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Abr./Jun. 2002
Vamos falar de…
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Cadernos de Educação de Infância
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O Papel do Educador
No que concerne ao papel dos Professores e Educadores, e partindo do
pressuposto de que a Escola é o conjunto das pessoas que a constituem, é deles a
maior parte de responsabilidade quando falamos da escola como elemento de
desenvolvimento.
Aos professores e educadores cabe, muitas vezes, a efectivação do apoio a
projectos e iniciativas locais, à dinamização de actividades tradicionais, à
valorização do património ambiental e cultural e à mobilização das pessoas e
instituições para o desenvolvimento de um determinado espaço geográfico.
Quando se refere a participação da Escola nos projectos de desenvolvimento local,
deve referir-se mais especificamente o papel do professor - indivíduo - nesses
mesmos projectos. A Escola, enquanto instituição formal, e por tal, muitas vezes
pesada e ineficaz no que respeita a respostas rápidas, raramente consegue
responder em tempo adequado a solicitações da comunidade (por exemplo, a
autorização da Escola para a utilização, fora de horário útil, de um seu espaço
específico, como por exemplo o Ginásio, raramente chega a tempo ou não
acontece).
A última legislação aprovada, no que respeita à Autonomia, Administração e Gestão
e dos Estabelecimentos Escolares (Dec.-Lei nº 24/99 de 22/04; Desp. Norm. 27/97
de 02/06 e Dec.-Lei 115-A/98 de 04/05), parece vir de encontro a um novo
paradigma educativo, que prevê uma participação mais efectiva da Escola na
comunidade, nomeadamente se atentarmos a alguns dos seus pontos principais,
como sejam os seus princípios orientadores ou a constituição dos órgãos de gestão
das escolas, que pressupõem uma maior participação de parceiros sociais e
comunidades não educativas, assim como das famílias, na organização e gestão da
comunidade educativa. Evidência do descrito talvez a leitura da alínea a) do ponto 2
do Artigo 3º do Dec.-Lei 24/99: (...) deve considerar-se - a Integração Comunitária,
através da qual a escola se insere numa realidade social concreta, com
características e recursos específicos.
Mas esta integração comunitária anunciada é resultado dos fenómenos que a Escola
tem vivido, ao longo dos últimos anos, do trabalho, muitas vezes não reconhecido,
dos agentes educativos, e nomeadamente dos Docentes.
É, sem qualquer margem para dúvidas, o docente, e maior parte das vezes
individualmente, que participa, organiza, gere, executa os chamados projectos de
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Assim, a escola tem de assumir papéis diversos que lhe permitam uma intervenção
social mais constante, designadamente: a escola pode, e deve, facilitar a
organização e realização de iniciativas de carácter local, por exemplo, através de
cedência de instalações e equipamento; deve intervir como parceiro em projectos
locais nos quais pode fornecer know-how importante, e rendibilizar esse
"investimento" (por exemplo, a constituição de escolas profissionais ou "ateliers"
profissionais); pode criar e desenvolver espaços de carácter educativo não formal,
como bibliotecas, museus, centros de recursos, etc., abertos à comunidade; pode
organizar iniciativas de animação da comunidade (exposições, mostras, concursos,
festas populares, etc.); pode elaborar e promover canais privilegiados de
comunicação entre os agentes e parceiros; pode organizar espaços de formação e
informação, por exemplo através das tecnologias da informação e comunicação
pode, em suma, abrir-se à comunidade.
No fundo, o papel da Escola deve ser o de facilitador da função educativa, partindo-
se do pressuposto que define o conceito de função educativa como aquela que é
socialmente coerente e necessária, procedendo-se assim à globalização da acção
educativa no quadro dos projectos de desenvolvimento local.
É importante que a constituição de redes de parceria que visem o desenvolvimento
de um local e, consequentemente, de uma população, sejam fundamentadas pela
existência de parceiros autónomos e fortes, que sejam capazes de intervir sem
perder a sua identidade, mas também sem definir, unilateralmente, o caminho a
percorrer. E a Escola tem de aprender que não é, nem deve ser sempre, o guia
iluminado.
Referências Bibliográficas
INTERNET
www.utad.pt/utad.html
www.aerlis.pt/destaque/index2.htm
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www.mercurio.min-plan.pt/ppdr/lege/legeppdr.htm
www.min-plan.pt/ppdr/