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A relação entre uma instituição e uma pessoa física é na maioria das vezes uma relação
desigual, sejam instituições públicas ou privadas. Através da criação de uma associação, um
grupo de pessoas passa a ter uma voz institucional, permitindo que esse grupo possa "falar de
igual para igual" com outras instituições.
6- PRINCÍPIO DA INTERAÇÃO
“As associações atendem a seus sócios mais efetivamente e fortalecem o movimento
associativista trabalhando juntas, através de estruturas locais, nacionais, regionais e
internacionais”.
Podemos destacar alguns pontos importantes com relação à criação das Associações e
o amparo que a constituição da República Federativa do Brasil, as leis infraconstitucionais e as
resoluções dão a elas, uma vez reconhecida sua importância do ponto de vista da consolidação
da democracia e da participação das comunidades nas decisões que são tomadas em seus
lugares, como a adoção de políticas públicas voltadas ao atendimento do bem comum. Outro
aspecto também de vital importância é a emancipação das comunidades do ponto de vista do
resgate da cidadania, conforme os instrumentos jurídicos que elas possuem, bastando para a
eficácia e validade desse arsenal de leis, o conhecimento dos seus direitos. Do ponto de vista
político as Associações poderão organizar as comunidades e representá-las perante a
sociedade e o poder público, judicial e extrajudicialmente.
No Brasil para se constituir uma pessoa jurídica como uma associação é preciso realizar
alguns procedimentos legais para que a associação tenha personalidade jurídica. O processo
de criação de associação no Brasil acontece com a reunião de pessoas que deliberam e
decidem fundar uma entidade com personalidade jurídica. Toda associação tem um estatuto
que é aprovado pela Assembléia Geral, convocada em edital publicado em mídia de acesso ao
território que se planeja representar. O estatuto deve observar a disciplina do art. 54 e
seguintes do Código Civil[1] e, assim como a ata, deve ser assinado por um advogado
devidamente registrado na OAB. Depois de aceito o estatuto e a ata da reunião, assinada pelos
presentes e descrito todos os responsáveis tais como presidente e secretário, eleitos pelos
presentes. Depois desses eventos são encaminhados os documentos ao cartório, registrar
inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, no Instituto Nacional do Seguro Social, na
junta comercial do estado e na prefeitura da cidade sede onde obterá o alvará de licença de
funcionamento. Os registros na junta comercial e no INSS só são necessários se a entidade
praticar algum ato comercial.
No Brasil, as associações têm sua disciplina legal nos arts. 53 a 61 do Código Civil[1].
Por exemplo, tanto as ONGs quanto as OSCIPS são espécies de associações civis, sendo que, no
entanto, as OSCIPs são uma modalidade diferenciada, a qual tem mais requisitos (deveres) do
que as demais espécies de associações e, em conseqüência, mais direitos. Inclusive, as OSCIPs
não se regem apenas pelos dispositivos do Cócigo Civil, mas também pela Lei 9.790/1999[2], a
qual é dedicada exclusivamente às OSCIPs e criou o termo de parceria, mediante o qual a
organização pode celebrar termos de parceria com o Poder Público, condição que não ocorre
no caso das ONGs. Além disso, algumas doações destinadas às OSCIPs têm benefícios fiscais, o
que igualmente não ocorre no caso das ONGs.
- requerimento em duas (02) vias ao oficial do cartório, solicitando o registro dos atos
constitutivos da sociedade, assinado pelo presidente com firma reconhecida (modelo
fornecido no cartório)
- três vias (duas originais e cópia) na íntegra do estatuto assinado pelo presidente
- relação em duas vias dos membros fundadores constando nacionalidade, profissão,
residência, n.º do CPF ou Identidade, assinada pelo presidente ou secretário (de acordo com o
dispositivo do Art. 120 VI da Lei 6.015/73) - datilografado
- relação em duas vias da primeira ou atual diretoria e conselho fiscal, constando
nacionalidade, cargo, profissão, residência, n.º do CPF ou identidade e período de mandato,
assinada pelo presidente ou secretário (datilografado)
- três vias da Ata de Fundação (Constituição e Aprovação do Estatuto);
- estatuto deverá ser rubricado em todas as suas folhas por advogado inscrito na OAB, com o
n.º de sua inscrição e visto na última página (datilografado).
Legislação brasileira relacionada a associações
Artigo 5º
inciso XVII – “ é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não
econômicos.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido o disposto no
estatuto; sendo este omisso, poderá também ocorrer se for reconhecida a existência de
motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à
assembléia geral especialmente convocada para esse fim.
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha
sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto.
I - eleger os administradores;
II - destituir os administradores;
IV - alterar o estatuto.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes,
antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado
o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a
associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do
seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
Referências bibliográficas
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o
• http://www.sebraemg.com.br/culturadacooperacao/associacoes.htm
• http://www.cm-
odemira.pt/PT/Viver/Associativismo/ComocriarumaAssociacao/Paginas/default.aspx