático de um país. O incremento da disponibilidade de material informativo, de
facto, não se traduz de forma automática num melhoramento dos mecanismos de
controlo e participação. Pelo contrário, levanta o problema do acesso à informação.

“O optimismo com que se verifica o incremento das quantidades de informação disponíveis não
tem em conta que um dos problemas mais sérios é o própria saturação (overload) de
informações. Mediaticamente os cidadãos não têm tempo, nem interesse, nem sobretudo,
capacidade de gerir tais fluxos” (Amoretti, 1997, p.152).

Obter informações on line é além do mais uma operação elaborada e custosa em


termines de tempo e empenho para o utente que deve ser capaz de construir um próprio
percurso de viagem, sem perder de vista a necessidade cognitiva originária que o
impulsionou a iniciar a pesquisa.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Nesse prisma, Sepúlveda (2000:32) chama-nos a atenção para alguns desses entraves no
que diz respeito à utilização da Internet na política, tais como: a possibilidade de,
através do rastro digital deixado pelo utilizador, ser possível “controlar e fechar mais
comodamente, para punir e vigiar o pensamento livre, para sabiamente perseguir e
cientificamente torturar.”

A exclusão por falta de acesso é outra das desvantagens da utilização deste meio, bem
como, a manipulação através do controlo dos conteúdos e o estabelecimento de
monopólios. A privacidade da Internet é uma das preocupações do Internet lobby, no
entanto é um meio onde já se provou ser extremamente difícil controlar determinado
tipo de práticas, muitas vezes práticas essas que se podem tornar ofensivas (como a
pornografia e/ou de cariz racista e xenófobo).

Além disso, é necessário ter em consideração que a capacidade de reelaboração de


informação que o cérebro humano dispõe é limitada, assim como é limitado o tempo
que é possível dedicar a esta operação a inclinação individual a efectuá-la. A respeito do
excesso de informação existente na consulta de todas as fontes à disposição dos
indivíduos pela Tic é fundamental fazer referência que a mente humana detém
limitações e esquecer involuntariamente é um facto inegável associado a elas.5 Os
indivíduos médios não conseguem absorver todas as informações que detém à
disposição, ainda que estas digam respeito a áreas de interesse que lhe interessem de
maneira particular.

Potencialidade e limites são no fundo faces da mesma moeda. As acusações dadas à


rede de ter falhado na tentativa de favorecer novas formas de relações entre mundo
político e cidadãos parece apoiarem-se num equívoco de fundo. Segundo afirma
Berardi, (1996, p.116)

5
Umberto Eco refere em entrevista La Repubblica Anno Eco, U. A. 2006 Come perder la memoria 31,
N 117, 20 (6), pp. 42-43. ”que (…) “esquecer-se por excesso de informação e por interferência entre
informações caracteriza o território dos mass media”. Hoje a Internet constitui-se como o exemplo
príncipe de informação excedente. (…) Perdemo-nos em vários vínculos inter e hipertextuais que nos
enviam para outras informações, coligadas àquelas que nos encontramos mas, cada vez mais longe, que
no final não recordamos aquilo que estávamos à procura nem sobre o tema que começamos a navegar”
.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

“ (…) a rede não é um instrumento de democracia. A rede é, antes de mais, o paradigma de um


modelo de democracia nova, uma democracia sem referências ao centro (...) repensar a noção
de democracia pode derivar de uma invenção paradigmática, que à sua volta deriva do modelo
da rede, mas não será a mecânica consequência de uma difusão quantitativa de redes”.

Pode-se concluir com Betivegna (1999, p.36) quando refere que:

“A rede será um instrumento de democracia somente quando todos os sujeitos que navegam o
façam de modo que a tornem. A rede continuara a ser aquilo que se quiser: um instrumento
fascinante de múltiplos usos que vão desde os negócios à evasão, desde a aquisição de
informação, à discussão sobre os mais variados argumentos”.

Capítulo III – O marketing político.


3.1 Algumas definições e conceitos.

As rápidas mudanças tecnológicas, que interessaram à sociedade de informação


transformaram as estruturas partidárias em modo de redefinição do seu aspecto. As
modificações foram tão grandes de serem percebidas facilmente pela opinião pública.
Em 1960, nos Estados Unidos, o forte vento de renovação redefine as técnicas a adoptar
pelos partidos seja para comunicarem entre eles, seja com os próprios eleitores.

Tudo isso tornou a comunicação política diferente, de facto seja o processo


comunicativo, seja a qualidade de instrução do eleitorado foram redefinidas num modo
capilar, tornando-os menos distantes e melhor preparados em afrontar as problemáticas
do sector. A opinião pública torna-se mais heterogénea e mais instruída; em
consequência, o comportamento partidário consentiu o estudo de campanhas
publicitárias, sempre mais precisas, personalizadas, fortemente centradas nos
candidatos, acerca de temas precisos, com um alto conteúdo técnico.

A revolução televisiva tornou possível a criação de uma espécie de aglutinação entre


partido e eleitor, entre representantes dos partidos e opinião pública. A presença do ecrã
na política reduziu o eleitorado partidário; de facto as estratégias de partido eram

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

administradas à maior parte da população, em modo de convencer as “presas políticas”


a susterem os seus programas em sede eleitoral6.

É necessário definir algumas especificidades que o partido moderno deve ter em conta:
na comunicação política torna-se fundamental o conceito de marketing. Associado a
outros sectores, como exemplo, comerciais ou financeiros, o conceito de marketing
pode ser figurado no contexto político. Nas actuais definições de Marketing comercial é
importante a função de satisfação do consumidor. Também o marketing político deverá
cumprir a mesma função, procurando trazer consigo o grau de satisfação eleitoral aos
níveis máximos.
Respeito ao passado, onde o conceito de política era abordado nos palácios, agora a
política devera ser idealizada, comunicada e discutida principalmente com a opinião
pública. Resulta, por isso, fundamental sublinhar a importância da estratégia e a
habilidade de cada representante em pôr-se do modo mais apropriado aos olhos do
eleitorado: o marketing político procura fornecer uma solução decisiva a esta
problemática. O processo comunicativo sobrepõem-se entre os representante e o
representado, tornando facilmente acessível as mensagens dos partidos às massas
eleitorais, aligeirando seja a dificuldade na assimilação do conceito, seja a dificuldade
em recebê-lo.

O marketing político propicia teorias partidárias aos cidadãos em modo decisivamente


mais simples respeito às precedentes técnicas de comunicação política. Maior será a
qualidade de oferta política efectuada pelos partidos políticos e maiores serão os
consensos recolhidos no mercado eleitoral.

A actividade de Marketing será assim orientada a eliminar as precedentes estratégias


intransigentes dos partidos que degeneram consensos eleitorais de segmentos. Segundo
Bongrand (1993, p.13) esta ciência traduz-se assim:

6
O conceito de eleitorado partidário perde o seu significado com a presença na comunicação dos novos
media, de facto, fechar o acesso do partido a poucas pessoas significava perder consensos; a figura do
eleitor vem interpretada como a base em que se deve buscar consensos. O partido deve ser
necessariamente capaz de mudar de rota, mudar de pele a necessidades diferentes.
O aspecto estratégico assume a posição fundamental nas perspectivas eleitorais.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

“ o marketing é um conjunto de técnicas realizadas com o objectivo de adoptar um produto ao seu


mercado, fazê-lo conhecer ao consumidor, criar a diferença com os (produtos) concorrentes e com um
mínimo de meios, optimizar o proveito que deriva da venda”.

Em perspectiva política, por marketing político entende-se:

“Um conjunto de técnicas realizadas com o objectivo de adequar o candidato ao seu eleitorado
potencial, de faze-lo conhecer ao maior número de eleitores, e a cada um desses em particular;
de criar a diferença com os concorrentes – ou os adversários – e com o mínimo de meios, de
optimizar o numero de sufrágios que ocorre ganhar no decurso da campanha” Bongrand
(1993, p.13). Esse é o “instrumento principal da sociedade produtiva e – em
certo sentido o da filosofia” Cesarini (1988, p.314).

Mazzoleni concede o Marketing como uma “estratégia da imagem” posta em evidência


pelo homem político para mobilizar o consenso dos eleitores, no interior de um sistema
de relações concorrenciais e portanto, por analogia às dinâmicas económicas, no interior
de um “mercado” da oferta política e das questões populares. Exemplos do cuidado da
imagem pessoal da parte de líderes políticos podem ser a da ex. primeira ministra
inglesa Margaret Thatcher ou em Itália, mais recentemente, de Sílvio Berlusconi.
Observa Cayrol (1986, p.146) “ A imagem transmitida conta mais que o conteúdo da
mensagem”. Todavia observa Pilati (1987, p. 186) que,

“o marketing aplicado à política, caracteriza-se, pelo menos em teoria, como método do acto de
informar a construção do discurso político e não como baseado na produção e distribuição das
ideias. Mas aos partidos, espera-se de pensarem as ideias e os conteúdos”.

Na realidade, existem diferenças conceptuais, muito subtis, entre o termine “marketing


político” até agora utilizado e “estratégia política em tempos de paz, durante as
campanhas eleitorais” (Bongrand, 1993, p.27). Com a primeira entende-se o emprego da
“normalidade” para manter e reforçar as posições no período de legislatura, e com o
segundo faz-se referência ao marketing específico das campanhas eleitorais, em período
de competição, de conquista.

O marketing político a que se faz referência na linguagem comum é aquele eleitoral,


porque o clima de “campanha permanente” é aquelas que caracterizam as duas

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

especificações de “político” e “eleitoral”. Com este termine entende-se, de facto, todas


as actividades comunicativas postas em campanha eleitoral, que vão desde o material
promocional, aos manifestos, spots, das cenas e dos comícios às mais recentes
aplicações instrumentais das novas tecnologias da comunicação, como a presença de
sítios partidários on-line.

Quase paradoxalmente também Macchiavelli, há 5 séculos atrás, ao escrever o seu


Príncipe, formula uma eficaz definição do homem político que faz recordar as mais
recentes técnicas de marketing:

“ Nada procura tanto estima a um príncipe quanto o facto de cumprir grandes acções e de
fornecer uma imagem excepcional de si próprio. (…) Um príncipe deve sobretudo esforçar-se
por dar uma imagem de grande homem e de engenho excelente. (…) Deve também, nos
momentos oportunos do ano, distrair o povo com festas e espectáculos” Macchiavel.

Uma vez definido o conceito de Marketing político7 ocorre perceber quando começou a
fazer parte da realidade politica. A actividade de marketing vem associada à
democracia. Nos Estados Unidos da América, afluíam actividades de publicidade,
marketing, sondagens de opinião e larga informação na actividade política. Segundo
Bongrand (1993)

“O marketing consiste num conjunto de técnicas utilizadas com o objectivo de adaptar um


produto ao seu mercado, faze-lo conhecer ao consumidor, criar a diferença com os produtos
concorrentes e, com um mínimo de meios, de optimizar o proveito que deriva das vendas”.

Do contexto americano os instrumentos do marketing politico, definidos como “a


descoberta pelo mundo politico de uma nova santa trindade: a televisão, as sondagens,
a publicidade” Cayrol (cit. in Mazzoleni:1988), difundem-se na Europa Ocidental.

Em Itália o fenómeno do marketing manifesta-se na segunda metade dos anos setenta,


mas como facto marginal até às eleições de 1994, quando ingressaram no sistema

7
No texto encontra-se uma definição elaborada por Cayrol onde se intui o conceito de marketing político
como “quando se fala hoje de técnicas modernas da comunicação política; fala-se de um conjunto de
meios relativamente novos de derivação comercial”. Mazzoleni G., La comunicazione politica, Bologna,
Il Mulino, 1998.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

político figuras típicas mais vistas como consulentes, redactores de estratégia e de


sondagens sobre o eleitorado. Estas novas figuras ocuparam-se de treinar os candidatos
a aparecerem na televisão, gerindo a sua imagem e toda a propaganda eleitoral.

“Nos anos 90 afirma-se também em Itália o “new style campaigning” que, desfrutando das
técnicas de marketing e das oportunidades oferecidas pelo sistema dos media, assinalando as
novas campanhas eleitorais, sempre mais planificadas estrategicamente pelos consultores
políticos, visualizadas em spots e aparições televisivas” Bentivegna (1997, p.28).

O marketing político consente aos “vendedores” de aproximarem pessoas aos seus


programas ou aos seus produtos, estes devem suscitar, graças à sua acção, interesses no
consumidor e capturar a sua atenção. Nos estudos de alguns autores parece que o
conceito de comunicação política moderna coincida perfeitamente com o recente
conceito de marketing político.

A actividade de marketing compreende outras passagens, que não são visíveis aos
consumidores finais, dado que lhes vem consignado o produto perfeitamente
confeccionado, como resultado de uma série de estudos e processos que só a monte são
visíveis.

Estas estruturas detêm a função de analisar as questões relativas ao eleitorado, e sobre a


base das exigências que o mercado requer, orientando as direcções políticas e os seus
comportamentos. Procurando de trazer o argumento em âmbito económico, parece ser
possível aproximar o conceito de marketing político à colocação de um bem no
mercado. Antes de produzir um bem, de facto, analisar-se-á a capacidade de produção e
a quantidade que o mercado pode absorver. Uma vez obtido o resultado parece ser
evidente que a função do marketing político seja aquela de encontrar o ponto de
equilíbrio (entre procura e oferta) à satisfação dos sujeitos presentes no mercado, isto é
aos eleitores.

É necessário contudo, fazer algumas reflexões critica aos riscos e às possibilidades de


distorção que o marketing importa da política. A utilização, sempre mais difusa, nas
campanhas eleitorais das estratégias de imagem da parte dos partidos e candidatos, é um
fenómeno que suscita muitos temores.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

A posição dos estudiosos divide-se em dois enquadramentos que reproduzem o clássico


esquema apocalípticos – integrados de Humberto Eco. Se os pessimistas concordam
com o facto que os media produzem uma pseudo -participação, por outro lado, as vozes
mais optimistas, vêem os news media como instrumentos que facilitam o crescimento
civil e democrático do público dos cidadãos.

A acusação é que os news media vêem vistos como cúmplices perfeitos do poder
político no manipular a informação e em aniquilar o processo eleitoral com todos os
riscos que isto comporta para o sistema democrático. Um exemplo relevante de quanto
exposto aconteceu em Itália num debate intensamente critico suscitado por políticos,
intelectuais, jornalistas ao carácter faccioso dos canais “berlusconianos” nas últimas
campanhas legislativas. A acusação de cumplicidade é dúplice: esta diz respeito por
uma parte aos jornalistas que são vistos como uma parte da mesma elite dos políticos,
numa troca recíproca de favores, privilégios e visibilidade; por outra o mundo da
informação empenhado numa feroz concorrência é vitima de uma eficaz manipulação
da parte do poder politico, dependendo dele para obter a matéria-prima. Verifica-se
assim um balanceamento de poder que vê as news media numa posição não por certa
privilegiada.

Emerge assim uma realidade da comunicação política antes de mais ambígua e


contraditória: parece evidente uma sobreposição entre o papel informativo e o papel
persuasivo da média e um “paralelismo” entre aparelhos informativos a aparelhos
políticos, que leva os primeiros a agirem como verdadeiros e próprios sujeitos políticos;
Em definitivo, a realidade do marketing político, aparece no território europeu depois de
se ter radicado no novo continente, e pelo seu atraso em âmbito europeu, alguns autores
julgam a utilização do marketing como “a causa da americanização da política
moderna”.

3.2 As campanhas eleitorais on line.

Existem muitas formas de intervenção, a nível prático, da parte das tecnologias


informáticas na esfera política, como exemplo, aquelas que dizem respeito ao inserir no
mundo da Web dos partidos políticos, ou até a possibilidade das votações electrónicas
(e-vote).

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

As primeiras tentativas de desfrute da Internet na condução de uma campanha eleitoral


podem ser tidas em conta a partir de 1992, ano em que um colaborador do staff de Bill
Clinton utilizou o instrumento de e-mail para distribuir informações aos voluntários e à
média tradicionais. A eleição de Clinton fez com que, poucos meses depois, se criasse
um sítio oficial da Casa Branca na Internet. Nas sucessivas campanhas eleitorais,
ocorridas em anos seguintes, começando na de 1996, a presença em rede de todos os
partidos e candidatos tornou-se indispensável. À diferença de 1992, quando o recurso ao
instrumento do e-mail era considerado pioneiro, em 1996 todos os candidatos
envolvidos na campanha podiam contar com a mais valia da Internet com funções de
criação e gestão do sítio e outras actividades. Estes anos foram caracterizados por uma
organização da campanha eleitoral como nunca feita em precedência: desfrutou-se,
ainda que, em versão limitada, das potencialidades da interactividade entre cidadãos e
política, interpelando os cidadãos a “personalizar” os sítios a partir das suas exigências.
A campanha eleitoral americana de 1996 foi considerada uma prova geral para futuras
eleições: Segundo Willock (1997, p.221)

“As eleições de 1996 introduzirem a Internet à larga escala como meio para distribuir
informação política, para estimular o debate público e para oferecer informações facilmente
acessíveis aos utentes interessados. Embora estes fins não se tivessem atingido de maneira
satisfatória. Foi, de todas as maneiras, uma boa experiência e inovação que ofereceu promessas
para eleições futuras”.

Em Itália, as campanhas eleitorais para a renovação Parlamentar de 1996 podem ser


definidas como o primeiro passo elementar verso o uso das tecnologias da comunicação.
A aproximação inicial ao novo meio de comunicação foi substancialmente simples e
quase estranho às potencialidades desfrutáveis. Existia uma espécie de quota reduzida,
verificada pela fraca adesão dos partidos políticos ao novo meio, ou melhor a um sítio
Web. A experiência dos partidos em rede, em alguns casos, não era mais do que uma
espécie de “afirmação presencial”, numa extensão de formas comunicativas e
organizativas próprias daquelas conduzidas segundo as respectivas tradições. A
consciência acerca das potencialidades da Internet e a necessidade de individuar targets
diversos de utilizadores portadores de exigências completamente diversas estão na base
das inovações introduzidas em anos sucessivos.

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49
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

“Em definitivo, as campanhas eleitoras presentes na Web, embora atingindo uma quota reduzida
de eleitorado, configura-se como uma ocasião única para atingir target de eleitores
particularmente interessados nas dimensões politicas que possam à sua volta activar ulteriores
ocasiões de comunicação com outros sujeitos menos envolvidos mas determinantes às
finalidades do êxito eleitora. Além disso, esta consente a criação de uma máquina organizativa
obtida em função do trabalho daqueles que a sustém que, de modo mais ou menos planificado,
podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da campanha”. Por fim, esta
coloca-se como uma ocasião de produção de material informativo a oferecer aos média
tradicionais. À luz dos custos relativamente reduzidos que a presença em rede comporta e às
características dos sujeitos atingidos, parece evidente como a campanha eleitoral na Web possa
ser reputada como conveniente de todos os sujeitos políticos, qualquer que seja a maquina
organizativa com a qual se possa contar” Bentivegna (1999, p.87).

Uma consequência das potencialidades da Internet em política é a possibilidade de votar


on-line, mediante o uso de terminais conexos a uma unidade central em grau de elaborar
de maneira mais veloz os dados eleitorais. Embora o argumento possa ser sujeito a
8
críticas aos custos de conexão, ao grau de preparação dos novos cidadãos “virtuais”,
ao mesmo tempo, são muitos aqueles que esperam de transformar esta quimera num
sonho realizável, que parece estar já em evidencia, em virtude da continua propagação
do fenómeno da Internet no mundo.

Em algumas zonas de Austrália e em algumas zonas Suíças existe a possibilidade de


votar on-line, mas são pequenas realidades. Estender o fenómeno a níveis nacionais
abririam o espaço a interrogações jamais postas em evidencia, capazes de revirar o(s)
actuai(s) sistema(s) de democracia representativa(s). Todavia, segundo alguns
pensadores, embora seja um sistema capaz de modificar aquele actual, respeito ao
precedente requereria menores substituições, menores sacrifícios institucionais.

O modelo, de facto, necessitaria somente de uma modalidade diferente de votação, e


não uma completa reviravolta institucional, ainda que seja fácil pensar que o papel dos
intermediários políticos se redimensionaria de forma notória. O problema que se
colocaria estariam legados às fases organizativas, enquanto faltariam as figuras
organizacionais necessárias capazes de coordenar a actividade eleitoral on line. Além

8
Basta pensar no fenómeno dos Hackers ou dos piratas informáticos, capazes de distorcerem cada
mensagem hiper textual no mundo multimédia.

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50
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

disso, apresentar-se-iam as mesmas problemáticas evidenciadas precedentemente a


propósito da “democracia electrónica” com todas as implicações a ela associadas.
O primeiro passo verso uma Cyber democracia parecem ainda incertos e actualmente
substanciados pelo desinteresse por parte dos cibernautas, talvez pela natureza
anárquica intrínseca à Internet, ou mesmo pelo fraco interesse que a gente tem no
confronto com aquele tipo de eleições.

Em Itália, ao valerem-se do novo instrumento para alargar a participação política e


formarem uma classe dirigente de acordo com as mudanças sócias e económicas do
mundo das news media foi o Partido Radical, que por sua vez, começa a notar um certo
interesse pelas eleições electrónicas. O partido possível contactar em
http://www.radicali.it/ está na vanguarda da praxis politica on line enquanto
proporcionou a eleição de vinte e cinco membros do Comité de Organização do partido
através da Internet, sob o traço das primárias Americanas. Além dos resultados, a
escolha dos Radicais aparece como uma perspectiva nova no mundo de fazer politica
em Itália e de considerar a Rede como um meio para a organização interna do partido.
Os Radicais retêm mesmo que as pessoas da rede graças ao uso que fazem da Web, seja
aquele mais atento aos temas que dizem respeito à liberdade económica, politica e
legislativa, características das batalhas partidárias.

Segundo Rodatà (1998) “ Uma vez evidenciada a segurança, o voto electrónico deverá consentir um
crescimento da participação politica em condição que não faça nascer novas desigualdades entre aqueles
que utilizam os meios de comunicação e aqueles que não os utilizam”. “Estas novas tecnologias podem
tornar os cidadãos mais activos, torna-los capazes de estimular os candidatos e de lhes solicitar as
exigências da realidade. Deste modo os cidadãos não serão vistos somente como consumidores finais do
produto político.”

Como dito anteriormente, a aplicação do voto electrónico, e de qualquer campanha


publicitária on line, resulta difícil; difícil de controlar, gerir ou planificar.
Provavelmente será possível esperar-se próximas regulamentações legislativas respeito
à Internet.

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51
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Capitulo IV. A comunicação política no mundo Web – “estudo empírico”.


4.1 O sítio Internet: novas necessidades e novas oportunidades para os partidos.

Agora é o momento de analisar as modalidades aplicadas e principais resultados deste


novo modo de comunicar em política, para estabelecer em que medida as inovações
introduzidas pela Internet foram recebidas e desfrutadas pelas formações partidárias em
Itália.

O objectivo da investigação será aquele de recolher e ordenar uma série de informações


úteis para estudar e compreender como é percebido e usada a Rede Internet pelos
partidos italianos e pelos seus objectivos propagandísticos e não só.

Como se ilustrou precedentemente, no decurso dos tempos os mediam conquistaram um


poder sempre maior nos confrontos dos partidos. Estes últimos, de facto, previram um
progressivo redimensionamento das capacidades de comunicação directa com os
inscritos no sítio de frente a um incremento da difusão dos média como canais de
mediação entre órgãos políticos e seus potenciais destinatários. Em frente a esta
situação os partidos políticos procuraram de corrigir os erros. E em tal contexto a
Internet configurou-se como um meio adequado, porque consente aos partidos políticos
de tornarem a serem produtores de fluxos comunicativos de forma directa, isto é,
chegarem estes aos seus destinatários sem o trâmite de outros sujeitos.

Depois de um período em que, a delega de “dar voz” aos cidadãos estava atribuída ao
sistema dos média, assiste-se agora à possibilidade de um retorno directo entre partidos
e cidadãos. Tal como afirma Betivegna (1999, p.41)

“na reposição em chave moderna e tecnológica de tal relação, o sujeito partido transforma a
velha organização centralizada e verticalizada numa moderna rede que contribui para a vida da
organização tramite as estruturas existentes (Federações, Organismos de dirigentes, Grupos
Parlamentares) abertas às trocas de contactos com os militantes, os eleitores, os cidadãos” .

Através da utilização das novas tecnologias da comunicação, o partido transforma-se


numa estrutura que se defende em todo o território e capaz de pôr em contacto os vários
sujeitos da cena política.

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52
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

A Internet reforça as suas características estruturais de elasticidade, mesmo porque revê


os potenciais fruidores, os quais vem postos em contacto directo com os vértices
políticos sem passarem pelas mediações dos meios de comunicação tradicionais.

As possíveis modalidades de utilizo da Rede, da parte dos partidos consentem de se


individualizar três níveis diferentes utilização:

1. Internet como “sítio vitrina” e instrumento formativo e informativo.


2. Internet como meio de interacção com os cidadãos.
3. Internet como meio organizativo.

O primeiro caso (considerado nível de base) refere-se às primeiras tentativas na Web


por parte dos partidos. O “sítio vitrina” é, de facto, caracterizado por conteúdos
estáticos e não necessita de grandes acrescentos, se finalizado como uma simples
apresentação do sítio. É uma oferta que desconhece qualquer especificidade e é uma
óptima exemplificação do designado “analfabetismo tecnológico”. Os sítios que
pertencem a esta categoria apresentam, às vezes, somente a fotografia do candidato e
são completamente privados de páginas com a capacidade de serem abertas. Sublinhe-se
no entanto que, os partidos abandonaram esta conotação de “sítios vitrina” da qual se
dão breves acenos somente para dar uma garantia de continuidade ao trabalho presente.
É oportuno descrever, ao invés, a fase sucessiva de utilização que, prevê já evoluções do
tratamento da informação: o sitio informativo. Este detém o objectivo principal de
difundir notícias e informações que se aperfeiçoam acerca da actividade do partido.

Tais informações, difundidas através de vários formatos (textos, áudio e vídeo), poderá
ter como fim o conhecimento do partido, através da sua história, os seus objectivos, as
actividades, as ideias, ou mesmo, ser menos “focalizada” e representar um quadro
bastante completo do panorama politico, acolhendo em qualquer modo as instâncias dos
adversários. Deste modo, o partido tem a possibilidade de recuperar uma função que,
em consequência da crise que se atravessa, se perdeu, a de dar aos militantes a
percepção do cenário político no seu conjunto

Coligada à função informativa encontra-se a formativa com o objectivo de educar o


cidadão a conhecer, aprofundar e eventualmente partilhar a linha política do partido.

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53
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O sítio Internet consente este tipo de actividade principalmente através da sinalização de


leituras aconselhadas, a página de links, os seminários em rede. A função formativa é
completada pela possibilidade de se obter o cartão de militante através do sítio,
analogamente aquela efectuada somente através das secções.

A um nível mais evoluído coloca-se o sítio interactivo que oferece não só informações
acrescentadas, mas também instrumentos de mobilização, contacto e diálogo com o
maior numero de público(s) utilizadores da rede. Este último nível requer um
envolvimento directo da parte de quem se ocupa da organização e da redacção do sitio
(ou do líder partidário), numa gestão contínua, com o fim de responder em tempo real
ao feedback por parte dos utentes.

Com esta etiqueta quis-se enfatizar a dimensão da interactividade que caracteriza esta
classe de sítios, a partir da presença de indicadores de comunicação vertical (candidato
ou navegantes) e horizontal (entre navegadores). Neste tipo de sítios não só existe a
possibilidade de interagir com os outros navegadores mas, existe também uma oferta de
serviços que vai desde os links às principais instituições nacionais e internacionais, às
ilustrações satíricas e aos jogos on-line.

O último nível do emprego da Rede da parte dos partidos políticos, faz entender a
mesma como instrumento organizativo. É este o nível avançado que requer
investimentos maiores, destinados por exemplo, à troca de informações e opiniões sem
se mover do próprio local, e ainda, à possibilidade de efectuar encontros e reuniões
coordenadas, através da videoconferência, reproduzindo, em tal modo, uma verdadeira e
própria reunião à porta fechada com acesso limitado aos dirigentes e responsáveis
locais.

Esta possibilidade de troca internas das informações por quanta vantajosa, não pode ter
em consideração algumas possibilidades inconvenientes que poderiam derivar da troca
de dados reservados, e secretos. Para evitar qualquer tipo de intrusão externa é
necessário que, quem decida de utilizar a Internet deste modo, se tutele dos problemas
suscitados de acesso não autorizado às informações, através dos sistemas de protecção
através de especialistas informáticos.

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54
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

4.2 Introdução ao mundo Web: participação entre partidos e cidadãos.

O mundo da Web está a proporcionar exponencialmente a participação entre governos e


cidadãos. Através da informação política veiculada pela Rede, os cidadãos estão em
grau de fazer uma opinião mais abrangente e completa que poderão confrontar com
aquela veiculada pelos media tradicionais, podendo além disso, participar e assistir aos
debates on-line e conhecer iniciativas promovidas pelo partido de forma a aprofundar o
conhecimento. Os eleitores encontrarão, para além disso, em proximidade com
acontecimentos eleitorais, uma informação acrescentada que poderá contribuir para
amadurecer as suas decisões de voto final.

Os partidos durante a campanha eleitoral dão muita importância ao sítio, publicando


detalhadamente os programas, as entrevistas, os ataques aos adversários voltados a
denegrir os programas. Em tal contexto o eleitor pode fazer um quadro exaustivo das
propostas das forças em campo que, em consonância a outros veículos de informação,
contribuirá a fazer-lhes assumir uma posição eleitoral definitiva.

Constituindo uma fonte informativa directa e oficial, um sítio político será útil também
para os jornalistas, os quais poderão encontrar informações acerca da vida, das
iniciativas e as tomadas de posição dos partidos.

Em geral, um sítio Internet é projectado e realizado para se tornar o centro de


representação virtual de cada político e um lugar onde vem dada a possibilidade aos
cidadãos de se informarem, participarem e mobilizarem. Ter individualizado estes três
níveis de utilização será útil para sistematizar as informações recolhidas visitando os
sítios partidários.

Este estudo pretende fazer uma análise na Web acerca da utilização que partidos
políticos e eleitores estabeleceram no ano de 2006 em Itália: as questões centrais
investigadas seguiram inicialmente 2 ideias fundamentais: primeira, os partidos
divergem no sentido do uso que fazem do meio? Segundo, a Web promove uma maior
exposição das mensagens dos partidos do que outros media?

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55
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Para responder a estas questões realizamos uma entrevista a dois responsáveis pela
comunicação política na Web, aos dois maiores partidos em Itália, Forza Itália e
Democratici di Sinistra. Analisou-se ainda, os sítios Web e os conteúdos que
disponibilizam, no sentido de se averiguar quais são os pontos de maior relevância, com
o intuito de verificar a sua importância.

Este trabalho põe o acento no carácter de homogeneização que parece ir aumentando à


medida que os partidos utilizam a Web, tendente para uma “normalização” na
competição partidária, sem contudo deixar de relevar o aumento da visibilidade que os
partidos vão adquirindo no ciberespaço. Evidências empíricas indicam que a Internet é,
cada vez mais, utilizada por partidos desde 1995 (Norris, 2000), verificando-se por
vezes, uma aproximação real entre partidos.

A emergência das tecnologias da informação e comunicação (Tic) em 1990 fez


aumentar a relevância da profissionalização e globalização das campanhas. Até que
ponto se alterou o estilo das campanhas? A Internet constitui-se como mais uma
ferramenta que estandardizará as campanhas, tal como as conhecemos nas democracias
liberais? Alguns autores como Norris (2000) e Farrel and Webb (2000), argumentam
que uma nova era pós-moderna está a emergir, onde as campanhas são permanentes, os
eleitores são vistos como clientes e as políticas como produtos.

O estudo pretende ainda, verificar a forma adoptada em campanhas políticas efectuadas


na Internet, proporcionando um quadro – referencial acerca de algumas técnicas e
instrumentos adoptados pelos partidos. Depois, a competição inter – partidária e
especificamente o grau em que partidos pequenos aproveitam a Web para
proporcionarem aos seus públicos maior comunicação em termos de igualdade
mediática.

As Tic podem ser uma ferramenta primária em providenciar um link directo para
comunicar as preferências dos cidadãos aos políticos. Segundo Gibson (2001), a
emergência da Internet como uma ferramenta de campanha pode ter pelo menos três
impactos no estilo das eleições futuras: 1º - o grande volume e velocidade de
transmissão pode proporcionar uma maior base para a campanha do que outros media;

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56
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

2º - a habilidade para identificar os utilizadores torna possível atingir determinado


público-alvo de eleitores e até personalizar mensagens. (Tal identificação permite o
envio de e-mails directamente para grupos específicos e para páginas particulares ou
informações directamente a membros de grupos específicos); 3º - as potencialidades
interactivas da tecnologia permite receber o feedback imediato das suas políticas a baixo
custo. Similarmente “e-mail” e “chat-rooms” podem permitir aos eleitores terem um
papel mais activo na condução da campanha através de um maior acesso, seja aos
partidos que aos candidatos.

Recentemente alguns observadores como Stone (1996), Davis (1999) e Gibson and
Ward (1998) notaram um aumento da despesa e da sofisticação de campanhas On-line
nos Estados Unidos.

De acordo com Gibson et al. (2001), os Websítios ainda são largamente mecanismos
para alimentar as informações a activistas e jornalistas, para identificação dos partidos,
mais do que para providenciar algum sentido às interacções com os eleitores.

No estudo que elaboramos nota-se que, para além destas características gerais, existem
algumas diferenças substanciais.

Enquanto nos Estados Unidos a angariação de fundos para apoio às campanhas é


possível na maior parte dos sítios, em Itália isso é possível apenas em 3 sítios
partidários, são eles: Democratici di Sinistra, Margherita e Radicali Italiani. De acordo
com Newell 2001 (…) “os partidos eram reticentes em pedir aos seus públicos para lhes
oferecerem dinheiro” refere, devido aos escândalos de corrupção que aconteceram em
1990.

O advento da Internet, vista como uma força de democratização, transparece a ideia de


que as Tic podem beneficiar os partidos políticos de menor expressão junto do
eleitorado. A possibilidade de controlo editorial e o relativo baixo custo na criação de
um Web sítio, estabelece que os partidos menores podem estabelecer uma plataforma
para os seus pontos de vista mais facilmente, do que no mainstream media, alcançando
assim, maior audiência. Enquanto na Web, sítios oferecem aos partidos mais pequenos a

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57
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

possibilidade de alcançarem novas audiências, os maiores partidos, monopolizadores de


outros media, detêm melhores níveis de alcance na condução dos eleitores para os seus
sítios. E nesse sentido, existe uma necessidade de existirem Web managers ou
profissionais de comunicação de forma a organizarem o(s) sítio(s).

A Web detém memória, exprime-se por escrito, privilegia uma linguagem informal e
sugestiva (enquanto pune aquela burocrática ou sindical) e como cada forma de
conversação requer do interlocutor que, sejam capazes de colocarem-se no mesmo plano
(aquele do «tu» e aquele do ausculto recíproco). Por outro lado, uma comunicação
politica eficaz na Web requer ideias bem argumentadas, respeito aos interlocutores e em
geral cria expectativas de uma visão politica que vá além do contingente.

4. 3 Metodologia utilizada – Parte I.

No sentido de investigar tais assuntos, desenvolveu-se um estudo exploratório, com


recurso a vários instrumentos de pesquisa, com vista à análise dos respectivos sítios, que
compreende:

1º - Web servers de presença on line de alguns partidos italianos;

2º - Entrevista e questionários sobre o método P/R realizada por correio electrónico,


para os responsáveis dos sítios de 2 dos maiores partidos italianos, com resultado em 7
de Junho de 2006; e as propostas e sucessos das campanhas on line.

3º - Análise de conteúdos, seja na funcionalidade que no design, adoptados através de


classificações específicas desenvolvidas para análise de sítios partidários por Gibson,
Newell and Ward 2005. O código providencia informação numa ênfase colocada pelos
partidos numa série de funções tais como: facilidade de navegação, informação,
participação de eleitores, suportes de campanha eleitoral, geração de fontes e
Networking com outras organizações.

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58
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Ao utilizar estes dados propomo-nos comparar partidos entre sistemas, e examinar até
que ponto faz sentido falar em convergência de conteúdos a acontecer em “Websites”.
Comparando-os à luz da presença na Web, pretendemos demonstrar quais são os
partidos que estão a melhorar o seu perfil resultante do aparecimento no mundo da Web.
Estamos perante algum Gap em termos de funções e sofisticações dos sítios entre os
maiores e os menores partidos?

Que territorialidade e que capacidades de afirmação ou de visibilidades ocupa a política


no mundo da Web? Finalmente, através do questionário e entrevista realizado
pretendemos perceber as realidades de dois intervenientes no processo comunicativo na
existência do mundo Web para os seus partidos.

Para tornar o nosso trabalho mais completo, ilustra-se nas tabelas sucessivas a data de
activação de alguns sítios dos partidos italianos:

Tabela nº 1 – Ano de Nascimento dos sítios.


Partido Ano de Data de Link
Nascimento activação
NA 1995 Dez-95 http://www.alleanzanazionale.it
DS 1991 Jan-98 http://www.dsonline.it/
Forza Itália http://www.forzaitalia.it
Rifondazione 1991 Mar-96 http://www.rifondazione.it/
comunista
Comunisti italiani 1997 Mai-99 http://www.comunisti-italiani.it
CCD 1993 Jun-98
PPI 1993 - http://www.linoduilio.it/
Ulivo - http://www.ulivo.it/
Lega Nord 1991 - http://www.leganord.org/
Socialisti 1994 - http://www.psdionline.it/
democratici
italiani
UDEUR 1998 - http://www.udeur.org/
Verdi 1987 - http://www.verdi.it/
MS-FT 1995 - http://www.fiammatricolore.net/

Fonte: Bentivegna

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Os primeiros a utilizarem as potencialidades que a rede oferece foram os grandes


partidos que, em meados dos anos 90, deram vida a uma profunda reestruturação das
ofertas informativas, prevendo planos de investimento económico, no sentido de se
tomar partido das oportunidades, recorrendo a especialistas para a realização dos sítios,
com custos financeiros.

Visitando os vários sítios Web dos partidos e dos movimentos políticos pode-se
observar que, alguns partidos pequenos dispõem já de sítios bem realizados, dotados de
múltiplas funções que requerem para a sua activação conhecimentos avançados de
informática.

4.3.1 Análise dos sítios Internet de dois grandes partidos italianos: Forza Itália e
Democratici de Sinistra.

Sobre a base de considerações teóricas mencionadas até aqui e adoptando o modelo


explicativo referido em precedente exposição, relativo aos três modelos de utilização do
sítio Internet pelos partidos, analisou-se em profundo os sítios das formações políticas
italianas de Forza Itália e dos Democratici di Sinistra, procurando individualizar a
presença de tecnologia interactiva, informações acerca da história e actividade do
partido, as secções referentes à linha de conduta do movimento, as mensagens de boas
vindas, as actividades em curso, as posições do partido acerca das várias temáticas de
actualidade, os documentos em arquivo, as consultas de jornais de partido, confrontos
com outras forças políticas, as leituras aconselhadas, coligações a outros sítios, o correio
electrónico, os fóruns de discussão, as sondagens e reformas do governo actual.

4.3.1.1Análise do sítio de Forza Itália.

O sítio de Forza Itália foi analisado durante 1 Fevereiro e 30 de Dezembro de 2006;


conectando-se ao endereço http://www.forzaitalia.it.

Um período de relevo coincidiu com as semanas que precederam as eleições legislativas


para as câmaras (deputados e senado) do parlamento em 2006.

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60
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Na página seguinte reportam-se as grelhas de relevo utilizadas para a leitura do sítio


Forza Itália. Com o objectivo de revelar os aspectos qualitativos, (nível informativo,
interactivo e organizativo do sítio), estão isoladas as características específicas da
actividade de informação/comunicação exercitadas pelo sítio e a presença ou falta das
mesmas nas páginas Web do sítio em análise.

Tabela nº 2 – Nível Informativo


Presente Ausente

História do partido X

Actividade do partido X

Estancias dos adversários X

Objectivos do partido X

Órgão dirigentes dos partidos X

Apontamentos importantes X

Textos X

Vídeo X

Áudio X

Actividades em curso X

Consulta dos jornais do partido X

Estatutos e Regras X

Ligações a outros sítios X

Fonte (Esquematização do autor)

O sítio parece bem estruturado, o seu endereço encontra-se em muitos motores de busca
e a sua navegação é óptima. A maior parte das notícias reportadas no sítio refere-se às
actividades do partido, contudo são abordados casos de política diária relacionados com
as actividades em curso. Podem-se encontrar também crónicas e notícias de cultura. Da
análise da Home page do sítio verifica-se as reformas realizadas pelo governo de

______________________________________________________________________
61
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Berlusconi, como pontos centrais, destacando-se a disposição que assumem na página,


para uma consequente atenção do navegador. Depois, outros pontos de contacto: os
valores do partido, o presidente Sílvio Berlusconi, formas de aderir, Sítios Azzurri,
assim como link’s acerca das manifestações a realizar, medidas contrárias ás politicas
do governo, boletim semanal de análise e acção política, estatutos, etc.

Tabela nº 3 – Nível Formativo


Presente Ausente

Leituras aconselhadas X

Seminários em Rede X

Inscrições X

Posição acerca temáticas da actualidade X

Ideias Partido X

Objectivos do partido X

Confronto com outras forças políticas X

Fonte (Esquematização do autor)

Digno de atenção, consiste pela sua relevância, o link para adesão ao partido
proporcionando formas do utente participar, de forma a envolvê-lo seja na rádio seja nas
rubricas das cartas aos jornais. Estão presentes, por outro lado uma série de sugestões
relativas às modalidades de intervenção em directo no sítio, com aconselhamentos
relativos à moderação da linguagem. É notório também a secção “Agisci on line” e uma
outra de nome “Stampa e diffondi”, com a possibilidade de se imprimir cartazes ou
manifestos, sendo ainda possível convidar os amigos a difundi-los. Numa outra secção
está presente o “Appello al voto: perché votare Forza Itália”, em que o líder fazia
referencia aos motivos que devem levar cidadão a escolher Forza Itália, em variados
cenários.

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62
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Tabela nº 4 – Nível Interactivo


Presente Ausente

Correio electrónico X

Fóruns temáticos de discussão X

Sondagens em Rede X

Newsgroup X

Votação on line X

Comícios on line X

Chat políticos X

Publicidade no sítio X

Fonte (Esquematização do autor)

Neste momento não é possível ouvir comícios on-line, somente documentos legados a
conferências de partidos. Não está presente chat-line de forma que o utente do sítio
possa comunicar de forma directa com o vértice do partido, mas de qualquer forma, é
permitido ao navegador participar em fóruns, enviar e-mails aos representantes de
partido que poderão ser publicadas no sítio. O interessado pode inscrever-se à mailing-
list do partido que, lhe consente de receber notícias directamente das direcções.

Tabela nº 5 – Nível Organizativo


Presente Ausente

Troca de informações e opiniões X

Meeting e reuniões X

Fórum de discussão reservada X

Fonte (Esquematização do autor)

______________________________________________________________________
63
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O sítio de Forza Itália consente ao navegador a possibilidade de conhecer os candidatos


mas não a possibilidade de inter comunicar com eles. Pode-se dizer que no nível
organizativo está ausentes todas as características possíveis para uma optimização das
potencialidades que o sítio proporciona.

4.3.1.2 Análise do sítio dos Democratici di Sinistra.

O sítio dos Democratas de esquerda foi analisado desde 20 de Janeiro até 30 Novembro
de 2006, “clicando” em http://www.dsonline.it.

Tabela nº 6 – Nível Informativo


Presente Ausente

História do partido X

Actividade do partido X

Sítios dos adversários X

Objectivos do partido X

Órgão dirigentes do partido X

Apontamentos importantes X

Textos X

Vídeo X

Áudio X

Actividades em curso X

Disponibilidade de jornais / revistas do X


partido
Estatutos e regulamentos X

Ligações a outros sítios. X

Fonte (Esquematização do autor)

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64
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Também no sítio dos DS é possível inscrever-se às mailing list, receber notícias das
direcções e observar informações relativas ao partido: sedes, estatutos e regulamentos. É
possível escutar comícios on line e participar em fóruns graças ao envio e à leitura de e-
mails. Para consentir uma melhor navegação no sítio foi construído um motor de busca
interno que cria facilidades à busca de documentos e notícias relativas ao partido.

O nível informativo é alto: estão presentes numerosas páginas que tratam de assuntos da
actualidade, diversos artigos de jornais em formato digital, como vários documentos ou
até mesmo filmes audiovisuais. A estes últimos está consignada uma parte muito
relevante do sítio. De facto existe uma página em que se dá bastante relevo aos vídeos
do partido.

Tabela nº 7 – Nível Formativo


Presente Ausente

Leituras aconselhadas X

Seminários em rede X

Militância X

Tomadas de posição X

Ideias do partido X

Objectivos do partido X

Confronto com outras forças políticas X

Fonte (Esquematização do autor)

Por aquilo que diz respeito ás eleições para a composição do parlamento, também na
home page se encontravam informações relativas ao programa da Esquerda nas
legislativas. Candidatos, programas políticos e modalidades de votação podiam-se
encontrar entre os acessos possíveis.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Tabela nº 8 – Nível Interactivo


Presente Ausente

Correio electrónico X

Fórum temático de discussão X

Sondagens em rede X

Newsgroup X

Votações on line X

Comissões on line X

Chats políticos X

Publicidade no sítio X

Fonte (Esquematização do autor)

O que se torna relevante é o carácter de envolvimento que o sítio detém em que cada
cidadão poder-se-á tornar protagonista da(s) campanha(s), através do contributo das
próprias ideias e sugestões, no sentido de potenciar actividades de propaganda on line.
Também neste sítio é possível enviar cartolinas, manifestos, gadget, inscrever-se ás
newsletters, participar em rádio ou em televisão e encontrar conselhos úteis para abrir
blogs temáticos. Tratam-se de sítios que vieram dar um novo impulso à Internet; que
estão à disposição de todos aqueles que acharem que têm algo a fazer metade da estrada
entre uma tiragem de um jornal e um diário, desenvolvidos pelos seus autores,
residentes no espaço virtual do sítio do partido.

Tabela nº 9 – Nível Organizativo


Presente Ausente

Troca de informação e opinião X

Meeting e reunião X

Fórum de discussão reservados X

Fonte: (Esquematização do autor)

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O partido que em Itália investe mais na potencialidade da Rede é o partido dos


Democratici di Sinistra.

Do reconhecimento dos sítios dos principais partidos italianos efectuada em paralelo à


leitura presente nos Estados Unidos e Grã-Bretanha emerge uma articulação que prevê
uma constante presença de elementos que reconduzem às seguintes áreas: estrutura do
partido, vida interna do partido, modalidade de adesão ao partido, eventos e actividades
do partido, links para outros sítios, recolha de fundos. As páginas dedicadas à estrutura
dos partidos contêm nos sítios italianos informações relativas ao líder e aos membros do
partido eleitos nos vários organismos: como exemplo, é possível alcançar os exponentes
dos partidos eleitos nos Conselhos regionais, no Parlamento ou Parlamento europeu.
Cada sujeito, quando disponível vem indicado o endereço do correio electrónico, de
maneira a conseguir uma relação directa com o utente. Mais do que oferecer tal serviço,
dos homens do partido presentes nos vários organismos, existem páginas dedicadas à
estrutura do partido, contendo informações de carácter logístico acerca da sede principal
do partido e das sedes distribuídas no território.

Como exemplo o sítio dos Democratici di Sinistra, na página dedicada aos organismos
dirigentes, coloca os nomes dos membros da secretaria nacional, do Conselho nacional,
e da presidência da direcção, do Comité directivo nacional.

Em modo análogo o sítio de Alleanza Nazionale oferece informações acerca do


executivo político, a direcção nacional e a assembleia nacional. Todas estas informações
contribuem a tornar mais transparente a organização do partido e configuram-se como
uma espécie de bússola útil para sectores de interesse.

Na apresentação do partido em referência à sua estrutura, encontra-se o organigrama


com os diferentes departamentos temáticos. Nas páginas dedicadas aos eventos e às
actividades do partido, vêm assinaladas todas as iniciativas onde os exponentes dos
partidos estão envolvidos: manifestações e comícios, convénios e conferências, cursos e
congressos. Com etiquetas diversas, “agenda dos Democratici di Sinistra”, “eventos”
para Forza Itália e Alleanza Nazionale, “apontamentos” para Radicali Italiani, vêm
oferecidas páginas que assinalam a presença do partido nos vários âmbitos: do político

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67
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

ao desportivo. Estas páginas testemunham a presença activa dos partidos nas ofertas dos
momentos de confronto ou de aprofundamento de várias temáticas sem ter que contar
com as ocasiões de visibilidade oferecidas pelos media tradicionais.

A activação de links a outros partidos constitui um indicador das funções de networking


que é possível observar nos sítios. A indicação de visitar outros sítios configura-se
como uma tentativa de oferecer coordenadas para se mover numa oferta por vezes
caótica. A subdivisão mais frequente adoptada é entre links “políticos” e links “úteis”:
no primeiro grupo estão presentes os partidos nacionais e os partidos europeus e
instituições como: ministérios, entes públicos e locais, etc. no segundo estão presentes
órgãos de informação e os sítios de investigação. Assume-se desta forma por parte dos
sítios uma dupla valoração: a de networking e pedagógica.

A presença em Rede coloca o partido na condição de recolher fundos – tramite


subscrição ou tramite gadget. Contudo em Itália difundiu-se a abertura de “negócios
virtuais” onde se podem adquirir produtos, contribuindo para o financiamento do
partido. Mais do que representar uma ocasião para recolher fundos, a venda desses
produtos contribui para a colocação no mercado de símbolos do partido. É o que
acontece na página de Alleanza Nazionale.

A função de networking, coloca o partido numa condição de se apresentar em todas as


suas articulações, e contemporaneamente de construir uma rede de relações que põe em
contacto sujeitos diversos.

4.3.1.3 A comunicação política dos partidos na Web do ponto de vista dos responsáveis
da comunicação.

Com o fim de obter um quadro exaustivo de informações, desenvolveu-se um


questionário (ver apêndice…) aos responsáveis da comunicação política acerca da
Internet dos dois partidos objecto de análise, no sentido de obter notícias directas acerca
da (s) estratégia (s) de comunicação adoptadas e sobretudo, com o intuito de reconstruir
a percepção que, estes alimentam ao longo do tempo acerca das modalidades de
comunicação dos próprios partidos.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O questionário elaborado no método P/R foi estruturado em três círculos de questões


num total de 24: um primeiro ciclo no sentido de obter informações de carácter geral
acerca do funcionamento e da estrutura do sítio (ex. data de activação, existência de um
sistema de monitorização dos acessos, funções desenvolvidas no sítio tidas como mais
importantes, tipo de notícias, ideias e perspectivas veiculadas mediante o sítio,
principais instrumentos de interacção com o utente, maneiras de comunicar, etc. …) de
forma a aprofundar as 3 categorias de emprego do sítio Web pelo partido mencionadas.

Um segundo ciclo de perguntas teve a ver com aspectos extremamente práticos, a


realização e manutenção do sítio (quem se ocupa, se se trata de pessoal exterior ou
interno do partido, o que se vai acrescentando, quem delibera as coisas a publicar no
sítio, etc.). O terceiro grupo de questões pretende obter informações suplementares
acerca das modalidades de utilização do sítio, as expectativas que se têm e eventuais
desenvolvimentos futuros (uso do sítio também para potenciar a organização interna,
eventuais implementações previstas, existência de projectos de arquivos on line, etc.).

As respostas demoraram a chegar devido ao empenho destes nas campanhas eleitorais


que aconteceram no ano de 2006, e por isso empenhando muito tempo nas suas
actividades. Após envio do questionário recebemos uma mensagem, de ambos os
responsáveis do sítio, em que nos pediam paciência até ao(s) resultado(s) das eleições
políticas italianas a 9 de Abril, e só depois, responderam ás questões.

Seja António Palmieri, responsável da comunicação FI, possível contactar em


http://www.antoniopalmieri.it/, e Dr. Gianni Cuperlo, responsável comunicação DS, os
quais, enviaram-nos as respostas com uma certa tempestividade, o que nos leva a
considerar que neste caso (Forza Itália e DS), entendem bem as potencialidades do meio
telemático de maneira a estabelecerem contacto(s) com os cidadão(s). Depreendemos
que, o cidadão que toma a iniciativa de escrever a um partido e que veja ignorarem as
suas contribuições, dúvidas ou requerimentos possa aumentar a sua desconfiança
perante os instrumentos de interacção directa.

Tentaremos agora, sintetizar as respostas ao questionário proposto.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

A ocupar-se do sítio está, na Forza Itália, o deputado António Palmieri (que detém a
responsabilidade política e editorial) com um suporte técnico de uma sociedade exterior
ao sítio e uma pequena redacção interna. No caso de DS, a redacção é composta por
Ignazio Vascã (director), Tania Passa (coordenadora), Federico Mercuri (redactor): por
outro lado existe uma redacção alargada que consta de um responsável para o cuidado
das páginas dedicadas às várias áreas pertinentes realizadas por uma sociedade externa
que se dedica aos aspectos técnicos.

Como se evidencia pelas declarações dos responsáveis dos sítios políticos examinados:
o sítio de Forza Itália foi activado em 1995 por iniciativa do Presidente Sílvio
Berlusconi, enquanto o sítio de DS foi activado em 1998 por Gianni Cuperlo
(responsável pela comunicação política do sítio) o qual, considerou indispensável a
presença do partido na Web. O impulso dos movimentos políticos a estarem presentes
na Internet, para Forza Itália, consistiu no estar à disposição da sociedade civil sem
filtros ou censuras, superando a falta de atenção dos media tradicionais. Para o sítio da
DS, vem declarado, que o momento do nascimento presente na Internet consistiu para
contactar directamente com o cidadão. Só num segundo momento foi considerado como
um instrumento de trabalho seja para a Direcção Nacional que para a Territorial. Por
outro lado sublinhe-se que a posteriori o sítio sofreu uma notável expansão não só do
nível quantitativo (mais serviços, melhor utilização, maior operatividade, etc.).

O uso que se faz do sítio é um tema importante, porque implica que as informações
devam ser organizadas e estruturadas de maneira a garantir a máxima fruição. Pré –
requisito de cada projecto de um sítio é a identificação das tipologias de público a que
está dirigido. É importante que exista um esforço para imaginar como a Web será vista e
usada pelos seus utentes uma vez realizado, tendo em conta as características pessoais,
sociais, e culturais dos cidadãos.

Ambos os responsáveis previram no próprio sítio um sistema de monitorização dos


acessos com o objectivo de obter um indicador de quanto o sítio seja visível e bem
publicitado e perceber (sobretudo no caso de Forza Itália), o que funciona ou não nas
propostas do sítio. A tal propósito, a DS declara “ é um indicador da visibilidade do
sítio, útil ao partido para perceber o advento dos utentes do portal e a capacidade de

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70
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

expansão do mesmo, em termines de visitas. A exemplo, situações de preocupações dos


cidadãos relativos a acontecimentos particulares, (o início da guerra no Iraque, a captura
de reféns no mesmo país, o êxito das eleições, etc.), provocam empenhos e tomada de
posição pelos cidadãos. Isto faz-nos entender aqueles momentos em que os cidadãos
detêm necessidade de informações, e por outro lado, saber que coisa diz o partido a
propósito, tentando responder ás exigências, o melhor que ele faz.”

Daquilo afirmado pelo responsável para a comunicação de DS, permite-se de


aprofundar um outro aspecto: este tipo de conotação com os acontecimentos
quotidianos, pertencentes à política interna ou política internacional, é essencial para o
desenvolvimento de uma actividade informativa pela parte de um partido, e em
consequência é lícito esperar-se, dos portais políticos, a modifica da Home Page.

Os partidos políticos devem estar em grau de fornecerem em seguida a determinados


períodos de crise, informações e links úteis aos cidadãos. A falta destas informações é
um indicador de um desajuste no serviço efectuado aos cidadãos.

De qualquer modo, ambos ajuízam que são suficientes os visitantes dos próprios sítios.

Questionou-se a ambos, quais os estímulos que levaram à activação de um sítio. Para a


Forza Itália foi importante, sobretudo restabelecer através de um sítio, um contacto
directo com os cidadãos; enquanto no caso dos DS obteve-se a seguinte resposta:
“Seguramente o sítio funciona também como órgão de comunicação oficial do partido,
ainda que ao momento do seu nascimento, o seu utilizo, foi finalizado para o contacto
directo com os cidadãos, e por consequência à constante presente no território. No
fundo torna-se um instrumento de trabalho para âmbito nacional e territorial.”

À questão relativa à função principal do sítio, ambos concordam que é um instrumento


informativo, cujo conteúdo é estruturado dando relevo a diversas informações que se
desejam dar. O deputado Palmieri, afirma que no sítio de um partido político é
indispensável a presença de “notícias e actualizações acerca de temas políticos,
indicações acerca das ideias e cultura do partido, e interactividade com os navegantes”.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Relativamente à mesma pergunta, pelo sítio de DS ocorreu a seguinte resposta: “As


informações que oferece o portal de DS são de diversos tipos. Actualidade e
comentários políticos, iniciativas e apontamentos dos partidos, informações aos
cidadãos, informações estatutárias e regulamentos, entretenimentos e sátira política,
leituras aconselhadas, actos parlamentares e documentos em arquivo”.

Segundo os entrevistados, a função de formação do cidadão aos valores fundados da


ideologia do partido, vem desenvolvida no sítio através da explicitação de precisas
posições partilhadas nos confrontos de temáticas da actualidade, ou de ideias e
objectivos de partido. O sítio DS, a tal propósito, declara de ter activado cursos de
formação política on line através de seminários. No interior da respectiva área e, mais
precisamente no endereço http://www.dsonline.it/aree/form_politica/index.asp podem-
se encontrar, em conjunto com outras informações relativas aos seminários e aos cursos
de formação activos no território, alguns cursos on line. Estes últimos compreendem,
um curso de economia política, um de história de ciência, e um dicionário de
áudio/vídeo da política. Esta última é a função do magazine
http://www.dsonline.it/magazine/index.asp.

“A nossa intenção é de fazer compreender ao cidadão a posição do partido, explicando-a


nos vários contextos políticos actuais. Deste modo fazendo informação procuramos dar
formação. Queremos que o cidadão se forme e os próprios instrumentos para perceber
por si mesmo, a política. (…) Um outro instrumento que utilizamos para a formação
consiste no confronto directo entre cidadãos e dirigentes políticos. Nos fórum de
discussão existe um confronto sério e de conteúdos seja entre cidadãos que entre
cidadãos e dirigentes políticos”.

A interacção com os cidadãos acontece, em ambos os sítios, sobretudo através do


correio electrónico. Recordamos brevemente que o correio electrónico é o instrumento
mais popular, difundido já na comunidade académica dos anos 70; o correio funciona
como um instrumento de comunicação assíncrono, ou seja, que o tempo de envio e da
recepção não coincidem necessariamente, ainda que se tecnicamente são quase
instantâneos. Para Forza Itália são muito importantes as sondagens realizadas em rede, a
newsletter do sítio e a inscrição on line. Por aquilo que diz respeito aos responsáveis da

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72
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

comunicação do sítio DS, embora detenham activado a newsletter, alguns fórum de


discussão temáticos e diferidos por áudio-vídeo de conferência como convénios,
asseguram que não se encontra presente a inscrição via on line. Embora reconheçam a
importância, não é de fácil implementação porque não está prevista nos estatutos. O
correio electrónico é útil porque se constitui como um instrumento de feedback
individual. “Realizaram-se sondagens em Rede, mas mais como forma de diversão dos
utentes, do que de análise dos resultados expressados como linhas de acção”.

É bastante típico, fornecer aos utentes a oportunidade de responder a uma sondagem on


line. Quando a sondagem consiste numa resposta a uma determinada pergunta, designa-
se por “mini poll”; e encontra a sua colocação ideal na Home Page do sítio. As mini-poll
são essencialmente jogos cujos visitantes possam exprimir um simples voto e no
momento a seguir verificar a tendência de voto, verificando as respostas dadas pelas
pessoas que visitam o sítio. De facto, nestes está presente o resultado da votação em
curso. Obviamente, tratar-se-ão de dados que não têm alguma pretensão de cientificada
não sendo representativos de algum modelo significativo de população

As newsletter funcionam em ambos os sítios como um instrumento baseado no correio


electrónico de um para muitos; a enviar a mensagem está o político e a sua redacção
Web. Isto que distingue a newsletter de uma normal mensagem de correio electrónico é
o reconhecimento da pessoa (cada newsletter detém um nome, que coincide com o
sujeito do e-mail), e à sua recorrência periódica. A Newsletter é importante ainda,
porque faz recordar aos inscritos a novidade do sítio Web criando tráfico através disso.
Os Democratas de Esquerda prevêem uma grelha de temáticas políticas em que se
requer ao utente de sinalizar aquilo que lhe interessa particularmente, e aquilo pelo qual
quer ser informado.

Em ambos os sítios não é permitido algum tipo de chat de política, individualizando em


tal falta o limite principal a uma completa interacção com os cidadãos. Parece-nos
contraproducente o facto de não existir tal chat na medida em que consiste precisamente
aí a linha de demarcação entre os meios de comunicação de tipo vertical dos meios de
comunicação horizontal. Participar numa sessão de chat significa trocar com outros
utentes linhas de ideias que detêm a forma de uma autêntica conversação em tempo real.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Acrescente-se ao terceiro nível de utilização da rede pela parte dos cidadãos: o nível
organizativo, que fomos propostos de examinar no início do presente trabalho de
investigação.

Um outro elemento comum é que ambos usam o sítio para funções de coordenação
interna, seja na gestão administrativa que por comunicação de convocação ou
comunicação de carácter geral. A “tecnologia organizativa” enquanto tal, permite de
trabalhar em conjunto com outros e de partilhar informações entre sedes, de realizar
práticas de integração entre bases de dados e procedimentos. Em particular Forza Itália
declara a presença de um sistema intranet reservada, enquanto os DS afirmam que as
trocas de informação e de ficheiros acontecem de forma protegida). Afirmam também
que possuem mesmo um “sistema de intranet (para a direcção nacional) e de extranet
(para as federações e secções no território.” Gianni Cuperlo dos DS revela ainda que “ a
função organizativa do portal, está a crescer. Está-se em grau de estabelecer a
comunicação entre as federações e até mesmo entre as secções e entres eles e o centro.

Um exemplo da importância da nossa rede territorial deu-se nestas eleições, em que


graças à nossa rede, conseguimos informar todas as secções acerca da composição e
apresentação das listas, a modalidade de voto e durante o escrutínio eleitoral, em tempo
real o departamento eleitoral do nosso partido consegui fazer uma projecção de
resultados. Produzem-se ainda vídeo - registos. Em rede, encontram-se alguns vídeos
acerca de intervenções ou convénios. Penso mesmo que poderia ser um território mais
explorado. Por exemplo poder-se-iam produzir spots político-eleitorais, ainda que
proibidos em televisão seriam ideias para a fruição rápida da Web.

Um outro aspecto que confirma a função informativa que se expande até à formativa do
sítio é a presença, em ambos os sítios dos partidos, de numerosos link institucionais
(governo, universidade, etc.) e links aos jornais e entes locais, que contribuem não só a
responder às dificuldades de orientação na rede de muitos utentes, mas demonstram
também a capacidade da redacção de produzir um sítio que seja a abertura da “janela
para o mundo” muito mais vantajoso que, mantê-la fechada.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Analisando algumas das diversas estratégias de comunicação utilizadas, enquanto Forza


Itália privilegia uma comunicação de tipo coloquial estando no governo mas depois,
acentuando a negative campaigne no papel de grupo maior da oposição ao Governo de
Prodi. Os primeiros contactos visuais que se tem com a abertura do sítio de Forza Itália
consistem na apresentação de um manifesto com o seguinte conteúdo: “Contro il
governo delle tasse, delle falsitá e dell’odio sociale” (em letras vermelhas), Sábado 2 de
Dezembro 2006, todos na Praça com Sílvio (em letras Azuis), in
http://www.scendoinpiazza.it/index.php.

Os sítios são actualizados na sua Home page 1 a 2 vezes aos dia. Ambos passam por
períodos de restyling gráficos e enriquecimento de conteúdos.

O balanço acerca da actividade telemática é satisfatório para ambos os responsáveis dos


sítios, os quais prevêem para o futuro a possibilidade (para o maior número de
cidadãos), de poderem usufruir da comunicação política dos partidos. Através da
Internet existe uma possibilidade a mais, para que todos os cidadãos possam fazer parte
(participar) nas decisões políticas.

4.4 Metodologia utilizada – Parte II.

Neste trabalho de investigação pretendemos analisar os sites de alguns partidos italianos


que concorreram às eleições legislativas para composição das câmaras dos deputados e
do senado. Para tal, baseamos numa segunda parte o nosso trabalho de investigação
segundo a metodologia de análise de Rachel K. Gibson (2001), Micheal Margolis
(2001), David Resnick e Stephen Ward (2001).

Para Gibson et al. (2001), as novas tecnologias estão incrementadas nos partidos e
governos das democracias avançadas. Com os diversos estudos que tem elaborado na
análise dos sites dos candidatos, estes autores pretendem encontrar o estilo de campanha
que os candidatos optam por utilizar na Internet, de modo a poder influenciar o
eleitorado.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Este estudo não pretende ser exaustivo, mas apenas capturar um retrato fiel da
experiência do utilizador em sites de candidaturas para o governo em Itália. Neste
âmbito, foi efectuada uma análise aos sites oficias dos partidos para constituírem
governo em 2006. Esta análise teve início no dia 15 Fevereiro de 2006, tendo terminado
no dia 31 de Janeiro de 2006.

Para fazermos uma análise a mais fidedigna possível, iremos seguir a mesma estrutura
dos trabalhos de investigação de Gibson et al. (2001), nas diferentes campanhas
eleitorais dos Estados Unidos da América, Inglaterra e noutros países da Europa.

Iremos analisar os sites dos candidatos presidenciais segundo oito critérios de avaliação
e dentro destes, criaremos condições para analisar a existência ou não de diferentes itens
de informação. Por cada item de informação existente no site de um candidato daremos
um ponto. Depois de obtidos os resultados, faremos uma análise a cada um dos Web
sites e de seguida, veremos a que conclusões conseguimos chegar.

Primeiro critério de avaliação: Informação fornecida:

 História da organização;

 Estrutura da organização;

 Valores/ Ideologias;

 Política;

 Documentos (manifesto, constituição...);

 Newsletters;

 Media releases (discursos, conferências, entrevistas...);

 Apoios;

 Mandatários;

 Perfil dos Candidatos;

 Informações eleitorais (estatísticas por exemplo);

 Calendário do evento (perspectivas e retrospectivas);

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

 Informação de conferências;

 Respostas a perguntas frequentes;

 Política de privacidade;

 Arquivo de artigos ou biblioteca.

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 16 pontos.

Segundo critério de avaliação: Obtenção de recursos (financeiros e/ou humanos):

 Donativos

 Merchandising

 Membership

 Associados/Voluntários

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 4 pontos.

Terceiro critério de avaliação: Links existentes:

 Links Internos com organizações com quem tenha afinidades;

 Links Externos- Blogs por exemplo;

 Links Partidários (partidos com quem tenha afinidades);

 Links de Referência (Jornais, bibliotecas nacionais, entre outros);

 Links Comerciais (livros, best-sellers, web designers, entre outros).

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 5 pontos.

Quarto critério de avaliação: Participação:

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

 Abertura- número de contactos que o site disponibiliza (exemplo: responsável da


juventude; webmaster, sede ou líder);

 Feedback (formulário online que permita a introdução de comentários por exemplo,


se há ou não um e-mail único com essa função);

 Opiniões e Sugestões - comentários feitos, se há ou não um local próprio para o


fazer no site;

 Interacção - Jogos, livro de visitas, chat-room, oportunidade de falar com pessoas da


organização.

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 4 pontos.

Quinto critério de avaliação: Campanha Online:

 Campanha negativa online (banner, pop-up, etc.);

 Cookie;

 Possibilidade de receber newsletter;

 Se há possibilidade de enviar e receber informação via serviço de mensagem escrita;

 Se é possível recomendar o site aos amigos

 Possibilidade de fazer o download do logotipo;

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 6 pontos.

Sexto critério de avaliação: Multimédia:

 Gráficos;

 Frames;

 Imagens;

 Som;

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

 Vídeo;

 Imagens em directo.

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 6 pontos

Sétimo critério de avaliação: Acesso:

 Se o site tem opção de ser apresentado só em texto sem imagens;

 Se no site existe opção de fazer o print directo para fazer o download ou o print;

 Se há tradução para línguas estrangeiras;

 Opção para ver em PDA ou WAP;

 Software para cegos ou possibilidade de obter através de ligações a outros sites.

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 5 pontos

Oitavo critério de avaliação: Navegabilidade:

 Dicas;

 Número de motores de busca ou de pesquisa;

 Home page ícone em todas as páginas, para que não seja necessário estarmos
sempre a voltar para trás.

 Se tem uma barra com o menu em todas as páginas;

 Se existe ou não um mapa do site.

Por cada item de informação presente nos sites dos candidatos, somaremos um ponto,
podendo aqui cada candidato somar um total de 5 pontos.

Depois de constatarmos a pontuação de cada um dos sites, passaremos então a analisar,


qual a média de resultados a nível geral nos sites em relação a cada um dos critérios de

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

avaliação utilizados. Desse modo, iremos ter a percepção do aproveitamento que foi
dado à Internet, por parte dos nossos candidatos às eleições Presidenciais, tanto a nível
particular, como de uma forma geral.

4.5 Análise aos sites oficiais dos partidos.

Passaremos então, à análise dos sites oficiais dos partidos políticos em Itália em 2006.
Para melhor chegarmos a conclusões e resultados, continuaremos a seguir a estrutura de
análise de Gibson et al. elaborando um quadro com as pontuações de cada um dos sites.

Tabela nº 10 – Resultados dos critérios de avaliação dos sites.


Partidos políticos Informação Obtenção de Links Participação
fornecida recursos
Forza Itália 11 2 3 2

Democratici di sinistra 12 4 4 3

Alleanza Nazionale 6 2 3 2

Margherita 12 4 3 4

Radicali Italiani 8 2 2 1

Unione Democrátici 7 0 2 1
Cristiani
Lega Nord 10 1 0 2

Média 9.4 2.1 2.4 2.1

Range 0-16 0-4 0-5 0-4

Tabela 11 – Resultado dos critérios de avaliação dos sites.


Partidos políticos Campanha Multimédia Acessibilidade Navegabilidade

Forza Itália 3 1 2 3

Democratici di 3 5 2 3
sinistra
Alleanza 2 2 1 3

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Nazionale

Margherita 3 4 2 3

Radicali Italiani 1 3 1 1

Unione 2 1 2 2
Democrátici
Cristiani
Lega Nord 0 1 1 2

Média 2 2.4 1.5 2.4

Range 0-6 0-6 0-5 0-5

Tabela nº 12– Pontuação total de cada Partido.


Partidos políticos Pontuação total de cada partido

Forza Itália 27

Democratici di Sinistra 36

Alleanza Nazionale 21

Margherita 35

Radicali Italiani 19

Unione Democratici Cristiani 17

Lega Nord 16

Média 24.4

Range 0-51

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

4.6 Resultados.

Figura 1 – Página de Adesão ao link do presidente de Forza Itália. (www.forzaitalia.it)

Comecemos por analisar o 1º critério de avaliação, a informação fornecida pelo site.


Podemos constatar que, mais de metade dos itens correspondem a este critério. Os
cibercidadãos que estejam interessados em visitar o site deste partido poderão ter acesso
a vários tipos de informação: estrutura e história da organização, valores e ideologias,
documentos (manifestos eleitorais) e calendário de eventos.

Relativamente ao critério de obtenção de recursos, este sítio oficial contém 2 dos 4 itens
possíveis. O visitante pode-se tornar seja membro que voluntário do partido político.

No que diz respeito ao critério de links existentes, encontram-se links partidários do qual
o partido faz parte no panorama europeu, links de referência acerca da análise e acção
política semanal e links comerciais onde a apresentação de livros está patente.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Em relação ao critério de participação, o site de Forza Itália apresenta o preenchimento


de 2 pontos. Destaca-se o link em que é possível recolher as opiniões dos eleitores e
simpatizantes de Forza Itália.

No critério de campanha On line, é possível recomendar o sítio aos amigos e a


possibilidade de fazer o download do logótipo.

O factor multimédia é aquele que apresenta menores recursos. De facto só é possível a


visualização de textos e fotografias respeitantes a comícios.

Relativamente ao critério de acesso é possível apresentar o site somente em texto, sem


imagens e fazer o print directo.

Finalmente, no que diz respeito ao critério de navegabilidade que o site apresenta


constatamos que existe uma barra de ferramentas em todas as páginas, assim como o
mapa do site.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Passemos então à análise do sítio dos Democrati di Sinistra, que pode ser visitado em
www.dsonline.it.

Figura 2 – Pág. do Magazine do partido Democratici di Sinistra, possível de ser


consultada em http://www.dsonline.it/magazine/index.asp.

O critério de informação fornecida é aquele que apresenta um grande número de itens


existentes. Neste sítio podemos ter acesso a um grande número de informações, desde a
estrutura da organização, valores e ideologias, perfis dos candidatos de eventos,
informação de conferências, assim como um grande número de documentos em arquivo,
possíveis de serem consultados, e ainda respostas a perguntas frequentes feitas pelos
visitantes.

Relativamente ao critério de obtenção de recursos, o cidadão pode disponibilizar


recursos financeiros. De facto este é um ponto existente na página electrónica em que se
destacam as razões pelas quais se podem oferecer donativos. Existe a possibilidade de o
cidadão se tornar membro ou voluntário do partido. Existe ainda a possibilidade de
aceder ao gadget (material promocional que o partido disponibiliza).

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

No que diz respeito aos links existentes, este sítio proporciona o acesso a um grande
número de links partidários, links internos e de referência como o acesso a jornais.

Quanto ao critério de participação, o sítio disponibiliza o acesso a 2 dos 4 itens


presentes: grande número de possíveis contactos, ao todo pode-se estabelecer
interactividade com 28 sujeitos que representam cada um deles temáticas diversas;
existe mesmo a possibilidade de se estabelecer contacto através de mail com os mais
altos representantes da organização, desde o presidente (Massimo d’Alema) ao
secretário-geral (Piero Fassino).

Quanto ao critério de campanha on line, há a possibilidade de recomendar o sítio a


outras pessoas, fazer o download do logótipo e a possibilidade de subscrever
newsletters.

No sexto critério, o da multimédia, destaca-se desde logo, aquando do acesso à página


principal. Existe mesmo um endereço particular para o efeito, que é o seguinte
www.dsonline.tv. Nesta página poder-se-á visualizar imagens e vídeo registos ouvir
sons e até imagens em directo em situações específicas para o efeito.

Quanto ao critério de avaliação, pode-se visualizar o site seja em PDA ou WAP, assim
como a opção de ser apresentado somente em texto.

Por fim, o oitavo e último critério de avaliação, o da navegabilidade, poder-se-ia dizer


que apresenta mais de metade dos pontos que caracterizam esta norma, são eles: o
número de motores de busca, que são 2, uma barra com o menu em todas as páginas e o
mapa do sítio.

Passemos então à análise do sítio de Alleanza Nazionale, que pode ser visitado em
www.alleanzanazionale.it

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Figura 3 – Site oficial de Alleanza Nazionale no território.


(http://www.alleanzanazionale.it/an/page.asp?cat=territorio

O sítio de Alleanza Nazionale foi o que obteve pior pontuação nesta análise objectiva
dos partidos. Entre todos os sítios fruto de investigação foi aquele que deteve menor
pontuação em quase todos os critérios de análise.

No primeiro critério de avaliação, a informação fornecida pelo site, é possível encontrar


apenas 6 pontos que a caracterizam. Os cidadãos que queiram fazer uma visita a este
sítio, poderão ter acesso à estrutura do partido sob a forma de organigrama, aceder ás
newsletters, a discursos e conferências do partido e observar o perfil de alguns membros
mais representativos do partido.

No segundo critério, que diz respeito à obtenção de recursos, verifica-se que somente
existe a possibilidade de aceder ao gadget do partido.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

No critério referente aos links existentes verificamos a possibilidade de acesso a links


internos para revistas telemáticas da direita social, possível de aceder em www.area-
online.it e em www.destra.it. Links de referência como o jornal “Secolo d’italia” e links
comerciais que contém a apresentação de livros e por outro lado aceder a área que
contemplam formações curriculares.

Quanto ao critério de participação é possível estabelecer contactos com alguns dos


responsáveis partidários e interagir com as pessoas da organização através dos
departamentos disponíveis on line.

No critério de campanha on-line, é possível seja recomendar o sítio a amigos, seja


inscrever-se ás newsletters do partido.

De seguida o critério de avaliação multimédia. Podemos ter acesso aos discursos do


líder partidário dos vários temas e acesso a spots áudio. De facto este é um critério
patente somente neste grupo político.

No sétimo critério de avaliação que, diz respeito ao acesso existem 2 pontos que estão
presentes no portal electrónico, são eles: a opção do site ser apresentado em texto sem
imagens e a possibilidade de se ver em PDA que em WDA.

Por último o critério de navegabilidade. Verifica-se um motor de busca interno, uma


barra com o menu em todas as páginas e um ícone da Home Page em todas as páginas.

De seguida, reporta-se então à análise do sítio de Margherita que pode ser visitado em
http://www.margheritaonline.it/.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Figura nº 4 – Site oficial de Margherita.

O sítio deste partido político está ao melhor nível no que diz respeito à presença dos
sinais que compõem os critérios de avaliação. Ao todo contabilizaram-se 35 pontos que
estão presentes no site.

O primeiro critério de avaliação, a informação fornecida pelo site, contém 12 pontos


passíveis de serem observados. Estrutura da organização, valores, política, documentos,
newsletters, media releases, conferências e entrevistas, informações eleitorais,
calendário do(s) evento(s), informação acerca das conferências e arquivos de artigos e
biblioteca.

Relativamente ao critério de obtenção de recursos o cidadão pode fazer donativos para o


partido. Existe uma página para o efeito. O cidadão pode ainda associar-se ao partido ou
constituir-se como voluntário e adquirir gadget do partido.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

No que diz respeito aos links existentes, poder-se-á afirmar que este sítio preenche todos
os requisitos fruto de análise: detém links internos com imensa organizações nacionais
ou internacionais, links com partidos que a Margherita tem afinidades, jornais,
parlamentos, formações políticas, livros, etc.

Quanto ao critério de participação, também aqui constata-se o preenchimento de todos


os pontos de avaliação: Abertura relativamente número de contactos que o site
disponibiliza; feedback (formulário on line que permita a introdução de comentários);
opiniões passíveis de serem realizadas pelos cidadãos.

No quinto critério de avaliação, campanha on line, é possível enviar e receber


informação acerca de uma série de argumentos presentes: ambiente, energia, território,
sociedade de informação ou mesmo bioética. Receber newsletters e recomendar o site
aos amigos.

Relativamente ao critério multimédia, estão presentes imagens, sons e vídeo.

Quanto ao acesso é possível fazer print directo para download, assim como aceder ao
texto sem imagens.

Finalmente, o oitavo critério de avaliação que diz respeito à navegabilidade estão


integrados 3 pontos: um motor de pesquisa, uma barra com o menu em todas as páginas
e o ícone de Home Page em todas as páginas.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

O sítio oficial do partido Radicali Italiani pode ser consultado em www.radicali.it.

Figura nº 5 – Site oficial de Radicali Italiani.

Comecemos por analisar o primeiro critério de avaliação, a informação fornecida pelo


sítio. Os visitantes que entrem no sítio deste partido poderão ter acesso a vários tipos de
informação: documentos, discursos, conferências, entrevistas, crónicas e informações
acerca dos estatutos e regulamentos.

Relativamente ao critério de obtenção de recursos, podemos constatar que se podem


fazer donativos assim como compra livros de alguns autores.

No que diz respeito ao critério dos links existentes na plataforma verifica-se a existência
de links internos para um grupo político 9.

9
O partido político Radicali Italiani são, desde Junho de 2002, um dos sujeitos constituintes do Partito
Radicale Transnazionale, associção política con carácter de ONG que desde 1995 obteve o Status
Consultivo Geral de primeira categoria atribuido pelo ECOSOC (Conselho Económico e Social) das
Nações Unidas.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

No critério de avaliação, correspondente à participação existe a possibilidade de se


estabelecerem contactos somente com a secretária, embora lhe tenhamos atribuído um
ponto, consideramos que este nível de interacção é um pouco limitada na medida em
que não existe a possibilidade de uma efectiva interacção directa com responsáveis
políticos tal como se verifica noutros sítios. Mas por outro lado, não se poderá excluir a
possibilidade de contactar os deputados presentes no parlamento europeu.

Analisando o quinto critério que compreende a campanha on line verificamos que está
presente somente a norma relativa à recomendação do sítio aos amigos.

Relativamente ao critério multimédia existe um grande número de arquivos em


consonância com este ponto. Na realidade pode-se aceder a registos em arquivo áudio e
imagem desde o ano de 1998.

No critério relativo à acessibilidade existe no site a opção de fazer o print directo para
fazer o download.

Por último, no critério de avaliação designado por navegabilidade estão presentes 2


normas: barra em todos os menus e um motor de busca.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Passemos então à análise do sítio de Unione Democratici Cristiani, que pode ser
visitadohttp://www.udcitalia.it/.

Figura nº 6 – Sítio oficial de UDC.

O sítio da UDC é um dos mais pobres apresentados, vejamos as razões.

O critério de avaliação designado por informação fornecida é o único que se destaca de


todos os outros, na medida em que estão presentes: os valores do partido, documentos,
conferências e discursos, perfil dos candidatos, calendário de eventos, informações
eleitorais e artigos escritos por vários apoiantes.

Quanto ao critério de obtenção de recursos verifica-se que é possível somente ao


visitante adquirir gadget partidário.

No que diz respeito ao critério relativo aos links existentes observamos que existem em
grande número embora a maioria sejam para estabelecer contacto com as sedes do
partido espalhadas pelo território italiano em sedes no exterior do país. O que se destaca

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

são os links institucionais com a possibilidade de se lhes aceder, sejam governo, câmara
dos deputados e câmara do senado.

Relativamente ao critério de avaliação conotado á participação verifica-se que, embora


seja possível estabelecer contactos sob a forma de mensagem electrónica, existe
somente a possibilidade de ser endereçado ao responsável nacional.

O critério de avaliação relativo à multimédia é redutor porque somente se poderá


estabelecer contacto com registos fotográficos que dizem respeito a eventos do partido.

Relativamente ao acesso verificamos que neste sítio está presente somente a opção de se
poder fazer o print directo para artigos de opinião.

Finalmente no que diz respeito ao oitavo critério, o da navegabilidade, destaca-se o


motor de busca e a presença da Home Page em todas as páginas.

Finalmente reportamos a análise do sítio da Lega Nord, que pode ser visitado em
http://www.leganord.org/.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Figura nº 7 – Sítio oficial da Lega Nord.

Relativamente ao 1º critério, informação fornecida, verifica-se que neste preceito é


possível: aceder à história e estrutura da organização, valores e ideologias, política,
documentos, media releases (discursos e entrevistas), perfil dos candidatos, calendários
do evento, respostas e perguntas frequentes.

No critério de avaliação de obtenção de recursos, o sítio permite apenas realizar a


inscrição para se ser membro do partido.

No terceiro critério, links existentes, é possível estabelecer contacto com movimentos


afectos ao partido.

No que diz respeito á participação, é possível interagir com alguns departamentos


patentes na organização.

O quinto critério, referente à campanha on line, verificamos a sua ausência.

Relativamente à multimédia, verificamos que estão disponibilizados no site imagens,


som e vídeo.

No sétimo critério de avaliação que compreende o acesso, somente o print directo para
download está presente.

Finalmente o oitavo e último critério, aquele que diz respeito à navegabilidade, também
aqui está presente um ponto. Aquele que diz respeito ao motor de busca presente.

Sendo assim, os partidos com melhor classificação foram por esta ordem os Democratas
de Esquerda, Margherita e Forza Itália. Enquanto que, aqueles com piores classificações
foram pela seguinte ordem a Lega Nord, Unione Democratici Cristiani e Radicali
Italiani. O partido Alleanza Nazionale encontra-se precisamente a meio desta análise
qualitativa.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Vejamos agora através do quadro seguinte, o que consideramos o melhor e o pior no


sítio de cada partido político:

PARTIDOS O MELHOR DO SÍTIO O PIOR DO SÍTIO


POLÍTICOS
Forza Italia As reformas do governo de Inexistência de imagens e
Berlusconi sons
Democratici di Sinistra A presença da TV Web -
Alleanza Nazionale A presença de Spots áudio Não é possível a obtenção
de donativos
Margherita Elevado grau de -
interactividade
Radicali Italiani Arquivos disponibilizados Dificuldade de contactar os
desde 1998. líderes políticos
Unione Democrátici Interactividade com as sedes Dificuldade de contactar os
Cristiani do partido espalhadas pelo líderes políticos
território
Lega Nord Entrevistas realizadas a Ausência do critério On
membros partidários e Line
disponíveis para consulta

Tabela nº 13 - O melhor e o pior de cada um dos sítios.

4.7 Conclusões.

Verifica-se que ao se aceder aos dois maiores partidos italianos deparamo-nos com um
maior número de links, o que demonstra, por sua vez, que maior tráfico está guiado para
os sítios correspondentes, demonstrando um carácter maior, e mais completo em
albergar temáticas de interesse para os cidadãos. Seja no caso de Forza Itália que no
caso de Democratici di Sinistra verificamos uma abordagem maior aos problemas da
Nação. Maior número de propostas, mais pontos fruto de abordagem e um maior
empenho para que os sítios sejam uma plataforma útil aos cidadãos.

Os maiores partidos detêm também maior visibilidade na Web, contudo isto não parece
eliminar de todo a invisibilidade de outros partidos. Mas o que ressalta no final são as

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95
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

possibilidades que os partidos pequenos têm de se aproximarem aos grandes partidos


em termos de visibilidade. Claro que a visibilidade pode ser a mesma, contudo parece
que os grandes partidos detêm maiores níveis de actualização das suas páginas, o que
parece ser indicador das suas maiores capacidades em termos de recursos humanos e
financeiros. Contudo o Gap em termos de visibilidade que os distanciava noutros meios
de comunicação esbate-se na Internet. Embora estes resultados sugiram que o
ciberespaço não é outro meio em que o mais forte sobrevive, também não se verifica
uma base genuína em que o estilo da politica se alterou profundamente, seja nas suas
propostas e formas de persuasão, seja num estilo novo de mais valor para se
distinguirem entre si.

A Web permanece ainda longe da referida igualdade entre partidos e em que as


potencialidades do novo meio podem estar ao serviço dos utilizadores. No melhor
poder-se-ia dizer que o acesso on line a todos os partidos está melhor distribuído que, na
cobertura dada pelos meios tradicionais.

Providenciar informação acerca das actividades partidárias parece ser o aspecto fulcral
nos sítios. Em termos de participação, os sítios de alguns partidos oferecem
oportunidades mais extensivas para a obtenção de feedback, contudo ainda se está longe
de se oferecer um debate genuíno com os líderes.

O networking de todas as funções examinadas, parece ser a prioridade para a maioria


dos partidos. É verdade pelo menos, para externo networking, ou links para outras
organizações.

Campanhas activas realizadas pelos sítios com e-mail directo provaram ser uma das
medidas mais consistentes realizadas pelos sítios. As campanhas dos partidos
providenciaram informação substancial acerca das organizações e eventos que decorrem
em praças e/ou comícios, com o intuito de deterem o maior número de cidadãos
presentes possíveis. O que demonstra o papel activo e de carácter mobilizador que um
sítio partidário pode ter.

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96
A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

De facto os partidos maiores como Forza Itália, Alleanza Nazionalle , Democratici de


Sinistra e Radicali Italiani disponibilizam mais ofertas em termos de High Tech como o
áudio e o vídeo. O que revela o carácter mais empenhado em termos de organização e
ofertas de meios adjacentes para os seus propósitos.

Estão também similarmente equipados em termos de ferramentas de navegação como


motores de busca, Home pages, e talvez mais importante a manutenção corrente dos
seus sítios, com novos updates durante a campanha. Na realidade, acessibilidades fáceis
para os utilizadores foram um dos aspectos que os maiores partidos compreenderam de
início. Conteúdos e figuras de referência em forma de manifesto estão presentes, com a
vantagem de poderem ser imprimidas ou enviadas a amigos, demonstrando assim, por
sua vez, a forma de distribuição que é possível obter, fazendo do meio, um óptimo
corredor de passagem para distribuição de informação.

Contudo existem alguns partidos como Forza Itália, Alleanza Nazionalle, Democratici
di Sinistra, Margherita, Radicali Italiani que oferecem maiores conteúdos e maiores
actividades como: P/R On line com líderes (participação), direct mailing, logo
downloads, campanhas e campos de intervenção nas conferências de imprensa
(multimédia).

Outro ponto relevante consiste no facto de se poder ser voluntário, trabalhando para as
campanhas em que os partidos estão envolvidos. Não só no sentido de intervenção no
plano organizacional, como até mesmo através de elementos de acção no plano de
divulgação de manifestos ou informação de campanha. Aqui está precisamente um dos
aspectos mais relevantes na utilização das TIC. A possibilidade de por expressa vontade
dos cidadãos se poder ser parte activa e interveniente nas campanhas políticas; existe
como uma forma de incentivo partidário a que os cidadãos possam agir, ser parte
integrante, não esperando que seja o partido por si só, a deter a capacidade de intervir
directamente, de que maneiras forem, mas que os cidadãos o possam fazer em nome do
partido. Disto resulta os manifestos que são disponibilizados nos 5 partidos
anteriormente referidos, no sentido de os cidadãos os aproveitarem e serem parte activa
nos desígnios do partido. Estamos perante um meio que disponibiliza a integração de
informações partidárias, seja como forma de propaganda ou publicidade eleitoral, mas

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

no qual, os cidadãos se possam sentir, também eles integrados, pelo facto de poderem
ser aquilo que hoje se designa por “do it your self” e não somente fruidora das formas
de comunicação.

Para se compreender melhor as organizações políticas entrevistamos 2 dos responsáveis


dos maiores partidos em Itália através de e-mail no sentido de verificar o impacto que as
TIC podem ter nos seus propósitos.

Os resultados confirmam a percepção de uma certa similaridade entre os partidos dos


dois enquadramentos políticos. No final de contas não parece que os sítios promovam
diferenças radicais ao nível da comunicação política. Os partidos italianos na
generalidade utilizaram as tecnologias de maneira cautelosa, fazendo coisas que as
fariam de qualquer maneira, contudo com a diferença de no mundo da Web ser mais
rápido e mais eficiente a concretização de determinadas acções.

O que salta à vista, em compito geral, aquando do acesso aos sítios é o incitamento aos
cidadãos de participarem nas tarefas e nas actividades que o(s) partido(s) desenvolvem
no terreno: as suas histórias organizacionais, estruturas, valores e ideologias, politicas,
documentos e suportes multimédia com as suas tomadas de posição; e mais que
colocarem a ênfase na promoção da participação nos sítios ou estabelecimento de
networks, seja para dentro ou para fora dos partidos. Ainda quando a interactividade é
possível, tende-se a estabelecer uma comunicação mais do tipo top-down do que a
interactividade de opiniões entre os utilizadores. Esta convergência entre partidos numa
tal aproximação à Net recusa qualquer argumento acerca do impacto determinista das
características das instituições nacionais.

Contudo, nada disto nos leva à conclusão de que a tecnologia é a força condutora desde
que os partidos não estejam a perseguirem o vasto território possível das aplicações. O
que se demonstra é que os partidos ainda não conseguiram aproveitar ao máximo as
potencialidades que a Internet possibilita, na medida em que a interacção electrónica,
como consequência do meio, e como forma de maior participação dos cidadãos com os
partidos políticos, ainda está a dar os primeiros passos.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Conclusão.

Os partidos políticos enfrentam hoje desafios cada vez mais complexos, que estão
relacionados com variados factores, como sejam o maior grau de exigência dos
cidadãos, as maiores competências que lhes são delegadas pelo emergir das novas
tecnologias de informação e nesse sentido pelo próprio papel que o(s) Estado(s) (como
regulador socio-político) ao se darem conta das vantagens proporcionam, estimulam os
cidadãos a terem contacto com o novo meio de comunicação. Assim, os partidos
políticos estão a mudar o seu modelo de gestão para um modelo que designamos de
“partidos digitais” que exigem uma infra-estrutura mais sofisticada.

A Internet veio trazer um alargamento no âmbito das aplicações, e áreas de intervenção,


das tecnologias de informação e comunicação nos projectos de integração dos cidadãos
com os partidos políticos, criando-se deste modo laços que poderão (re)estabelecer
afinidades entre representantes e representados. Contudo isso só será possível se o nível
de tecnologias a que os cidadãos tenham acesso for compatível com o grau de evolução
das suas faculdades intelectuais. Não basta oferecer tecnologias, é necessário também
ter preparação para as utilizar. Tratar-se-á de um problema mais global, na medida em
que, existe todo um contexto educativo, para não dizer pedagógico, que é a infra-
estrutura destes novos relacionamentos, sem o qual eles não serão possíveis.

Para que existam novas formas de relacionamento com os cidadãos é crítica a adopção
por parte destes das competências mínimas para as oportunidades que as Tic
proporcionam. Assim, pensamos que os partidos políticos em geral, poder-se-ão tornar
mais transparentes e os cidadãos mais conscientes do seu papel enquanto representados
por aqueles.

Sociedade de informação e do conhecimento não é mero slogan, é uma nova forma de


vida, com hábitos, métodos e técnicas de coexistência social e de trabalho lideradas pelo
valor da informação digital das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC).

Nesta perspectiva de globalização é necessário que os cidadãos e as instituições tenham


a capacidade de “migrar” do papel e do ecrã para a era digital, em que novas formas de

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

intervenção e acção política sejam realizadas pelos dois actores. Decorre deste novo
enquadramento orgânico funcional, uma maior interligação entre cidadãos, partidos
políticos, tecnologias e gestão da informação.

Os “partidos digitais” suportam-se em canais on line que, facilitam o acesso à


informação, agilizam processos, potenciam a participação activa dos cidadãos e
fomentam a transparência dos partidos.

Com o intuito de melhorar a relação que possuem com os cidadãos os partidos


encontram-se a efectuar um esforço na sua modernização. Para além de incrementar a
celeridade do envolvimento dos cidadãos aos serviços prestados disponibilizam diversos
canais (correio electrónico, vídeos e sons no sentido de facilitar a (re)inclusão nas
acções políticas que os partidos desenvolvem.

Abre-se assim um mundo de novas possibilidades de interacção entre partidos políticos


e cidadãos, mas para que essa interacção seja uma realidade é necessário que os
cidadãos conheçam e reconheçam que o seu contributo pode ser decisivo para uma
maior responsabilização dos partidos políticos que se traduzirá também numa maior
convivência e cumplicidade entre representantes e representados.

No que diz respeito às limitações com que nos deparamos neste trabalho gostaria de
destacar: a dificuldade em ter acesso a dados acerca da verdadeira interacção entre os
“partidos digitais” italianos com os cidadãos. Embora tenhamos estabelecido contactos
com instituições em Itália que levam a cabo investigações de âmbito político, não foi
possível ter acesso a dados para este fim, e, no nosso ponto de vista demonstra a
dificuldade em saber realmente quem procura este tipo de sítios, porque o faz e com que
fins.

O interesse deste tipo de trabalhos é importante seja para as instituições, seja para os
políticos, seja para as pessoas, porque, primeiro, no plano pessoal, tomamos contacto
com partidos “políticos digitais” de outros países e nessa medida podem-se alargar os
conhecimentos acerca das potencialidades que os novos meios proporcionam aos
cidadãos, e de que forma estes interagem com eles. Depois, no plano geral, seja para as

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

pessoas ou cidadãos, que para os partidos, é importante deter a noção que, embora as
novas tecnologias venham estabelecer uma nova orgânica social, em que o indivíduo,
you, You tube, parece estar a reorganizar uma nova moldura na vida das pessoas e das
organizações, a verdade é que todos e cada um de nós se vai adaptando mais ou menos
rápido ao mundo global que as tecnologias proporcionam. E nesse sentido, este tipo de
trabalhos têm interesse porque descrevem as alterações que vão acontecendo na
comunicação política e as relações que se vão estabelecendo entre partidos políticos e
cidadãos. Quando nos propusemos realizar este trabalho não sabíamos para onde íamos,
o que iríamos encontrar. Inicialmente pensamos que fazer uma comparação entre os
meios tradicionais e os novos meios tecnológicos seria o mais indicado para a nossa
missão. Mas, numa segunda abordagem, resolveu-se optar pela análise à comunicação
política exercida pelos partidos italianos no mundo Web. No final, congratulamo-nos
por ter seguido este caminho, para além de se verificar que seria muito extenso
efectuarem-se estudos de duas realidades diferentes, o importante no nosso entender
deste tipo de trabalhos é sermos mais uma voz no mar de vozes que apregoam o
benefício que as Tecnologias de Informação proporcionam aos cidadãos. Embora seja
verdade que, questões de âmbito político – partidário nem sempre são de fácil
compreensão, sendo necessário deter por vezes uma boa bagagem cultural e política, de
forma a interiorizar melhor os argumentos e a retórica implícita nos discursos dos
candidatos ou partidos, que ao invés se traduz numa dificuldade presente na vida
comum dos cidadãos, no concreto, numa perspectiva optimista, os cidadãos, utilizando
as tecnologias da informação e comunicação podem pela força e pelo alcance dos seus
argumentos discutir ideias, intervirem num espaço físico que, não se limite aos grupos
de poder e de maior influência no destino da vida dos cidadãos, antes, constituírem-se
como verdadeiros centros de discussão, em que todos podem contribuir com a força da
sua razão, sem a necessidade de ter que se ser militante. Na realidade a formação de
opiniões acerca da sociedade, das expectativas e dos seus objectivos, a esperança de um
mundo melhor, vêm construídas por cada cidadão muito mais além daquilo da vida
política. É um processo casual que vem influenciado pelas suas escolhas, das suas
preferências, das suas interacções com diversos clusters, das opiniões de pessoas de
outros continentes e dos feed-backs nos ambientes que frequenta. É um modelo de
formação de opiniões pessoais complexo, menos congruente da sociedade industrial,
que era mediado pela classe, de uma determinada área geográfica, ambiente de trabalho

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

e agenda dos mass media. Na sociedade digital, as opiniões, mais do que formarem-se,
vêm partilhadas, discutidas, publicadas e distribuídas de maneira a repartir o processo.

A hipótese que hoje se põe acerca das “manobras digitais” encontraram recentemente
um novo objecto. Investigadores, jornalistas, ideologias da liberdade em Rede vêm nos
partidos digitais a estória futura de uma transformação, permanente, em aceder aos
conteúdos em tempo real. Para alguns, é um instrumento que permite comentar, discutir
e interagir com o fim de focalizar dinâmicas sociais, para outros, um produto com a
possibilidade de serem edificados sistemas que permitem a difusão da informação. São
no geral, aspectos inovadores das campanhas eleitorais. São novas expressões culturais,
numa espécie de identidades cibernéticas, capazes de enquadrar fenómenos que levam à
participação e à circulação das informações políticas em Rede. São tudo mecanismos
aos quais o marketing não está alheio, presença e visibilidade, e permitem que se
possam ver os partidos como forças que se adaptam aos novos tempos, permitindo que
os cidadãos possam colaborar e cooperar de maneira multi-disciplinar.

O que achamos relevante, e, no final se constata é que, nunca existiu tantas


possibilidades de se interagir com os partidos políticos e tão pouco interesse dos
cidadãos pelas políticas que os mesmos apregoam e que, por vezes, vão adoptando.
Fruto do tempo, talvez. Hoje, as batalhas de âmbito político e ideológico não se
confinam ao território e de lutas de corpo a corpo. O alcance é superar os confins da
própria territorialidade e é fundamental poder aproveitar as tecnologias para o fazer, de
maneira a que os cidadãos possam melhorar as suas apetências para melhorarem o seu
nível de bem estar e, porque não, o seu nível de vida na era designada de digital. Por
outro lado, é fruto do novo modo de fazer; ainda existe uma grande franja de cidadãos
que não utiliza as tecnologias; não as sabe utilizar, não tem acesso a elas ou no mínimo
não se manifesta, seja porque vivemos em democracia e no geral a moderação das
gentes e dos costumes prevalece, seja porque não se enquadra nas organizações
partidárias. Na realidade, hoje, todos e cada um de nós têm a possibilidade de criar as
suas próprias páginas pessoais e de terem a sua própria voz no mundo Web. O que em
termos de igualdades de oportunidades de ter voz entre o cidadão e organizações
partidárias nunca se viu nada do género, onde nos meios tradicionais só os mais fortes e
os grupos mais influentes poderiam ter acesso ao mainstream; contudo, com o advento
das novas tecnologias e da Internet esse poder repartiu-se e agora qualquer um de nós

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

pode-se constituir como um (como os americanos dizem) Influental na nossa


comunidade, seja real que virtual.

Quanto à primeira limitação, pode-se dizer que, para se desenvolver um trabalho futuro,
dever-se-iam obter dados quantificáveis e qualificáveis acerca dos cidadãos que
interagem com os “partidos digitais”; seria talvez, maneira de se descobrirem e de se
inovarem novas formas de comunicação de molde a que se pudesse recolocar o
indivíduo e os cidadãos próximos dos partidos para que a crise de representação a que
os partidos parecem estar a passar pudesse diminuir. Verificar-se-ia assim no nosso
entender o alcance que as novas tecnologias teriam na relação dos cidadãos com os
partidos italianos.

Depois, para além disso o futuro que se advinha faz supor que os estudos de âmbito
político no sector tecnológico têm ainda uma grande margem de progressão. É nossa
convicção que os estudos deverão desenvolver-se de acordo com o melhoramento das
ferramentas que as TIC proporcionarão aos cidadãos, seja a nível do software ou
hardware, assim como ao nível do melhoramento dos índices de educação,
aprendizagem e conhecimento. Ou seja, há medida que os cidadãos forem tomando
consciência da importância das TIC nas suas próprias vidas, poderão tal como J.F.
Kennedy assim o previu, fazerem qualquer coisa mais pelo seu país no sentido de
melhorarem os índices de participação nas políticas que cada partido propõe às pessoas.

No panorama da sociedade humana, governada por regras que consentem a troca de


informações entre indivíduos, ainda nos encontramos num terreno de difícil
compreensão. Aumentou-se a escala na capacidade de transmitir, arquivar e receber
informações. Como refere Granieri (2006), “um enorme motor de interpretação e de
construção de significados” está a percorrer o mundo e a sociedade em todos os
sectores, modificando-a no seu interior.

Importante conceito de ser compreendido, consiste na transformação que se está a dar


pela primeira vez na história humana, que “não nasce de poderes fortes, por vontade de
poucos, daqueles que detêm as fontes e os meios para investir. Mas agora, o impulso
que parece vir de baixo verifica-se a diversos níveis. O primeiro tem a ver com a
arquitectura do funcionamento que hoje se encontra na Internet. A Internet foi

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

construída de modo aberto, de maneira que, cada um que queira escrever uma aplicação
pode realiza-la e torna-la disponível. Não é necessário requerer a permissão a ninguém
para nos conectarmos à Internet e implementar uma ideia.

Como os edifícios construídos por arquitectos, a arquitectura da Web é o produto de


dois elementos importantes: o código e a acção colectiva por eles regulados. O primeiro
pode ser estabelecido de igual modo, por tribunais, pelo governo e por empresas; o
segundo não pode ser modelado por nenhuma instituição ou por nenhum utente. O
resultado é que a Web detém uma arquitectura mais rica que as partes que a constituem.
E sendo assim, os trabalhos a desenvolver no futuro terão de ter em conta que talvez não
basta estudar os meios para se compreender o verdadeiro impacto das novas
tecnologias, é necessário estudar a vida das pessoas, e a relação que estas adoptam com
os meios. Os meios têm um grande impacto na vida das pessoas mas, as pessoas ainda
detêm as mesmas formas de convivência que detinham à anos atrás. Para se estudar a
influência é necessário estudar os modos de relação das pessoas com o meio, e esse
modo de relação tem muito a ver com o grau de educação que muitas vezes é deficitário
para o propósito dos estudos desenvolvidos. E, os partidos políticos porque são o rosto
visível da democracia, democracia essa que se está reinventando, podem à medida que a
tecnologia avança, reinventarem-se eles também de maneira a que os cidadãos possam
transformar o país à medida que se vão transformando as novas formas de
transformação política.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

6. Apêndice.

De seguida, são reportadas as respostas integrais ao questionário elaborado por nós a


responsáveis da comunicação política de dois partidos italianos; em concreto, objecto da
nossa análise, foram considerados Forza Itália e Democratici di Sinistra.

Forza Itália

1. P. Em que ano foi activado o sítio do vosso partido?

R. Em 1995.

2. P. Quem solicitou esta iniciativa?

R. O presidente Sílvio Berlusconi.

3. P. Qual foi a motivação principal que levou ao nascimento do sítio?

R. Possibilidade de fazer-se conhecer sem censura. X


Falta de atenção dos meios tradicionais.
Contacto directo com os cidadãos.
Presença no território.

4. P. Está presente um sistema de controlo dos acessos?

R. Sim X Não

a) É um indicador da visibilidade do sítio.


b) É um indicador do efeito de publicidade.
c) Perceber aquilo que funciona ou não nas propostas que colocamos. X

5. P. Segundo as vossas expectativas são suficientes os visitantes da vossa página?

R. Sim X Não

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6. P. Que estímulos vos levaram à activação de um sítio Internet?

R. a) Controlo do fluxo comunicativo.


b) Controlo directo com os cidadãos. X
c) Presença no território.

7. P. Qual é a função principal do vosso sítio?

R. a) É um instrumento formativo (seminários em rede, leituras aconselhadas…)


b) É um instrumento informativo. X
c) É um meio de interacção com os cidadãos.
d)É um instrumento organizativo (troca de informações, fóruns de discussão
reservados).

8. P. Que tipo de informações e notícias se querem dar?

R. a) História do partido
b) Referências aos adversários.
c) Actividades em curso nos partidos. X
d) Informação dos quadros dirigentes.
e) Estatutos e regulamentos.
f) Posição acerca de temáticas da actualidade. X
g) Apontamentos importantes. X
h) Documentos reservado
i) Consultar jornais
j) Confronto com outras forças políticas
l) Leituras aconselhadas.
m) Ideias e objectivos.
n) Conhecimento do panorama politico.

8.1 P. Quais as funções que considera indispensáveis no sítio de um partido político?

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

R. a) Últimas notícias acerca de temas políticos.


b) Valores e ideias do partido.
c) Interactividade com os navegantes.

9 P. Através de que canais acontecem as formações para os cidadãos no sítio?

R. a) Confronto com outras forças políticas.


b) Leituras aconselhadas.
c) Seminários em rede.
d) Inscrição no partido.
e) Posições acerca de temáticas da actualidade. X
f) Ideias do partido. X
g) Objectivos do partido. X

10 P. Quais as formas adoptadas para se estabelecer interacção com os cidadãos?

R. a) Correio electrónico. X
b) Fóruns de temáticas de discussão.
c) Sondagens em rede. X
d) Publicidade no sítio.
e) Newsgroup.
f) Votação On- line.
g) Comícios On line.
h) Chats políticos.
i) Inscrição no partido. X
j) Newsletter do sítio. X

11 P. Quais os canais que suportam a organização partidária através do sítio?

R. a)Troca de informações e opiniões.


b) Meetings e reuniões.
c) Fóruns de discussão reservada.
d) Outro……Intranet. X

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

12 P. Estão presente links encaminhando o utente para outras páginas?

R. Sim X. Não.

12.1 P. Se sim, de que tipo?

R. Com outros partidos. X


Com o governo. X
Com as instituições. X
Com os entes locais. X
Com a imprensa. X
Com os meios de comunicação tradicionais.
Com a política internacional.

13. P. Quais são as vossas ideias e perspectivas no sentido de melhorar no futuro a


página electrónica?

R. Melhorar a qualidade dos documentos On line, principalmente aqueles que


descrevem as actividades do partido.
Melhorar a interacção com as sedes locais do partido.
Aumentar a interactividade com os navegantes.

14. P. Estão presentes tomadas de posição respeito a temas de actualidade?

R. Sim. X Não.

15. P. Que modo de comunicação geralmente é adoptada no vosso sítio?

R. Formal. Informal. X

16. P. Considera que as exigências dos navegadores que utilizam os sítios vêm
satisfeitas?

R. Sim. X Não.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

17. P. Detêm informação acerca do nível de satisfação que os utentes detêm no vosso
sítio?

R. Sim. X Não.

18. P. Quem se ocupa do sítio?

R. Eu detenho a responsabilidade politica e editorial com um suporte técnico de uma


sociedade exterior e uma redacção interna.

19. P. Quantas vezes são actualizadas as páginas no vosso sítio?

R. Pelo menos 1 vez todos os dias.

20. P. Quem delibera os temas a aplicar?

R. Il sotoscrito d’intesa com la redazione.

21. P. Foram realizadas modificações substanciais na página do sítio?

R. Sim, nomeadamente no restyling gráfico e no enriquecimento de conteúdos.

22. P. Está em vossa mente novos projectos para desenvolvimento futuro?

R. Sim, disponibilizar sejam mais documentos, que fontes informativas.

23. P. Quais são as maiores limitações com que se depara no seu trabalho?

R. Não dispor de uma redacção mais numerosa.

24. P. A telemática consentirá no futuro:

 Maior informação.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Totalmente de acordo. X
Bastante de acordo.
Pouco de acordo.

 Maior debate político.

Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.

 Maior grau de controlo da parte dos cidadãos, acerca das decisões do governo.

Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.

 Maiores oportunidades para os cidadãos, de participarem nas decisões políticas.

Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.

Democratici di Sinistra

1. P. Em que ano foi activado o sítio do vosso partido?

R. Foi activado em 1998. Com o passar do tempo sofreu numerosos restylings e uma tal
expansão de se tornar uma verdadeira e próprio portal electrónico. (Hoje detem
numerosos sítios correlacionados, relativos a vários departamentos, a correntes politicas
internas e associações políticas culturais com relações com o partido).
A expansão do sítio não se revê somente a nível quantitativo (número de páginas) mas
também a nível qualitativo (mais serviços para o utente, melhor uso, maior

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

interactividade, etc.). Por outro lado, a evolução foi sempre suportada por melhores
técnicas (mais servers com maior potência), e integrada com um sistema intranet (com a
direcção nacional), e de extranet (para as federações e secções do território) que permite
de utilizar a rede como ferramenta de trabalho, ainda que como meio informativo para o
cidadão (Internet).

2. P. Quem solicitou a abertura do sítio?

R. O partido, em particular Gianni Cuperlo (responsável da comunicação da secretaria


DS, que reteve indispensável a presença de DS no mundo da Web. A nova linha de
comunicação politica de DS, compreendia o desfrute da Internet como canal
comunicativo preferencial, porque está em expansão, orientado para as novas gerações,
porque é um instrumento que poderá chegar ás casas dos cidadãos (com mais discrição
que a TV).

3. P. Qual foi a vossa motivação principal para o seu nascimento?

R. O sítio funciona também como órgão de comunicação oficial do partido, ainda que se
no momento do seu nascimento a sua utilização foi pensada para se estabelecer o
contacto directo com o cidadão, e por consequência numa presença constante no
território. Como referido já em precedência constitui-se como um instrumento de
trabalho seja para a Direcção Nacional, que para as secções territoriais.

4. P. Está presente um sistema de monitorização dos acessos?

R. Sim está. É um indicador da visibilidade do sítio útil ao partido para perceber a


afluência dos cidadãos, e a capacidade de expansão do portal em termines de visitas. É
também útil ás redacções para monitorização acerca do humor dos cidadãos. Por
exemplo, situações de preocupação dos cidadãos perante eventos particulares como ( a
guerra no Iraque, a captura de cidadão italianos por forças hostis à invasão, o êxito das
eleições, etc.), provocam um empenho activo dos cidadãos. Isto faz-nos perceber que
nestes momentos os cidadãos detêm uma maior sede de informação e saber quais as
tomadas de posição dos partidos a propósito de tais acontecimentos, permitindo
respostas mais adequadas a tais exigências.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

5. P. Segundo as vossas expectativas, é suficiente o número de visitantes dos vossos


sítios?

R. Hoje o número do acesso ao portal ascende a mais de 20.000 ao dia, mas é um


número em crescimento, se se pensa que os militantes do partido são superiores a
300.000.

6. P. Quais foram os estímulos que levaram à activação de um sítio Internet?

R. De certa forma já respondi à questão no ponto 3. A maior difusão no território


permite-nos com muitos cidadãos respeito aos meios tradicionais e de receber em tempo
real o(s) seu(s) feedback. Por outro lado o portal está-se a tornar cada vez mais a voz
oficial do partido, o lugar de quem quer encontrar a posição do partido em mérito aos
temas da actualidade. É também um partido projectado para o futuro e qual o modo
melhor para estabelecer um diálogo com as novas gerações se não aquele de utilizar um
meio que é cada vez mais difundido entre os jovens. Mas o portal é também uma
ferramenta de trabalho seja para os militantes, que para os trabalhadores da direcção.
Um instrumento de trabalho que no tempo se aperfeiçoou, tornando-se de um simples
arquivo electrónico de materiais exclusivos do partido a uma rede complexa que inclui
as federações e as secções territoriais e que torna esta última em grau de comunicar e
trocar dados em maneira simples.

7. P. Qual é a função principal desenvolvida no sítio?

É um instrumento formativo (seminários em rede, leituras aconselhadas…)


É um instrumento informativo.
É um meio de interacção com os cidadãos.
È um instrumento organizativo (troca de informações, fóruns de discussão
reservados…).

R. Seguramente, um instrumento informativo, limitadamente aos argumentos próximos


da política, não pretendemos ser um jornal on-line, mas seguirmos sobretudo notícias de

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

actualidade política, seja interna, que externa. No interior do portal existe também uma
secção dedicada à formação política. Inicialmente existiam escolas do partido mas hoje
existem formações que se podem encontrar em
http://www.dsonline.it/aree/form_politica/index.asp. Podem-se encontrar além de todas
as informações acerca dos seminários e cursos activos, formação no território, alguns
cursos on-line. Nos últimos anos activamos cursos de formação política, de economia
política e um dicionário de áudio vídeo da política. A função organizativa está em
crescimento. Estamos em grau de por em comunicação as federações entre si, e
pretende-se por ainda as secções a comunicar e as periferias e os centros. É nesta lógica
que as Tic desempenham um papel fundamental no presente, na medida em que já hoje
é possível informar todas as secções nas eleições que vão decorrer acerca da modalidade
de apresentação das listas, a modalidade do voto, etc., e durante os escrutínios eleitorais,
em tempo real, a sede eleitoral dos DS conseguiu efectuar as próprias projecções acerca
dos dados fornecidos pelos nossos elementos.

O nosso sítio constitui-se como um meio de interacção com o cidadão. Esta foi a nossa
missão original e mantém-se como o nosso aspecto fulcral da nossa actividade. Um dos
aspectos mais importantes consiste no nosso quartel general dos voluntários on-line
http://www.dsonline.it/volontari/Default.aspx . A ideia é inovativa e é dirigida
sobretudo aos simpatizantes que não tiveram tempo de fazer militância política mas que
queiram dedicar um pouco de tempo ao partido. Em último (mas não por último) é
nossa intenção ter uma parte do sítio que apele ao lazer, entretenimento cultural e á
troca de opiniões não necessariamente políticas. Esta é a nossa função do magazine
http://www.dsonline.it/magazine/index.asp.

8. P. Que tipo de informações se querem dar?

História do partido
Referências aos adversários.
Actividades em curso nos partidos.
Informação dos quadros dirigentes.
Estatutos e regulamentos.
Posição acerca de temáticas da actualidade.
Apontamentos importantes.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Documentos reservados
Consultar jornais
Confronto com outras forças políticas
Leituras aconselhadas.
Ideias e objectivos.
Conhecimento do panorama politico.

R. A informação que oferece o portal dos DS é de vários tipos: actualidade e


comentários políticos, iniciativas e apontamentos dos partidos, informações aos
cidadãos, informações estatutárias e regulamentos, entretenimento e sátira política,
leituras aconselhadas, actos parlamentares e documentos reservados.

9. P. Através de que canais acontecem as formações para os cidadãos no sítio?


Confronto com outras forças políticas.
Leituras aconselhadas.
Seminários em rede.
Inscrição no partido.
Posições acerca de temáticas da actualidade.
Ideias do partido.
Objectivos do partido.

R. A nossa intenção é a de fazer perceber ao cidadão a posição do partido, explicando-a


nos vários contextos políticos actuais. Deste modo fazendo informação procuramos
também de formar os cidadãos. Gostaríamos que o cidadão forme os seus próprios
instrumentos para perceber a política. Mas para além disso existe uma série de
actividades específicas na formação política que depois se pode traduzir no contacto
directo com os nossos cidadãos e dirigentes políticos. Nos fóruns de discussão advém
um confronto sério de conteúdos entre cidadãos e entre cidadãos e dirigentes políticos.

10. P. Quais as formas adoptadas para se estabelecer interacção com os cidadãos.

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

R. Correio electrónico.
Fóruns de temáticas de discussão.
Sondagens em rede.
Publicidade no sítio.
Newsgroup.
Votação On line.
Comícios On line.
Chats políticos.
Inscrição no partido.
Newsletter do sítio.

R. Um dos instrumentos mais potentes que detemos para a interacção com o cidadão e a
nossa newsletter que conta já com mais de 400.000 escritos. Temos por outro lado
fóruns de discussão temáticos, áudio-vídeos de conferência em directo e em diferido e
convenções. O correio electrónico é sempre um óptimo instrumento de feedback
individual. Detemos também sondagens em rede mas não é com o intuito de observar os
resultados obtidos. Funciona mais como forma de divertimento do utente.

11 P. Quais os canais que suportam a organização partidária através do sítio?

Troca de informações e opiniões.


Meetings e reuniões.
Fóruns de discussão reservada.
Outro……Intranet.

R. O sítio suporta a organização do partido, permitindo troca de informação e pastas de


forma protegida. Produzimos para além disso vídeo-conferências e filmes áudio-vídeo
de todas as reuniões de secretaria ou da direcção.

12. P. Estão presentes links correlacionados com outros sítios?

R. Sim, com outros partidos.

12.1 P. Se sim, de que tipo?

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

Com outros partidos.


Com o governo.
Com as instituições.
Com os entes locais.
Com a imprensa.
Com os meios de comunicação tradicionais.
Com a política internacional.

R. Contêm links de vários géneros. Links aos partidos da área de centro-esquerda, seja
italianos, que europeus ou americanos, links institucionais 8governo e universidade),
links com ligação aos movimentos, a jornais e a entes locais.

13. P. Quais são as vossas ideias e perspectivas no sentido de melhorar no futuro a


página electrónica?
(não respondeu)

14. P. Estão presentes tomadas de posição respeito a temas de actualidade?

R. Sim. As posições tomadas são as indicações que o partido dá aos seus cidadãos.

15. P. Que modo de comunicação geralmente é adoptada no vosso sítio? Formal ou


Informal?

R. Em ambas, depende do argumento apresentado. Argumentos institucionais vêm


apresentados de maneira mais formal. Na relação com os utentes preferimos geri-los de
maneira mais informal.

16. P. Considera que as exigências dos navegadores que utilizam os sítios vêm
satisfeitas?

R. O facto é que o número de utilizadores do sítio têm vindo a aumentar, o que me leva
a pensar que a resposta é afirmativa. Pondo-me no lugar de um cidadão médio, ficaria

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A comunicação política em Itália na era da Sociedade da Informação

satisfeito com os serviços e com os conteúdos oferecidos pelo portal. Dizer que todas as
exigência vêm satisfeitas seria quanto menos excessivo.

17. P. Detêm informação acerca do nível de satisfação que os utentes detêm no vosso
sítio?

R. As informações que detemos são aquelas do feedback que chegam trâmite os


comentários ao sítio, trâmite correio electrónico, telefone, fax.

18. P. Quem se ocupa do sítio?

R.A direcção do sítio: mas por outro lado existe uma redacção alargada porque cada
área e departamento detêm um responsável que se dedica à página dedicada á área do
departamento conseguinte (detemos cerca de 50 áreas e departamentos diferentes). Por
último existe uma outra sociedade que se ocupa da parte técnica, isto é, do
funcionamento e dos upgrades, da intranet, da extranet, do grafismo do sítio, etc.

19. P. Quantas vezes são actualizadas as páginas no vosso sítio?

R. Pelo menos 1 vez todos os dias, seguindo notícias que as retemos serem as mais
importantes.

20. P. Quem delibera os temas a aplicar?


R. A decisão diz respeito ao responsável político do sítio.

21. P. Foram realizadas modificações substanciais na página do sítio?

R. Sim, o sítio foi modificado muitas vezes seja no seu aspecto gráfico que naquele
funcional e de organização de conteúdos. Partimos de uma simples pág. html e chegou-
se a um portal que oferece serviços, conteúdos diversificados e interactividade.

22. P. Está em vossa mente novos projectos para desenvolvimento futuro?

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R. Para além de um restyling gráfico que fazemos em cada 2 anos queremos potenciar a
parte de arquivos e pesquisa de conteúdos. Detemos ainda a ideia de expandir no
Magazine comunidades de blogs.

23. P. Quais são as maiores limitações com que se depara no seu trabalho?

R. ( não respondeu).

24. P. A telemática consentirá no futuro:

 Maior informação.

Totalmente de acordo. X
Bastante de acordo.
Pouco de acordo.

 Maior debate político.

Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.

 Maior grau de controlo da parte dos cidadãos, acerca das decisões do governo.

Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.

 Maiores oportunidades para os cidadãos, de participarem nas decisões políticas.

Totalmente de acordo.
Bastante de acordo. X
Pouco de acordo.

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