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caso neste artigo, teve grandes parcelas de seu território parcelado na década
e, ainda hoje, a percentagem de lotes com edificações não passa de trinta por
1
Professor Adjunto do Departamento de Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da
Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense. Doutor em Geografia Humana pela
Universidade de São Paulo.
2
Professor Adjunto do Departamento de Urbanismo da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal
Fluminense. Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Federal Fluminense.
3
Mestrando do Program a de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade Federal Fluminense.Arquiteto e Urbanista pela Universidade Federal Fluminense
4
Bolsista iniciação científica CNPq/PIBIC. Aluna da graduação da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal Fluminense.
cento do total. Por este motivo, o município enfrenta os novos modos de
150.000 unidades.
(1999)
extremos são Niterói e Cabo Frio, tendo como eixo principal de dispersão a
Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio). Aqui, diversamente do que
processo.
metrópole.
deste fenômeno. Uma área praticamente sem centro urbano definido, com
muitas tipologias de ocupação interrompendo e interpenetrando as áreas rurais
e de reserva florestal.
2. Área de estudo
m) que correm ora perpendiculares, ora paralelas à costa. O espaço por elas
delimitado se configura como extensa baixada, para onde são drenados todos
Este complexo é, por sua vez, delimitado por extenso cordão arenoso, a
restinga, que constitui uma única praia voltada para o mar aberto (45 km de
extensão).
O município possui área de 342 Km², quarenta por cento do total delimitado
habitantes, dos quais 63.250 habitavam zonas urbanas e 13.306 zonas rurais.
A ocupação, pelos portugueses, do território que hoje denomina-se de Maricá
de laranjas.
3. (Sub)urbanização: antecedentes
ainda mais valiosa que a da terra em si. O sistema previa que a Coroa
desta cláusula.
terra no país pela Lei n° 601 de 1850. A “Lei de Terras”, como ficou conhecida,
devolutas que não fosse por compra. Porém, a definição e demarcação das
(Sochaczewski, 2004).
município.
Cabo Frio foi destinada ao veraneio da emergente classe média urbana do Rio
e de Niterói.
Influenciado por novos padrões culturais, esse grupo social foi responsável
agrícola.
regras pelo Estado, para quem eram repassados os custos relativos à infra-
nas vendas, a imensa maioria dos lotes não foi ocupada de imediato, e assim
condições de construir.
de depressão no setor imobiliário se seguiu até o fim dos anos 60, quando a
recuperação econômica nacional permitiu que a produção de loteamentos
residências de veraneio nos lotes até então vazios. Boa parte da orla marítima
Frio), Maricá era até então uma região de veraneio de menor status,
mais baixo. A diminuição do tempo de viagem até o Rio de Janeiro, via Ponte
que Maricá passasse a ser considerada uma opção de moradia para esses
veranistas.
No início dos anos 80 o município passava por uma nova fase de estagnação
no processo de parcelamento da terra, o mercado de compra e venda de lotes
havia sido atingido pela crise econômica que vivia o país. Os loteamentos
Estado.
4. Urbanização dispersa
áreas vagas, estimado pelas técnicos da prefeitura entre 100 e 150.000 lotes.
tem aprovado, nos últimos seis anos, o reparcelamento destes lotes, que tem
futuro.
permite a construção de edículas, desde que não ocupem mais de 10% do total
lotes, no entanto para a ZR - 2 (por exemplo) sua área mínima será de 3.000
ser doadas áreas para a Prefeitura e previstos percentuais mínimos para áreas
de uso comum.
público.
município, que terão que conviver com as conseqüências de uma atitude que
rodovia Amaral Peixoto e da praia, o que pode ser percebido pelos potenciais
como, por exemplo, a venda de áreas de reserva incorporadas aos lotes, o que
os compradores.
que pode ser definido como urbanização dispersa, apontando para novas
urbano.
hierarquização de funções.
verde central, o que evidentemente implica em uma área livre de uso intensivo
ruptura bastante radical entre o urbano e o rural. Neste modelo as áreas verdes
ambiente natural. Esta idéia poderia ser aplicada, com bastante sucesso, no
tradicional, ou seja o âmbito limitado do lote não garante que os espaços livres
projeto urbanístico.
cidade.
Este modelo exige que o parcelamento urbano seja integrado aos projetos das
diversas edificações que o compõe. Neste desenho não se dependeria apenas
da ilha.
mancha verde (ilha) com condições mais naturais, o que permite a manutenção
como por exemplo formas hexagoniais, onde os lotes seriam fatias triangulares
geológicas do terreno.
Não faltam instrumentos para que se possa reverter esta situação. O poder
público municipal tem plenos poderes para legislar sobre o uso do solo e pode
“Projeto Orla” do Ministério do Meio Ambiente; e a ação local, que muitas vezes
1 Referências
1967.
Blouin, M. and Connor, E.S. Is there a best shape for nature reserve?. Biol.
124, 1982.
de Janeiro, 1996.
Reis, N.G. Notas sobre urbanização dispersa e novas formas de tecido urbano.