Todo trabalho/artigo/monografia deve começar com o enfoque constitucional sobre o
tema, uma vez que a Carta Magna é a principal norma de nosso ordenamento jurídico, devendo ser o ponto de partida para a solução de qualquer tema!
No caso em apreço, como o trabalho trata do remédio constitucional do habeas corpus,
você tem que dizer onde ele está previsto (art. 5º,
O habeas corpus está previsto no art. 5º, LXVII da
Constituição da República que determina:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;”
Portanto, é o habeas corpus o remédio constitucional a
ser utilizado quando um cidadão sofre uma privação ilegal em sua liberdade ou quando há a possibilidade efetiva de ser dela privado sem um justo motivo.
Noticia o site do Supremo Tribunal Federal1, que o
Governador afastado do Distrito Federal, José Arruda, foi preso em 11 de fevereiro do presente ano, “pela suposta tentativa de suborno de uma testemunha no inquérito 650, em curso no Superior Tribunal de Justiça, que investiga esquema de corrupção no governo do DF”.
Acerca dos fatos, tem-se as seguintes informações
veiculadas no STF:
No HC é questionada decisão no inquérito
650, em curso no Superior Tribunal de Justiça, que visa apurar a existência de organização criminosa para o desvio e a apropriação de 1 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=121252 . Acesso em 10/03/2010. verbas públicas do Distrito Federal, na qual Arruda estaria envolvido. Antonio Bento da Silva foi preso em flagrante porque na condição de intermediário do governador teria oferecido elevada importância em dinheiro e outras vantagens ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, a fim de que alterasse seu depoimento como testemunha perante a Polícia Federal nos autos do inquérito 650, do STJ. Caberia a ele dizer que o ocorrido seria fruto de armação para comprometer o governador. O fato estaria comprovado por gravações realizadas por Edson Sombra e por um manuscrito do governador cuja autenticidade foi confirmada pelo primeiro mediador da proposta, o ex-deputado distrital Geraldo Naves. Depoimentos prestados por Antônio Bento, Edson Sombra e Geraldo Naves revelaram haver uma carta assinada por Edson Sombra, apreendida, na qual afirmava falsamente que Durval Barbosa forjou os vídeos que comprometiam Arruda. Haveria base suficiente para afirmar que o governador agiu para alterar depoimento de testemunha de modo a favorecê-lo no inquérito 650, mediante oferta de dinheiro e outras vantagens. Dessa forma, estaria evidenciada a tentativa de comprometer as investigações, situação típica da necessidade da prisão preventiva, conforme o artigo 312, do Código de Processo Penal. Além de Arruda, o STJ determinou a prisão do ex-deputado Geraldo Naves (DEM); Welligton Moraes, ex-secretário de Comunicação; Rodrigo Arantes, sobrinho do governador; Haroaldo Brasil de Carvalho, diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB); e Antonio Bento da Silva, conselheiro do Metrô.
Em face da prisão preventiva determinada pelo Min.
Fernando Gonçalves (STJ), o advogado do acusado impetrou habeas corpus (HC) com o objetivo de obter alvará de soltura junto ao Supremo Tribunal Federal, tendo sido o HC distribuído para a relatoria do Ministro Marco Aurélio, sob número 102732.
Busca-se, no presente trabalho, verificar qual seria a
decisão mais conveniente a ser tomada pelo STF, declinando os fundamentos para tal convicção. A peça tomada como a fundamentar o ato constritivo da liberdade de ir e vir do paciente, fez-se ao mundo jurídico ante esmero insuplantável e encontra respaldo na legislação pátria. (você escreveu isso???!!)
O artigo 312 do Código de Processo Penal dispõe sobre
os fundamentos que podem ensejar a prisão preventiva:
Art. 312. A prisão preventiva poderá
ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
Verifica-se, segundo os elementos de informação, que o
acusado, valendo-se de sua posição privilegiada e influente de político, agiu para alterar depoimento de testemunha essencial à elucidação dos crimes imputados, o que deixa claro sua tentativa de comprometer às investigações criminais. Portanto, houve por parte do governador clara ação para obstruir a Justiça, o que é inaceitável no ordenamento jurídico brasileiro.
Apontou-se a necessidade das prisões,
inclusive a do Governador em exercício, visando a preservar a ordem pública e campo propício à instrução penal considerado o inquérito em curso. De forma harmônica com os elementos coligidos e com o resultado do que foi apurado pela Polícia Federal. Provas há de que houve a tentativa de subornar testemunha e há indícios de utilização de documento falsificado ideologicamente para alterar a verdade da investigação (há prova nesse sentido? Melhor dizer que há só indicios). Então, após aludir-se à comprovação da materialidade dos crimes de corrupção de testemunha e de falsidade ideológica, escancarou-se o quadro a revelar a participação do ora paciente, não bastasse a circunstância de este último surgir como beneficiário dos atos praticados. (melhor tirar isso pq ainda não houve constatação de que realmente esses crimes ocorreram! O que há é o Inquérito e não a ação penal com a condenação!)
Tudo ocorreu visando a levar o jornalista
Edmilson Edson dos Santos a modificar a verdade no depoimento que viria a prestar, direcionando-o a demonstrar que os fatos relatados no inquérito teriam sido fruto de armação para comprometer o Governador. O auto de prisão em flagrante daquele que por último veio a atuar em nome do Governador, ofertando numerário para a mudança de óptica no depoimento e, mais do que isso, o próprio depoimento por ele prestado tornam precisos os parâmetros essenciais a ter-se a adequação do artigo 312 do Código de Processo Penal.
Assim, a permanência em liberdade do acusado, poderia
prejudicar à elucidação dos fatos, uma vez que a influência de um político sobre a população brasileira tem grande força, seja pelo dinheiro que ele pode oferecer às testemunhas, como o ocorrido, ou pelo medo que ele pode impor de retaliações futuras ou por seus aliados, o que pode impedir que a verdade real sobre os delitos venham a tona.
Além disso, ressaltou o Procurador-Geral da República
que a prisão também deve ser mantida para a garantia da ordem pública destacando que:
iii) no que concerne à subversão da ordem
pública no Distrito Federal, ter sido a estrutura administrativa utilizada para impedir a tramitação do processo de impeachment na Câmara Distrital: servidores públicos ocupantes de cargos comissionados teriam sido ameaçados de demissão caso não participassem da manifestação em favor do Governador; ônibus que prestam serviços às Administrações Regionais teriam sido utilizados para conduzir servidores aos locais em que realizados atos públicos em favor do Governador; e empresas pertencentes a Deputados Distritais com atuação no processo de impeachment teriam sido beneficiadas com altas somas de recursos públicos, razão pela qual se impunha a prisão preventiva para resguardar a ordem pública da reprodução de fatos como os acima narrados.
Observa-se que o acusado e os seus aliados têm se
valido da máquina administrativa pública para evitar manifestações contra o governador afastado e o pior têm usado a Administração Pública para impor suas idéias e encobrir a verdade acerca dos fatos, limitando ou até mesmo impedindo a atuação da Polícia Federal e outras instituições, o que atinge a ordem pública e a moralidade.
Contudo, não se pode deixar de destacar que tal
decisão, de manutenção da prisão, é uma resposta à população, uma demonstração de que o Judiciário se indigna sim em face da corrupção, ainda que o STF tenha se mantido inerte em casos anteriores similares.
Portanto, conclui-se pela manutenção da prisão
preventiva, uma vez que a mesma vem fundada na garantia da instrução criminal e da ordem pública.