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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

1- Sistemas e volumes de controle

Um sistema termodinâmico é qualquer quantidade de matéria, ou


região do espaço, que se escolhe com o objectivo de estudar o seu
comportamento.
A matéria, ou a região, exterior ao sistema é designada vizinhança.
Chama-se fronteira à superfície, real ou imaginária, que separa o
sistema da sua vizinhança. A fronteira dum sistema pode ser fixa ou
móvel.

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1- Sistemas e volumes de controle

Os sistemas classificam-se em fechados e abertos, conforme se


escolhe como objecto de estudo uma determinada quantidade de
matéria ou uma determinada região do espaço. Um sistema
fechado (também designado massa de controlo) é constituído
por uma quantidade fixa de matéria e a sua fronteira não pode ser
atravessada por essa matéria. Isto é, não pode entrar, nem sair,
massa do sistema. Mas a energia, quer na forma de trabalho quer
na forma de calor, pode atravessar a fronteira deste sistema e o
seu volume pode variar. Neste caso estamos perante um sistema
fechado com fronteira móvel.
Se, eventualmente, nem a energia pode atravessar a fronteira dum
sistema fechado, este chama-se isolado.

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1- Sistemas e volumes de controle

Sistema Fechado

Massa NÃO
Massa
constante

Energia SIM

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1- Sistemas e volumes de controle

Sistema fechado com fronteira móvel.


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1- Sistemas e volumes de controle

Sistema Fechado (com as válvulas fechadas)

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1- Sistemas e volumes de controle

Sistema Aberto

Um sistema aberto, também designado volume de controlo, é uma


região do espaço convenientemente escolhida. Normalmente inclui um
dispositivo através do qual a matéria pode fluir como, por exemplo, um
compressor, uma turbina ou uma tubeira. O fluxo de matéria através de
tais dispositivos estuda-se melhor escolhendo a região no interior
destes dispositivos para objecto de estudo, que constitui o volume de
controlo. Tanto a massa, como a energia, podem atravessar a
fronteira dum sistema aberto que é também denominada superfície
de controlo.
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1- Sistemas e volumes de controle


Sistema Aberto

Tanto a massa como a energia podem atravessar a fronteira dum sistema aberto.
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1- Sistemas e volumes de controle

Sistema Aberto Como exemplo dum sistema aberto


temos um aquecedor de água.
Suponhamos que queríamos
determinar a quantidade de calor
que era preciso fornecer à água para
se obter um determinado caudal de
água quente. Considerando o
volume do reservatório e a água
quente e a água fria como massas
entrando e saindo do volume de
controlo. A superfície interior do
reservatório constitui a superfície de
controlo e a matéria atravessa esta
superfície em dois locais.

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1- Sistemas e volumes de controle

Sistema aberto ou volume de controlo

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1- Sistemas e volumes de controle

As relações termodinâmicas que se aplicam aos sistemas abertos


são diferentes das que se aplicam aos sistemas fechados. Por isso
é muito importante que reconheçamos o tipo de sistema antes de
começarmos a analisar o seu comportamento.

O sistema que estamos a estudar deve ser cuidadosamente definido.


A escolha apropriada do sistema pode simplificar a análise do
problema que se pretende solucionar.

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2 – Propriedades de um sistema

Qualquer característica dum sistema é chamada de propriedade.


Algumas destas propriedades como a pressão P, a temperatura T, o
volume V, e a massa m, são bastante familiares e podem ser
directamente determinadas. No entanto, vão surgir propriedades que
não são directamente mensuráveis, como por exemplo a entalpia h a
energia interna U, que são definidas à custa dos princípios da
termodinâmica.

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2 – Propriedades de um sistema

As propriedades podem ser intensivas ou extensivas. As


propriedades intensivas são aquelas que são independentes do
tamanho dum sistema, tais como a temperatura, a pressão e a
densidade.
Pelo contrário, os valores das propriedades extensivas dependem
do tamanho (ou extensão) do sistema. A massa m, o volume V e a
energia total E, são alguns exemplos de propriedades extensivas.

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2 – Propriedades de um sistema

Para saber facilmente se uma dada propriedade é intensiva ou


extensiva supõe-se o sistema dividido em duas partes iguais.
Em cada uma das partes as propriedades intensivas terão o mesmo
valor que tinham no sistema inicial, contudo as propriedades
extensivas terão metade do valor que tinham no sistema inicial.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

3 – Propriedades específicas

Pode obter-se uma propriedade intensiva a partir duma propriedade


extensiva dividindo o seu valor pela massa.
Ao valor duma propriedade por unidade de massa dá-se o nome de
propriedade específica.
Geralmente utilizam-se letras maiúsculas para representar as
propriedades extensivas (com excepção da massa m) e as letras
minúsculas correspondentes para representar as propriedades
específicas que delas derivam.
Exemplos:
Propriedades Extensivas Propriedades Específicas

Volume: V (m3) v = V / m - volume específico (m3/kg)

Energia interna: U (J) u = U / m - energía interna específica (J/kg)

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4 – Propriedades específicas molares

Mole é a quantidade de matéria de um sistema contendo tantas


entidades elementares quantos são os átomos existentes em 0,012 kg
de carbono12.
As entidades elementares podem ser átomos, moléculas, electrões, etc.
Ao número destas entidades contidas numa mole dá-se o nome de
número de Avogadro (NA= 6,022 x1023 mol-1).

À massa de uma mole de moléculas dá-se o nome da massa molar (M).

O número de moles dum sistema n obtém-se dividindo a massa do


sistema m pela respectiva massa molar M.

n = m/M

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4 – Propriedades específicas molar

Pode obter-se uma propriedade intensiva a partir duma propriedade


extensiva dividindo pelo número de moles do sistema.
Ao valor duma propriedade por unidade de mole dá-se o nome de
propriedade específica molar.
Estas propriedades representam-se por uma letra minúscula e uma
barra por cima.

Exemplos:

v = V/n – volume molar específico

u = U/n – Energia interna molar específica


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5 – Estados e equilíbrio de um sistema

Considere um sistema no qual não se observam quaisquer modificações


ao longo do tempo. Então, as suas propriedades podem ser medidas, ou
calculadas, em todo o sistema obtendo-se um conjunto de valores que
descrevem completamente a condição ou estado do sistema, que se
designa um estado de equilíbrio.
Num dado estado de equilíbrio todas as propriedades têm valores fixos.
Basta que apenas o valor de uma propriedade do sistema se altere para
o sistema mudar de estado.

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5 – Estados e equilíbrio de um sistema

Estado de um sistema ⇔ conjunto das suas propriedades

Estado de equilíbrio: todas as propriedades termodinâmicas têm


valores fixos e iguais em todo o sistema.

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5 – Estados e equilíbrio de um sistema


O estado de um sistema é definido por um conjunto de valores de
propriedades do sistema. Mas, sabemos pela experiência que, não é
preciso serem conhecidos os valores de todas as propriedades para
definir esse estado.
Uma vez conhecidas algumas propriedades (poucas) de um dado
estado as restantes propriedades podem ser determinadas.
No caso de sistemas simples denominados sistemas compressíveis
simples, necessitamos apenas de duas propriedades independentes
para definir o seu estado.

É o que afirma o Postulado de Estado:

“O estado dum sistema compressível simples fica completamente


determinado por duas propriedades intensivas independentes”.

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5 – Estados e equilíbrio de um sistema


Sistemas compressíveis simples são sistemas fechados, com
composição química constante e que não são influenciados por efeitos
de acções exteriores.
Um dispositivo cilindro-êmbolo contendo uma dada massa de gás é um
exemplo de um sistema compressível simples.
O postulado de estado exige que as duas propriedades intensivas
conhecidas sejam independentes uma da outra, isto é, que seja
possível variar uma delas conservando a outra constante.
A temperatura ou a pressão e o volume específico são sempre
propriedades independentes uma da outra, por isso estas duas
propriedades são suficientes para definir o estado dum sistema
compressível simples e permitem calcular todas as outras propriedades
do sistema.

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5 – Estados e equilíbrio de um sistema

O estado do gás é fixado pelas duas


propriedades intensivas independentes, T e v.

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6 – Processos e ciclos

A quaisquer mudanças que ocorram num sistema enquanto passa de


um estado para outro estado de equilíbrio chama-se uma
transformação ou processo.

Ao conjunto de estados por que o sistema vai passando durante o


processo dá-se o nome de caminho ou percurso do processo.

Para descrever completamente uma dada transformação é


necessário serem conhecidos os estados inicial e final e, também, o
percurso do processo.

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6 – Processos e ciclos

O prefixo iso é usado para designar uma transformação em que uma


dada propriedade permanece constante.

Exemplos de transformações em que uma das propriedades


permanece constante:

transformação isotérmica: T = constante

transformação isobárica: P = constante

transformação isocórica ou isométrica: V = constante

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6 – Processos e ciclos

Diz-se que o sistema realizou um ciclo quando no final do processo


este regressa ao seu estado inicial. Isto é, para um ciclo os estados
inicial e final do sistema são o mesmo.
Os valores das propriedades do sistema não sofrem alterações ao
completar-se um ciclo.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

6 – Processos e ciclos

As transformações ou processos
podem ser representados
graficamente num sistema de
eixos coordenados, atribuindo a
cada eixo os valores de uma
propriedade independente e
ligando por traço contínuo os
estados da transformação,
definindo o seu percurso.

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7 - Pressão
Definição de Pressão

Pressão é a força exercida por um fluído perpendicularmente a uma


superfície, por unidade de área dessa superfície.
A unidade de pressão no Sistema Internacional é o Newton por metro
quadrado (N/m2) a que se chama Pascal (Pa).

P = F/A (Pa)

Como esta unidade é muito pequena, na prática usam-se os seus múltiplos:

quilopascal (1 kPa=103 Pa); megapascal (1 MPa=106 Pa)

Relação entre unidades: 1 atm = 105Pa = 100 kPa = 1 bar = 1 Kg/cm2

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

7 - Pressão
A pressão num dado ponto no interior dum líquido em repouso é a
mesma para todas direcções da superfície que contém esse ponto e
aumenta com a profundidade. Isto deve-se ao facto das camadas que
se encontram nos níveis inferiores terem que suportar o peso das que
se encontram por cima.
Num reservatório que contém um gás a pressão pode considerar-se
uniforme porque a densidade do gás é tão pequena que a variação da
pressão com a profundidade é desprezável.

Os aparelhos de medida da pressão denominados manómetros


estão, normalmente, graduados para indicar a diferença entre a
pressão do fluido (pressão absoluta) e a pressão atmosférica. A esta
diferença dá-se o nome de pressão relativa, ou manométrica.

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7 - Pressão

Para pressões inferiores à pressão atmosférica, os aparelhos de


medida indicam a diferença entre a pressão atmosférica e a pressão
absoluta do fluido, a que se dá o nome de vácuo ou pressão de
vácuo.

Prel = Pabs - Patm (para pressões superiores a Patm)


Pvac = Patm - Pabs (para pressões inferiores a Patm)

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

7 - Pressão

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7 - Pressão

Esquema de funcionamento de um manómetro:


A pressão do gás é a mesma em
qualquer ponto do reservatório e igual á
da superfície 1. Além disso, como a
pressão dum fluido em repouso não varia
num plano horizontal, a pressão em 2 é a
mesma que em 1, ou seja P2 = P1.
A coluna de líquido de altura h situada
acima do nível 2 está em equilíbrio.
Portanto, a resultante das forças que lhe
estão aplicadas terá que ser zero.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

7 - Pressão

P = F/A => F = A x P ρ=m/V


ρ – densidade ou
A x P1 = A x Patm + Fg massa volúmica (kg/m3)
m – massa (kg)
Fg = m x g ; V = A x h
V – volume (m3)
Fg = ρ x V x g = ρ x Α x h x g
Então,
P1= Patm + ρ x g x h

A Pressão relativa ou manométrica, é dada por:


Δ P = P1 - Patm = ρ x g x h

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas IV – Introdução e conceitos básicos

8 – Princípio de Pascal

“ A pressão aplicada numa dada superfície de um fluido confinado


(contido num sistema isolado) aumenta a pressão em todo o fluido
na mesma medida”

P1 = P2
F1 / A1 = F2 / A2
F2 / F1 = A2 / A1
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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

1- Substância Pura

Uma substância que tem uma composição química constante


através de toda a sua massa chama-se substância pura.

Uma substância pura pode ser:


- Um elemento químico simples ou um composto;
- Uma mistura homogénea de vários elementos químicos simples e/ou
compostos;
- Uma mistura de duas ou mais fases de uma substância pura se a
composição química de todas as fases for a mesma.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

1- Substância Pura

Apesar de ser uma mistura de vários elementos e compostos, o ar


é uma substância pura porque tem uma composição química
uniforme, isto é, qualquer porção de ar é constituída pelos
mesmos componentes que se misturam, aproximadamente, nas
mesmas proporções.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

1- Substância Pura

A mistura de água líquida e vapor de água é uma substância pura,


mas a mistura de ar líquido e ar gasoso já não é.
Quando se liquefaz o ar, a fase líquida tem composição química
diferente da fase gasosa por isso a mistura das duas fases já não é
uma substância pura.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

2 – Fases de uma substância pura

As substâncias podem apresentar-se em diferentes fases, dependendo


das condições de pressão e de temperatura a que estão submetidas.
Assim, por exemplo, à temperatura ambiente, o mercúrio é um líquido,
o cobre um sólido e o azoto um gás.
Sob condições diferentes, cada substância pode estar em fases
diferentes.
As três fases principais são:
- Sólida;
- Líquida;
- Gasosa.

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2 – Fases de uma substância pura

O arranjo dos átomos nas diferentes fases:


(a) Nos sólidos, as moléculas estão relativamente fixas;
(b) nos líquidos, grupos de moléculas flutuam à volta de outros grupos;
(c) nos gases, as moléculas movem-se ao acaso.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

Observam-se muitas vezes situações onde coexistem em equilíbrio


duas fases duma mesma substância pura. Assim, na caldeira e no
condensador duma central térmica a vapor, existe uma mistura de
vapor e de água líquida. O mesmo acontece na serpentina do
evaporador dum frigorífico onde um fluido(denominado frigorigénio)
passa de líquido a vapor. Se a temperatura for muito baixa, a água
pode passar da fase líquida à fase sólida nas canalizações.
As fases líquida e vapor e a mistura destas duas fases são as que têm
maior aplicação industrial. A água por ser uma substância muito vulgar
é utilizada para estudar os princípios básicos a que obedecem estes
processos. Contudo, é importante frisar, todas as substâncias puras
exibem comportamento semelhante.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

No evaporador de um sistema de frio, o fluído frigorífico ou


frigorigénio, passa da fase de líquido para vapor.

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

No condensador de um sistema de frio, o fluído frigorífico ou


frigorigénio, passa da fase de vapor para líquido.

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

Temperatura de Saturação e Pressão de Saturação

Durante um processo de mudança de fase, a pressão e a temperatura


são propriedades dependentes.
Temperatura de Saturação, Tsat – é a temperatura a partir da qual
uma substância pura muda de fase, a uma dada pressão.
Pressão de Saturação, Psat - é pressão a partir da qual uma
substância pura muda de fase, a uma dada temperatura.

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3 – Processos de Mudança de fase de uma substância pura

Temperatura de Saturação e Pressão de Saturação


Durante uma mudança de fase a pressão
e a temperatura são, obviamente,
propriedades dependentes uma da outra,
isto é, existe uma relação entre elas que
é traduzida por uma equação:

Tsat = f (Psat)
Exemplo:
Para Psat = 1 atm (101,4 kPa)
Tsat (Água, H2O) = 100 ºC
Curva de saturação líquido-vapor duma Tsat (Azoto, N2) = - 196 ºC
substância pura (valores da água).
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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Para melhor se entender as variações das propriedades durante


os processos de mudança de fase utilizam-se os diagramas de
propriedades, T-v, P-v e P-T.

1 – Diagrama T-v

Diagrama T-v para mudanças


de fase a várias pressões.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Ponto crítico - é o ponto para o qual


os estados de líquido saturado e de
vapor saturado são
idênticos.

A temperatura, a pressão e o volume


específico duma substância no ponto
crítico chamam-se, respectivamente,
temperatura crítica Tcr, pressão
crítica Pcr e volume específico vcr

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Ponto crítico:

- Ponto do diagrama no qual os estados de líquido saturado e de


vapor saturado são idênticos; caracterizado por pressão crítica
(Pcr), temperatura crítica (Tcr) e volume específico (vcr).

- Para P>Pcr (ou T>Tcr) não existe mudança de fase; não se


pode distinguir “líquido” de “vapor”; fluido supercrítico, que se
expande como um gás.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Podemos unir todos os estados de líquido saturado por uma linha, a que
se dá o nome de linha de líquido saturado, e todos os estados de
vapor saturado por outra linha, a que se chama linha de vapor
saturado. Estas duas linhas encontram-se no ponto crítico, constituindo
a designada curva de saturação. Os estados de líquido comprimido
localizam-se numa região à esquerda da linha de líquido saturado –
região do líquido comprimido. Os estados de vapor sobreaquecido
localizam-se numa região à direita da linha de vapor saturado chamada
região do vapor sobreaquecido. Nestas duas regiões a substância
encontra-se numa única fase.
Os estados em que ambas as fases, líquida e vapor, estão em equilíbrio
situam-se debaixo da curva de saturação numa região a que se chama
região da mistura de líquido e vapor saturados ou região húmida.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase


Diagrama T-v
duma substância pura.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

2 – Diagrama P-v

O diagrama P-v duma


substância pura é
muito semelhante ao
diagrama T-v,
exceptuando as linhas
de T= Cte que são
descendentes no
diagrama P-v.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase


Prolongando os diagramas para incluir a fase sólida

Diagrama P-v duma substância que se


contrai ao solidificar.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Diagrama P-v duma substância que se


expande ao solidificar (caso da água).

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Sob determinadas condições, as três fases duma substância pura


podem coexistir em equilíbrio.

Nos diagramas P-v e T-v os estados onde


coexistem as três fases situam-se sobre uma
linha chamada linha tripla; têm a mesma
pressão e a mesma temperatura mas
diferentes volumes específicos.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

O diagrama P-T para uma substância pura denomina-se diagrama de


fases, porque as três fases, sólida, líquida e vapor, correspondem a
três regiões diferentes do diagrama e estão separadas umas das
outras por três linhas.
A linha de sublimação separa a região do sólido da região do vapor,
a linha de vaporização separa as regiões de líquido e de vapor e a
linha de fusão separa a região de sólido da região de líquido.
Estas três linhas encontram-se no ponto triplo.
A linha de vaporização termina no ponto crítico.

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Termodinâmica Aplicada – comportamento dos gases face ás variáveis termodinâmicas V – Propriedades das substâncias puras

4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

3 - O diagrama P-T

Diagrama P-T, ou de
fases, duma substância
pura.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

As substância podem passar da fase sólida


para a fase vapor de duas formas :
-A substância funde (sólido – líquido)
primeiro e depois evapora-se (líquido –
gasoso);
- a substância passa directamente da fase
sólida para a fase vapor, processo
denominado sublimação, que ocorre para
pressões inferiores à do ponto triplo.
Por exemplo, o CO2 tem uma pressão no
ponto triplo superior à pressão atmosférica
pelo que, à pressão atmosférica, passa de
sólido a vapor sem passar pela fase líquida,
sublima.
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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

4 - A superfície P-v-T
(ou superfície de estado)

Superfície P-v-T duma


substância que se contrai
ao solidificar.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Superfície P-v-T duma


substância que se dilata
ao solidificar.

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

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4 – Diagramas de propriedade para os processos de mudança de fase

Os diagramas de duas dimensões que são projecções desta


superfície tridimensional nos planos T-v, P-v e P-T.
A superfície P-v-T contém uma grande quantidade de informação
mas é mais conveniente usarem-se os diagramas a duas dimensões
quando se analisam os processos estudados em termodinâmica.

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5 – Tabela de propriedades

Para muitas substâncias as relações entre as suas propriedades


termodinâmicas são muito complicadas para serem traduzidas por
equações simples. Por conseguinte os valores das propriedades
apresentam-se muitas vezes em tabelas.
Algumas propriedades podem facilmente medir-se directamente,
porém outras não são directamente mensuráveis e só podem
determinar-se a partir das equações que as relacionam com as
propriedades mensuráveis.
Os resultados destas medições ou cálculos são apresentados em
tabelas de formato conveniente.
Para cada região de interesse, tais como as regiões do vapor
sobreaquecido, do líquido comprimido e de saturação (mistura líquido
-vapor), existe uma tabela.

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5 – Tabela de propriedades

Entalpia (h) - Uma propriedade termodinâmica combinada

Na análise de determinados tipos de processos, particularmente


na geração potência e refrigeração, frequentemente encontramos
a combinação das propriedades u + (P x v).
Para simplificar e por conveniência, essa combinação é definida
como uma nova propriedade, a entalpia, que recebe o símbolo h:

Entalpia (específica) h = u + (P x v) (kJ/kg)


ou
Entalpia H = U + (P x V) (kJ)

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5 – Tabela de propriedades
Energia Interna (U) ou (u)
Qualquer porção de matéria é constituída por partículas elementares,
as moléculas. Estas, por sua vez, são constituídas por átomos que
possuem um núcleo rodeado por uma nuvem de electrões.
Cada molécula pode possuir diferentes formas de energia:
- energia cinética (de translação, de rotação e de vibração)
- energia potencial devida às forças de atracção intermoleculares que
são conservativas.

Os átomos que constituem as moléculas também podem ter valores


diferentes de energia, dependendo dos níveis de energia em que se
encontram os seus electrões, etc.

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5 – Tabela de propriedades

Todas estas formas de energia não são perceptíveis quando se


observa um bloco de metal ou um gás dentro de um reservatório. Pelo
contrário, existem outras formas de energia de um sistema que podem
ser observadas e medidas como, por exemplo, a energia potencial
gravítica e a energia cinética. É conveniente separar a energia de um
sistema que pode ser observada e medida – energia macroscópica –
dos modos microscópicos de energia – energia “escondida” no interior
da matéria.
À soma de todos os modos microscópicos de energia chama-se
energia interna U.
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5 – Tabela de propriedades

Para um sistema termodinâmico fechado, não submetido a


campos eléctricos e/ou magnéticos exteriores, a sua energia
total E obtém-se somando as suas energias cinética (Ec),
potencial gravítica (Ep) e interna (U).
Isto é:

E = Ec + Ep + U

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5 – Tabela de propriedades

1a - Estados de líquido saturado e vapor saturado

As duas tabelas A-4 e A-5, dadas em papel, fornecem ambas a


mesma informação:
-os valores das propriedades do líquido saturado e do vapor
saturado.
A única diferença entre elas é a seguinte:
-na tabela A-4 a propriedade que é preciso conhecer para obter as
outras propriedades do líquido saturado e do vapor saturado é a
temperatura;
- na tabela A-5 a propriedade a partir da qual podemos obter as
outras propriedades é a pressão.

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5 – Tabela de propriedades
Utiliza-se o índice f nos símbolos das propriedades do líquido saturado
e o índice g nos símbolos das propriedades do vapor saturado.
O índice fg é utilizado para representar a diferença entre os valores da
mesma propriedade correspondentes aos estados de vapor saturado e
de líquido saturado.

vf = volume específ. do líq. saturado


Vg = volume específ. do vapor saturado
Vfg = diferença entre vg e vf = vg - vf

vfg diminui quando P ou T aumentam e


anula-se no ponto crítico.

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5 – Tabela de propriedades

À quantidade hfg = hg - hf chama-se entalpia de vaporização ou


calor latente de vaporização. É a quantidade de calor que é
necessário fornecer à unidade de massa duma substância para a
vaporizar a uma dada pressão ou temperatura, isto é, para passar do
estado de líquido saturado ao estado de vapor saturado sem variar a
sua temperatura (e pressão). Este calor latente de vaporização
diminui à medida que aumenta a pressão, ou a temperatura, e anula-
se no ponto crítico, tal como acontecia com a variação de volume, vfg.

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5 – Tabela de propriedades

1b - Mistura de líquido-vapor saturados

Durante a transição da fase líquida para a fase vapor (vaporização)


estamos em presença duma mistura de líquido saturado e vapor
saturado. Para determinar as propriedades desta mistura é preciso
conhecer a proporção em que se misturam a fase líquida e a fase
vapor o que é possível à custa de uma nova propriedade chamada
título, que se representa pelo símbolo x.

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5 – Tabela de propriedades

Título x duma mistura de líquido saturado e vapor saturado é


o cociente entre a massa de vapor e a massa total da mistura:

O título tem sempre um valor compreendido entre 0 (0%) e 1 (100%).


Um líquido saturado tem título igual a 0 e um vapor saturado igual a 1.
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5 – Tabela de propriedades
As propriedades do líquido saturado e do vapor saturado são as
mesmas, quer existam sozinhos, quer estejam em presença um do
outro formando uma mistura.
Quando se determinam as propriedades duma mistura admite-se que
as duas fases, líquido e vapor, estão bem misturadas formando um
sistema homogéneo. Sendo assim, as suas propriedades podem
obter-se fazendo uma média ponderada das propriedades do líquido e
do vapor nela presentes.

Para efeito de cálculos,


um sistema bifásico
pode considerar-se uma
mistura homogénea.

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5 – Tabela de propriedades

Relação entre o título e o volume específico v da mistura de


líquido e vapor saturado:

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5 – Tabela de propriedades

Relação entre o título e qualquer propriedade específica da mistura de


líquido e vapor saturado:
Na região de líquido e vapor saturados, para qualquer propriedade
específica y (v, h, u ,s)

Conhecendo-se qualquer propriedade específica da mistura é


possível calcular o seu título (e vice-versa).
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5 – Tabela de propriedades

Pode determinar-se graficamente o título de uma mistura de


líquido e vapor saturado se este estado estiver representado
num diagrama P-v ou T-v (ponto B da Fig.).
Atendendo à equação:

o título x pode ser dado por:

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5 – Tabela de propriedades

2 - Vapor sobreaquecido

Na região à direita da linha de vapor saturado a substância


encontra-se no estado de vapor sobreaquecido. Como se trata
duma região duma só fase a temperatura e a pressão já não são
dependentes uma da outra e podem ser escolhidas como as duas
propriedades independentes necessárias para definir o estado do
sistema, isto é, conhecendo os valores de P e T é possível
determinar os valores de todas as outras propriedades. Assim, as
tabelas do vapor sobreaquecido apresentam uma listagem dos
valores das várias propriedades correspondentes às diferentes
temperaturas para uma dada pressão previamente seleccionada,
começando pelo estado de vapor saturado a essa pressão (tabela
A.6, dada em papel).

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5 – Tabela de propriedades

Um vapor sobreaquecido é caracterizado por:


- Pressões inferiores à pressão de saturação (P < Psat à T dada)
-Temperaturas superiores à temperatura de saturação (T > Tsat à P dada)
- Qualquer propriedade tem um valor superior ao do vapor saturado à
mesma pressão ou temperatura (y > yg à P, T dadas)

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5 – Tabela de propriedades
3- Líquido comprimido ou subarrefecido
O formato da tabela do líquido comprimido (tabela A.7 dada em papel) é
muito semelhante ao da tabela do vapor sobreaquecido pois a região do
líquido comprimido é, também, uma região de uma única fase
(líquida) e as propriedades P e T dum dado estado são suficientes para
determinar todas as outras. No entanto, esta tabela apresenta apenas
dados para poucos valores da pressão. Isto justifica-se porque a
variação das propriedades dum líquido com a pressão é muito pequena.
Por exemplo, uma pressão 100 vezes superior pode provocar uma
variação inferior a 1% no valor duma propriedade do líquido. Por isso é
usual fazer-se a seguinte aproximação:
consideram-se as propriedades um líquido comprimido iguais às
propriedades do líquido saturado à mesma temperatura.

y (P,T) ≅ yf(T)
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5 – Tabela de propriedades

Um líquido comprimido ou subarrefecido é caracterizado por:


- Pressões superiores à pressão de saturação (P > Psat à T dada)
-Temperaturas inferiores à temperatura de saturação (T < Tsat à P dada)
- Qualquer propriedade tem um valor inferior ao do líquido saturado à
mesma pressão ou temperatura (y < yf à P, T dadas)

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5 – Tabela de propriedades

Utilização das tabelas (zona líquido – vapor)

• Tabelas A-4 e A-5: linhas de líquido saturado e de vapor saturado;


• Tabela A-6: vapor sobreaquecido; Tabela A-7: líquido comprimido.

Nas tabelas A-4 e A-5 as propriedades específicas listadas apresentam:


-índice f : valor da propriedade para o líquido saturado;
-Índice g: valor da propriedade para o vapor saturado;
-Índice fg: diferença entre valores da propriedade para vapor e líquido saturado

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5 – Tabela de propriedades

Tabela A-4 : entrada de temperatura; zona de saturação.

Psat = f(T)

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5 – Tabela de propriedades

Tabela A–5:
entrada de pressão;
zona de saturação.

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5 – Tabela de propriedades

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5 – Tabela de propriedades

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5 – Tabela de propriedades

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5 – Tabela de propriedades

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5 – Tabela de propriedades

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

As tabelas de propriedades fornecem informações exactas sobre


as propriedades, mas são volumosas e sujeitas a erros de
digitação e em determinadas circunstâncias podemos não ter
acesso a elas.
Por estas razões seria conveniente encontrar relações entre as
propriedades que fossem simples e suficientemente gerais e
precisas, que se pudessem expressar matematicamente.
Qualquer equação que relacione pressão, temperatura e volume
específico de uma substância é chamada de equação de estado.

F(P,v,T) = 0
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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

A equação de estado mais simples e melhor conhecida para


substâncias na fase gasosa, é a equação de estado dos gases
perfeitos ou ideais.
Esta equação prevê, com bastante precisão, o comportamento P-v-T
dum gás, para uma determinada gama de valores da pressão e da
temperatura.
Gás e vapor são frequentemente usados como sinónimos. A fase vapor
de uma substância é normalmente chamada de gás quando está acima
da temperatura crítica. Em geral, entende-se por vapor um gás que não
está longe do estado de condensação.

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos ou ideais


Constante universal dos gases perfeitos ou ideais R
Em 1662, o inglês Robert Boyle, observou durante as suas
experiências com uma câmara de vácuo que a pressão dos gases é
inversamente proporcional ao seu volume. Em 1802, os franceses J.
Charles e J. Gay – Lussac, determinaram experimentalmente que a
baixas pressões o volume de um gás é proporcional à sua
temperatura.

P = R (T/v) ou Pv = RT

R - constante do gás
P – pressão absoluta
T – temperatura absoluta
V – volume específico

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

Aplicando a equação de estado dos gases perfeitos PV=mrT a


dois estados duma dada massa dum gás perfeito é possível
relacionar os valores da pressão P, do volume V e da
temperatura T, desses estados pela equação:

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

Um gás perfeito ou ideal é uma substância imaginária que


obedece à relação Pv = RT.
Foi observado experimentalmente que a relação do gás ideal
aproxima-se bastante do comportamento P-v-T dos gases reais a
baixas densidades (baixas pressões e altas temperaturas).

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6 – Equação de estado dos gases perfeitos

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7 – Factor de compressibilidade (Z)

O factor de compressibilidade Z é um factor de correcção ao desvio do


comportamento dos gases reais relativamente ao gás perfeito ou ideal.

Factor de compressibilidade

Para o gás perfeito: Z=1;


Para um gás real Z ≠ 1.
Gás perfeito é boa aproximação a gás real quando Z ≈ 1.

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7 – Factor de compressibilidade

Como se mede o factor de compressibilidade de um gás (real)?


Supor gás a (P,T)
- na aproximação do gás ideal: videal = rT/P
- medir o valor real de v: vreal
- como, por definição, Z= (Pvreal )/rT, vem Z= vreal / videal

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7 – Factor de compressibilidade

Estados correspondentes. Carta de compressibilidade

O gás perfeito não apresenta fase líquida. Os gases reais sofrem


transformação para a fase líquida. O ponto crítico, definido por Pcr,
Tcr e vcr, é característico desta transição de fase.
Podemos usar P/Pcr e T/Tcr para verificar se a pressão é baixa e
temperatura é alta (isto é se o gás está próximo da fase líquida).

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7 – Factor de compressibilidade

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7 – Factor de compressibilidade

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7 – Factor de compressibilidade

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