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O uso do polêmico “Atestado Médico” se deu por uma lei de 1949 (Lei 605) que foi regulamentada pelo
Decreto 27048 do mesmo ano, com alterações pela lei 2761/56. No artigo 12 deste decreto é dito que
são justificadas as faltas do empregado por conta de doença (até 15 dias) desde que o empregado
comprove devidamente o fato.
O mesmo Decreto regula quem é a “autoridade” para emitir tais atestados:
“A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que
estiver filiado o empregado, e, na falta dêste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do
Comércio ou da Indústria; de médico da emprêsa ou por ela designado; de médico a serviço de
representação federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública;
ou não existindo êstes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua escôlha.”
Desta forma caberia, primordialmente, ao médico do INSS emissão do atestado. Existe o entendimento
que a prioridade do médico do INSS estaria tacitamente revogado pelo art. 5º da Lei 3.807/60 (Lei
Orgânica da Previdência Social), reproduzido pelo art. 27 da CLPS (Decreto 89.312/84). De qualquer
forma, não havendo atestado do INSS ou de médico do Sistema “S” (SESC, SESI, …), cabe sua
emissão ao médico indicado pela empresa.
Ao indicar este médico, a empresa não é obrigada a aceitar para abono de faltas, atestados emitidos
por outros médicos, mesmos que especialistas (Leia o parecer 01/99 do Conselho Federal de Medicina
do Ceará sobre o tema).
Muito bem, a parte “legal” do artigo termina por aqui. Vamos falar agora do que é uma relação
saudável entre o RH e os empregados sobre esse tema.
Existe prazo para entregar um atestado na empresa?
A princípio não. Algumas Convenções Coletivas acordadas entre sindicatos regulam o tema em seus
setores, o regulamento interno de algumas empresas também prevém este tema. Tenho visto que até
10 dias de sua emissão é um prazo mais do que suficiente. Porém, minha recomendação é que o
empregado entregue o documento ao RH tão logo retorne às suas atividades.
Um atestado médico do plano de saúde pago pela empresa não vale?
Aqui cabe o bom senso. Se o convênio médico é pago pela empresa, este convênio é um prestador de
serviços da empresa. Seriam portanto delegados tácitos da empresa para a emissão dos atestados. A
maioria absoluta das empresas aceitam tais atestados.
O RH da minha empresa é muito rígido sobre este tema.
Algumas empresas são mais rígidas sobre o assunto devido a má utilização desse instrumento por
parte de alguns empregados. É um daqueles famosos casos onde os inocentes pagam pelos culpados.
Minha recomendação sobre este tema é que o RH sempre busque entender a realidade e as
necessidades dos empregados. Recusar um atestado autêntico nada mais é que um incentivo para
que o empregado revanchista passe a se valer de vários fakes como “vingança”.
Fui acompanhar meu filho ao médico, posso apresentar atestado para abonar minha falta?
Em geral, não. A declaração de comparecimento não é um atestado. Porém, novamente, cabe a
empresa ter o bom senso de avaliar o caso. Assim como cabe ao empregado ser moderado neste
quesito. Qual empresa quer um empregado que mais falta do que vem?