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ABSTRACT
In this paper we intent to present the semantic productivity of the verb tomar in the
history of the Portuguese in Brazil. We start from the premise that the language is in a
continuous change and that the constant alterations in the meaning of the words come
from the changes that occur in it and in the society as well. Our study of tomar can be
justified, in order that, the Portuguese, is one of the more productive lexical items from
the semantic point of view, remembering that are, in some dictionaries, almost fifty
meanings for the term.
Considerações iniciais
1
Doutor em Letras (Semiótica e Linguística Geral) pela Universidade de São Paulo; Professor Titular do
departamento de Português e do Programa de Estudos Pós-Graduados em Láingua Portuguesa da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP - Rua Monte Alegre, 984 - CEP 05014-001 - São
Paulo-SP)
2
Especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor na
FMU.
Ano 2 - N º 09 Setembro/Outubro - 2009
1. O aspecto histórico-etimológico
conforme exemplos apontados por Norberg (2007: 47, 28, 88), respectivamente, dos
quais nos servimos a seguir:
No trecho do texto “Um hino composto por Paulo Álvaro de Córdova (século
IX)”: Mox tonans verba feriendo conquerit , traduzido para Tomando logo a palavra,
abriu-se o interrogatório, temos que a palavra mox carrega um valor gramatical
temporal e equivale a “logo depois”, “logo após”, “imediatamente”, o que nos leva a
expressar que o verbo tomar, nesse contexto, apresenta um valor meramente reforçativo.
Em outro texto, “Uma carta rimada de Frodeberto (século VII)”, lemos Satis te
praesumo salutare, que pode ser traduzido em: Eu ouso tomar a liberdade de te saudar.
Neste caso, a escolha lexical de praesumo parece mais adequada no contexto de
“presumir”, “tomar antes” e, portanto, o uso de tomar é feito por analogia semântica.
No texto “A seqüência de Natal, radiante de alegria (século XI)”, encontra-se o
enunciado Corporari passum est, carne sumpta, cuja tradução Dignou-se tomar um
corpo de carne, remete-nos ao uso de uma analogia semântica: sumpta teria o sentido de
“assumir forma de” ou como na tradução “tomar forma de“, em que há elipse do termo
“forma”.
Decorre do que exemplificamos anteriormente que, se, em diferentes contextos
de uso, não se privilegiou a palavra autumare em textos escritos entre os séculos VII e
XI, não há, portanto, possibilidade de este termo ser a origem do atual verbo tomar em
português.
Para outros autores, uma segunda possibilidade seria uma origem germânica,
advinda por meio da importação de um léxico saxão. Segundo o dicionário Michaelis
(2000: 2078), a palavra tomar viria do saxão “tomian”. O saxão é uma língua da grande
família do indo-europeu, ramo do proto-germânico, ligada ao germânico ocidental e
filiada à corrente do baixo alemão. Esta língua foi falada nas regiões sul e sudeste da
Britânia, pelo menos até o século X, após a chegada dos povos bárbaros que habitavam
o noroeste do território que, atualmente, corresponde à Alemanha. A partir do ano de
449, a convite dos próprios bretões, para combaterem outros povos bárbaros: os pictos e
os escotos, que habitavam o norte da Britânia, território hoje correspondente à Escócia.
Há aspectos muito positivos, quando se adota a perspectiva etimológica
germânica para a palavra tomar. Podemos citar, também, a segurança de um período
histórico relativamente longo, para que o termo pudesse concentrar diferentes sentidos,
tanto em línguas de origem germânica (o inglês), quanto em línguas românicas
(português e espanhol). A exemplo de tomar em português, o seu equivalente em inglês
to take também é extremamente produtivo na concentração de múltiplos e variados
sentidos.
O problema parcial da aceitação desta origem germânica é o improvável ponto
de contato dessa língua com o português ou espanhol antigos, já que tomar também
aparece em espanhol com os mesmos sentidos do português, embora com uma
produtividade semântica menor. Caso houvesse algum contato militar ou comercial
direto entre reinos saxões ou francos com os espanhóis, a origem se justificaria
perfeitamente. Como não se puderam verificar contatos diretos destas ordens, alguns
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autores concluem que o mais provável é que tomar tenha vindo ao português ou ao
espanhol, por meio de outra língua, que tenha mantido contato mais intenso com os
povos germânicos, como o francês, por exemplo. Partindo-se desse pressuposto, fica
difícil aceitar uma importação direta de sentido. Faz-se necessário, portanto, verificar a
possibilidade de entrada indireta de tomar nas línguas ibéricas.
Fixando-se no aspecto linguístico, a teoria dos campos semânticos de Trier é
muito proveitosa, embora possamos afirmar que nem toda palavra esteja coberta por
campos semânticos. Pelo que parece, o sentido primeiro de tomar é o de posse, invasão,
usurpação.
Ora, as palavras de origem germânica que permaneceram em nossa língua se
originam, sobretudo, de palavras ligadas a contextos de guerra e invasão, tais como as
citadas por Viaro (2004: 263, 269, 267), respectivamente:
Bando < (pelo gótico) bandwoo; guerra < werra (língua germânica
indeterminada) – francês guerre, inglês war; guarda < (pelo gótico) wardja - latim
medieval guardare; ganhar < (pelo franco) waidanjan - latim medieval guadianiare; e
roubar < (pelo gótico) raupjan - anglo-saxão riepan (saquear) e alemão rauben.
Uma rápida recapitulação histórica será essencial para uma melhor compreensão
desta tese.
As primeiras invasões viquingues (povos germânicos da Península Escandinava)
nas costas ocidentais francesas ocorreram no final do século VIII, mais precisamente em
799, e não pararam até seu estabelecimento definitivo como população sedentária em
911, na região conhecida, atualmente, como Normandia.
Decorreram quatro séculos e meio da primeira investida deste povo germânico
até o uso comprovado do verbo tomar numa acepção tão diversa como a que
encontramos no exemplo de José Pedro Machado (1990: 313): “Tota mulier de fresco
que acharem cum marido alieno queimena por aleiuosa e tomem todo suo auer o
concelo...” Com isso, podemos verificar que houve tempo suficiente para a ampla
expansão semântica que ocorreu com essa palavra.
Já que não podemos afirmar, com segurança, que esta tenha sido a origem
etimológica de nosso verbo tomar, há como comprovar historicamente a passagem de
outro léxico por esta mesma via germânica ao português com uma consequente
acomodação fonética, que viria a consolidar o verbo tomar.
Essa tese, que vem a ser a terceira e mais plausível a respeito da origem do verbo
tomar, foi proposta pelo filólogo Silveira Bueno (1967), retomando uma hipótese do
lingüista Schuchardt (2007). O verbo tomar teria sua origem em outro verbo, o
“tombar”, vindo por importação indireta do verbo medieval francês tomber.
Ao se adotar “tombar” como ponto de partida, poderíamos juntar as duas
hipóteses etimológicas e, assim, admitir uma origem germânica do verbo com a
conseqüente adaptação à fonética das línguas românicas.
Em termos etimológicos, justificar-se-ia a origem de tomar, partindo-se do
léxico tomian, pois há um correspondente noutra língua germânica. No francês, há o
verbo tumer, variante do verbo tûmon que, por sua vez, vem do alto alemão tûmôn. Esse
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verbo francês deixou de ser usado no século XVII, conforme Dauzat (1938).
Posteriormente, o verbo tomber passou a ser utilizado com o sentido unicamente de
“tombar, cair, derrubar”, já que o sentido de “ocupar” ficou contido no verbo occuper.
Foi, talvez, o fato de se deixar de utilizar o verbo tumer, que explicaria a causa de o
francês moderno não utilizar uma palavra derivada deste verbo para o sentido de
“ocupar” ou “invadir”.
O sentido primeiro de tomar, segundo Silveira Bueno (1967), retomando a ideia
de Bloch et von Wartburg, viria da linguagem dos lutadores que, para derrubarem ao
chão seus adversários, precisavam primeiro agarrá-los ou segurá-los. Do ponto de vista
etimológico, há uma hipótese de que o verbo tomar exprima ideia de beligerância que,
por vir do francês, uma língua que apresenta vasta quantidade de palavras de origem
germânica (franco, principalmente), seria coerente já com o primeiro aspecto semântico
de tomar.
Se pensarmos que os primeiros contextos de uso do verbo tomar deram-se em
ocasiões de invasão, e que “tombar uma cidade” ou “derrubar uma cidade” poderia por
simples apócope da letra “b” transformar-se em “tomar uma cidade”, teríamos a união
perfeita do aspecto semântico com o etimológico. Outro respaldo linguístico é que o
mesmo processo ocorre no italiano, segundo Batisti e Alessio, citados por Silveira
Bueno.
Do ponto de vista histórico, a passagem de palavras de origem germânica
coincidiria justamente com o período da Reconquista Cristã dos territórios ibéricos
dominados pelos califas islâmicos. Pelágio, rei asturiano cristão, estabeleceu seu reino
em Cangas de Onís e, posteriormente, em Pravia, após uma batalha em 718 ou 722.
Carlos Magno expandiu os territórios franceses até anexar algumas terras do nordeste da
Espanha, conhecidas como a Marca Hispânica. Dado que Carlos Magno reinou de 742 a
814 temos aí a prova inequívoca de que muitas palavras de origem germânica entraram
no espanhol pelo idioma francês.
Segundo Silvio Elia (1974), do ponto de vista fonético, temos a acomodação do
verbo francês tomber ao provençal tombar e daí ao catalão tombar e a outras línguas
românicas próximas (aragonês, castelhano e leonês oriental no norte e centro da
Espanha e gascão no sudoeste francês) pela transformação do grupo consonantal mb >
mm > m. Esse fenômeno fonético é característico justamente nas regiões onde houve
uma grande incorporação de palavras francesas, principalmente vindas da região da
Provença, ao espanhol, seguindo a rota do movimento da Reconquista Cristã. Essa rota,
como se sabe, partiu dos movimentos cristãos de resistência no norte da Península
Ibérica, encorpado pela ajuda de tropas francesas que, àquela ocasião, eram fortemente
influenciadas pelo poder central dos imperadores carolíngios.
Das montanhosas regiões das Astúrias, em conjunto com tropas da Marca
Hispânica, os exércitos cristãos vão lentamente retomando o controle das regiões mais
ao sul da Península Ibérica e, assim, temos a formação dos reinos de Leão, Aragão,
Navarra e Castela e dos condados da Catalunha, Galícia e o Portucalense. Do galego-
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2. O aspecto histórico-semântico
A derrubada,
Associação a um
queda de uma
processo
Comparação defesa inimiga,
específico, indicado
seguida de sua
por um verbo.
invasão.
O duplo processo
de “derrubada”
...conquista efetiva,
Metáfora seguida de
posse.
“invasão” que se
transforma em...
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O léxico “tomar” já
está pleno deste
Semantização sentido
(“conquistar”,
“apossar-se”).
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A partir da divulgação das teorias de Trier e Guiraud, o sentido não é mais visto
como um fenômeno circunscrito ao léxico, mas depende do campo semântico como um
todo, da rede de palavras que têm sentidos próximos. Às vezes, há diferenças muito
sutis de matizes semânticas, que fazem com que sentidos muito específicos mantenham-
se sempre em determinadas palavras e, quando há necessidade, parte deste sentido ou
sua totalidade, modificada pela ação inquietante da metáfora, passa a outra palavra, mas
sempre mantendo algum tipo de vínculo com o sentido primeiro daquela palavra
genérica.
Além deste procedimento metodológico, podemos citar outro: a vantagem de se
fazer um recorte histórico preciso e poder proceder a uma análise histórico-semântica
sincrônica, especificamente delimitada por um período a ser estipulado e, desse modo,
contribuir para análises futuras que porventura necessitem dos dados históricos, sociais
e estilísticos desse recorte histórico específico.
Percebemos, portanto, uma possibilidade de diálogo interdisciplinar, juntando-se
uma teoria semântica, como é a teoria dos campos semânticos, a uma disciplina
interdisciplinar como a Historiografia Linguística, por exemplo. Outra razão de ordem
prática para a utilização em contextos tão variados de uma mesma palavra é de ordem
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fonética. A eufonia de tomar favorece deveras a sua utilização. Não por coincidência,
outra palavra que apresenta considerável ampliação semântica é o verbo “pegar”,
também dissílabo e de fácil elocução.
A palavra tomar tem quase cinquenta acepções de uso listadas, dependendo do
dicionário consultado. No dicionário eletrônico de Língua Portuguesa, de Houaiss
(2001), versão 1.0, há quarenta e oito acepções e no Dicionário Michaelis (2000), há
quarenta e um sentidos de uso. Utilizando a tese de Guiraud (1972), classificamos os
diversos sentidos de tomar em alguns campos semânticos de valor aproximado:
Assim, tomar no sentido de
a) ser tangível, palpável: corresponde aos sinônimos de 1 a 9 (pegar, agarrar,
sustentar, conquistar, arrebatar, capturar, apanhar, utilizar, retirar);
b) ingerir: corresponde aos sinônimos 10 e 11 (beber, comer e aspirar);
c) ser invadido: corresponde aos sinônimos de 13, 15 e 16 (acometer, sentir,
deixar-se);
d) movimentação: corresponde aos sinônimos de 22, 23, 25 e 26 (alcançar,
ocupar, seguir, dirigir-se);
e) percepção: corresponde aos sinônimos de 37, 38 e 39 (interpretar,
considerar, conhecer).
1 Pegar em: tomar armas em defesa da pátria. "Da essa tomam, levam nos braços o
ataúde" (Almeida Garrett). vtd 2 Agarrar, segurar: Tomou-lhe o braço com força.
Tomou dos braços da ama o filho. Tomou nas mãos a arma da vingança. Toma-o para
ti. Tomando-o pela mão, atravessou a rua. vtd 3 Agüentar, suspender, sustentar: Tomou
nos braços o ferido. vtd 4 Apreender, conquistar: Tomar uma cidade, uma fortaleza, um
navio. vtd 5 Arrebatar, furtar, tirar: Tomar o alheio. vtd 6 Apoderar-se de; apreender,
capturar: Tomaram-lhe a muamba. vtd 7 Apanhar, colher, puxar para si: Tomar as
rédeas. vtd 8 Lançar mão de, servir-se de; utilizar: "Tomou a prata das igrejas para
sustento dos soldados" (Pe. Antônio Vieira). vtd 9 Retirar, tirar: Tomar um livro da
estante. vtd
10 Beber, comer: "Por almoço, tomava em geral dois ovos quentes, um cálice de vinho"
(Aluísio Azevedo). "...o velho tomava o primeiro chimarrão do dia" (Érico Veríssimo).
vtd 11 Aspirar, sorver: Tomar ar, tomar rapé. vtd
13 Acometer, assaltar, invadir: Tomou-os o medo. vtd 15 Ser invadido por; sentir: A
criança tomou grande medo do padrasto, mas não lhe tomou ódio. Tomar-se de dúvida,
de receio, de terror. vpr 16 Deixar-se dominar ou persuadir: Não me tomei de seu
conselho. vtd.
receber: Tomar a coroa, tomar o hábito. O novo presidente tomou a faixa simbólica das
mãos de seu antecessor. vtd 28 Alugar: Tomar um apartamento. vtd 29 Contratar
(serviços): Tomar uma secretária, tomar um criado. vtd 30 Consumir: Os divertimentos
tomam muito tempo. Não lhe quero tomar o tempo. vtd 31 Adquirir, atingir, contrair: O
incêndio tomou enormes proporções. vtd 32 Empregar, exercer, usar: Tomar intimidade
com alguém. vtd 33 Adotar: Tomar uma atitude, tomar um título. vtd 34 Imitar, seguir:
Os filhos nem sempre tomam o exemplo dos pais. vtd 35 Apresentar em si, dar mostras
de; assumir: Tomou um ar de constrangimento. "...e o rio tomou aspecto uniforme"
(Visc. de Taunay). vtd 36 Ajuntar, recolher, reunir: Tomar os votos. vtd 40 Calcular,
medir: Tomar as dimensões de um objeto. vtd 41 Fazer emitir em favor próprio (uma
letra de câmbio, uma promissória etc.). Tomar à boa parte: interpretar em sentido
favorável. Tomar a estrada a: antecipar-se ao que alguém ia dizer ou fazer. Tomar a
garça no ar: praticar um ato de destreza ou de galhardia. Tomar água benta: persignar-
se ou benzer-se com os dedos molhados em água benta. Tomar alento: animar-se,
resolver-se, tomar ânimo. Tomar a liberdade de: fazer sem pedir autorização ou licença.
Tomar a mão: a) ser o primeiro a falar; b) ser o primeiro a fazer alguma coisa; c)
adiantar-se, tomar a iniciativa. Tomar a mão a quem lhe dá o pé: tomar mais confiança
do que aquela que lhe dão. Tomar à má parte: tomar a mal; interpretar em sentido
desfavorável. Tomar ânimo: o mesmo que tomar alento. Tomar a nuvem por Juno:
iludir-se com aparências. Tomar a ousadia de: o mesmo que tomar a liberdade de.
Tomar a palavra: começar a falar, tomar a voz. Tomar a palavra a: interromper o
discurso de. Tomar à parte: chamar para lugar afastado a fim de falar
confidencialmente. Tomar a peito: dedicar-se seriamente a, empenhar-se por. Tomar a
peso em: levantar no ar. Tomar ar: respirar o ar livre. Tomar à refrescata: refrescar-se,
tomar o fresco. Tomar armas: armar-se, preparar-se para a guerra, para o combate.
Tomar as alturas: a) orientar-se; b) avaliar, medir. Tomar às de Vila-Diogo: fugir.
Tomar as dores por: considerar pessoal a ofensa feita a (alguém). Tomar a sério: a) dar
importância a; b) melindrar-se por alguma coisa que lhe não agrada. Tomar as mãos:
apanhar, apoderar-se de, apreender. Tomar as palavras pela toada: interpretá-las à letra
sem atender ao sentido delas. Tomar as portas: a) assenhorear-se delas, guardando-as
para não deixar entrar nem sair ninguém; b) atalhar todos os pontos por onde a caça
possa evadir-se ou salvar-se. Tomar assento em: colocar-se ou estabelecer-se em.
Tomar as suas medidas: precaver-se. Tomar as vezes de: desempenhar as funções de
(alguém), na sua ausência ou impedimento; fazer-lhe as vezes. Tomar a tonsura:
abraçar o estado clerical. Tomar a vez de: desempenhar as funções na ausência ou
impedimento de. Tomar a voz: o mesmo que tomar a palavra. Tomar a voz por:
declarar-se a favor de, partidário de. Tomar banhos: banhar-se. Tomar caminho:
começar a proceder bem; dar mostras de ter juízo. Tomar chá de cadeira: ir ao baile e
não ser convidada para dançar (falando-se de moça). Tomar chegada: aproximar-se
cautelosa e dissimuladamente. Tomar conta de: a) guardar para si, incumbir-se de, ter
sob a sua vigilância e responsabilidade; b) invadir, ocupar. Tomar de cor: decorar.
Tomar de parte: o mesmo que tomar à parte. Tomar de ponta: começar a ter zanga a;
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nas funções de uma dignidade, de um cargo etc. Tomar posto em: colocar-se ou
estabelecer-se em. Tomar praça de: ocupar o lugar de, substituir. Tomar raízes:
arraigar-se. Tomar repouso: descansar, repousar. Tomar resolução: animar-se, resolver-
se. Tomar rumo: a) começar a proceder melhor na vida; b) achar emprego ou ocupação.
Tomar satisfações a: exigir contas a (alguém) das injúrias ou do dano de que foi autor.
Tomar-se de mãos: brigar, lutar com alguém. Tomar sentido: prestar a devida atenção;
tomar tento. Tomar sobre si: tomar à sua conta ou sob a sua responsabilidade ou
vigilância. Tomar sob sua proteção: proteger. Tomar tento: o mesmo que tomar
sentido. Tomar terra: aportar, desembarcar. Tomar um oito, pop: ingerir muita bebida
alcoólica. Tomar um ponto: cerrar a malha com agulha e linha. Tomar ventos: diz-se do
cão quando, antes de abrir a carreira no rasto da caça, está de cabeça levantada e ventas
dilatadas para tomar o faro dela; farejar. Tomar vôo: levantar vôo. Tomar vulto:
aumentar, avolumar, crescer, fazer-se grande e avultado.
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Considerações Finais
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