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Para que o crime seja enquadrado nas regras do artigo 15 do Código Penal, o
agente não precisa agir com espontaneidade, todavia, sua desistência ou
arrependimento deve ocorrer de maneira voluntária. Isso quer dizer que o agente
deve, por sua própria vontade, desistir de cometer o crime ou de obter o resultado
final.
1
PRADO, 2010, pg. 416
2
Desistência e arrependimento. “Conforme anota, a propósito, Damasio E. de
Jesus (Direito Informatizado Saraiva, n. 1, 3ª Ed. Em CD-ROM): ‘A
desistência e o arrependimento precisam ser voluntários para a produção
dos efeitos, Não se exige que o abandono de empreitada criminosa seja
espontâneo, bastando a voluntariedade. Isso significa que a renúncia pode
não se espontânea, mas mesmo assim aproveita ao agente’.” (TACRIM SP
– Ag. Ex. 1.274.753/1 – Rel. Juiz ERIX FERREIRA – 2ª C. – J. 22.11.2001 –
Un.)(Trecho do Ac.) (RJTACRIM 58/49).
Na mesma linha:
3
casos, a extinção da punibilidade serve como motivação para a desistência do
cometimento do crime ou para o impedimento do resultado advindo dele.
4
2. DIREITO PENAL BRASILEIRO – COMENTÁRIOS SOBRE ARTIGO 49 DO
CÓDIGO PENAL
A multa é uma das modalidades das penas adotadas pelo Código Penal e se
revela no pagamento pelo condenado ao fundo penitenciário, com o cálculo inovador
do direito brasileiro, aplicado em dias-multa.
§1º. O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem
superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
Segundo José Antônio Paganella Boschi2, em seu livro das Penas e seus
Critérios de Aplicação, a pena de multa é bastante antiga, aparecendo na Bíblia –
Êxodo, XXI e XXII. – e adotada na Grécia e na Roma antigas, onde era aplicada
para reparação do dano ex delicto.
2
BOSCHI, 2006, p.349.
5
Constituição Federal, que vedou a sua vinculação para qualquer fim, mas essa
corrente é minoritária.
Assim como acumular bens, ganhar dinheiro e produzir riqueza fazem bem ao
homem, inversamente a perda de dinheiro e a redução de bens e de riqueza lhe
causam muito mal. A pena de multa começou a nascer no exato momento em que o
homem primitivo descobriu essa verdade. E por essa razão a multa, do latim multa
sempre teve um significado de expiação, retribuição, castigo.3
A técnica utilizada pelo nosso Código Penal para cominação foi a utilização
do termo puro em simples de "e/ou multa". Assim, inseriu-se um capítulo específico
e retirou a expressão "multa de...". Em decorrência, os tipos penais não trazem mais,
em seu bojo, os limites mínimo e máximo da pena cominada, dentro dos quais o
julgador deveria aplicar a sanção necessária e suficiente à reprovação e prevenção
do crime, afirma no mesmo trabalho, Código Penal Comentado, Bitencourt.
3
FERREIRA, 1998, p. 225.
4
BITENCOURT, 2009, p. 162.
6
A individualização da pena pecuniária deve obedecer a um particular critério
bifásico: a) firma-se o número de dias-multa (mínimo de 10 e máximo de 360),
valendo-se do sistema trifásico previsto para as penas privativas de liberdade; b)
estabelece-se o valor do dia-multa (piso de 1/30 do salário mínimo e teto de 5 vezes
esse salário), conforme a situação econômica do réu.5
5
NUCCI, 2008, p. 370.
7
Mais um motivo para não se considerar dívida ativa, com remessa de sua
execução à Vara da Fazenda Pública, é que o artigo 4º da Lei 6.830 admite a
execução fiscal contra os sucessores a qualquer título, o que é perfeitamente cabível
no cível, mas vedado no crime pelo princípio da personalidade da pena, ou seja, que
a pena não pode passar da pessoa do condenado, artigo 5º, XLV, da Constituição
Federal.
A pena de multa hoje não atinge sua finalidade de punir com isonomia de
condições os apenados.
Noutro giro, Boschi7 aduz que a pena é alvo de críticas, a mais importante
delas, está a de que, podendo ser suportada por terceiro que decida pegá-la para
beneficiar o condenado, é injusta (pois atinge inocente) e culmina por comprometer
as finalidades pelas quais é imposta, seja no plano da retribuição, seja no plano da
prevenção especial (pois não atinge o culpado).
6
FERREIRA, 1998, p. 248.
7
BOSCHI, 2006, p. 365.
8
3. DIREITO PENAL BRASILEIRO – COMENTÁRIOS SOBRE ARTIGO 83 DO
CÓDIGO PENAL
8
Apud Paulo Queiroz, Direito Penal Parte Geral, citando Magalhães Noronha.
9
3.1. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Situação a ser estudada ocorre quando as penas, ainda que somadas, não
alcançam o mínimo de dois anos e não são beneficiadas com os demais institutos.
Parte da doutrina considera que, neste caso, a pena deveria ser cumprida
integralmente. Acertadamente, o Mestre Paulo Queiroz pondera:
9
Paulo Queiroz, Direito Penal Parte Geral, cit., p. 382.
10
Rogério Greco, Curso de Direito Penal Parte Geral, p. 710
10
Pois bem. O preso não reincidente em crime doloso e com bons antecedentes
cuja pena seja igual ou superior a dois anos deverá ter cumprido mais de um terço
da pena para fazer jus ao benefício. Ainda que reincidente em crime culposo, deverá
ter cumprido tão-somente um terço da pena. Caso reincidente em crime doloso,
deverá ter cumprido mais da metade da pena. Por fim, condenado em crime
hediondo ou a este assemelhado, deverá cumprir mais de dois terços da pena.
11
Paulo Queiroz, Direito Penal Parte Geral,, p. 383.
12
CP, art. 83, parágrafo único.
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arbitrariedades, além de retardar a concessão do benefício ante a escassez de
pessoal para realizar a referida avaliação.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRADO, Luiz Regis, Curso de Direito Penal Brasileiro. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2010.
QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: parte geral. 2ª ed. rev. aum. – São Paulo:
Saraiva, 2005
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