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O CRIME

Características, requisitos, elementos e circunstâncias


Ilícito penal e ilícito civil
Por Fernando Toscano, Editor-chefe do Portal Brasil

Para a existência do crime é necessária uma conduta humana positiva (ação em sentido
estrito) ou negativa (omissão). É necessário, ainda, que essa conduta seja típica, ou seja, que a
mesma esteja descrita em lei como infração penal. Só haverá crime, também, se for fato anti-
jurídico, contrário ao direito por não estar protegido por causa que exclua sua injuridicidade.
Analiticamente são duas as características do crime: a) tipicidade; b) antijuridicidade.

Fato típico é o comportamento humano, positivo ou negativo, que provoca um resultado


previsto como infração penal.

Fato antijurídico é tudo o que contraria o ordenamento jurídico. No Direito Penal, a


antijuridicidade é a relação de contrariedade entre o fato típico praticado e o ordenamento jurídico.
Exemplo: matar alguém é fato típico se o agente o fez dolosa ou culposamente, mas não será
antijurídico se o agente praticar a conduta em estado de necessidade, em legítima defesa, etc. Não
há, nessas hipóteses, crime.

A culpabilidade, tida como componente do crime pelos doutrinadores causalistas, é


conceituada pela teoria finalista da ação como a reprovação da ordem jurídica em face de estar
ligado o homem a um fato típico e antijurídico. É, em última análise, a contradição entre a vontade
do agente e a vontade da norma. Desta forma, a culpabilidade não é característica, aspecto ou
elemento do crime, e sim mera condição para se impor a pena pela reprovabilidade da conduta.

A punibilidade é apenas a consequência jurídica do delito e não uma sua característica.

Requisitos, elementos e circunstâncias do crime

São requisitos genéricos do crime, a tipicidade e a antijuridicidade. São requisitos


específicos do delito os elementos, elementares ou, como impropriamente a lei se refere no art. 30
do Código Penal, as circunstâncias elementares. Esses elementos são as várias formas que
assumem os requisitos genéricos nos diversos tipos penais. É o verbo que descreve a conduta, o
objeto material, os sujeitos ativo e passivo, etc. inscritos na figura penal. Inexistente um elemento
qualquer da descrição legal, não há crime.

São circunstâncias do crime determinados dados que, agregados à figura típica


fundamental, têm função de aumentar ou diminuir suas consequências jurídicas, em especial a
pena. A prática do crime contra ascendente é circunstância que agrava a pena dos crimes dolosos
(agravante genérica) e o homicídio praticado por asfixia contém uma circunstância qualificadora. O
fato de o agente ter praticado o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou,
é circunstância atenuante de qualquer delito e a prática do homicídio por relevante valor moral é
circunstância que causa diminuição de pena nesse ilícito. Inexistentes essas circunstâncias, o
crime permanece, desaparecendo apenas a agravação ou atenuação da pena.

Ilícito penal e ilícito civil

Não existe diferença de natureza ontológica entre crime (ilícito penal) e ilícito civil, pois
ambos ferem o ordenamento jurídico. Assim, é nosso entendimento que a única diferença entre o
ilícito penal e o ilícito civil é meramente formal, ou seja, aquela estabelecida na lei penal; se ali não
está tipificada, é ilícito civil. Estabelece o legislador, através das figuras penais, quais ilícitos que
devem ser reprimidos através de sanções penais, prevendo-os como ilícitos penais, enquanto os
demais estarão sujeitos apenas às sanções civis (indenização, restituição, multa civil, despejo,
desapropriação, execução, etc.), administrativas (suspensão e demissão de funcionário, etc.),
tributárias (multa tributária, acréscimos, etc.), etc.

A distinção assinalada não impede que, além da sanção penal ao autor de um crime de
furto, por exemplo, seja imposta a sanção civil (restituição ou indenização), ao autor de peculado a
sanção administrativa (exoneração do serviço público), ao de sonegação fiscal a pecuniária
(multa), etc.

O crime na teoria geral do direito

O crime é um ente jurídico, como dizia Carrara, e, portanto, deve-se enquadrar na teoria
geral do direito. Pode-se afirmar que não é um ato jurídico, uma vez que uma de suas
características não é a finalidade do agente de obter as consequências jurídicas do fato, o que
ocorre com aquele. Como o crime é apenas uma conduta humana de efeitos jurídicos involuntários
(imposição de pena, etc.) e um ato que contrasta com a ordem jurídica (ato ilícito), pode-se situar o
crime entre os fatos jurídicos.

FONTES:

- Sobre a distinção entre ilícito penal e ilícito administrativo; CRETELLA Junior, J; Ilícito penal e
ilícito administrativo. Justitia 79/139-154;
- Manual de Direito Penal, Parte Geral, Arts. 1o ao 120 do CP; MIRABETE Fabbrini, Julio; 20a.
Edição, Editora Atlas, 2003.

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