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Mas a pergunta que me faz remete para um dos problemas mais graves com
que a nossa Democracia se vem crescentemente debatendo, e que é a obcessiva
pessoalização da política.
Os outros problemas são bem conhecidos de todos, estão perfeitamente
identificados pela generalidade das pessoas e são os verdadeiros adversários de
qualquer trabalho político digno desse nome.
Para já, e como resultado destes três problemas-chave que lhe apontei, temos a
gravíssima realidade social que vivemos, um desemprego galopante, um
alarmante nível de endividamento externo bruto e a dramática situação
financeira tanto de um Estado tentacular como das Famílias e das Empresas.
Infelizmente não é diferente em Lagos.
Estamos unidos, mas não somos uma estrutura de pensamento único. E ainda
bem porque, para nós, a unicidade de pensamento político não faz parte da vida
democrática.
De resto, é para nós muito claro que os partidos políticos não existem apenas
para concorrer a eleições ou para serem meros veículos “clubistas” para o
desenvolvimento de ambições pessoais. Para nós, e é assim que funcionamos,
têm que trabalhar permanentemente ao serviço das populações que têm
imperativamente que servir e que são a razão de ser da sua existência.
É por isto mesmo que nos batemos e continuaremos a bater no futuro,
continuando a pugnar por dar voz aos protagonistas da realidade local para
resolver os problemas concretos com que a nossa comunidade se debate e tem
que ultrapassar.
Registe-se também que nós não deixamos de ser cidadãos por sermos
militantes do Partido Social Democrata nem sequer por alguns de entre nós
trabalharmos na Câmara Municipal de Lagos. O que, antes pelo contrário, nos
responsabiliza ainda mais como cidadãos, pela confiança política e pública que
em nós foi depositada em tempos tão difíceis.
RA: Ora ainda bem que reconhece serem conjecturas, aliás sem sentido como
tentámos expor com a clareza necessária e suficiente para iluminar algumas
confusões com que periodicamente nos tentam desmotivar, mesmo sabendo
que tal é impossível. Adiante.
É realmente notável que ainda a três anos das próximas eleições autárquicas e
com a situação gravíssima que o Concelho de Lagos vive, o PS ande a ensaiar
estratégias eleitorais para perpetuar interesses minoritários e até pessoais em
vez de agir sobre a origem estrutural dos complexos problemas que criou com
a sua gestão política em Lagos.
São situações destas que são bem ilustrativas do que não pode nem deve ser a
Política e que demonstram sem margem para dúvidas quais são os verdadeiros
níveis de consciência social e de espírito de serviço público com que o PS
brindou e brinda as populações do Concelho de Lagos. Para além do evidente
desrespeito pela inteligência e pelo dinheiro dos Lacobrigenses, como os
autarcas eleitos pelo PSD têm afirmado nos locais próprios, foi essa a porta que
a “transferência” da referida vereadora abriu.