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Sabemos também, que as obrigações tem por objeto dar, fazer ou não fazer
alguma coisa. De modo que cada uma dessas espécies é considerada modalidades das
obrigações.
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r.r. Conceito em Cinco Passos
economicamente apreciável, em proveito de alguém que, por ato nosso ou de alguém conosco
juridicamente relacionado, ou em virtude da lei, adquiriu o direito de exigir de nós essa ação ou
omissão [3]."; "obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e
credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo
primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio [4]".
Transitória porque ao solucionar-se a obrigação, o vínculo acaba, isto é, o
cumprimento da relação jurídica promove uma espécie de "quitação"; a solução manifesta-
se com cunho pecuniário e em cima (na maioria das vezes) do patrimônio e mais, precisa
de no mínimo duas pessoas para se concretizar ± credor e devedor.
Rpós uma explanação sobre obrigação no sentido amplo, o terceiro passo é
entrar no campo da obrigaçãoà à ou ou ambulatória para muitos. É a
obrigação que deriva da natureza do bem ou do respectivo encargo, por causa da coisa,
em razão da coisa.
Na obrigação verificamos que a posição do devedor varia conforme sua
relação com a propriedade, aqui cabe uma ressalva, porque o credor também é aceito
nesta posição por HassenRberkane [5] por estarem direcionados para a mesma coisa. E
exatamente desta relação, há uma responsabilidade (compromisso tácito ou expresso para
o cumprimento da obrigação), sendo assim vista, não interessa a terceiros mas somente
as partes do compromisso.
Um complemento importante no quinto passo é a exposição dos pontos pacíficos
pelos doutrinadores:
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Por fim, como existe uma linha muito tênue entre as obrigações à à e os
direitos reais, é importante que ambos sejam estudados de forma conjunta, para se evitar
contradições ou mesmo conceitos iguais.
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ßá vimos anteriormente que há uma indecisão por parte dos juristas no tocante as
obrigações à à , pois própria por sua natureza, essa relação jurídica se aproxima
tanto do direito real como do direito pessoal.
Faz mister observar que a obrigação real opõe-se à obrigação pessoal. Esta é
fundada na confiança, isto é, cujo objeto consiste numa prestação de caráter pessoal ou
num crédito, sem outra qualquer garantia, que a fé que se tem no devedor, enquanto
aquela, é a que se firma, para cumprimento ou satisfação da prestação, em qualquer
garantia real na qual se substitui a prestação se não cumprida devidamente [6].
Todavia a maioria dos doutrinadores caracteriza tal obrigação como
sendo '
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Contudo, Rlfredo Buzaid em sua obra Rção declaratória no direito brasileiro, reza:
"R obrigação propter rem constitui um direito misto, por ser uma relação jurídica
na qual a obrigação de fazer está acompanhada de um direito real, fundindo-se os dois
elementos numa unidade, que a eleva a uma categoria autônoma". [7]
Hassan Rberkane, em sua monografia sobre obrigações "propter rem" versa que
a obrigação "propter rem" tem natureza idêntica à obrigação passiva universal, com a
modificação derivada do fato de ela se destina a resolver a situação especial de um
terceiro que é titular de um direito antagônico ao direito do credor. [8]
Por tudo isso, podemos realmente afirmar que a obrigação "propter rem" é um
misto de direito real e direito pessoal. Embora ainda há controvérsia quanto à natureza de
tal instituto.
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Diz o art. r3r5 do Código Civil que
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( " Temos aqui, o nosso primeiro exemplo de
obrigação propter rem, apresentando todas as características a estas pertinentes, sendo o
proprietário devedor enquanto estiver na posse do bem comum, como trata o artigo.
Sobre essa obrigação, diz Sílvio Rodrigues que (...) "
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à à . (...)". [r ]
Podemos perceber
a presença de todas as características deste tipo de obrigação, entre elas, a vinculação a
um direito real, a possibilidade de exoneração do devedor pelo abandono do direito real e
ainda, a transmissibilidade por meio dos negócios jurídicos em geral.
Rinda sobre essa obrigação temos como exemplo tal julgado:
X"X" .
Outro exemplo interessante de obrigação real atine à questão dos tapumes
divisórios, como vemos no art. r297, § r do Código Civil Brasileiro, que assim diz: O
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Pelo fato das cercas divisórias pertencerem a ambos proprietários, quando há
propriedades contíguas, presume-se serem as divisórias, sejam elas qualquer espécie,
relatadas no texto legal, pertencer aos dois proprietários, devendo os mesmos responder
para a conservação e construção destes.
Em outra jurisprudência do Superior Tribunal de ßustiça, temos o seguinte:
Rrt. 2r. Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. r desta lei são
equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional. [r7]
X"4"5
R questão dos marcos divisórios encontra-se regulamentada no mesmo artigo
que trata dos tapumes divisórios[r8], que em última análise apresentam a mesma natureza
jurídica destes, pois ambos servem de região limítrofe, ou seja, são demarcações
fronteiriças que por serem únicas, pertencem de direito a ambos proprietários, não estando
estes livres, portanto, das obrigações que daí decorrerem, sendo as principais, as que
rezam sobre a construção e conservação de cercas e divisas [r9].
No caso das fazendas os proprietários ainda incorrem em mais uma obrigação,
que é a de demarcação das terras, nas quais as despesas também devem ser divididas,
na proporção da quota-parte.
X"6"
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Com sua origem no latim "
a palavra servidão significa sujeição,
submissão. Para nós, "
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Rpós o estudo realizado sobre as obrigações chamadasà à , podemos tirar
algumas conclusões:
r ± Quanto à denominação de obrigações à à , parece-nos ser a mais
adequada. Rpesar de existirem vertentes que as denominam de obrigações reais, não se
trata de meio adequado, visto que, durante o estudo da natureza jurídica dessas
obrigações, percebemos que ela apresenta características tanto dos direitos reais quanto
das obrigações comuns, portanto não é nem um, nem outro. Se chamadas de obrigações
reais, aproximam-se em conceito, dos direitos reais, o que é injusto perante o caráter do
instituto em questão.
2 ± Quanto as suas características, parece ser pacífico, doutrinariamente falando,
a adoção de três: a vinculação a um direito real, prendendo o proprietário de tal coisa, seja
que o for; a possibilidade de exoneração do devedor, que se livra da obrigação pelo
abandono da coisa, portanto, pelo abandono do direito real; e que este abandono pode
derivar-se de um negócio jurídico, sendo que com a alienação do bem, junto a este o
adquirente assume todos os encargos que dele advêm.