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Electricidade

Introdução

A electricidade está de tal forma presente nas nossas casas que a


associamos a uma necessidade tão natural como o
abastecimento de água. Com efeito, sem a electricidade toda a
sociedade moderna poderia desaparecer. A electricidade pode
ser utilizada para fazer funcionar qualquer equipamento
industrial ou meios de transporte, para iluminar as nossa casas
ou climatizar os nossos locais de trabalho e de lazer. As falhas
de abastecimento em electricidade e as suas repercussões
mostram a nossa crescente dependência nesta forma de energia
e a necessidade de garantir o seu bom e regular fornecimento.
História da evolução da geração de electricidade

Objecto de estudos no final do século XVI, a electricidade era


ainda um fenómeno de curiosidade e de divertimento mas com
poucas aplicações práticas. Os desenvolvimentos ocorridos,
sobretudo na segunda metade do século XIX, permitiram um
desenvolvimento da produção e da distribuição industrial da
electricidade. Com a invenção, nomeadamente, do dínamo, de
dispositivos para o transporte da electricidade (transformadores
e rede eléctrica) e do motor eléctrico, criadas as condições para o
desenvolvimento da geração de electricidade e o seu uso longe
dos sítios de produção. Foram à época uma das mais
importantes aplicações industriais foi a iluminação com a
invenção da lâmpada eléctrica. Outras aplicações viriam a seguir
como a tracção eléctrica nos transportes urbanos (aparece na
últma década do século XIX) e os usos na geração de força
motriz nas fábricas.

Inicialmente são criadas um elevado número de empresas de


pequena dimensão com um carácter local. No início do século
XX, nos Estados Unidos, existiam mais de 3000 empresas e mais
de 250 no Reino Unido. Assim nascem empresas de produção de
electricidade de âmbito regional, que coabitam com outras
empresas de carácter local.

Em Portugal verifica-se esta tendência onde na maior parte das


regiões dominam empresas regionais ao nível da geração de
electricidade que coabitam com uma multiplicidade de pequenas
empresas de distribuição de carácter municipal. Na produção
predomina a termoelectricidade com forte dependência dos
carvões importados. É o caso de cidades como Lisboa, Setúbal, e
todos os distritos do Sul do país. No Norte, as centrais térmicas
servem essencialmente de apoio aos sistemas hidroeléctricos.

Em 1944, com a publicação da Lei de “Electrificação nacional”


(Lei nº 2002 de 26/12/1944), Portugal aposta na independência
do país através dum ambicioso plano de investimentos na
construção de grandes centrais hidroeléctricas (rios Douro,
Cávado e Rabagão) e na criação de interligações entre os
diferentes centros electroprodutores através da construção de
linhas de transporte e distribuição. Assim, em 1947 é criada a
Companhia Nacional de Electricidade e em 1951 é constituído o
Repartidor Nacional de Cargas que asseguram a distribuição e o
transporte de longa distância da electricidade produzida.
No final da década de 1960, as empresas concessionárias da
produção e do transporte de electricidade fundem-se numa
única empresa, a CPE - Companhia Portuguesa de Electricidade
e, em 1976, é criada a EDP - Electricidade de Portugal, Empresa
Pública, que integra todas as empresas de produção, transporte
e distribuição de Portugal Continental que haviam sido
nacionalizadas em 1975.

Na década de oitenta, o sector eléctrico foi alvo de profundas


mudanças com a adesão de Portugal à Comunidade Europeia. O
sector foi aberto à iniciativa privada no que toca às actividades
de produção e distribuição de energia eléctrica. Em 1991, a
restruturação deste sector continuou a sua evolução através do
Decreto-Lei n.º 99/91, que estabeleceu os princípios gerais do
regime jurídico das actividades da produção, transporte e
distribuição de energia eléctrica. A EDP foi transformada numa
sociedade anónima de capitais públicos e, em 1994, na
sequência do plano de reestruturação definido pelos Decretos-
Lei nº 7/91 e 131/94, foi constituído o Grupo EDP, que deu
origem a um conjunto de empresas participadas pela EDP.

A elaboração e adopção da Directiva comunitária 96/92/CE, de


19 de Dezembro, desencadeou profundas alterações no
panorama jurídico e organizativo do sector eléctrico ao
estabelecer regras comuns para o mercado da electricidade, mais
especificamente para a produção e distribuição de electricidade e
para a exploração das redes, tratando fundamentalmente três
importantes aspectos da liberalização: a concorrência na
produção, o acesso de terceiros às redes de transporte e de
distribuição e a separação contabilística das empresas
verticalmente integradas (ver ERSE 2002). Antecipando a adopção
desta Directiva comunitária, o enquadramento do Sistema
Eléctrico Nacional (SEN) foi, assim, reformulado num bloco
legislativo composto pelos Decretos-Lei n.ºs 182/95 a 188/95,
todos de 27 de Julho, com revisão dada pelo Decreto-Lei n.º
44/97, de 20 de Fevereiro, e pelo Decreto Lei n.º 56/97, de 14
de Março.

No final da década de 90 as autoridades espanholas e


portuguesas estabeleceram contactos com o objectivo da
construção do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL). Em Julho
de 1998 foi assinado um Memorando de Acordo de cooperação
em matéria de energia eléctrica entre o Ministério da Economia
de Portugal e o Ministério da Indústria e Energia de Espanha, na
sequência do qual foram realizados vários estudos e reuniões.
Em 2001, foi assinado em Madrid o “Protocolo de Colaboração
entre as Administrações Espanhola e Portuguesa para a criação
do Mercado Ibérico de Electricidade”. Em 2006 a Assembleia da
Republica aprova o Acordo entre Portugal e Espanha para a
constituição do MIBEl assinado em Santiago de Compostela em
2004. Desde a entrada em funcionamento do MIBEL a 1 de Junlho
de 2006 que se tem vindo a fazer vários ajustamentos para o
desenvolvimento de um mercado concorrencial, fluido e eficaz,
dotado de mecanismos de acompanhamento e controlo para
garantir a satisfação das necessidades dos consumidores, a
segurança de abastecimento e a compatibilidade com os
objectivos de eficiência enrgética e fomento das energias
renováveis em ambos os países.
Tecnologias de geração de electricidade

Tipologia de tecnologias de geração de electricidade

* instalação centralizada convencional: uso de ciclos


termodinâmicos;
* cogeração: produção descentralizada de electricidade e
calor;
* instalação utilizando energias renováveis ciclo
termodinâmico / transformação directa;
* pilhas de combustível.

Uso de ciclos termodinâmicos na produção de electricidade

* Produção baseada no ciclo de Joule: utiliza turbina a gás.


Estas turbinas são movidas por gases resultantes da combustão
de gás natural, derivados do petróleo ou carvão.
* Produção baseada no ciclo de Rankine: utiliza turbina a
vapor. Estas turbinas são movidas por vapor de água produzido
em geradores de vapor aquecidos por reactores de cisão nuclear
ou pela queima de combustíveis fósseis ou renováveis
(biomassa).
* Produção baseada no ciclo de Diesel: utiliza motores diesel.
Estes motores são movidos pela combustão de gás natural ou
derivados do petróleo.
* Produção baseada no ciclo de Otto: utiliza motores de
explosão. Estes motores são movidos pela combustão de gás
natural ou derivados do petróleo

Produção da energia eléctrica utilizando energias renováveis

* por aproveitamento da energia dos rios (centrais hídricas).


Utilizam turbinas hidráulicas que são movidas pela passagem da
água armazenada nas albufeiras das centrais hidroeléctricas.
* por aproveitamento da energia dos ventos (centrais eólicas);
* por aproveitamento da energia das ondas (centrais
ondomotrizes);
* por aproveitamento da energia das marés (centrais
maremotrizes ou talassomotrizes);
* por conversão directa da radiação solar (centrais
fotovoltaicas);
* por concentração da radiação solar (centrais solares
térmicas);
* por conversão da energia térmica dos oceanos.

Principais tipos de centrais termoeléctricas

CENTRAIS COM TURBINA A VAPOR

Nestas centrais, o calor é obtido pela combustão de combustíveis


gasosos, derivados do petróleo, carvão ou biomassa (caso das
centrais clássicas) ou libertado no reactor por cisão nuclear (caso
das centrais nucleares) e é transmitido à água circulando a alta
pressão no gerador de vapor (que nas centrais clássicas também
se designa por caldeira) produzindo vapor. Este vapor é
conduzido à turbina (a vapor) onde se expande, fazendo-a rodar.
Da turbina, o vapor passa ao condensador onde circula água de
arrefecimento também designada por água de refrigeração. A
água condensada volta, sob pressão, por efeito dum sistema de
bombas, ao gerador de vapor. Geralmente a passagem do vapor
na turbina realiza-se em várias fases, nos (2 ou 3) corpos da
turbina. Todos os corpos da turbina estão montados sobre o
mesmo veio que é também o veio do rotor do gerador.

Esquema de uma central clássica

As centrais térmicas
clássicas, que fornecem a
electricidade de base,
trabalham com base no
ciclo Rankine e podem ser
de diferentes tipos, sendo
as diferenças resultantes
fundamentalmente do tipo
de combustível utilizado.
Esquema de uma central nuclear

As centrais nucleares
também trabalham
com base no ciclo de
Rankine. Os diferentes
tipos de centrais
nucleares em
funcionamento
correspondem ao tipo
de reactor que
utilizam.

Alguns tipos de centrais utilizam energias renováveis para


produzir electricidade. O princípio de funcionamento é
também o ciclo de Rankine:

Centrais solares térmicas: nestas centrais existe uma torre


receptora que recebe os raios reflectidos por espelhos sempre
orientados para o sol (heliostatos) e é arrefecida por um sal
liquefeito. O sal é bombeado dum depósito "fonte fria" a cerca de
290ºC para a torre e daí segue para o depósito "fonte quente" a
565ºC. Este sal é utilizado para produzir vapor de água a 540ºC,
num gerador de vapor. Este vapor é utilizado para accionar as
turbinas da central, à semelhança do que ocorre noutros tipos de
centrais térmicas de turbina a vapor.

Esquema de uma central solar térmica


Centrais geotérmicas: Nestas centrais (ver caso da central
geotérmica em São Miguel nos Açores), é utilizado vapor ou água
quente sob pressão, aquecida pela fonte geotérmica, para
accionar directamente as turbinas da central, ou efectuar a
passagem a vapor, da água no circuito secundário, que acciona
as turbinas da central.

Esquema de uma central geotérmica

CENTRAIS COM TURBINAS A GÁS

Estas centrais são constituídas por um único corpo que inclui a


turbina a gás. As diferenças entre os diferentes tipos de centrais
a gás existentes correspondem ao combustível utilizado e à
configuração do ciclo termodinâmico. O tipo de combustível
utilizado pode ser carvão, derivados do petróleo, gases
manufacturados ou uma combinação de combustíveis líquidos e
gasosos, necessitando no entanto, para o caso de combustíveis
sólidos ou líquidos, dum sistema de gasificação. Todos os
sistemas de centrais a gás possuem um sistema de arranque.
Este sistema de arranque pode ser um motor eléctrico ou diesel
com o veio ligado ao veio da turbina e do gerador.

As turbinas a gás ou a gasóleo (caso por exemplo da central de


Tunes no Algarve) são utilizadas como centrais auxiliares para
produção de energia em períodos de ponta. Têm uma potência
geralmente inferior à das centrais de vapor, da ordem de poucas
dezenas de MW, caracterizando-se por um arranque rápido e
dispensa de água na sua instalação, a par de elevado consumo
energético em comparação com a maioria das soluções possíveis
para a produção de energia eléctrica.
CENTRAIS DE CICLO COMBINADO OU MISTO

Nestas centrais estão instalados dois ciclos, um de gás e outro


de vapor, produzindo ambos energia eléctrica. Os dois sistemas
estão ligados por uma caldeira de recuperação onde se aproveita
a energia dos gases de escape da turbina a gás, para gerar vapor
de água que alimenta a turbina a vapor. Nestes sistemas pode
existir um queimador auxiliar na caldeira de recuperação

Esquema de uma central de ciclo combinado ou misto

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