Vous êtes sur la page 1sur 5

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ - UESPI

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS - CCSA

CURSO: BACHARELADO EM DIREITO PERÍODO: 1º TURNO: NOITE

DISCIPLINA: PORTUGUÊS JURIDÍCO

PRECONCEITO LINGUISTICO - O QUE É, COMO SE FAZ

Hosanan Fernandes da Silva

Piripiri

Outubro/2009
Nunca foi tão evidente a dificuldade que nós brasileiros temos com a língua portuguesa, seja
ela escrita ou falada. Desde cedo na escola somos bombardeados com conceitos, exceções,
regras e padrões que nos são impostos, tudo isso para que possamos nos adequar a norma
culta.

Recentemente li o livro “Preconceito Lingüístico - o que é, como faz”, de Marcos Bagno e


muito do que eu pensava caiu por terra! Nossa como fui indelicado!

Nas Primeiras palavras, Bagno trata a língua como dependente do ser humano para existir, faz
uma comparação bastante interessante ao dizer que a língua é um enorme iceberg e a norma
culta a ponta que emerge.

Para o autor a língua é algo dinâmico que se renova constantemente, enquanto a norma culta é
estática, velha, que se renovará com as mudanças feitas por outros lingüistas e pesquisadores.

O livro está dividido em quatro capítulos, no primeiro “A mitologia do preconceito


lingüístico”, o autor enumera oito tipos de mitos presentes em nosso cotidiano.

O mito 1: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”.

Bagno ressalta que este é o maior e o mais sério dos mitos, pois está tão arraigado em nossa
cultura que até mesmo os intelectuais se deixam enganar por ele. Na verdade este mito é
muito prejudicial à educação, pois não reconhece a diversidade do português falado no Brasil.

O Mito 2: “Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português”.

O autor diz que estas duas opiniões são frutos do complexo de inferioridade, ou seja, o
sentimento de sermos colônia dependente de um pais mais antigo e mais “civilizado”. Bagno
mostra a diferença entre língua falada e língua escrita. E depois diz que é impossível um
nativo não saber falar sua língua materna.

O Mito 3: “Português é muito difícil”.

Bagno afirma que o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma culta de Portugal, as
regras que aprendemos na escola em boa parte não correspondem à língua que realmente
falamos e escrevemos no Brasil. Por isso achamos que “português é difícil”, pois temos que
decorar conceito e fixa regras que não significam nada para nós.
O Mito 4: “As pessoas sem instrução falam tudo errado”.

Segundo o autor o preconceito lingüístico se baseia na crença de que só existe uma única
língua portuguesa, e esta seria ensinada nas escolas, explicada nas gramáticas e catalogada
nos dicionários.

O Mito 5: “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”.

Bagno diz que é preciso abandonar essa ânsia de tentar atribuir a um único local ou a uma
única comunidade de falantes o “melhor” ou o “pior” português e passar a respeitar
igualmente todas as variedades da língua.

O Mito 6: “O certo é falar assim porque assim porque se escreve assim”.

Neste mito percebemos a importância da língua escrita em relação à língua falada, entretanto
o autor diz que a língua escrita é uma tentativa de representação, pois sabemos que não existe
nenhuma ortografia no mundo que consiga reproduzir a fala com fidelidade.

O Mito 7: “É preciso saber gramática para falar e escrever bem”.

Bagno neste mito fala sobre as questões do ensino da língua, a gramática. Além de descrever
o funcionamento da língua, ele ressalta que a mesma se tornou um instrumento dominação e
poder.

O Mito 8: “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”.

Este mito se relaciona com o primeiro, pois ambos tocam em serias questões sociais. Bagno
diz que o domínio da norma culta de nada vai adiantar a uma pessoa que não tenha seus
direitos de cidadão reconhecido plenamente.

O segundo capítulo “ O círculo vicioso do preconceito lingüístico”.

Bagno nos mostra que esse círculo é formado por três elementos: a gramática tradicional, os
métodos tradicionais de ensino e os livros didáticos. O autor explica que a gramática
tradicional inspira a prática de ensino, que por sua vez provoca o surgimento do livro
didático, cujos autores recorrem a gramática tradicional como fonte de concepções e teorias
sobre a língua.
No terceiro capítulo “A desconstrução do preconceito lingüístico”.

O autor propõe algumas alternativas para resolver o problema analisado. Bagno diz que é
preciso reconhecer que o preconceito lingüístico esta aí, firme e forte. E não podemos acabar
com ele de uma hora para outra, porque isso será possível quando houver uma transformação
radical da sociedade em estamos inseridos.

O quarto capítulo “ O preconceito contra a lingüística e os lingüistas”.

Neste capítulo Marcos Bagno trava um combate ferrenho contra alguns lingüistas ( Napoleão
Mendes de Almeida, Pasquale Cipro Neto e outros), através da argumentação muito bem
fundamentada, o autor mostra que muita coisa está errada no ensino da língua no Brasil.

Agora entendo quando minha querida avó (Maria Francisca Fernandes) falava solo (sol), salo
(sal) e outras palavras que eu ouvia. Não era pelo fato dela não ser instruída, e sim pelo fato
da língua ser dinâmica, se renovar e evoluir no tempo.

Quantas vezes fui indelicado com a minha mãe (Raimunda Fernandes Silva) ao corrigi-la, até
mesmo na frente de outras pessoas.

Foi muito bom ter lido este livro, pois ele nos adverte para muitos fatos presentes em nossas
vidas. A partir desta leitura vou ser cuidadoso nos meus julgamentos do que é “certo” e
“errado”.
Referência Bibliográfica

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico – o que é, como se faz. São Paulo:


Edições Loyola, 1999.

Vous aimerez peut-être aussi