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téchne 135 junho 2008
www.revistatechne.com.br
apoio
IPT
Edição 135 ano 16 junho de 2008 R$ 23,00
techne COMO CONSTRUIR
Steel frame
parte 1
Coordenação de projetos ■ Mão-de-obra ■ Piso industrial ■ Fundações ■ Concreto auto-adensável ■ Steel frame
PISOS MÃO-DE-OBRA
Limpeza Própria ou
pós-obra terceirizada?
00135
ARTIGO
9 77 0 1 04 1 0 50 0 0
Concreto auto-adensável
ISSN 0104-1053
Como integrar
projetos?
Apesar dos avanços, muitas construtoras
ainda não conseguem conciliar
especialidades. Afinal, quem deve se
responsabilizar pela coordenação?
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SUMÁRIO
CAPA
40 Projetos coordenados
Especialistas discutem atribuições e
vantagens da coordenação
52 FUNDAÇÕES –
PINI 60 ANOS
Tecnologia de base
Seis décadas de inovações na execução
de subestruturas
56 ARTIGO
Concreto auto-adensável –
características e aplicação
Pesquisador aponta vantagens dos
concretos superfluidos
Lawrence Wee/Shutterstock
77 COMO CONSTRUIR
Steel frame – fundações – Parte 1
Série mostrará como executar uma casa
completa em perfis leves de aço
32 MÃO-DE-OBRA SEÇÕES
Produção interna
Editorial 2
Empresas voltam a investir em
Web 6
equipes próprias contra a falta
Cartas 8
de operários
Área Construída 10
Índices 14
36 OBRA INDUSTRIAL IPT Responde 16
Resistente ao frio
Carreira 18
Piso executado para a Perdigão
Melhores Práticas 20
Marcelo Scandaroli
22 de até -25ºC
46 PISO
P&T
Obra Aberta
64
70
Agenda 72
ENTREVISTA Limpeza profunda
Responsabilidades na construção Produtos e técnicas mais indicados
Advogado explica responsabilidades para limpeza e manutenção Capa
e garantias na construção civil de pisos Ilustração e layout: Sergio Colotto
1
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EDITORIAL
Engenharia pública ou estímulo
VEJA EM AU
à autoconstrução?
ma lei do deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), em tramitação
U no Senado, pretende obrigar todas as prefeituras a contratar
arquitetos ou engenheiros para prestar "assistência técnica pública
e gratuita para projeto e construção de habitação de interesse
social". A idéia tem o apoio da FNA (Federação Nacional dos Fundação Iberê Camargo –
Álvaro Siza
Arquitetos), do IAB-DN (Instituto dos Arquitetos do Brasil – Ópera de Oslo – Snøhetta
Direção Nacional) e do sistema Confea/Crea (Conselho Federal de Entrevista: engenheiro José
Luiz Canal
Engenharia, Arquitetura e Agronomia) mas não da totalidade do
setor. Enquanto uns vêem nisso um instrumento de VEJA EM
CONSTRUÇÃO MERCADO
desenvolvimento urbano ordenado e "direito social à moradia",
outros enxergam no projeto um incentivo à autoconstrução com
reserva de emprego e inchaço na máquina pública. Embora
assistida tecnicamente, a iniciativa não resolve o déficit estimado de
mais de sete milhões de moradias. Os críticos declaram que apenas
as construtoras podem assumir tamanha tarefa. Apesar de o
argumento ser consistente, o que se vê até o momento é a pouca Risco de desabastecimento
de materiais
viabilidade para atender as famílias com renda inferior a cinco
Pressões de custos
salários mínimos. Empreendimentos para esse público saem do no orçamento
papel somente com subsídios e sistemas construtivos de baixo custo. Entrevista: Equity International
´
techne
Vendas de assinaturas, manuais técnicos,
TCPO e atendimento ao assinante Fundadores: Roberto L. Pini (1927-1966), Fausto Pini (1894-1967) e Sérgio Pini (1928-2003)
Segunda a sexta das 9h às 18h
Diretor Geral
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publicados nesta edição ou estão relacionados aos temas acompanhados mensalmente pela revista
Coordenação de projetos
Leia os artigos "Coordenação de Projetos – Um Assunto que Necessita Maior Prioridade
Fórum Téchne
de Desenvolvimento", de Luiz Henrique Ceotto, e "A Gestão de Projetos de Edificações e O site da revista Téchne tem um espaço
o Escopo de Serviços para Coordenação de Projetos", escrito por uma equipe de dedicado ao debate técnico e qualificado
engenheiros e arquitetos. O primeiro texto traz sugestão de instrumentos de controle e dos principais temas da engenharia.
avaliação para o trabalho do coordenador de projetos. Já o segundo apresenta o Confira os temas em andamento.
escopo de contratação dos serviços de coordenação para o mercado imobiliário.
Prefeituras devem fornecer
6
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cartas.qxd 4/6/2008 14:32 Page 8
tinha conhecimento de nenhum ERRATAS Mahle Brasil (foto) são Roberto Loeb
curso do tipo. Entretanto, soube da e Luis Capote. O desenvolvimento
As tabelas 1 e 2 da reportagem "Alto
existência de um grupo de engenha- dos projetos de gestão e sustentabili-
desempenho, baixo impacto", Téchne
ria ambiental em Santa Catarina. dade envolveu também a Loeb Arqui-
133, págs. 40 e 42 são da tese de mes-
Soube também que a engenheira am- tetura e a Mahle Brasil e o empreendi-
trado "Double-Skin Façades in High-
biental Danielle Maia de Souza, mi- mento fica na Serra do Japi, não na
Rise Office Buildings in São Paulo",
neira e aluna do curso de pós-gradua- Serra dos Cristais.
apresentada à Architectural Associa-
ção da Universidade Federal de Santa
tion School of Architecture, Londres,
Catarina, recebeu no ano passado o
Inglaterra, em 2004, pela arquiteta
prêmio do PNUMA (Programa das
Mônica Marcondes. Na revista, o cré-
Nações Unidas para o Meio Ambien-
dito menciona o nome da arquiteta
te) pelo trabalho de adaptar para o
mas não de sua tese.
Brasil a avaliação do impacto am-
biental dos materiais durante seu
ciclo de vida. Gostaria de parabenizar Diferentemente do que foi informado
Divulgação Mahle
a Universidade por oferecer um pro- na seção Técnica & Ambiente da edi-
grama dessa importância. ção 134 da Téchne, os arquitetos res-
Ualfrido Del Carlo, engenheiro civil ponsáveis pelo projeto da fábrica da
area construida.qxd 4/6/2008 14:33 Page 10
ÁREA CONSTRUÍDA
Sistemas prediais em discussão
As novas legislações estaduais e mu- prediais. Na opinião da engenheira
nicipais, como as que obrigam a ins- Carla Araújo Sautchúk, da Tesis En-
talação de sistemas de aquecimento genharia, os sistemas de reúso de
solar, de reúso de águas pluviais e de água não podem ser projetados
medição de consumo de água, im- como o de uma indústria, que geral-
põem novas dificuldades e novos de- mente tem uma equipe de engenha-
safios a projetistas e construtores. ria", afirma. O projeto deve prever
Parte desses novos "problemas" de- ferramentas de gestão que diminuam
corre da falta de uma discussão mais a complexidade de manutenção do
exaustiva sobre os entraves técnicos sistema. Além dessa questão, a enge-
relacionados à implantação dessas nheira traçou o diagnóstico do atual
Divulgação Sinduscon
tecnologias. Essa é a opinião de al- momento por que passa o mercado:
guns participantes do 5o Seminário redução dos terrenos, aumento do
Tecnologias de Sistemas Prediais: tempo de aprovação de projetos, di-
Qualidade e Inovação, realizado em minuição no tempo de desenvolvi-
São Paulo pelo SindusCon-SP. Se- mento de projetos, produção de pro-
gundo o vice-presidente do sindica- jetos para outras regiões e necessida- serviço desse segmento. Segundo Ya-
to, Francisco Vasconcellos, durante as de de se trabalhar com uma diversi- mada, além da facilidade de acesso
discussões do projeto da Lei Munici- dade maior dos sistemas construti- aos cabeamentos por meio de shafts
pal 14.459, que dispõe sobre a insta- vos, principalmente no segmento de e painéis, as empresas necessitam de
lação de sistema de aquecimento habitação popular. O seminário des- condições favoráveis para a instala-
solar de água nas novas edificações tacou ainda as novas necessidades de ção de seus Centros de Processamen-
da cidade de São Paulo, os construto- infra-estrutura predial para os siste- to de Dados. Os ambientes que abri-
res apresentaram diversos problemas mas de TI (Tecnologia da Informa- garão os servidores precisam ter lo-
técnicos que a lei traria aos projetos. ção). Ricardo Daizen, gerente da calização o mais centralizado possí-
Mesmo assim, a lei foi promulgada e CommScope Systimax Solutions, vel – para que se tenha economia
trouxe novas preocupações às cons- apresentou soluções de integração com cabos –; controle de temperatu-
trutoras: como integrar sistemas de dos cabeamentos de sistemas de au- ra e umidade ambientais; prevenção
aquecimento solar a outros sistemas tomação predial e lembrou o aumen- contra vazamentos de água, que da-
de aquecimento – como o elétrico e a to da procura das empresas por siste- nificam cabos e equipamentos. Do
gás –, as dificuldades para realização mas de TI – maiores bandas de inter- lado de fora, os edifícios devem apre-
de medição individualizada do con- net, telefonia sobre IP, redes internas. sentar espaços adequados para os
sumo de água quente, a necessidade Álvaro Yamada, diretor da DMI Net- pontos de recepção de telecomunica-
de informar e treinar o usuário final e work House, apresentou as deman- ção, de fácil acesso para concessioná-
as equipes de operação de sistemas das específicas das prestadoras de rias e operadoras.
ÁREA CONSTRUÍDA
Marcelo Scandaroli
Engenheiros europeus debatem segurança
e riscos de explosões
Especialistas de universidades euro- normas baseadas em
péias ministraram aulas no IPT (Insti- experiências laboratoriais. A
tuto de Pesquisas Tecnológicas do Es- partir daí, os quesitos são os
tado de São Paulo),entre os dias 12 e 15 mesmos: o tubo terá de
de maio, no curso internacional "Segu- suportar a pressão interna –
rança Contra Incêndio e Riscos de Ex- o que não é difícil de obter –,
Na ordem: Rudolf Klemmens, Rolf Eckhoff e Trygve Skjold
plosão no Ambiente Construído". Mé- resistindo também aos
todos experimentais e técnicas de su- impactos mecânicos e até ao contato com como biocombustível, por exemplo), e os
pressão de explosão, além de ensaios agentes químicos variados. Vale lembrar aterros são abertos, o problema é menor.
em câmaras de explosões foram pales- que as tubulações, mesmo em plástico, têm Os tubos que vêm das camadas mais
trados pelos professores Rolf Eckhoff, durabilidade limitada e exigem profundas do solo liberam o gás
da Universidade de Bergen, Noruega, e manutenções. Assim como o cobre, diretamente na atmosfera.
Rudolf Klemens, da Universidade de também sofrem corrosão ou rompimentos,
Varsóvia, Polônia. Eles estavam assisti- o que gera vazamentos e, em mistura com E como testar essas concentrações
dos pelo pesquisador Trygve Skjold, da o ar, explosões. O melhor que se tem a fazer mínimas, considerando temperatura
norueguesa GexCon. é estudar o desempenho de cada material. e pressão? Como se prevenir?
Segundo Anthony Brown, professor da Eckhoff – A resposta dessas perguntas
Poli-USP e coordenador do curso, o Há como pensar em um padrão está na importância de se ter um
IPT pretende conduzir o interesse de específico de projeto de sistemas laboratório específico para pesquisas em
seus pós-graduandos à questão de segu- prediais para segurança contra explosões. Um País das dimensões do
rança contra explosões."Para isso preci- explosões? Brasil, e com tantos incidentes, deve ter
samos, contudo, de um laboratório, e Trygve Skjold – Desconheço regras um. Ao mesmo tempo, para dominar o
agora começamos a fazer os primeiros gerais para projetos, mas acredito que um assunto, é preciso experimentar. Não
contatos com os provedores de infra-es- bom estudo de ventilação – natural ou adianta só conhecer a teoria. É preciso
trutura para esse objetivo", explica. artificial – para ambientes confinados, por estudar caso a caso, na aplicação e
"É possível que, no futuro, tenhamos exemplo, venha a ser a melhor solução contato com cada um dos materiais.
inclusive uma graduação nessa área para futuros problemas. É preciso saber Comprar equipamentos do exterior não
específica de estudos", anuncia o coor- quais gases estariam expostos nos basta, é necessário desenvolver a
denador do curso Douglas Barreto. ambientes em caso de vazamento; como tecnologia própria para experimentação.
"Estaremos criando, assim, mais um esses vazamentos seriam possíveis e em
requisito de projeto para a construção quais intensidades, para depois avaliar Qual o investimento necessário para
civil, principalmente nos casos de ar- possíveis explosões (mecanismos físico- que se tenha tal laboratório?
mazenamento ou produção de mate- químicos causadores) e definir a Skjold – Se já há um espaço para o
riais explosivos, diz". Confira entrevis- necessidade de ventilação em cada caso. laboratório, como o IPT, basta adquirir
ta com os especialistas. infra-estrutura, que se encontra no
O que acontece em aterros mercado. Os pós-graduandos interessados
Temos ouvido falar em explosões sanitários? A acumulação de gás podem ir à Europa para se familiarizarem
devido a reparos malfeitos nas metano é mesmo perigosa? O que com as informações que já existem e,
instalações de gás de uso doméstico fazer para evitar explosões? dessa forma, dar continuidade aos
ou tubulações de materiais com Rudolf Klemmens – É certo que o metano trabalhos aqui mesmo.
resistência questionável. Aqui no pode gerar explosões, mas, como em todas
Brasil vemos a constante substituição as outras hipóteses, só se estiver misturado Mas não é difícil para países como o
de tubos de cobre por plástico PVC, com o ar em uma concentração menor que Brasil dar continuidade à tecnologia
com soldas prontas. Esses novos 15%. Partindo desse princípio, dentro das desenvolvida há anos na Europa?
materiais podem proporcionar maior camadas de solo onde o metano é Eckhoff – A China conseguiu. Ajudamos
segurança contra acidentes? produzido a partir da decomposição do lixo, os chineses com os primeiros
Rolf Eckhoff – O que define o nível de não deve, preferencialmente, ocorrer o laboratórios. Eles são ávidos por
segurança contra explosões de um contato com outros gases, como o aprendizagem. Hoje produzem tudo o que
determinado material é como sua oxigênio. Outra saída é controlar a precisam, e têm tecnologia tão boa
aplicação, em dada situação, foi concentração dos gases, para que não se quanto, talvez até melhor que a Suíça.
previamente estudada. Nada impede a atinja a concentração mínima que gera Bastar investir, ter vontade e mão-de-obra
aplicação do PVC aos condutores de gás, riscos. Como no Brasil o gás não é interessada. Tenho certeza que, se eles se
desde que especificação e instalação sigam confinado em tanques (para reutilização modernizaram, o Brasil não ficará atrás.
ÍNDICES
Alta em maio Índice PINI de Custos de Edificações (SP)
Variação (%) em relação ao mesmo período do ano anterior
Reajustes de salários elevam custos 35
de construção em São Paulo IPCE materiais
30 IPCE global
índice global do IPCE (Índice
O PINI de Edificações) encerrou o
mês de maio com alta de 6,50%, contra
25
IPCE mão-de-obra
Suporte Técnico: para tirar dúvidas ou solicitar nossos Serviços de Engenharia ligue para (11) 2173-2373
ou escreva para Editora PINI, rua Anhaia, 964, 01130-900, São Paulo (SP). Se preferir, envie e-mail:
economia@pini.com.br. Assinantes poderão consultar indíces e outros serviços no portal www.piniweb.com
Cupins de solo
Existem ressalvas para aplicação de espécie(es) de cupins, será possível
Sérgio Colotto
pesticidas contra cupins de solo em definir os tratamentos a serem reali-
ambientes construídos sobre áreas in- zados para controlar o ataque desses
fectadas? A que profundidade as agu- insetos. Os cupins subterrâneos, por
lhas devem chegar? Os furos são feitos exemplo, têm grande capacidade de
apenas em volta da casa ou, quando dispersão pelo imóvel. Assim, a ins-
necessário, também na área interna? peção deve avaliar, além da intensi-
Marco Antonio Felix dade do ataque, a dispersão dos cu-
Campinas (SP) pins, preferencialmente com a utiliza-
ção de plantas do imóvel. No caso
Inicialmente, é preciso ressaltar que desses insetos, a investigação é
os produtos normalmente utilizados abrangente, incluindo o madeira-
para a execução de uma barreira mento em contato com a alvenaria,
química em edificações não podem como batentes, guarnições, rodapés e
ser adquiridos por pessoas físicas – só armários embutidos, os espaços
podem adquirir os produtos as em- vazios, como caixões perdidos, colu-
presas especializadas. Além disso, en- nas de distribuição, juntas de di-
tendemos que o consumidor deve latação e, ainda, o entorno da edifi-
evitar o manuseio de produtos quími- cação, como jardins e anexos even-
cos sem o pleno conhecimento sobre tualmente existentes. Entendemos
as restrições de uso, forma de mani- que somente a partir desse diagnósti-
pulação e de aplicação, bem como co pode-se definir e indicar os trata-
sobre o objetivo da realização de qual- mentos a serem realizados na edifi- tratamento de madeira: restringe-
quer tratamento para controlar uma cação. Esses tratamentos envolvem se àquelas peças ou partes delas em
infestação de cupins. Sugerimos, ao medidas tanto de caráter curativo contato com a alvenaria.
detectar problemas de infestação de quanto preventivo. Os principais são: Deve-se destacar, também, a possi-
cupins, ou mesmo de outros organis- tratamento de solo: visa criar bilidade de se utilizar outras tecnolo-
mos xilófagos em seu imóvel (resi- uma barreira química no períme- gias para o controle da infestação de
dencial ou comercial), como fungos e tro externo da construção impe- cupins, como, por exemplo, o uso de
brocas-de-madeira, chamar duas ou dindo o acesso dos cupins subter- iscas para o controle de algumas es-
três empresas especializadas para a râneos à edificação; na dependên- pécies de cupins subterrâneos. Final-
realização de uma vistoria e posterior cia da abrangência da infestação mente, a extensão dos tratamentos, a
apresentação de uma proposta co- pode ser executada, também, no escolha dos produtos químicos e a
mercial baseada nas informações co- seu perímetro interno; metodologia a ser empregada em
letadas nessa vistoria. O primeiro tratamento de espaços vazios: cada edificação são diretamente de-
passo para controlar a infestação de consiste na aplicação de inseticidas pendentes dos resultados do diag-
cupins é diagnosticar corretamente o nos espaços pelos quais os cupins nóstico detalhado.
problema por meio de uma inspeção estão se dispersando ou mesmo Gonzalo Lopez, biólogo
do imóvel. Com a identificação da(s) constituindo colônias; Centro de Tecnologia de Recursos Florestais
CARREIRA
Alexandre Chan
Defensor de uma visão ampla, que abrace os mais diversos campos do
conhecimento, arquiteto foi premiado pelo projeto da Ponte JK, em Brasília
19
melhores praticas 124xxxx2.qxd 5/6/2008 12:26 Page 20
MELHORES PRÁTICAS
Paredes de drywall
Para evitar retrabalho, confira as dicas de execução de paredes
de gesso acartonado
Locação da parede
Utilizar trena, prumo ou equipamento
a laser para a correta localização das
guias e dos pontos de referência dos
vãos de portas, que devem ser
devidamente pré-definidos no projeto.
Divulgação Knauf
Corte da chapa
Virar a chapa e, com o auxílio
do estilete, cortar o cartão do
verso da chapa.
Colocação de fita
para tratamento
de juntas
A fita de papel microperfurado deve ser
colocada sobre o eixo da junta e
pressionada firmemente contra a
primeira camada de massa. Aguardar a
secagem completa da massa para evitar
imperfeições nas juntas como bolhas de
ar, vazios e enrugamentos. Nas juntas de
topo, após o recobrimento da fita com
massa, aplicar mais uma demão com
cerca de 300 mm de largura de cada
lado da fita.
Fixação na estrutura
As chapas devem ser instaladas estrutura é realizada por meio
verticalmente, com altura do pé-direito de parafusos, que devem estar
menos 10 mm, que deve ser deixado distanciados 250 mm entre si
como folga no piso. A fixação na e a 10 mm da borda.
Colaborou: Knauff
21
entrevista.qxd 4/6/2008 14:24 Page 22
ENTREVISTA
Responsabilidades
na construção
Atendimento às normas técnicas e conhecimento dos códigos Civil e de Defesa
do Consumidor são essenciais para evitar problemas jurídicos na construção
Marcelo Scandaroli
CARLOS PINTO DEL MAR
Bacharel em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo,
especializou-se em Finanças pela
Escola de Engenharia Mauá e em
Direito de Empresa, também pela
PUC. Fez, ainda, um curso de
extensão universitária em
Arbitragem, pela Escola de Direito
da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
É membro da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), seção São
Paulo, do Iasp (Instituto dos
Advogados de São Paulo), do
DRBF (Dispute Resolution Board
o meio da construção civil há uma preensão conjunta e comum do que
Foundation), de Seattle, e
associado-fundador da MDDI
N enorme confusão no que diz res-
peito a conceitos e termos jurídicos.
estipulam o Código de Defesa do Con-
sumidor e o Novo Código Civil, assim
(Mesa de Debates de Direito
Em parte, a culpa dessa confusão é do como se discute o peso jurídico das
Imobiliário). Del Mar, além de atuar
desconhecimento dos profissionais de normas técnicas. O que é certo, conta
nos conselhos jurídicos do Secovi
engenharia acerca das leis e normas Del Mar, é que esses documentos defi-
(Sindicato da Habitação),
que regulamentam seu próprio traba- nem responsabilidades e os prazos a
SindusCon-SP (Sindicato da
lho. No entanto, um quinhão conside- cumprir pelas partes envolvidas, le-
Indústria da Construção Civil do
rável da falta de entendimento se deve vando a conclusões mais precisas e ob-
Estado de São Paulo) e da CBIC
ao peso que engenheiros e advogados jetivas no caso de litígio. Outra impor-
(Câmara Brasileira da Indústria da
dão a algumas palavras, como "defei- tante ferramenta citada na entrevista é
Construção), é autor dos livros
to", que pode ter um significado mais a mediação de conflitos, que identifica
"Aspectos Jurídicos da Tabela
amplo e incutir a responsabilidade ao problemas e propõe soluções, que
Price" e "Falhas, Responsabilidades
construtor. Enquanto as pessoas, em podem ser aceitas por todos os envol-
e Garantias na Construção Civil",
geral, usam termos de forma equivoca- vidos, de forma muito mais rápida do
este, editado pela PINI, motivou
da, sem atentar para os significados ju- que a convencional. O entrevistado
a realização desta entrevista.
rídicos, advogados, juízes e peritos em fala, ainda, sobre formas de solução de
geral ainda têm dificuldade para com- eventuais conflitos previstas anterior-
preender os problemas da engenharia. mente, em contrato, que já são adota-
Além disso, ainda não há uma com- das em outros países.
ENTREVISTA
ENTREVISTA
que não têm esse prazo de duração. Por externos, como no caso do
outro lado, esse prazo muitas vezes é desempenho acústico, por exemplo?
considerado como um período em que
“Antes da norma de Não se pode pretender que todo o sis-
o construtor se libera de qualquer res- desempenho não havia tema hidráulico de uma edificação,
ponsabilidade,o que também é equivo- por exemplo, dure o tanto que deve
cado. Tome-se, por exemplo, sistemas
clareza sobre os durar uma gaxeta ou vedação, que tem
construtivos que devem durar um prazos de vida mais curta. Um sistema é com-
prazo superior a cinco anos, como fun- posto de elementos e componentes
dações e sua impermeabilização. Nes-
funcionamento de que devem ser trocados e mantidos
ses casos, a responsabilidade do cons- determinados sistemas conforme as recomendações técnicas,
trutor não se esgota depois desse prazo. sob pena de comprometer o funciona-
ou subsistemas da mento do todo. Se o usuário deixa de
Mesmo que a edificação cumpra com edificação” fazer a manutenção corretamente e o
os requisitos exigidos, a construtora sistema deixa de funcionar, isso se de-
e os projetistas têm obrigações para verá à sua omissão e não à ação do
com o uso, incluindo manutenções? construtor, que nessas situações deixa
Quais são essas obrigações? Envolve ção necessária nesse período, natural- de ser responsável.
o desenvolvimento de manuais de mente. Esses prazos passarão a referen-
operação e manutenção? ciar os períodos de responsabilidade do De acordo com sua experiência,
O construtor tem obrigação de forne- construtor. Antes da norma de desem- afirmaria que as construções
cer instruções sobre o uso e a manu- penho não havia clareza sobre os prazos brasileiras apresentam muitos
tenção da edificação, o que, na prática, de funcionamento de determinados sis- problemas suscetíveis a processos
é feito por meio de manuais. A manu- temas ou subsistemas da edificação.Isso judiciais? Ou, pelo contrário, os
tenção é uma obrigação dos usuários, fazia com que houvesse um entendi- construtores e projetistas atendem
sem a qual não se poderá exigir o per- mento muitas vezes subjetivo por parte às demandas judiciais?
feito funcionamento da edificação. dos peritos, que são as pessoas nas quais Houve um grande avanço nesse senti-
os juízes se apóiam para decidir as dis- do, sobretudo depois do Código de De-
Um condomínio também pode perder putas judiciais. Esses prazos estão pre- fesa do Consumidor. A maioria das
a garantia dada pela construtora caso vistos na norma de desempenho, de grandes empresas mantém serviços de
realize serviços sem a autorização ou modo que os laudos periciais e as deci- atendimento ao consumidor justamen-
participação da mesma? sões judiciais poderão ser mais corretos te para evitar as demandas judiciais, o
Se a manutenção não é feita, ou é feita e objetivos, o que é bom para todos. que é uma política correta porque traz
de forma incorreta, o usuário pode bons resultados. Há, naturalmente, as
perder a garantia e passa a ser respon- O direito está preparado para exceções, que existem em todos os
sável pelas conseqüências. O mesmo compreender questões de ramos da atividade econômica.
ocorre com modificações e acréscimos ordem técnica?
feitos nas edificações. Há um caso in- Estão havendo avanços nesse sentido, O que é mediação? A que casos se
teressante de um edifício antigo no em que os profissionais da engenharia aplica e qual sua importância?
Rio de Janeiro que desabou devido a estão compreendendo melhor o direi- A mediação é uma forma de solução de
acréscimos feitos pelo proprietário da to das pessoas que compram ou enco- conflitos em que uma terceira pessoa,
cobertura. Há também casos conheci- mendam a construção de um imóvel. de confiança das partes, as aproxima,
dos de ruptura de laje devido à instala- No entanto, os operadores do Direito identifica os problemas e as soluções
ção de equipamentos acima do peso precisam conhecer melhor os proble- possíveis, e as partes só realizam o acor-
admitido. Esses são casos de perda de mas da engenharia. Trata-se de uma do se concordarem com a solução.
garantia e de exclusão da responsabili- zona de fronteira que demanda escla- Nada é imposto, ao contrário da arbi-
dade do construtor. recimentos recíprocos e essa é a pro- tragem,em que uma terceira pessoa de-
posta do meu livro. Nesse processo de cide e a sua decisão é imposta. Isso fun-
A norma de desempenho, ao esclarecimento todos ganham, porque ciona, pois deixa qualquer um confor-
estipular sobre vida útil de as relações se tornam mais tranqüilas tável para aceitar esse processo, saben-
estruturas, influencia de que quando as partes têm clareza de seus do que nada lhe será imposto. Durante
maneira as responsabilidades de direitos e obrigações. o processo de mediação, há o esclareci-
construtores e projetistas? mento de parte a parte sobre o proble-
A norma de desempenho prevê prazos Como lidar com questões subjetivas, ma e, o que é melhor, o relacionamento
em que os diversos sistemas da edifica- como vida útil – que depende de entre as partes é poupado, preservado,
ção devem atender aos respectivos re- manutenção – ou desempenho – que pois o mediador funciona como pára-
quisitos desde que realizada a manuten- pode ser afetado por fatores choque das tensões.
ENTREVISTA
Por que se trata de uma tendência mia e as margens dos negócios estão Durante a fase da obra, não há prati-
para a solução de conflitos? É justa cada vez menores, tornando impera- camente interferência dos compra-
e efetiva para as partes? tivo que se reduzam os riscos de au- dores ou de quem encomenda a obra,
Há outros meios de prevenção e solu- mento de custos, como as demandas mas as empresas construtoras têm es-
ção amigáveis de conflitos, que são tão judiciais e suas conseqüências du- tado cada vez mais preocupadas em
eficazes que a maioria dos contratos rante o período de seu processamen- atender as normas técnicas, contri-
de grandes obras civis, nos Estados to. Daí a importância e a tendência buindo para a qualidade da obra e a
Unidos, já prevêm a sua adoção no mundial de adoção desses mecanis- ausência de reclamações. Durante a
contrato inicial. Ou seja, as partes cele- mos de prevenção e solução amigável fase de utilização, é importante for-
bram o contrato de construção saben- de conflitos. necer informações sobre funciona-
do que, se houver uma divergência, mento e manutenção, inclusive com
será resolvida dessa ou daquela forma, É possível projetar e construir sem acompanhamento durante um deter-
ou, ainda, seguindo esse ou aquele enfrentar nenhum problema de minado período. Essa política contri-
procedimento. ordem jurídica? bui não apenas para elevar o conceito
É possível e há cada vez mais empre- da construtora como também evita
Ganha-se agilidade nessas sas que deixam um legado de boas demandas judiciais que, embora refe-
eventualidades? edificações e de boas relações comer- rentes a pequenos problemas, podem
Isso é muito positivo, sobretudo no ciais com os seus clientes. A experiên- representar custos elevados caso ve-
Brasil, onde a demora do Judiciário é cia mostra que muitos problemas ju- nham a se tornar questões judiciais.
crônica e as partes não têm tempo e rídicos são evitados quando existe in- Bruno Loturco
nem recursos para envolver-se em formação clara sobre as obrigações
longos processos. Você já imaginou das partes durante todo o processo de
os prejuízos se a obra de uma usina produção, venda e utilização.
LEIA MAIS
hidrelétrica ou de um aeroporto fi-
casse parada por conta de desenten- Quais são as demandas judiciais Falhas, Responsabilidades e
dimentos entre as firmas? Atualmen- para as construtoras de acordo com Garantias na Construção civil,
te, a agilidade é um fator de econo- as fases do empreendimento? Editora PINI, 2008
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tecnica.qxd 4/6/2008 14:48 Page 30
TÉCNICA E AMBIENTE
Desperdício estabilizado
Adição de estabilizador ao concreto rejeitado em obra evita descarte de
água e de material prejudicial ao meio ambiente
A pesquisa ainda visava estabele- numa central dosadora, onde estabele- horas – com parada na sexta-feira à
cer um processo racional de dosagem ceram que seria necessário, no retorno tarde e retomada na segunda-feira pela
do AEH,analisar as quantidades de ma- do caminhão, adicionar uma quanti- manhã. Durante esse tempo, a tampa
teriais remanescentes em caminhões já dade conhecida de água ao balão – no do balão deve permanecer fechada
descarregados, compreender o com- caso,200 l para balões de 8 m3 –,e o teor para que não haja evaporação excessi-
portamento e os efeitos do aditivo nas determinado de AEH. Em seguida, ro- va ou entrada de água de chuva.
águas de lavagem, verificar a viabilida- tacionar o balão. A maior parte dos re- Na retomada da produção, des-
de técnica e econômica do método em síduos se depositará no fundo, junto conta-se o volume de água já adicio-
concretos com resistências de 25 MPa com a água e o aditivo. "É importante nado para realizar a nova carga de
a 45 MPa e definir procedimentos prá- que a quantidade de água seja medida e materiais. "O aditivo, desde que adi-
ticos para sua implementação em cen- padronizada, pois afetará o traço do cionado em quantidades adequadas,
trais de dosagem. Concluiu-se que o concreto que complementará a carga perde seu efeito estabilizador com a
concreto não sofre alterações nos esta- na retomada da produção", salienta adição do material da carga", explica
dos fresco ou endurecido. O custo é Repette. O volume de água também o pesquisador. A quantidade de AEH
competitivo, sobretudo por reduzir o afetará o teor de aditivo necessário para é definida de acordo com o tipo de ci-
consumo de água e os gastos com de- estabilizar completamente a mistura mento e as condições de produção do
posição dos resíduos resultantes do pelo período necessário. Este pode ser concreto. Observados esses detalhes,
processo convencional. de aproximadamente 12 horas – quan- não há efeitos colaterais indesejáveis,
Para chegar ao resultado esperado, do a produção encerra num dia e é re- seja no estado fresco ou endurecido.
os pesquisadores realizaram os estudos tomada no outro – ou, até mesmo, 64 Bruno Loturco
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MÃO-DE-OBRA
Produção interna
Inflação dos serviços cobrados por empreiteiras não vem cabendo no
orçamento de empreendimentos populares. Para algumas construtoras,
contratar mão-de-obra própria pode ser a solução
Marcos Lima
ale a pena contratar mão-de- teza vem sendo posta em xeque por atuam no segmento de baixa
V obra de produção própria? Há
muito tempo a maioria dos cons-
algumas empresas. O bom mo-
mento por que passa a construção
renda, identificaram um aumento
sensível no valor dos serviços co-
trutores responde, sem hesitar, que estimulou a demanda por mate- brados pelas empreiteiras e já se
não compensa assumir os ônus da riais e mão-de-obra, pressionando preparam para contratar direta-
contratação direta dos executores a inflação no setor. Alguns cons- mente os operários que trabalha-
dos serviços prediais. Mas essa cer- trutores, principalmente os que rão em seus canteiros.
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MÃO-DE-OBRA
Com uma margem de lucro es- inexistência de intervalos favorece a ção para evitar que fiquem paradas"
treita, esses empreendimentos são contratação de mão-de-obra pró- explica Marcelo Souza, diretor de
rentáveis apenas quando produzidos pria, pois elimina períodos de ocio- operações da Fit Residencial (em-
em grande volume. A alta demanda sidade das equipes de produção. "O presa do grupo Gafisa que desenvol-
por esse tipo de habitação dá a essas planejamento de nossos empreendi- ve produtos imobiliários para o seg-
empresas a segurança de que execu- mentos leva em consideração a rea- mento popular).
tarão novas obras a longo prazo. A locação de nossas equipes de produ- Renato Faria
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OBRA INDUSTRIAL
Resistente ao frio
Piso rígido de 4.350 m² foi executado sem juntas de dilatação para atender requisitos
de planicidade. Operação foi realizada em duas etapas ininterruptas de 10 e 11 horas
Detalhe da composição dos pisos no ponto em que se separam por uma pequena junta, à qual será fixado um painel térmico com
espessura de 12 cm. Abaixo da superfície de concreto de 41 cm, há uma laje pré-moldada de 24 cm com placas de poliuretano e
mantas impermeabilizantes
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OBRA INDUSTRIAL
OPERAÇÃO DUPLA
Fase 1 – Piso para produtos resfriados Fase 2 – Piso para produtos congelados
Data da concretagem 20/4/2008 27/4/2008
Dimensão da área 104,67 m x 14,345 m 114,98 m x 24,745 m
Espessura do piso 41 cm 41 cm
Concreto em projeto 616 m³ 1.167 m³
Concreto aplicado 624 m³ 1.195 m³
Índice de perda 1,3% 2,3%
Especificação fck 30 com fibra de polipropileno fck 30 com fibra de polipropileno
Tempo de aplicação 10 horas 11 horas
Caminhões com 8 m³ de concreto 78 150
Bombas de concreto Duas operáveis e uma de reserva, sendo Três operáveis, sendo três bombas-lança
duas bombas-lança e uma estacionária
Volume de aço 46,062 t 99,18 t
Teor de água 175 l/m³ 175 l/m³
Temperatura quando em operação Até -5ºC Até -25ºC
Fonte: Método Engenharia
que despejaram concreto continua- ventilação, encontra-se uma laje pré- Um dia depois do acabamento super-
mente sobre quase 100 t de estrutura moldada, com 24 cm de espessura, ficial, medições em campo aprovaram
de aço armado. O volume aplicado constituída por placas de poliuretano a planicidade das duas áreas segundo
atingiu 1.195 m³, com perda de 2,3%. e mantas impermeabilizantes. os índices exigidos em projeto para a
Nas duas superfícies, a espessura Para a etapa final de regularização boa operacionalização do maquiná-
de concreto ficou em 41 cm. Abaixo dos pisos foram empregados réguas rio de transelevadores.
dessa medida, antes do vácuo para vibratórias e niveladores laser screed. Thiago Oliveira
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CAPA
Projetos coordenados
Com visão global sobre o empreendimento, coordenador deve exigir soluções
de compatibilização e alternativas tecnológicas aos projetistas
e o aquecimento do mercado da
S construção está causando preo-
cupação quanto à oferta de materiais,
o mesmo vale para a disponibilidade
de mão-de-obra, principalmente in-
telectual. Com o vertiginoso aumento
da demanda, alguns escritórios de
projeto têm delegado a profissionais
inexperientes a responsabilidade pelo
desenvolvimento de projetos. Assim,
há uma difusão acentuada de erros
nas soluções técnicas e problemas de
compatibilização. Em paralelo, faltam
gestores qualificados, o que leva a
coordenação a ser realizada, muitas
vezes, por profissionais com experiên-
cia aquém da requerida. "Não existe
boa gestão com projeto ruim, e o
papel do gerente de projetos é mais re-
levante hoje do que no passado recen-
te, afirma o engenheiro Luiz Henrique
Ceotto, diretor de Design & Constru-
ction da Tishman Speyer, em seu arti-
go "Coordenação de Projetos – Um as-
sunto que Necessita Maior Prioridade
de Desenvolvimento".
Divulgação Tecnisa
Paula Viana
Instalações em geral apresentam a maior incidência de Apesar de a responsabilidade pela compatibilização de projetos
problemas de compatibilização com outros subsistemas não ser do coordenador, esse profissional deve contar com
construtivos. A responsabilidade de evitar problemas é dos experiência de obra para perceber conflitos entre especialidades.
projetistas, mas a visão do coordenador é essencial para Uma coordenação atenta evita retrabalhos e pode influenciar
questionar soluções, alertar para problemas e exigir alternativas positivamente no desempenho global da edificação
41
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CAPA
Debate
Projeto envolve desde os levantamentos Melhado – Embora haja um potencial Cunha – O coordenador é um genera-
iniciais, a pré-concepção, até o enorme de ganhos com a coordenação lista, conhece todos os sistemas, mas
acompanhamento de obra. Sendo em todas as fases, isso ainda está na não é especialista em nenhum. Por
assim, a coordenação de projetos tem ponta do mercado como uma tendên- isso, não podemos delegar a ele a res-
sido contemplada na plenitude por cia, como melhores práticas. ponsabilidade dessa compatibilização.
construtores e incorporadores? Cunha – O normal é o coordenador Liris – Nada exime a responsabilidade
Daniele – Iniciei quatro trabalhos, entrar no projeto executivo, como or- de cada projetista, que contribui quan-
todos com o projeto já em desenvolvi- ganizador da execução, mas deveria do falamos de construtibilidade e in-
mento e que vão entregar o projeto exe- entrar no processo de criação. É o que compatibilidades. E não é papel só do
cutivo sem acompanhamento de obra. temos feito na Rossi, para que o produ- coordenador fazer intervenções. Por
Cecília – Nenhum contrato meu prevê to tenha as interfaces resolvidas e o tra- mais que estimule,não vai implementar
acompanhamento até o final da obra, balho organizado desde o início. Existe o método construtivo se a construtora
mas eu sempre vou. O retorno da obra a visita do coordenador ao protótipo, não estiver de acordo.
é importante. mas não é suficiente. Melhado – A coordenação não substi-
Liris – Na Tishman, a necessidade de tui o papel dos projetistas, do em-
estender o escopo da coordenação sur- A coordenação de projetos tem sido preendedor ou da construtora. Orien-
giu quando entregamos o primeiro realizada apenas para compatibilização ta os projetistas a verificarem os pro-
empreendimento residencial. Muitas geométrica ou também sob os jetos e questiona o enquadramento
vezes temos que verificar a viabilidade aspectos de racionalização do às normas e às demandas de reu-
de um projeto concebido e desenvolvi- processo construtivo? niões. Tem que criticar as soluções
do dois anos antes. É uma compatibi- Miriam – O coordenador precisa de que recebe para estabelecer o diálogo
lização de questões técnicas e constru- experiência de obra ou vai parar na e exigir alternativas.
tivas, não apenas comerciais. compatibilização geométrica, que Fabrício – Para o coordenador cum-
pode ser resolvida até por softwares. prir esse papel sem ser especialista, o
Sempre de modo informal e sem Cecília – Tentamos extrapolar o geo- feedback da obra é fundamental. Um
remuneração? métrico, mas há dificuldade em fazer coordenador que não tem esse retorno
Cecília – Exatamente, mas o retorno da com que o resto da equipe tenha essa dificilmente vai conseguir ter a visão
obra move o que precisamos no projeto. visão. Com o volume atual, recebemos crítica que é cobrada dele.
Ito – O atendimento é informal, mas o alguns projetos, feitos por terceiros,
retorno é para problemas que ocorrem que passam pelo escritório sem sequer A coordenação de projetos é inerente
em função da coordenação. terem sido revisados. ao projeto de arquitetura, devendo
Miriam Addor, arquiteta, sócia- Walmir Rodrigues Cunha, Kazutoshi Ito, engenheiro,
diretora da Addor & Associados engenheiro, gerente de projetos da coordenador de projeto da
Consultoria em Projetos e Qualidade Rossi Residencial Andriolo Ito Engenharia
Daniele Triboni, arquiteta, Liris Fujimori, arquiteta, coordenadora Marcio Fabrício, engenheiro,
coordenadora de projetos da de projetos do departamento de design e professor do curso de Arquitetura e
C.a.P. e. arquitetura construção da Tishman Speyer Urbanismo da USP-São Carlos
43
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CAPA
Decisões centralizadas
O projeto do Centro de Distribuição da
Perdigão, na cidade de Embu, interior de
São Paulo, tinha como pontos críticos a
compatibilização e controle de
interferências entre projetos civis,
mecânicos, de refrigeração e disposição de
estanterias, porta-paletes e a passagem de
Paula Viana
transelevadores. A coordenação focou a
análise de projetos quanto à qualidade e
custos, o controle e o gerenciamento das
informações, a coordenação de reuniões todas submetidas ao gerente do registra a ata e identifica responsabilidades.
periódicas com os projetistas, reuniões empreendimento da construtora e à equipe Cíntia afirma que "as informações são
com o cliente para controle do escopo e de de engenharia do cliente. O coordenador disponibilizadas por meio de projetos e
eventuais alterações, bem como o faz o meio de campo entre o planilhas, facilitando o trabalho de
andamento dos trabalhos. O projeto básico desenvolvimento dos projetos e a execução, aquisições e execução", e propiciando
desenvolvido pelo cliente foi remodelado a levando as explicações necessárias à equipe aumento de produtividade. O acesso a tais
partir da cultura construtiva da Método, de obra e coletando dúvidas acerca dos informações se dá por ferramenta de
empresa que executa a obra. "O projeto foi projetos. "Eu as equaciono com os colaboração online. Outros benefícios
reestudado e passou por nova concepção", projetistas e alimento a obra com as alcançados foram a minimização de
explica a coordenadora dos projetos, a respostas e informações adicionais." interferências e incompatibilidades, melhor
engenheira Cíntia da Silva Vedovello. Nas reuniões que orienta, gerencia prazos controle das informações e custos,
Ela tem autonomia para apresentar e de desenvolvimento dos projetos, discute gerenciamento do escopo e dos prazos de
argumentar sobre soluções tecnológicas, as soluções adotadas, as interferências, acordo com o cronograma de obra.
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Paula Viana
Perfil profissional da demanda por prazo e custo, e vol-
Além da experiência técnica para tamos às estruturas reticuladas, com
Mesmo que os projetos de estruturas e
perceber detalhes de projetos de diver- alvenaria complicada".
de aquecimento estejam tecnicamente
sas áreas, o coordenador deve ter capa- Com a dificuldade em influen-
perfeitos, não funcionam para a obra em
cidade de liderar e gerenciar pessoas e ciar as escolhas tecnológicas, não ha-
questão, pois não consideram os pontos
ser planejador. Não interessa se sua veria grandes diferenças entre a
de conflito que têm em comum
formação é em engenharia ou em ar- coordenação interna e aquela reali-
quitetura. Mesmo porque, quem atua zada por terceiros. Esses apresenta-
na coordenação normalmente tropeça riam, ainda, a vantagem de conhece-
em coisas para fazer que não foram rem melhor o mercado. Esses dados
convenientemente estudadas na facul- tornam-se importantes quando
dade, como planejamento de projeto. constatamos que a principal recla-
Na construção civil atual, a figura mação dos coordenadores com rela-
do coordenador não pode mais se atre- ção aos projetistas incorre, justa-
lar exclusivamente à compatibilização. mente, no que diz respeito aos pra-
Divulgação Tecnisa
"Se considerarmos que é a função prin- zos. "Não há uma disciplina que
cipal, o resto dos projetistas não será mais dê trabalho. Com a demanda
mais responsável por nada", ilustra a em alta, o principal problema é cro-
arquiteta Cecília Levy,coordenadora de nograma", afirma Daniele Triboni, Projetistas de portas e de estruturas não
projetos e presidente da Agesc (Asso- arquiteta, coordenadora de projetos conheciam os projetos alheios. Logo,
ciação Brasileira dos Gestores e Coor- da C.a.P.e. Arquitetura. houve problemas com a
denadores de Projeto). Para que essa Alia-se a essa questão a da quali- compatibilização dos projetos
responsabilidade seja dividida com os dade dos projetos e a falta de forma-
projetistas, o coordenador deve alinhar ção dos profissionais envolvidos, que
a inserção de novas tecnologias. afeta o desenvolvimento da produ- lhorem sua gestão interna, é essencial
Essa argumentação leva questio- ção. Para Melhado, além da urgência investir no planejamento integrado
nar a participação desse profissional para que os escritórios de projeto me- do processo de projeto. "Não estamos
fazendo isso, mas desenho de crono-
grama", pontua.
Atuação global Com a inserção de novas tecnolo-
gias no processo, como o BIM (Buil-
Na Rossi Residencial, a participação do Ao levar em conta as interfaces com
ding Information Modeling), algu-
coordenador ocorre em diversas etapas. a obra, o planejamento viabiliza que
mas tarefas podem ser automatiza-
Por exemplo, esse profissional trabalha o estande permaneça por seis a nove
das, como a compatibilização de in-
desde a implantação do estande de vendas meses após o início das obras. Embora
terferências, liberando o coordena-
e das unidades-modelo decoradas. É o faça parte da pauta de desenvolvimento
dor para realizar serviços mais com-
coordenador quem pauta as discussões com que fica sob a tutela do coordenador, as
plexos, como controle de cronogra-
os departamentos comercial, de marketing, sugestões podem ser apresentadas por
ma. Isso valoriza e exige mais do pro-
de incorporação, de projetos e de qualquer membro. No caso da Rossi,
fissional, que precisa de melhor qua-
engenharia de produção e planejamento. que adota a coordenação externa, esse
lificação para interagir com os resul-
O objetivo é estimular a busca de uma profissional não tem autonomia para
tados de softwares. "Para os projetis-
solução que prolongue a permanência a tomada de decisões. Ele levanta as
tas de estruturas, fazer cálculos não é
do estande. "Isso otimiza o investimento necessidades e, por intermédio do
mais importante, mas o conhecimen-
nessas instalações e elimina os custos com gerente ou supervisor de
to do comportamento estrutural",
sua relocação", explica Walmir Cunha, desenvolvimento de projetos, as
compara Melhado.
gerente de projetos da empresa. submete à empresa.
Bruno Loturco
45
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PISOS
Limpeza profunda
Depois de aplicados, os pisos devem ser imediatamente limpos, mas cada
material requer um produto diferente. Mármores e madeiras são mais
sensíveis a manchas, enquanto os cerâmicos requerem cuidados nos rejuntes
Fotos Marcelo Scandaroli
5 6
47
materia_limpezaRED.qxd 4/6/2008 15:01 Page 48
PISOS
Madeira
Madeiras, em geral, são mais fáceis
de lidar, mas podem ser tão sujeitas a
manchas quanto o mármore. Existem
alguns produtos à base de ácido etono-
dióico que podem ser aplicados puros
para clarear tanto pedras como con-
1 creto e até madeira,devolvendo sua cor
natural. Para limpar fungos e algas,
Julio Schilling, gerente de laboratório
da Montana, recomenda produtos
com hipocloritos de sódio e de cálcio.
Engenheiros afirmam, contudo,
que manchas de cimento em madei-
ras não são removíveis. "Nem com
5 uma nova raspagem a mancha sairá,
pois o cimento reage com a madeira
profundamente", explica Massashiro,
da Mundial.
Para a limpeza pós-obra da ma-
deira já resinada não são usados mé-
2 todos abrasivos. Alguns produtos,
como os à base de limoneno (extraído
de frutas) ou os removedores a seco
(butanol propano) são bons para re-
mover sujeiras endurecidas.
Os limpadores de pisos de madei-
ra são, em sua maioria, detergentes es-
pecíficos para esse tipo de assoalho,
oferecidos pelos próprios fabricantes
das resinas, e podem ser utilizados
tanto pós-obra quanto na manuten-
ção diária. O importante é que o mate-
rial de manutenção seja compatível
6
com o revestimento.
3
1 Retire o papel ondulado de proteção
Concreto e cerâmica
A limpeza seca do piso de concreto
2 Passe a vassoura para tirar a
pode ser feita com a utilização de uma
sujeira grossa
vassoura hidrostática, que contém
3 Passe um pano úmido bem torcido panos absorventes em sua extremida-
de (mop), tanto para retirar a sujeira
como para aplicação de produtos.
4 Aplique o detergente ou limpador, do
"Já a limpeza úmida pode ser me-
próprio fabricante da resina
canizada, com lavadoras automáticas
5 Use a enceradeira com disco abrasivo que também sugam a sujeira como um
aspirador, deixando a superfície seca",
branco para espalhar o detergente
diz Luciana Oliveira,do IPT.Detergen-
tes neutros são usados em pisos em-
6 Use um pano seco ou mop para secar e
4 poeirados, e os alcalinos para remoção
retirar resíduos
de manchas de graxa e gordura.
Tecnologia de base
Engenharia de Fundações brasileira ganhou impulso com a criação de
institutos tecnológicos e com estudos sobre recalques de edifícios de Santos
ouve um tempo em que uma das guer novos edifícios em regiões de tituto de Pesquisas Tecnológicas do Es-
H condições determinantes para a
construção de um novo edifício era a
solos fracos.
A situação começou a mudar na
tado de São Paulo) em 1938. Dois anos
depois, no Rio de Janeiro, o Instituto
presença ou ausência de solos moles década de 1920, quando o conheci- Nacional de Tecnologia criava sua
no terreno. Era o final do século 19 e mento sobre o assunto começou a ser seção de Solos e Fundações.
começavam a proliferar as grandes produzido. Em 1925, o austríaco Karl O IPT então padronizou um novo
construções nos centros urbanos bra- von Terzaghi publicava o Erdbaume- método de sondagem, realizado por
sileiros. Mais pesadas, essas constru- chanik, tratado fundador da fase con- meio de percussão com circulação de
ções em alvenaria de tijolos ou em es- temporânea da geotecnia. O "pai" da água. Para quantificar a consistência ou
truturas metálicas implicavam, tam- Mecânica dos Solos introduzia o estu- compacidade do solo, avaliava-se o nú-
bém, maiores carregamentos sobre o do do fenômeno da compressibilidade mero de golpes de um peso de 60 kg,
solo. Apesar de já utilizarem, nessa de argilas, de sua resistência ao cisalha- caindo de 75 cm, necessários para cra-
época, estacas de madeira em funda- mento, atrito interno e coesão. No Bra- var o mostrador 30 cm no solo. Era o
ções profundas, o desconhecimento sil, surgiram na segunda metade da dé- NIPT.Outra padronização,adotada por
sobre o comportamento do terreno e cada de 1930 os laboratórios de ensaios uma empresa de estudos e projetos de
a inexistência de métodos de medição especializados em fundações. Telêma- solos e fundações também foi adotada
de recalques levavam os construtores co van Langendonk organiza a seção no País, e o número ficou conhecido
da época a simplesmente evitar er- de Estruturas e Fundações do IPT (Ins- como NMG.Em 1948 apareceu o méto-
do SPT (Standard Penetration Test) e o
NSPT. O método foi conquistando es-
Marcelo Scandaroli
Fundação de destaque
Não é à toa que o projeto da ponte de
Irineos Maliaris
Rion-Antirion, na Grécia, foi declarado em
2005 o vencedor do Prêmio de Destaque
em Engenharia Civil da Asce (American
Society of Civil Engineers). Mesmo sob
condições completamente adversas, a
obra-de-arte foi erguida e funciona
perfeitamente há quatro anos. A ponte tem
um trecho estaiado de 2.250 m e cruza o
Golfo de Corinto, localizado a 250 km de
Atenas – região de intensa atividade
sísmica. Os cabos estão fixos em quatro
mastros, cujos topos chegam a 164 m
acima do nível do mar. O leito do golfo
encontra-se a 65 m de profundidade e é
composto por um solo fraco, com
depósitos aluviais em camadas
heterogêneas. Para viabilizar a execução
da estrutura, optou-se por uma solução
pouco convencional. A base alargada de
cada pilar tem 90 m de diâmetro e foi
dimensionada para suportar a intensa
tos foram apresentados em congressos revisão haviam sido feitos na década de o texto já nasceu com defasagem tec-
no México e na França. 1980", explica o professor da Escola nológica. De acordo com Marzziona, o
Atualmente, a norma que traz as Politécnica da Universidade de São processo de revisão da norma está em
prescrições para execução de projeto e Paulo, Jaime Domingos Marzziona. andamento e o texto-base está sendo
execução de fundações é a NBR 6122. Como a norma estava sendo revisada produzido. "Em breve deverá ir à con-
No entanto, a versão que vale é a publi- no momento da introdução de novos sulta pública", informa, sem poder, en-
cada em 1996. "Ela foi publicada em métodos de execução de fundações no tretanto, divulgar datas precisas.
1996, mas os estudos feitos para aquela País, como as estacas Hélice Contínua, Renato Faria
53
materia_fundacaox.qxd 5/6/2008 14:49 Page 54
Estacas
Tubulão a ar
comprimido
Evolução
tecnológica do
tubulão a céu
aberto, os tubulões
a ar comprimido
começaram a ser
utilizados em São
Paulo em meados
Pilão da década de 1940,
Franki como alternativa
Bucha de tecnológica ao uso Estacas pré-fabricadas Última geração: Hélice
concreto de estacas em O uso das estacas metálicas Contínua e Ômega
terrenos moles e em fundações no Brasil As estacas Hélice contínua e
instáveis. Esse tipo começou a se popularizar na Ômega foram utilizadas pela
de fundação é década de 1950, com o primeira vez no Brasil no final
adequado para fornecimento dos perfis pela das décadas de 1980 e 1990,
Estacas Franki solos com CSN (Companhia Siderúrgica respectivamente. Os métodos
De origem belga, as estacas presença de lençol Nacional), criada pelo executivos de ambas são
Franki foram introduzidas no freático e que presidente Getúlio Vargas na parecidos e constituem-se
Brasil em novembro de 1935, apresentam riscos década anterior. Apesar do de três etapas principais:
na construção da Casa de desabamento. Demanda custo maior em relação às perfuração, concretagem e
Publicadora Batista, no Rio de equipamentos grandes e pré-moldadas de concreto, armação. Ao chegar à cota
Janeiro. Foram executadas pesados, como entubadeiras podem atingir grande prevista em projeto, o
72 estacas de 8 m de e perfuratrizes, o que não faz capacidade de carga e equipamento de perfuração é
comprimento e diâmetros de dela uma das alternativas trabalham bem à flexão. recolhido ao mesmo tempo em
300 mm e 400 mm. Sua mais desejáveis para execução Demandam, no entanto, que realiza a concretagem da
execução se dá com a de fundações em locais cuidados no que se refere estaca. Por fim, a armação é
cravação, no solo, de um tubo confinados. Entretanto, à corrosão do metal. posicionada após o
de aço cuja ponta é obturada é hoje um dos métodos A primeira grande obra com preenchimento do furo com
por uma bucha de concreto mais utilizados no País para o emprego de estacas concreto. A diferença entre a
seco, areia e brita, estanque e fundações de pontes e pré-moldadas de concreto estaca Hélice Contínua e a
fortemente comprimida viadutos. Consiste no data da década de 1920, na Ômega está, basicamente, na
contra a parede do tubo. Ao encamisamento da estrutura construção do Jóquei Clube configuração da haste de
bater com o pilão na bucha, do fuste com anéis de do Rio de Janeiro. Na década perfuração. Na primeira, as pás
arrasta-se o tubo, impedindo concreto ou tubos de aço e de 1950 eram produzidas as perfazem toda a haste, de
a entrada de solo ou água. escavação do solo até a primeiras estacas de modo que, com a rotação, a
Atingida a profundidade camada apropriada para abrir concreto protendido e, mais terra deslocada na perfuração é
desejada, o tubo é preso e a a base do tubulão. Em recentemente, vêm transportada pelos sulcos
bucha é expulsa por golpes de descidas manuais, a camisa ganhando maior capacidade metálicos até a superfície do
pilão e fortemente socada garante a segurança do de carga com a aplicação de terreno. Nas estacas Ômega, as
contra o terreno, formando operário, mas deve atentar-se concretos de alto pás se concentram apenas na
uma base alargada. Coloca-se à pressão do ar aplicado na desempenho. Ambas região da ponta da haste. Com
a armadura, inicia-se a tubulação e à velocidade apresentam a desvantagem a rotação do eixo, o volume de
concretagem, extraindo-se o de pressurização da necessidade de terra é transportado até um
tubo simultaneamente. e despressurização. bate-estacas para a nível da haste projetado para
cravação, que gera ruído compactá-lo contra a parede
e propaga vibração para do furo. Por não gerar ruídos
imóveis vizinhos. No nem vibrações, tem sido
entanto, ainda é uma opção para obras em bairros
solução mais barata do que sujeitos a programas de
as estacas escavadas. restrição de ruídos.
Concreto auto-adensável –
características e aplicação
ergunte-se: não seria interessante do tronco de cone, tempo de escoa-
P um concreto que, uma vez lança-
do, se movesse por conta própria e
Wellington L. Repette
Engenheiro civil, professor-doutor
mento no funil-V e do desempenho
ao escoamento e passagem por restri-
Departamento de Engenharia Civil da UFSC
preenchesse, sem necessitar de nenhu- ções na caixa-L. Tanto no laboratório
(Universidade Federal de Santa Catarina)
ma intervenção, os espaços da fôrma? quanto no recebimento em obra, os
wellington@ecv.ufsc.br
Pois o concreto auto-adensável tem três ensaios devem ser realizados.
essa capacidade. Além de não necessi- Para que seja considerado auto-
tar ser adensado com vibrador, não se- adensável, o concreto precisa satisfa-
grega e não aprisiona ar em excesso. da mistura, que lhe confere três carac- zer a todos os requisitos apresentados
Como resultado, sua aplicação é rápi- terísticas básicas e essenciais: na tabela 1.
da, requer menos mão-de-obra, e não habilidade de preencher espaços
deixa ninhos de concretagem. Por nas fôrmas; Materiais e proporcionamento
essas e outras razões, o CAA é cada vez habilidade de passar por restrições; (dosagem)
mais empregado como material de capacidade de resistir à segregação. No proporcionamento do CAA,
construção, tanto nos setores de pré- Muitos insucessos na aplicação do alguns princípios básicos devem ser
moldados e pré-fabricados, como para CAA relacionam-se à elevada segrega- considerados:
as aplicações de concreto no local. ção, que resulta no afundamento dos a) para se conseguir elevada flui-
Neste artigo, descrevem-se as carac- agregados e na separação da água da dez, a pasta do concreto deve lubrifi-
terísticas do concreto auto-adensável, mistura: a exsudação (figura 1). As- car e espaçar adequadamente os agre-
com ênfase nas propriedades no estado sim, o CAA tem que ser fluido, defor- gados, de forma que o atrito interno
fresco e em sua composição. Um exem- mável e, ao mesmo tempo, coeso. entre os mesmos não comprometa a
plo de aplicação em obra de edifício capacidade do concreto de escoar;
convencional é apresentado e analisado. Ensaios e requisitos no estado fresco b) para que o CAA apresente resis-
Os métodos de ensaio do CAA di- tência à segregação e seja capaz de pas-
O que é CAA? ferem dos empregados na avaliação sar por restrições sem que haja blo-
As características do concreto fres- do concreto convencional somente queio, a pasta deve ter viscosidade su-
co é que diferenciam o CAA do con- para as determinações das proprieda- ficientemente elevada a fim de manter
creto convencional. O CAA tem que des no estado fresco. As características os agregados em suspensão, evitando
apresentar elevada fluidez e deforma- essenciais do CAA são satisfatoria- que segreguem pela ação da gravida-
bilidade, além de elevada estabilidade mente avaliadas com o espalhamento de. Outros fatores que controlam a se-
ESTADO FRESCO
Ensaio Valores
Espalhamento ≥ a 600 mm
Funil-V De 3 a 10 s
Caixa-L 0,8 ≤ H/h ≤ 1,0
Segregação – verificada no
Figura 1 – Observação de instabilidade da mistura (segregação) pelo ensaio de
ensaio de espalhamento Ausente
espalhamento no tronco de cone
gregação são a quantidade e a distri- de água – finos totais fica entre 0,80 e sário de finos para assegurar adequadas
buição granulométrica dos agregados, 1,10, em volume; coesão e estabilidade no estado fresco.
sendo que as distribuições contínuas o uso de aditivo promotor (ou mo- Concretos auto-adensáveis não
são as mais adequadas para esse fim; dificador) de viscosidade não é essen- necessitam ser autonivelantes. Deve-
c) a capacidade de passar pelos es- cial a todas as misturas, mas é especial- se lembrar que quanto mais fluido for
paços entre as armaduras, e dessas mente importante quando as partícu- o concreto, maior será seu custo. Além
com as paredes das fôrmas, limita o las finas não estão presentes em volu- disso, é difícil o controle de aplicação e
teor e a dimensão dos agregados graú- me suficiente; o rastreamento do CAA de elevada
dos na mistura. em muito casos os CAA podem re- fluidez na concretagem de vigas e lajes,
sultar mais baratos e com melhor qua- pois o concreto literalmente "foge" do
Materiais e composições típicas lidade com o uso de agregados graú- lugar de aplicação.
Em princípio, todos os tipos de ci- dos de até 10 mm de diâmetro; A obtenção de CAA a partir de tra-
mento empregados na produção do o volume de agregado miúdo está, ços de concretos convencionais pela
concreto convencional podem ser uti- em geral, entre 35% e 50%, e o volume simples incorporação de finos, do uso
lizados na produção do CAA. Não há de agregado graúdo entre 25% e 35%. de superplastificante de base ácido
restrições para os teores dos materiais carboxílico e do aumento do seu teor,
componentes do CAA, desde que sa- Aspectos que merecem particular geralmente resulta em CAA de baixa
tisfeitos os requisitos do concreto nos atenção qualidade e com custo elevado. O uso
estados fresco e endurecido. No entan- Grande parte dos métodos usados de métodos de dosagem apropriados
to, algumas particularidades cabem com sucesso para a dosagem de concre- para CAA, como, por exemplo, o de
ser mencionadas: tos convencionais não são adequados Okamura e o de Repette-Melo, é o pri-
frequentemente, mas não exclusiva- para o proporcionamento racionaliza- meiro passo para se alcançar, na pleni-
mente, um superplastificante à base do do CAA. Além disso, os aditivos não tude, os benefícios do uso do CAA.
de ácido policarboxílico (carboxilato) devem ser usados como forma de corri-
é utilizado; gir proporcionamentos (traços) inade- Aplicação do CAA como substituto do
o teor de finos (partículas com diâ- quados. O teor de cimento pode ser re- concreto convencional
metro ≤ 0,075 mm) tipicamente fica duzido pela adição de finos ativos ou A avaliação do uso do CAA nas
entre 400 kg/m3 e 600 kg/m3. A relação inertes,de forma a garantir o teor neces- obras convencionais de estruturas de
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ARTIGO
Figura 3 – Dique de concreto separando Figura 4 – Concretagem de vigas Figura 5 – Preenchimento dos vazios
lajes em desnível invertidas entre vigotas justapostas
concreto armado é um passo impor- foram tampados com argamassa ou foram transportados/aplicados pelo
tante para a disseminação e aperfeiçoa- membrana plástica. Os furos dos tijo- mesmo conjunto bomba-lança, e a
mento desse material e dessa tecnolo- los, nas faces entre dois tijolos, não ne- execução de cada pavimento deu-se
gia. A avaliação, descrita a seguir, atesta cessitaram ser tampados. Os espaços segundo o mesmo plano de concreta-
as vantagens e a facilidade do uso desse entre vigotas pré-fabricadas justapos- gem. No total, foram aplicados 57 m3
material. O estudo deu-se no âmbito tas foram preenchidos com argamassa de CAA (vigas invertidas e escada
dos trabalhos da Comunidade da (figura 5). foram concretados com concreto con-
Construção Florianópolis e foi realiza- vencional) e 64 m3 de concreto con-
do entre setembro e dezembro de 2004. Aplicação do CAA e do concreto vencional. Aproximadamente metade
convencional do volume de CAA foi produzido com
Descrição Na obra, amostras do concreto de espalhamento maior que 750 mm e a
As aplicações de CAA e de concre- todos os caminhões foram avaliadas outra metade com espalhamento em
to convencional foram monitoradas pelos ensaios de espalhamento (figura torno de 650 mm, objetivando a análi-
durante a construção de duas lajes de 6), funil-V e caixa-L (figura 7). Tanto o se da influência da aplicação de CAA
um edifício residencial, uma feita com concreto convencional quanto o CAA com "classes" diferentes. Todo o pro-
CAA e outra com concreto convencio-
nal (abatimento de 10 cm). As fôrmas
e cimbramentos foram os mesmos
para ambas as lajes. As características
estão apresentadas na tabela 2.
Os concretos foram produzidos em
central e transportados em caminhões
com capacidade de 8 m3. As betonadas
do CAA tinham 5 m3, e as de concreto
convencional, 8 m3. Todos os materiais
constituintes foram adicionados na
central. O tempo médio de transporte
Figura 6 – Ensaio de espalhamento do tronco de cone. (a) Retirada do cone;
foi de 40 minutos e a temperatura
(b) Medição do espalhamento
média ambiente era de 26oC. Uma vista
geral do pavimento sendo concretado
com CAA é apresentada na figura 2.
Fotos acervo do autor
Figura 8 – Uso da lança na Figura 9 – Detalhe das operações Figura 10 – Lançamento do CAA na laje
concretagem. Somente dois operários de lançamento, espalhamento mista, onde se verifica a característica
encarregam-se do serviço e acabamento autonivelante do concreto
cesso de aplicação foi filmado ininter- computados os tempos de espera de Pelo fato dos salários pagos no
ruptamente, para permitir a análise descarga do concreto. Brasil não serem expressivos, a redu-
detalhada das operações de aplicação Conclui-se que o consumo de ção no consumo de mão-de-obra, por
do CAA (figuras 8 a 19). mão-de-obra é consideravelmente si só, não justificaria a adoção do CAA
menor para a aplicação do CAA, en- como substituto do concreto conven-
Considerações sobre a produtividade quanto que a aplicação de concreto cional em todas as aplicações. Nesse
da mão-de-obra e o uso do CAA convencional requer intensa mão-de- caso, a disseminação do uso do CAA
O resumo dos resultados sobre a obra. A taxa de aplicação do CAA de será maior quando outros aspectos
produtividade da mão-de-obra na elevada fluidez (espalhamento maior forem considerados, técnica e econo-
aplicação dos concretos é apresentado que 750 mm) foi praticamente a micamente, como por exemplo:
na tabela 3. Os resultados foram obti- mesma do concreto de menor fluidez os custos com aquisição, manuten-
dos considerando-se, exclusivamente, (espalhamento em torno de 650 mm). ção e uso de vibradores podem ser
os operários diretamente envolvidos O CAA de menor fluidez foi mais fácil completamente eliminados;
na aplicação do concreto e as horas de aplicar e de controlar (ex.: rastrea- a reutilização do conjunto de fôr-
efetivamente trabalhadas, não sendo bilidade) na concretagem realizada. mas é maior, uma vez que não ocor-
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ARTIGO
LEIA MAIS
Concreto de Última Geração:
Presente e Futuro, Capítulo 49, Vol. 2,
pp.1509-1550. W.L. Repette, In:
Figura 19 – Vista geral do pavimento concretado com CAA Concreto: Ensino, Pesquisa e
Realizações, Editor: Geraldo C. Isaia,
Ibracon, 2005.
Tabela 3 – RESUMO DOS RESULTADOS SOBRE PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA
Parâmetro CAA Concreto convencional Relatório Comunidade da
Tempo efetivo de concretagem 2:32 h 2:28 h Construção Florianópolis. Ação 6 –
Taxa efetiva de concretagem 22,5 m3/h 25,9 m3/h Concreto auto-adensável. W.L.
Número médio de trabalhadores 2,5 11 Repette, Universidade Federal de
Produtividade 9,00 m3/h/trabalhador 2,35 m3/h/trabalhador Santa Catarina, Associação Brasileira
de Cimento Portland. 2005. 50 p.
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obra aberta-modelo.qxd 4/6/2008 15:34 Page 70
OBRA ABERTA
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agendaxxxxx.qxd 4/6/2008 15:06 Page 72
AGENDA
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que discutirão os principais avanços Indústria da Construção) debaterá as
25 a 28/6/2008 tecnológicos e inovações da construção perspectivas e os desafios do
Cimpar 2008 metálica. O evento é organizado pela crescimento do setor nos próximos
Aveiro ABCM (Associação Brasileira da anos graças às obras do PAC
A Universidade de Aveiro, em Portugal, Construção Metálica) com o apoio da (Programa de Aceleração do
realizará o 4o Cimpar (Congresso AARS (Associação do Aço do Rio Grande Crescimento) e da Copa do Mundo de
Internacional sobre Patologia e do Sul), do CBCA (Centro Brasileiro da 2014 sediada no Brasil. O evento
Reabilitação de Estruturas) para Construção do Aço), do Ilafa (Instituto atrairá diversos profissionais da
apresentar novos conhecimentos, Latinoamericano del Fierro y el Acero) e construção e as inscrições já podem
técnicas e tecnologias para os do Aisc (American Institute of Steel ser feitas no site do evento.
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9 a 11/9/2008 2 a 6/12/2008
Construmetal 2008 22 a 24/10/2008 WEC 2008 - World Engineers'
São Paulo 80o Enic Convention
A terceira edição do Construmetal terá São Luís Brasília
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AGENDA
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como construir_patrocinio.qxd 4/6/2008 15:08 Page 78
COMO CONSTRUIR
Divulgação Eternit
Acervo do autor
Laje radier
vo quando a edificação possui um só
nível e todos os painéis referentes ao pri-
meiro pavimento são assentados na
mesma cota. Considerando-o como
uma estrutura de concreto armado,o ra-
Nível do terreno dier é interessante, pois demanda pou-
Armadura
Fonte: Pienge Engenharia cas fôrmas, principalmente de madeira,
Figura 5 – Detalhe de radier cuja participação no custo da estrutura
convencional pode chegar a 20%.
Se a altura para dimensionamento
do radier demandar que parte dele
fique enterrado, pode-se utilizar o solo
como fôrma em suas faces, desde que
Divulgação Pienge Engenharia
Divulgação Pienge Engenharia
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COMO CONSTRUIR
Montante perfil Ue