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Cadernos de Educação de Infância

Abr./Jun. 2003
Investigação

INVESTIGAÇÃO

A Construção de Instrumentos de Avaliação de Motivação para a


Aprendizagem
Helena Isabel Gil
Educadora de Infância

O trabalho agora apresentado faz parte da metodologia seguida na realização de


uma Tese de Mestrado no âmbito da Psicologia Educacional, com o tema: A
motivação para a aprendizagem em crianças que entram para o 1º ano do 1º ciclo
do ensino básico.
Este estudo tinha como objectivo a comparação de níveis de motivação para a
aprendizagem em crianças que frequentaram diferentes currículos e que
ingressaram e frequentavam o 1º ano do 1º ciclo do ensino básico.
O referencial teórico em que assentou este estudo/investigação teve como pontos
principais os estudos efectuados por Stipek (1997), de quem foram utilizadas as
Provas agora apresentadas, Fontaine (1995, 1998) e de Matta e Peixoto (1993).
Devido à inexistência de provas que permitissem “medir” a motivação para a
aprendizagem em crianças desta faixa etária (5/6 anos), optou-se pela construção
de uma Escala de Motivação com base nas Provas de Motivação utilizadas por
Deborah Stipek nos seus estudos sobre esta temática (Stipek, 1999).
Para que a linguagem e as provas pudessem ser niveladas e percebidas pela
população infantil a que se destinavam, optou-se pela realização de um pré-teste.
Tendo em conta que se tratava de um trabalho exploratório, o pré-teste foi aplicado
a um número não muito grande de crianças, tendo metade delas já completado os 6
anos e os restantes tendo ainda os 5 anos de idade. Todos tinham frequentado
jardim-de-infância no ano anterior, não havendo, nesta fase, a preocupação de se
saber qual o currículo ministrado.
Como resultado da aplicação das provas no pré-teste e verificadas as dificuldades
sentidas pelas crianças, estas sofreram alguns ajustamentos antes de serem
aplicadas no estudo final.
As Provas de Motivação agora apresentadas foram consideradas e construídas para
serem usadas como um instrumento composto por um conjunto de actividades
divertidas e não como um teste no sentido clássico do termo.
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Assim, as Provas de Motivação dividem-se em várias categorias ou sub-escalas:


*Percepção de Competências
*Atitude Face à Escola
*Emoções
*Expectativa de sucesso
*Preferência pelo Desafio
*Dependência
A primeira categoria referida – Percepção de Competências – é uma sub-escala de
medição de Young Children’s Feelings About School (FAS), adaptada pela autora
para os seus estudos (Stipek et al., 1995), serve para avaliar por parte das crianças
da percepção das suas competências.
Para esta sub-escala foram utilizados cinco círculos, de diâmetros diferentes e de
cor azul, que representavam as “competências”, da muito bom (a maior) ao nada
bom (o mais pequeno). As crianças responderiam a perguntas como “De que modo
(como) os colegas são bons a trabalhar com letras” apontando para um dos círculos
de modo a representar os seus sentimentos em relação às competências dos
colegas.

Muito espertos Nada espertos

Utilizou-se o mesmo instrumento (círculos azuis) na categoria - Atitude Face à


Escola – modificando assim o proposto por Stipek que utilizou nos seus estudos
cinco caras representando expressões (emoções) que iam do mais alegre ao mais
triste. Esta mudança no instrumento proposto foi realizada após a realização do pré-
teste.
Na sub-escala que avalia as “Emoções” e preocupações face à escola por parte das
crianças, utilizaram-se as caras referidas por Stipek. Estas caras foram desenhadas
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e construídas de uma forma simples de modo a facilitar a compreensão das crianças


das emoções representadas. Nesta categoria, as perguntas utilizadas procuravam
definir qual o grau de emoção sentido pela criança na escola e foram formuladas do
seguinte modo: “Mostra como te sentes quando fazes coisas certas na escola”.

Contente

Triste

Na quarta categoria pertencente a estas Provas – Expectativa de Sucesso – é


composta por duas tarefas com grau de dificuldade diferente em cada uma delas e
constam de seis labirintos (do mais fácil ao mais difícil) e de seis desenhos (do mais
simples ao mais complexo.)

Desenhos

Desenho 1 Desenho 6

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Estas tarefas foram aproveitadas por Stipek dos trabalhos de Randall e Linn (1989).
Tanto os labirintos como os desenhos são dispostos por ordem de dificuldade e de
modo a que a criança os possa comparar, antes de escolher aquele que considera
de maior grau de dificuldade de execução (no caso dos labirintos) ou de cópia (no
caso dos desenhos).
Preferência pelo Desafio – esta categoria tem como objectivo verificar se a criança
tem ou não motivação para procurar e aceitar situações em que pode “provar” a si
própria que se consegue superar e que esse desafio lhe provoca prazer.
Também nesta sub-escala foi feita, a partir do pré-teste, uma adaptação ao proposto
por Stipek, passando deste modo a constar de duas cartas iguais contendo cada
uma dez filas de desenhos iguais que iam aumentando de fila para fila, sendo que
na primeira fila haveria um desenho e a última conteria dez.
Era então pedido à criança que contasse os bonecos da quinta fila que seriam 5 e
seguidamente que na outra carta escolhesse a “fila” mais difícil que ele/a achava
que conseguia contar.
A última tarefa solicitada às crianças faz parte da categoria – Dependência – em que
se pediu para que a criança montasse, copiando por um modelo, uma estrutura com
7 peças geométricas (pertencentes aos Blocos Lógicos). Esta cópia era realizada
em simultâneo com o experimentador (sentado à frente da criança) que deveria
verificar se a criança olhava (ou não) para ele, se era autónoma a escolher as peças
sem perguntar nada, etc.
Esta última sub-escala também sofreu modificações em relação à referida pela
autora, a partir dos trabalhos de Ternure e Zigler (1964), pois verificou-se que as
crianças a partir das tarefas pedidas na preferência pelo desafio começavam a
evidenciar algum cansaço e desinteresse.
A construção destas Provas de Motivação tornou-se bastante interessante, pois
parece-nos poderem vir a constituir um instrumento muito acessível aos
experimentadores e fácil de utilizar com crianças que ainda não saibam ler, ou seja,
que frequentem a educação pré-escolar ou o 1º ano do ensino básico. Por ser
apresentado de uma forma bastante aliciante, as crianças demonstraram prazer em
fazer os jogos propostos aos quais aderem com entusiasmo, talvez por não se
sentirem avaliadas nem observadas. Como foi referido no início desta exposição,

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tratou-se de um trabalho exploratório que tenderá a ser melhorado e deverá ser


validado antes de poder ser utilizado na população infantil portuguesa.

Bibliografia

Lima, I. (1987). Escala de avaliação do ambiente em educação infantil – contributos


para o estudo da qualidade de vida das crianças. Porto: Apport.
Serra, V. (1988). O auto conceito. Análise Psicológica. 2 (VI): 101-110.
Stipek, D. (1986). Reserch on early childrenhood and elementary school teaching
programs. New York: MacMillan Publishing Company.
Stipek, D. (1989). Investing in children. American Psychology (44) 416-423.
Stipek, D. (1989).Learned helpeness in task-orienting versus performance-orienting
testing condition. Journal Ed. Psychology (81) 384-391.
Stipek, D., Feiler, R., Daniels, D. (1995). Effects of different institucional approches
on young children’s achivement and motivations. Child Developement (66)
nº1, 209-224.
Stipek, D., Ryan, R. (1997). Economically desadvanged preschoolers ready to learn
but further to go. Developement Psychology (33) nº4 711-722.

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