Administração e Contabilidade – Análise Comparativa

A Contabilidade surgiu a partir da necessidade do Homem de, desde os seus

primórdios, ser capaz de quantificar, negociar, controlar e proteger as suas posses, seus objetos, os
seus valores. A partir do momento em que abandonamos a caça e nos tornamos agricultores e
pastores, deixamos de viver a busca diária pelo alimento e começamos a estocar bens, fossem eles
grãos, frutas colhidas ou rebanhos. E tendo nos fixado à terra, começamos a nos preocupar com a
questão da propriedade, da herança, da transmissão de nossos bens aos nossos descendentes,
começamos a cuidar do nosso patrimônio. Começamos também a negociar o excedente de nossa
produção, e a adquirir os produtos que éramos incapazes de produzir, e em alguns casos, a acumular
a diferença entre estes dois volumes.

A Contabilidade se desenvolveu como uma ferramenta que nos permitiu obter esse
controle e essa quantificação dos bens, acompanhando o desenvolvimento das atividades produtivas
e comerciais da humanidade. No início eram apenas registros rudimentares, feitos em placas de
barro ou de madeira, mas conforme as quantidades de bens e operações comerciais cresceram, a
Contabilidade foi se ampliando, se modernizando, se especializando, criando métodos e técnicas
que permitissem controlar e descrever de forma precisa todas as nuances da acumulação e
distribuição das riquezas, tendo sido objeto de estudos aprofundados desde a Idade Média.

A Administração, por sua vez, originou-se da nossa procura pela melhor solução para
nossos problemas, da descoberta das melhores práticas para a obtenção de um determinado
resultado, seja ele a produção de um objeto, seja a realização de uma tarefa específica. Desde as
civilizações mais antigas, passando pelo Império Romano e pela própria Igreja Católica, bem como
por todas as forças militares organizadas, até as grandes corporações e conglomerados atuais, as
atividades e práticas administrativas tem sido executadas, ou seguidas, pela humanidade.

Foi no século XVIII porém, com o advento da Revolução Industrial, ocorrida na

Inglaterra com o surgimento da máquina a vapor, que a Administração assumiu contornos mais
próximos ao conceito atual. O crescimento acelerado das indústrias e a necessidade de se atingir a
máxima eficiência na produção motivaram o estudo da arte de administrar, a análise das atividades
produtivas, do comportamento das empresas e de seus empregados, das decisões e suas
consequências.

Assim, embora a Contabilidade e a Administração façam parte das atividades

humanas há milhares de anos, poderíamos dizer que a Contabilidade é mais “antiga”, pois o seu
desenvolvimento como ciência, ou mesmo como objeto de estudo acadêmico, se deu antes que o da
Administração, devido à evolução das práticas de comércio e acumulação de bens, enquanto que
este momento para a Administração deu-se somente com o surgimento do método moderno de
produção em massa, com o surgimento do Capitalismo.

Também podemos concluir que a Contabilidade pode ser vista como uma ferramenta
de controle e informação, subsidiando e orientando gestores e investidores em suas tomadas de
decisão, produzindo um quadro claro e inteligível das atividades e resultados da empresa, enquanto
que a Administração busca identificar as práticas e procedimentos mais produtivos e eficientes para
a empresa, utilizando as informações disponíveis (inclusive aquelas fornecidas pela Contabilidade)
para atingir a máxima capacidade produtiva com o menor custo operacional e, consequentemente,
obter os melhores resultados.