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A verdadeira direita

Escrito por Olavo de Carvalho


Quinta, 29 de Julho de 2010 00:00

Se nas coisas que escrevo há algo que irrita os comunas até à demência, é o contraste entre o
vigor das críticas que faço à sua ideologia e a brandura das propostas que lhe oponho: as da boa
e velha democracia liberal. Eles se sentiriam reconfortados se em vez disso eu advogasse um
autoritarismo de direita, a monarquia absoluta ou, melhor ainda, um totalitarismo nazifascista.
Isso confirmaria a mentira sobre a qual construíram suas vidas: a mentira de que o contrário do
socialismo é ditadura, é tirania, é nazifascismo.

Um socialista não apenas vive dessa mentira: vive de forçar os outros a desempenhar os papéis
que a confirmam no teatrinho mental que, na cabeça dele, faz as vezes de realidade. Quando
encontra um oponente, ele quer porque quer que seja um nazista. Se o cidadão responde: "Não,
obrigado, prefiro a democracia liberal", ele entra em surto e grita: "Não pode! Não pode! Tem de
ser nazista! Confesse! Confesse! Você é nazista! É!" Se, não desejando confessar um crime que
não cometeu, muito menos fazê-lo só para agradar a um acusador, o sujeito insiste: "Lamento,
amigo, não posso ser nazista. No mínimo, não posso sê-lo porque nazismo é socialismo", aí o
socialista treme, range os dentes, baba, pula e exclama: "Estão vendo? Eis a prova! É nazista! É
nazista!"

Leia também: Recentemente, cem professores universitários,


subsidiados por verbas públicas, edificaram toda
• SOCIALISMO VS. ECONOMIA DE MERCADO uma empulhação dicionarizada só para impingir ao
• Capitalismo (por Ludwig von Mises) público a lorota de que quem não gosta do
• Hegel, Marx, Hitler e o Totalitarismo
• Por que o Nazismo era Socialismo e por que o socialismo deles é nazista. Não se trata, porém, de
Socialismo é Totalitário pura vigarice intelectual. A coisa tem um sentido
prático formidável. Ajuda a preparar futuras
perseguições. Consagrado no linguajar corrente o
falso conceito geral, bastará aplicá-lo a um caso singular para produzir um arremedo de prova
judicial. Para condenar um acusado de nazismo, será preciso apenas demonstrar que ele era
contra o socialismo. Hoje esse raciocínio já vale entre os esquerdistas. Quando dominarem o
Estado, valerá nos tribunais. Valerá nos daqui como valeu nos de todos os regimes socialistas do
mundo.

Intimidados por essa chantagem, muitos liberais sentem-se compelidos a moderar suas críticas
ao socialismo. Mas isso é atirar-se na armadilha por medo de cair nela. Já digo por que.

Socialismo é a eliminação da dualidade de poder econômico e poder político que, nos países
capitalistas, possibilita - embora não produza por si -- a subsistência da democracia e da
liberdade. Se no capitalismo há desigualdade social, ela se torna incomparavelmente maior no
socialismo, onde o grupo que detém o controle das riquezas é, sem mediações, o mesmo que
comanda a polícia, o exército, a educação, a saúde pública e tudo o mais. No capitalismo pode-se
lutar contra o poder econômico por meio do poder político e vice-versa (a oposição socialista não
faz outra coisa). No socialismo, isso é inviável: não há fortuna, própria ou alheia, na qual o
cidadão possa apoiar-se contra o governo, nem poder político ao qual recorrer contra o detentor
de toda riqueza. O socialismo é totalitário não apenas na prática, mas na teoria: é a teoria do
poder sintético, do poder total, da total escravização do homem pelo homem.

A formação de uma "nomenklatura" onipotente, com padrão de vida nababesco, montada em


cima de multidões reduzidas ao trabalho escravo, não foi portanto um desvio ou deturpação da
idéia socialista, mas o simples desenrolar lógico e inevitável das premissas que a definem. É
preciso ser visceralmente desonesto para negar que há uma ligação essencial e indissolúvel entre
elitismo ditatorial e estatização dos meios de produção.

O socialismo não é mau apenas historicamente, por seus crimes imensuráveis. É mau desde a
raiz, é mau já no pretenso ideal de justiça em que diz inspirar-se, o qual, tão logo retirado da sua
névoa verbal e expresso conceitualmente, revela ser a fórmula mesma da injustiça: tudo para
uns, nada para os outros.

Porém, no próprio capitalismo, qualquer fusão parcial e temporária dos dois poderes já se torna
um impedimento à democracia e ameaça desembocar no fascismo. Não há fascismo ou nazismo

24/08/2010
sem controle estatal da economia, portanto sem algo de intrinsecamente socialista. Não foi à toa
que o regime de Hitler se denominou "socialismo nacional". Stalin chamava-o, com razão, "o
navio quebra-gelo da revolução". Por isso os socialistas, sempre alardeando hostilidade, tiveram
intensos namoros com fascistas e nazistas, como nos acordos secretos entre Hitler e Stalin de
1933 a 1941, na célebre aliança Prestes-Vargas etc. Já com o liberalismo nunca aceitaram
acordo, o que prova que sabem muito bem distinguir entre o meio-amigo e o autêntico inimigo.

Por isso mesmo, é uma farsa monstruosa situar nazismo e fascismo na extrema-direita,
subentendendo que a democracia liberal está no centro, mais próxima do socialismo. Ao
contrário: o que há de mais radicalmente oposto ao socialismo é a democracia liberal. Esta é a
única verdadeira direita. É mesmo a extrema direita: a única que assume o compromisso sagrado
de jamais se acumpliciar com o socialismo.

Nazismo e fascismo não são extrema-direita, pela simples razão de que não são direita nenhuma:
são o maldito centro, são o meio-caminho andado, são o abre-alas do sangrento carnaval
socialista. Os judeus, perseguidos em épocas anteriores, podiam usar do poder econômico para
defender-se ou fugir: o socialismo alemão, estatizando seus bens, expulsou-os desse último
abrigo. Isso seria totalmente impossível no liberal-capitalismo. Só o socialismo cria os meios da
opressão perfeita.

Não, a crítica radical ao socialismo não nos aproxima do nazifascismo. O que nos aproxima dele é
uma crítica tímida, debilitada por atenuações e concessões. E essa, meus amigos, eu não farei
nunca.

Fonte: www.olavodecarvalho.org

24/08/2010

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