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Olá,
Uma das tarefas mais legais do DBA, é a criação de uma banco de dados manualmente, ou
seja, sem a utilização da ferramenta gráfica DBCA (Database Configuration Assistant) da
Oracle para realizar essa tarefa, pois deste modo, o DBA consegue acompanhar todos os
processos básicos do início ao fim da criação do banco de dados sem a necessidade de
executar apenas um batch ou shell e acaba não sabendo o que aconteceu.
Porém, antes de iniciar os passos, temos alguns pré-requisitos que devemos salientar, que
são:
• Verificar se o seu linux é homologado pela Oracle para efetuar a instalação do Oracle
Server.
• Ter os binários do Oracle Server instalado no servidor, ou seja, ter uma versão do
Oracle Database 10g instalada corretamente no ambiente Linux, com todos os pacotes
necessários.
Esses passos são necessários para quem deseja criar um banco de dados manualmente, pois
irá realizar uma instalação igual ao do DBCA, que na versão 10g já utiliza a metodologia OFA
por padrão. Abaixo segue alguns links para realizar a instalação apenas do software do
Oracle Database, para quem não possui ele instalado.
Sites de referência
Para dar mais enfâse, vamos criar um “resumão” de um pequeno projeto de banco de dados,
para conseguimos imaginar como ficará a nossa estrutura disponível e o banco de dados em
sí.
Projeto de Banco de dados
A estrutura física consiste em diretórios que serão utilizados pelo banco de dados no nível de
sistema operacional,que podem ou não obdecer o padrão OFA e sua principal função é
organizar e armazenar os arquivos do banco de dados no sistema operacional.
ORACLE_BASE = /u01/app/oracle
ORACLE_HOME = /u01/app/oracle/product/10.2.0/db_1
Após validar as variáveis da sua instalação ou verificar quais os caminhos de cada variável,
vamos criar os diretórios de dados e administrativos para o banco de dados, pois quando
estamos realizando um projeto de banco de dados, devemos analisar as opções que temos
de armazenamento, organização e volumes lógicos disponíveis para sua criação, baseando-
se a partir do ORACLE_BASE e File System disponíveis.
Nosso objetivo agora é criar os diretórios administrativos do banco de dados, que seguirá
essa estrutura física abaixo:
$ORACLE_BASE/admin/<nome_do_banco>/<diretorios>
./admin/ranet/exp:
Acima está a nossa estrutura física administrativa montada, onde cada um tem sua
finalidade como:
./admin
./admin/ranet:
./admin/ranet/adhoc:
./admin/ranet/adump:
Audit Dump, onde é gerado os arquivos e auditória do banco de dados, com extensão AUD.
./admin/ranet/bdump:
Background Dump, caminho que é utilizado pelo processos de plano de fundo do Oracle e do
alert.log da instância.
./admin/ranet/cdump:
Core Dump, onde é gerado traces do Core do Oracle, geralmente ligados á problemas do
sistema operacional.
./admin/ranet/flash_recovery_area:
./admin/ranet/udump:
User Dump, é o diretório que armazena os traces gerados por usuários ou por processos
específicos do banco de dados.
./admin/ranet/exp:
Export, diretório destinado aos arquivos gerados atráves do Data Pump Export (Expdp) ou
Export Utility (exp).
Depois de realizar a criação dos diretórios administrativos, devemos criar a estrutura que irá
armazenar os arquivos do banco de dados propriamente dito, como datafiles, redo logs e
control files. E nesse momento, devemos verificar no servidor, qual a melhor opção para o
armazenamento desses arquivos, veja:
[oracle@pelspos7h oracle]$ df -h
Filesystem Size Used Avail Use% Mounted on
/dev/sda1 127G 64G 57G 53% /
none 2.0G 0 2.0G 0% /dev/shm
/dev/sdb1 404G 279G 105G 73% /u02
No exemplo, a melhor opção para o meu banco de dados é o FileSystem /u02, que tem
bastante espaço em disco sobrando, o FileSystem /u01 (que não está montado) ficou para os
arquivos de traces, archives, dumps e os binários do Oracle.
Após decidido a localização dos arquivos, devemos criar as pastas para armazenar-las.
Onde,
/u02/oracle/oradata/ranet
| | | |-> Diretório para armazenamento dos arquivos do
respectivo banco de dados.
| | |--------> Diretório para armazenamento de dados,
segundo o padrão OFA.
| |---------------> Diretório que específica do software.
|---------------------> File System com capacidade suficiente para
criar o banco de dados.
PRONTO! Já estamos com a nossa estrutura física criado para suporta o novo banco de
dados.
control_files = (/u02/oracle/oradata/ranet/control01.ctl)
db_name = ranet
db_domain = world
log_archive_dest =
"LOCATION=LOCATION=USE_DB_RECOVERY_FILE_DEST"
db_block_size = 8192
pga_aggregate_target = 250M
processes = 100
sessions = 120
open_cursors = 80
undo_management = AUTO
undo_tablespace = UNDOTBS
compatible = 10.1.0.0.0
sga_target = 1G
nls_language = AMERICAN
nls_territory = AMERICA
db_recovery_file_dest =
/u01/app/oracle/admin/ranet/flash_recovery_area
db_recovery_file_dest_size = 10G
background_dump_dest = /u01/app/oracle/admin/ranet/bdump
core_dump_dest = /u01/app/oracle/admin/ranet/cdump
user_dump_dest = /u01/app/oracle/admin/ranet/udump
audit_file_dest = /u01/app/oracle/admin/ranet/adump
Veja que alguns parâmetros receberam os valores da nossa estrutura física, seguindo o
padrão OFA. Deste modo, podemos salvar o nosso pfile em sua respestiva pasta
(/u01/app/oracle/admin/ranet/pfile) comoinitranet.ora, pois estamos seguindo um padrão
da Oracle, que é init<nome_do_banco>.ora para gerar o arquivo.
Posteriormente, vamos criar um SPFILE, sigla para Server Parameter File, que é um
melhorando do PFILE, pois já é um arquivo binário, que permite alterar o valores para os
parâmetros dinâmicos da instância Oracle.
O scripts acima possui diversos parâmetros e instruções de criação das tablespaces do banco
de dados, diga-se de passagem, as principais do banco de dados, e vamos discutir um pouco
sobre cada ponto.
Primeiro, vamos comentar sobre os parâmetros utilizados na cláusula de CREATE DATABASE,
veja:
MAXINSTANCES
Específica o número máximo de instâncias simultâneas para o banco de dados quando está
em MOUNT ou OPEN. Válido para bancos de dados com RAC (Real Application Cluster).
MAXLOGHISTORY
Específica o número máximo de archived redo logs files para automatic media recovery.
Válido para bancos de dados com RAC (Real Application Cluster).
MAXLOGFILES
Específica o número máximo de grupos de redo logs que o banco de dados pode possuir.
MAXLOGMEMBERS
Específica o número máximo de membros (ou cópias do aruqivo de redo) que cada grupo
pode ter.
MAXDATAFILES
Segundo, agora vamos para as instruções que cria as principais tablespaces do banco de
dados.
No início estamos criando a tablespace SYSTEM com apenas 500MB e com a opção de auto-
expansível a cada 1MB.
SYSAUX
DATAFILE ‘/u02/oracle/oradata/ranet/sysaux01.dbf’ SIZE 500M AUTOEXTEND ON
NEXT 10240K
Essa tablespace é nova e foi introduzida no Oracle 10g, a tablespace SYSAUX é para “prestar
suporte” a tablespace SYSTEM, com owners de produtos da própria Oracle. Como Oracle
Spatial, RMAN, Workflow e etc.
A tablespace também será criado com 500MB inicialmente.
Vamos iniciar ela com 2GB, pois desde a criação do banco de dados será muito utilizada, a
única diferença que estamos limitando o seu crescimento em 2GB, caso seja necessário
mais, aumentamos conforme a necessidade.
Essa instrução é responsável pela criação da tablespace de UNDO, que será chamada de
“UNDOTBS”, que é o mesmo valor do parâmetro undo_tablespace que colocamos em nosso
PFILE. A tablespace de UNDO que tem como finalidade armazenar nossos dados não
comprometidos, desfazer as transações sem sucesso e controlar as modificações dos dados
no banco de dados, falando resumidamente.
Específica o conjunto de caracteres que será armazenado no banco de dados. Se errar nesse
momento o conjunto de caracteres, para alterar, somente reconstruindo o banco de dados.
Específica o conjunto nacional de caracteres, para armazenar os dados em colunas que são
do tipo NCHAR, NVARCHAR2 e NCLOB.
LOGFILE
GROUP 1 (’/u01/oracle/oradata/ranet/redo01a.log’,
‘/u02/oracle/oradata/ranet/redo01b.log’) SIZE 50M,
GROUP 2 (’/u01/oracle/oradata/ranet/redo02a.log’,
‘/u02/oracle/oradata/ranet/redo02b.log’) SIZE 50M,
GROUP 3 (’/u01/oracle/oradata/ranet/redo03a.log’,
‘/u02/oracle/oradata/ranet/redo03b.log’) SIZE 50M
Essas instruções específica os membros e a quantidade dos grupos de redo log. Eles podem
ser alterados posteriormente quando o banco de dados estiver criado. E perceba que em
cada grupo (1,2,3) possui dois arquivos de redo log, isso se chama multiplexação, caso um
disco (/u01 ou /u02) dê problemas, terá uma replica do arquivo em outro disco, que poderá
facilitar a sua recuperação e não perder os dados.
Bom, já conseguimos criar o PFILE e o script do banco de dados, agora vamos colocar a mão
na massa. Vamos realizar os processos que criação.
Após o PFILE e SCRIPT prontos, vamos realizar as atividades de criação do banco de dados.
Vamos logar na máqunia que será criado o banco de dados, e vamos configurar a variável de
ambiente ORACLE_SID e conferir os valores de ORACLE_BASE e ORACLE_HOME.
ORACLE_SID
A mensagem “Connected to an idle instance” é normal, porquê você não iniciou a instância.
Vamos pegar o caminho completo do nosso PFILE e vamos iniciar a instância, com o
comando STARTUP NOMOUNT, que significa que vamos apenas carregar seus valores em
memória, pois ainda não temos o control file da base criado.
SQL> @/u01/app/oracle/admin/ranet/adhoc/create_db.sql
Database created.
Nesse momento criamos o banco de dados, os arquivos com extensão .DBF, .CTL e .LOG
devem estar disponíveis no sistema operacional. Como no exemplo:
O comando acima foi para verificar nossos datafiles, redo logs e control files. Criados com
sucesso.
A criação do dicionário de dados do Oracle é através de scripts que a própria Oracle fornece
quando instalado o software. Esses scripts NÃO PODEM SER MODIFICADOS e toda vez que
for criar um banco de dados novo, deve ser executado. Ele é obrigatório.
• catalog.sql
• catproc.sql
Executa diversos scripts para criação de views e objetos necessário para o banco de dados.
Veja o exemplo:
SQL> @?/rdbms/admin/catalog.sql
...
SQL> @?/rdbms/admin/catproc.sql
Como os scripts são longos e principalmente o catproc.sql que chama diversos outros scripts
do /rdbms/admin essa operação pode demorar um pouco, então pode ir tomar um cafézinho
nesse momento.
Dica 1
No linux, para executar os scripts você pode utilizar os seguintes caminhos na execução,
$ORACLE_HOME/rdbms/admin ou simplesmente?/rdbms/admin.
Após o termíno da execução do catproc.sql, vamos verificar nosso novo banco de dados.
Vamos efetuar as seguintes instruções SQL:
Com isso, temos nosso banco de dados no ar. Para quem já conhece a arquitetura Oracle,
quando um banco de dados é criado, estará sempre no modo NOARCHIVELOG, como mostra
o exemplo:
E caso queira mudar para o modo ARCHIVELOG e trabalhar com as vantagens que o
ARCHIVELOG pode lhe oferecer para recuperação do banco de dados, basta fazer os
procedimentos abaixo:
Dica 2
A tablespace RADAT será para abrigar todas as tabelas de usuários ou aplicação, e seu
tamanho inicial é de 500MB.
A tablespace RAIDX irá armazenar os índices dos usuários ou aplicação, e seu volume inicial
é de 200MB.
Na criação das tablespaces foram utilizadas algumas opções de criação, como por exemplo o
extent management e segment space, para tirar as dúvidas de como trabalha cada opção,
leia o documento oficial, Oracle Database SQL Reference 10g Release 2.
Uma dos recursos importantes ao DBA é a utilização do SPFILE, onde permite ao DBA alterar
alguns parâmetros dinâmicos sem a necessidade de efetuar um stop/start no banco de dados
em horários não apropriados. Para criar o SPFILE é bem simples, veja:
Para confirmar que iremos utilizar os valores dos parâmetros que montamos o banco de
dados, criamos o spfile a partir do nosso arquivo de parâmetros construído no início, por isso
a passagem do caminho completo e o nome do pfile.
Porém, mesmo como o SPFILE criado, ainda não é possível utilizar-lo, como mostra o
comando abaixo:
SQL> show parameters spfile
NAME TYPE VALUE
------------------------------------ -----------
------------------------------
spfile string
/db_1/dbs/spfileranet.ora
Como dito na Dica 2, o caminho utilizado pelo Oracle foi o caminho padrão,
$ORACLE_HOME/dbs.
Como já estamos como todo o nosso banco de dados criado, vamos ter que disponibilizar aos
usuários e possíveis aplicações, e para isso, precisamos do serviço ouvinte (LISTENER) e
depois efetuar as configurações nas máquinas client (TNSNAMES) para acessar o banco de
dados. E para isso, devemos configurar os arquivos responsáveis por essa tarefa.
Arquivo: LISTENER.ORA
LISTENER =
(DESCRIPTION_LIST =
(DESCRIPTION =
(ADDRESS = (PROTOCOL = TCP)(HOST = PELSPOS7H)(PORT = 1521))
(ADDRESS = (PROTOCOL = TCP)(HOST = PELSPOS7H)(PORT = 1522))
)
)
Após criar o seu arquivo listener.ora e salvar-lo, deverá iniciar o serviço do listener, usando o
aplicativo LSNRCTL (Listener Control), veja:
Dica 3
Na versão do Oracle Database 10g, existe uma opção no SQL*NET de trabalhar por serviços
ou SERVICE_NAME, onde deverá ser realizado outros procedimentos. Mais detalhes nesse
documento Quick Start to Oracle Net Connections.
PRONTO! O serviço no lado do servidor de banco de dados já está configurado e pronto para
utilização.
Arquivo: SQLNET.ORA
AUTOMATIC_IPC = OFF
names.directory_path = (TNSNAMES)
names.default_domain = world
name.default_zone = world
Arquivo: TNSNAMES.ORA
ranet.WORLD =
(DESCRIPTION =
(ADDRESS_LIST =
(ADDRESS = (PROTOCOL = TCP)(Host = 10.72.30.83)(Port = 1522))
)
(CONNECT_DATA =
(SID = ranet)
)
)
Caso você queira acessar o seu banco de dados de uma outra máquina que tenha o Oracle
Client instalado, basta adicionar a entrada de TNS acima, mostrada no modelo do
TNSNAMES.ORA e caso seja necessário, colocar as configurações de SQLNET acima.
UFA! Agora podemos liberar o nosso mini banco de dados aos usuários e iniciar
posteriormente as configurações de usuários e aplicações na base. Esse artigo foi bem longo
e cansativo, porém, a principal ideia era fornecer os conceitos básicos na criação de um
banco de dados manualmente, como:
Todos esses passos são de real importância para um projeto de banco de dados, e nunca se
esqueça, depois de realizar todas as tarefas acima, faça um BACKUP FULL do banco de dados
para não ter problemas e aumentar a segurança do projeto.
Abraços,
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