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Fundação Universidade Federal do Rio Grande

Departamento de Ciências Jurídicas


Disciplina: História do Direito
Professor:
Aluno: Marciel Iasniewicz
Nº. de matrícula:

Fichamento 3 : WOLKMER, Antônio Carlos. Direito e Justiça na América


Indígena: da conquista à colonização. Capítulo 7 – Sistema Jurídico dos
Povos Missioneiros. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1998.

Pg. 183 “Escolhi o assunto porque o sistema jurídico dos povos


missioneiros compõe matéria que merece maior divulgação,
particularmente porque envolvida em muitas ideias equívocas, em
renitentes preconceitos que sobrevivem desde o século XVIII até
os nossos dias. O ordenamento jurídico é sempre uma
complexidade dinâmica.[...].”

Comentário:
A busca pela verdade histórica é um compromisso a ser buscado
por todos aqueles que desejam uma evolução de todo um sistema
jurídico voltado para o futuro mas baseado na compreensão do
seu passado verdadeiro.
Pg. 184 “A base de toda estrutura jurídica missioneira era a religião (A): os
pilares que se embutiam sobre esta base, sustentando todo o
edifício, eram a propriedade coletiva (B) e a solidariedade pessoal
e igualdade econômica (C) e a armação constituía-se pelo Cabildo,
organização municipal com raízes no direito público espanhol (D).
[...].”

Comentário: a estrutura jurídica é aqui apresentada pelo autor de


uma forma clara e objetiva através da figura 1 (página 188) onde
se pode visualizar a representação da estrutura jurídica
missioneira representada através de um prédio com uma forte
base (religião), pilares ( solidarismo e propriedade coletiva) e
cobertura sólida (organização municipal).
Pg.184 -185 “[...] O sistema foi implantado pela Companhia de Jesus. [...] Os
jesuítas representavam, de certo modo, uma espécie de saudade
da Idade Média, em que o mundo se fundamentava na Fé. [...]
Tomás de Aquino já distinguia com perfeição o temporal do
espiritual, mas sempre subordinando aquele a este, por entender
que os fins intermédios devem estar submetidos aos últimos. Essa
doutrina serve de fundamento do pensar e do agir jesuítico. [...].
Daí não ser entranhável – desde que o coloquemos no tempo –
que o índio das Missões jesuísticas vivesse exclusivamente, ou
principalmente da religião. [...].”

Comentário: sem dúvida alguma, as inúmeras atividades


religiosas praticadas pelos índios mostra a forte ligação com a
religião no seu dia-a-dia e que moldava a base comportamental e
formava a base jurídica daquele grupo.
Pg. 185-186 “[...] O primeiro pilar – apoio econômico do sistema – muito
conhecido e até objeto, às vezes, de comentários maliciosos, era a
propriedade coletiva. [...] distinguiam-se 2 (duas) categorias de
bens: o “tupambaé, ou “coisas de Deus, que consistiam na
propriedade de uso coletivo, e o “abambaé”, ou “coisas do
homem”, que eram atribuídas ao usufruto individual (familiar).”

Comentário: tal comportamento com relação a propriedade


coletiva não agradava aos europeus, pois viam isso como um
comunismo.
Pg. 187 “[...] Como se pode ver de documentos daquele tempo,
especialmente as ordens emanadas do Governo de Assunção, em
1610, e do de Buenos Aires, em 1626, o rei de Espanha nunca foi
proprietário desta área missioneira onde nós nos encontramos,
visto que seus agentes não a conquistaram. Preservou-se o direito
original de que era titular o indígena possuidor. Tal situação
peculiar é que justifica e explica a propriedade coletiva [...]”

Comentário: neste caso a posse natural da terra é legitimada pela


ordem jurídica positiva castelhana.
Pg. 190-191 “A segunda grande coluna a sustentar o sistema era a
solidariedade pessoal e a igualdade econômica. Culturalmente, os
índios já eram habituados a uma vida grupal interdependente.
Trata-se da solidariedade de caráter tribal que encontramos em
todos os povos primitivos, onde todos ajudam a todos, e que tanta
admiração proporciona a nós civilizados. Entre as sociedade tribais
é esta a regra. [...] Havia entre os índios duas categorias: a do
índio comum e a do “cacique”, estirpe de caráter hereditário [...]
Contudo a diferença de status não representava diferença de
tratamento econômico na distribuição do produto da atividade
social, os caciques tinham as mesmas obrigações e os mesmos
direitos dos demais.”

Comentário: a natureza primitiva do ser humano de unirem-se


para sobreviver é nitidamente presente no povo missioneiro e a
ganância material e econômica não era evidente como nos
europeus.
Pg. 191 “[...] A organização municipal herdada do velho direito espanhol
servia de suporte jurídico público do sistema. Era sua estrutura
visível ou fachada. [...] cada qual tinha o seu Cabildo [...] Presidia o
Cabildo um corregedor, uma espécie de prefeito [...] Havia,
também um tenente de corregedor [...] e quatro regedores [...]
alcaides-mores [...] alcaide da Irmandade [...] O alferes real [...] O
alguazil espécie de oficial de justiça, [...] escrivão [...] procurador
[...] pároco [...] coadjutor [...] O Cabildo mantinha a jurisdição
temporal, e os padres a espiritual. [...]”
Comentário: os povos missioneiros tinham uma estrutura muito
bem alicerçada em seu âmbito municipal mas nunca constituíram
uma província à parte.
Pg. 195 “[...] constratava violentamente com o sistema jurídico que se vinha
estabelecendo, mercê de uma evolução de vários séculos, na
Europa Ocidental. Lá não mais havia a base religiosa. O
sustentáculo do direito europeu, no século XVIII, era uma moral
natural, separada de qualquer vínculo teológico. [...] o direito das
coisas, no sistema jurídico europeu, baseava-se na propriedade
individual. [...] Quanto a solidariedade, existia no sistema europeu?
Não. A concorrência era o fundamento de toda atividade e de todo
o convívio social. [...]”

Comentário: o contraste entre o sistema jurídico do povo


missioneiro e o europeu era gritante o que ajudou a criar um clima
de aversão e ações com o fim de acabar com os povos
missioneiros pois batiam de frente com os princípios europeus.
Pg. 196 “[...] A desambição e a ingenuidade do índio seria incapaz de
enfrentar um mundo criado em sistema completamente diverso.
Uma situação que até então se mantivera fechada não resistiu à
violenta penetração de estruturas jurídicas opostas. [...]”

Comentário: além das diferenças culturais e jurídicas que


ajudaram a acabar com as estruturas dos povos missioneiros, o
espírito de conquista e colonização à base da força bruta foram
fatores determinadas para aniquilar os povos da região.

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