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Sumário:
1 - Introdução
2 - Concepção do empreendimento:
2.1 - Aspectos legais;
2.2 - Concepção atual de lay-out;
2.3 - Dimensionamento das estruturas
do empreendimento.
3 - Implantação do empreendimento:
3.1 - Planejamento executivo;
3.2 - Metodologia e equipamentos utilizados;
3.3 - Noções práticas de mecânica de solo;
3.4 - Controle e análise operacional;
3.5 - Topografia aplicada;
3.6 - Enrocamento de taludes;
3.7 - Construção de obras de arte;
3.8 - Segurança.
Anexos
1
1-Introdução
2
produto com menor custo de produção e com a qualidade necessária
para atender a demanda do mercado.
2-Concepção do empreendimento
3
2.1-Aspectos legais
A atividade de aqüicultura necessita de um licenciamento
ambiental para poder funcionar legalmente, para as diversas formas de
aqüicultura existem procedimentos padrões para obtenção da licença,
porém dependendo da localização e do porte do empreendimento
esses procedimentos podem ser mais complicados, sendo necessário o
conhecimento da legislação pertinente à atividade como item básico
para o desenvolvimento de qualquer projeto aquícola. De modo geral
o licenciamento é feito pelos órgãos estaduais de meio-ambiente, ou
pelo órgão federal quando a legislação assim definir. De toda forma a
legislação estadual não pode ser menos restritiva que a legislação
federal, tendo que conseqüentemente atender o disposto no código
florestal (Lei N°4.771) e as resoluções do CONAMA (Conselho Nacional
de Meio-Ambiente).
Basicamente é necessário respeitar as áreas de preservação
permanente e de reserva legal assim definido pelo código florestal:
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“Art. 2° . Consideram-se de preservação permanente, pelo só
efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural
situadas:
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Para a atividade de carcinicultura a legislação é mais específica
sendo regulamentada pela resolução N° 312 do CONAMA, que
basicamente faz as seguintes exigências para obtenção da licença
ambiental.
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III - a serem localizados em áreas onde se verifique o efeito de
adensamento pela existência de empreendimentos cujos impactos
afetem áreas comuns.”
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2.2-Concepção atual de lay-out.
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onde passará o dique do canal menor será a quantidade de material
utilizado.
e)Estruturas preexistentes: Sempre que possível deve-se aproveitar
as benfeitorias que já existam na área do empreendimento como
estradas, energia elétrica, edificações, etc... desde que se adequem ao
processo de implantação e produtivo.
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influência do mar deve-se bombear nos horários em que o nível da
água esteja mais alto diminuindo a altura manométrica entre a
captação e o deságüe (aumento do rendimento da bomba) e
captando uma água mais renovada. Utilizando o mesmo exemplo,
definindo 12 horas de bombeamento diário, seria necessário um sistema
de bombeamento de vazão de 3.000m³/h ou 833,33l/s (para transformar
m³/h em l/s basta dividir por 3,6). Não é recomendável a utilização de
apenas uma bomba para suprir a demanda de água do
empreendimento devendo-se dividir a vazão necessária por pelo menos
duas bombas, pois em caso de quebra ou manutenção haverá como
manter o fornecimento de água.
O dimensionamento das bombas fica a cargo da empresa
fornecedora do equipamento, para isso é necessário que se informe a
vazão requerida por bomba, o número de bombas, a altura entre a
menor maré e o deságüe, a altura entre a maior maré e o deságüe e
distância entre captação e deságüe. A menor maré servirá para definir
o nível mínimo de bombeio, muito importante pois desta forma em
qualquer momento é possível a captação. Embora o dimensionamento
das bombas seja feito pela empresa fornecedora a escolha da
empresa e do modelo deve-se considerar a eficiência e vida útil do
sistema. Às vezes um sistema de bombeamento pode custar mais caro
mas possui uma eficiência maior, portanto torna-se mais econômica e
seu custo mais alto inicialmente vai sendo diluído ao longo do tempo.
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máxima do sistema de bombeamento respeite a velocidade máxima
aceitável, para evitar o processo erosivo, aplicado ao tipo de material
utilizado na construção dos diques do canal de abastecimento,
seguindo a seguinte tabela:
Material Velocidade
máxima(m/s)
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material utilizado na construção dos diques do canal de drenagem,
contudo para determinação da sessão mínima é necessário que se leve
em conta o viveiro mais baixo, pois essa seria a situação mais crítica. Em
via de regra para viveiros de carcinicultura utiliza-se como vazão o
volume do maior viveiro que possa ser drenado em 10 horas
acrescentando um fator de segurança de 20%.
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permitir um bordo livre de 70 cm e profundidade de 1 metro na parte
mais rasa do viveiro. O dique do canal de abastecimento deve ter sua
cota de coroamento de modo que possa permitir um bordo livre de 70
cm e que o nível da água fique 50 cm acima no nível do viveiro mais
alto.
Dimensionamento do volume da terraplenagem: Antes de tudo é
necessário predefinir as cotas de coroamento dos diques e cota
máxima de cada platô de viveiro, depois faz-se o balanceamento do
movimento de terra com o material disponível na própria área do
empreendimento, considerando como principais fontes os seguintes
itens:
Escavação da bacia de sedimentação: Tem o objetivo de
acumular água vinda da drenagem, essa escavação dá origem a um
volume de material que precisa ser removido e será usado nos aterros
dos diques, principalmente no do abastecimento, para isso será
necessária o transporte de material feito comumente com caminhões
basculantes.
Regularização de platô de viveiro: Com o objetivo de diminuir a
altura do dique do canal de abastecimento os platôs mais altos são
rebaixados e servem de jazidas para a confecção dos mesmos,
utilizando também caminhões basculantes.
Construção das valas de drenagem internas dos viveiros: Constrói-
se as valas de drenagem com a função de escoar a água da despesca
são construídas valas de drenagem e o material escavado servirá para
construção dos diques divisórios, as valas de drenagem tem largura e
profundidade variável a depender do equipamento utilizado como
também da necessidade dos diques.
Escavação do canal de drenagem: Com o objetivo de ligar a
saída dos viveiros à bacia de sedimentação o canal é escavado e o
material proveniente servirá para construir os diques de drenagem.
Escavação do canal de abastecimento: Não é necessário
regularizar nem aprofundar o canal de abastecimento, porém como
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essa escavação origina um material mais barato, devido a distância do
dique, será escavado o máximo possível o fundo do canal e o material
será utilizado para a construção dos diques dos canais de
abastecimento.
Cálculo do volume de terra na construção dos diques e
escavação de valas e canais: O cálculo do volume de terra a ser
escavado ou aterrado, é feito a partir das áreas das seções transversais
e das distâncias entre elas, em primeiro lugar é calculada a área das
seções transversais. Uma vez determinadas as áreas das seções
consecutivas, o volume deverá ser definido pela média dessas seções
multiplicado pela distância entre as duas sessões, sendo o volume total
o somatório desses volumes.
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Planilha de cubação de um dique trafegável
Estacas Cota terreno natural Cota coroamento do dique Altura do dique Distância Crista Seção Volume
0 2,35 4,00 1,65 0,00 4,80 9,41 0,00
1 2,56 4,00 1,44 20,00 4,80 7,60 170,08
2 2,18 4,00 1,82 20,00 4,80 10,99 185,96
3 2,44 4,00 1,56 20,00 4,80 8,61 196,04
4 2,35 4,00 1,65 20,00 4,80 9,41 180,16
5 2,45 4,00 1,55 20,00 4,80 8,53 179,30
6 2,20 4,00 1,80 20,00 4,80 10,80 193,25
6+12 2,32 4,00 1,68 12,00 4,80 9,68 122,86
Comprimento 132,00 Total 1.227,65
Sendo:
Altura do dique = Cota coroamento do dique-Cota terreno natural
Seção=((Altura do dique x 4 +Crista)+Crista)/2) x Altura do dique
Volume=(seção+seção anterior)/2 x distância
Volume total= Σ dos volumes.
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Vale lembrar que essa forma não é mais correta de se determinar
volume de diques, pois na realidade se trata de um prismóide e seria
necessário fazer a correção prismoidal, porém na prática é inviável
proceder desta forma tendo em vista as dificuldades inerentes às
irregularidades do terreno e às expansões e contrações que ele sofre ao
ser escavado e deposto.
Na realidade calculamos o material necessário para execução
do dique, porém os volumes escavados e transportados serão
diferentes, assunto que será abordado em seguida.
Para o cálculo do volume escavado tanto na bacia de
sedimentação, nos platôs dos viveiros ou qualquer outro lugar que sirva
de jazida, o método de cubagem consiste em determinar as cotas de
certos pontos na superfície do terreno, antes e depois da escavação.
Esses pontos são fixados e bem determinados em planta. Sendo os
pontos correspondentes antes da escavação sempre colocados na
mesma vertical dos determinados depois, as diferenças de cotas dão as
alturas escavadas. Dessas alturas é possível calcular os volumes.
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Se os pontos são previamente fixados em uma rede retangular de
área igual a A e as alturas de escavação são H1, H2, H3 e Hn, teremos
para o volume total:
V = A ΣHn/n
3-Implantação do empreendimento
3.1-Planejamento executivo
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mínima produtiva para que o empreendimento comece a gerar
receitas antes da sua conclusão. Nessa unidade mínima com certeza
fará parte o sistema de bombeamento, canal de abastecimento e
drenagem (que atenda essa unidade), bueiro de
captação/recirculação, comportas de abastecimento e drenagem.
Na implantação de projetos de carcinicultura a implantação do
sistema de bombeamento tem sido a etapa mais trabalhosa e mais
complexa, pois é a obra construída com cota mais baixa, quando se
leva em consideração para o nível mínimo de bombeio a cota de maré
mínima, e quanto maior for o diâmetro da tubulação de captação
maior terá que ser a submergência mínima da sucção. Portanto é
recomendável que a casa de bombas seja a primeira obra de
implantação de um empreendimento, pois tem sido uma causa muito
comum no atraso da operacionalização dos empreendimentos.
Concomitantemente à construção da casa de bombas deve ser
dado início a construção das obras de artes mais prioritárias (bueiros de
captação/recirculação e comportas de abastecimento e drenagem),
pois é mais eficiente que as obras de arte sejam construídas antes dos
diques, o que não impede que diques e os trechos que não possuam
obras de arte sejam construídos ao mesmo tempo.
Para projetos de carcinicultura, onde é obrigatório o uso de bacia
de sedimentação, poucas áreas terão topografia que evite a
escavação da mesma, sendo a bacia responsável por armazenar a
água oriunda da drenagem dos viveiros, necessariamente tem que
possuir uma cota de fundo mais baixa que a drenagem dos viveiros.
Portanto a escavação da bacia, que servirá como jazida fornecendo
material para construção dos diques, principalmente o do
abastecimento, deverá ter início com maior brevidade.
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3.2-Metodologia e equipamentos utilizados
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Caminhões basculantes: É o equipamento mais utilizado para
maiores distâncias, sendo necessário um equipamento para o
carregamento e outra para o espalhamento, geralmente são
contratados por viagens, sendo muito importante a idoneidade dos
funcionários responsáveis pelo registro da quantidade de viagens,
quando o contrato é por viagem, determina-se um valor por metro
cúbico por quilômetro transportado, portanto deve-se ficar atento à
capacidade do caminhão, para que não seja transportada uma
quantidade inferior à contratada. A quantidade de caminhões deve
ser bem dimensionado para que a máquina responsável pelo
enchimento não fique ociosa, pois poderá aumentar o custo do
material transportado.
Motoniveladora: São tratores construídos sobre rodas
pneumáticas e que empurram uma lâmina móvel, fixa à estrutura da
máquina. A lâmina da motoniveladora é presa a um sistema que
possibilita uma movimentação completa, apesar de ser uma máquina
bastante versátil ela é pouco produtiva sendo usada basicamente para
quebrar material lançado e para acabamento.
Pá mecânica: Também conhecida como enchedeira é utilizada
principalmente no enchimento de caminhões, sendo pouco eficiente
no corte de material, sendo portanto necessário trabalhar com um
trator de esteira, excetuando-se alguns casos onde a pá mecânica
consiga efetuar os cortes.
Rolo compactador: Pode ser puxado por um trator de pneu ou ser
autopropulsor, é utilizado na compactação de aterros que já tenham
sido devidamente regularizados por um trator de esteira ou uma
motoniveladora, os tipos mais usados são: pé de carneiro e o rolo liso.
Caminhão pipa: É usado para umedecimento das camadas de
aterro, pois é necessário para uma boa compactação que o aterro
esteja numa umidade ótima.
Scraper: São máquinas escavadoras e transportadoras, utilizado
principalmente em distâncias curtas, sendo bastante vantajoso pois ao
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liberar o material ele o faz em camadas bem finas, que facilita a
compactação do aterro.
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A condição geral de estabilidade de um talude é:
tgi < tgϕ :. i < ϕ
em que :. i é o ângulo do talude com a horizontal e ϕ ângulo de
atrito interno do material, onde deve ser respeitado um fator de
segurança de 1,2 dado por:
m = tgi/tgϕ
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metodologia utilizada por operadores de máquinas é essencial para
uma execução mais rápida e menos dispendiosa.
É preciso identificar quais os equipamentos de produção e quais o
de acabamento, devendo-se sempre que possível diversificar o mínimo
possível as atividades das máquinas, identificando quais os operadores
são mais aptos para determinado tipo de serviço. Quando a máquina
estiver executando um serviço de produção devemos preparar uma
logística para que ocorra o mínimo de interrupção possível no trabalho
executado. Quando o serviço for de acabamento é necessário fiscalizar
a forma e velocidade que o serviço vai ser executado, já que é uma
atividade que não produz ela tem que ser feita no menor tempo
possível.
Talvez o item mais difícil e que pode ser a diferença entre o
sucesso e o fracasso está na relação pessoal com os funcionários
envolvidos, pois é necessário manter todos cientes da importância da
atividade de cada pessoa e manter-las motivadas e comprometidas
com o serviço, mantendo acima de tudo a liderança e o respeito de
todos. É praticamente impossível fiscalizar todos os funcionários durante
todo o tempo, portanto é necessário que todos trabalhem com metas e
que sejam gratificados ao alcança-las.
Pra análise de custos devem ser considerados todos os gastos
necessários para a produção de uma unidade de metro cúbico, sendo
os principais gastos:
-Aluguel de máquinas e equipamentos,
-Depreciação dos equipamentos adquiridos,
-Custo do capital empatado na compra de equipamentos,
-Salário e encargos de toda equipe envolvida,
-Alimentação,
-Despesas com manutenção,
-Despesas com transporte das máquinas
-Outros.
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Quando o serviço é terceirizado o controle dos gastos com os não
é tão importante, pois deverá ser pago o serviço executado, porém é
de extrema importância o acompanhamento da execução das obras,
sendo a metodologia a ser empregada definida no momento da
contratação e todos os registros topográficos iniciais têm que ser feitos
para que a medição seja mais fidedigna possível. É conveniente
controlar a execução através de ordem de serviço, ficando a cargo da
contratante definir as prioridades da obra. Sendo o mais importante a
fiscalização da qualidade do serviço.
3.5-Topografia aplicada
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Locação e marcação dos cortes: O procedimento é semelhante
ao do dique porém não será definido aterro e sim cortes, ficando
sempre registrado o nivelamento do terreno natural para futura análise
da produtividade das máquinas.
Medição da obra executada: Muito importante e cuidadosa essa
atividade, pois é o fator principal para a análise de custo da obra.
Locação das obras civis e de arte: Também fica a cargo da
equipe de topografia locar os eixos principais das obras civis e de arte e
colocar as alturas definidas em projeto.
3.6-Enrocamento de taludes
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recobrimento mínimo das ferragens definido pelo projeto, é muito
importante que o caixilhos (ranhura que correm as tábuas) seja
padronizado para todas as obras de arte do empreendimento,
facilitando muito a operação, deve-se prestar muita atenção com a
altura dessas obras pois é difícil manter um padrão para as mesmas,
sendo que sua altura varia com a cota do terreno e a cota de
coroamento do dique, sendo a cota de fundo da laje das obras de arte
assim definida:
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3.8-Segurança
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ANEXOS
28
Vista de um canal de
abastecimento de um
empreendimento de
carcinicultura.
Vista de um canal de
abastecimento de um
empreendimento de
carcinicultura.
29
Vista frontal de uma
comporta de
abastecimento (lado do
canal).
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Bueiro triplo em canal de
abastecimento.
Monge de saída de
comporta de drenagem.
31
Casa de bombas
Casa de bombas
32
Casa de bombas
Vista de um viveiro de
carcinicultura
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34
35
CONTROLE DE HORÍMETRO
NOME DO OPERADOR: DATA:
EQUIPAMENTO
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Folha corrida nº: Folha nº:
DIÁRIO DE OBRA
Tempo: D i a: S T Q Q S S D
Bom Instável Chuvoso D a t a:
Ocorrências:
Obs. OPERAÇÕES
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Obra:
Memória de Medição Med. Nº:
Quantidade Tanques Galpão
TOTAL
Ítem Discriminação Un Dimensões Dimensões
Previsto Acum. Vez Parcial -1 Vez Parcial -2 (1 + 2)
Compr. Larg. Alt Compr. Larg. Alt
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Carregamento de
caminhões com
escavadeira hidráulica
Escavadeira hidráulica
trabalhando em conjunto
com um trator de esteira
39
Comporta de
abastecimento com
manilha de concreto
40
Construção de comporta
de drenagem em Y
Compactação do reaterro
de uma comporta de
abastecimento
41
Equipe de topografia
Enrocamento de talude
com pedra faceada,
arrumada sobre camada
sintética.
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Enrocamento de talude
com pedra faceada,
arrumada sobre camada
sintética.
Enrocamento de talude
com seixo rolado,
recompondo parte do
dique erodido.
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Enrocamento de talude
com seixo rolado,
recompondo parte do
dique erodido.
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